Filhos do Império - Chapeuzinho Vermelho(Livro Um) escrita por Ally Faro


Capítulo 62
Capítulo Sessenta e Dois – Nem Todos os Fortes são Poderosos


Notas iniciais do capítulo

Volteeeeeeeeeeeei
Apesar de estar em período de prova e não dever estar aqui. Kkkkk
Aproveitem o capítulo.



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          Charlotte riu e bebeu um gole do suco que Amélia havia oferecido. Os olhos fixos na senhora a sua frente, ponderando se valia a pena ter aquela conversa naquele dia ainda ou seria mais inteligente adiá-la. Obviamente as perguntas não eram mais de extrema importância, já que não faria o tempo voltar, contudo Charlotte ainda queria saber tudo que ocorrera para que Amélia fizesse o que fez.

—Iremos conversar agora? –Senhora Ornet questionou e Char sorriu, voltando a realidade e deixando seus pensamentos para depois.

—Não, hoje não. –Negou tranquilamente. –Temos compromisso com a Dália e a Sam esse noite, portanto teremos que adiar nossa conversa. –A delicadeza dos movimentos era surreal. –Mas iremos conversar amanhã. –Assegurou.

—Estarei aguardando.

          Amélia a viu se erguer imperiosamente, tanto quanto a princesa Lira. As duas pareciam espelhar a delicadeza dos movimentos da outra.

—A senhora ficará bem? –Char quis saber, enquanto deixava o copo sobre a mesa.

         Amélia riu e sacudiu a mão, como se a enxotando.

—Minha menina, você sabe que vivi sozinha por muitos anos, não tem com o que se preocupar.

—Eu sempre acho que preciso me preocupar com a senhora.

         Amélia riu novamente.

—É por isso que sempre foi minha favorita, Chapeuzinho.

          Char rolou os olhos, mas sorriu.

—Qualquer problema mande me chamar, sim?

—Mandarei minha querida. –Prometeu. –Agora vá aproveitar a comida de Dália.

—Até mais.

    Charlotte respirou fundo assim que estavam fora da casa, os ombros relaxando imediatamente e ela soltou um baixo riso.

Sempre metida em problemas, Lottie. –Ela imaginou Mark brincando. –Você só se mete em merda.

—Vamos descobrir. –Ela comentou isso pra ninguém especifico, mas os demais a olharam curiosamente.

—Senhora Ornet é mais curiosa do que parece, não é mesmo? –Ela questionando, encarando os companheiros com um sorriso, enquanto jogava a capa vermelha sobre os ombros.

—Mais do que você? –Dilan provocou, arrancando uma sonora risada da menina.

—Um dia saberemos a resposta exata. –Ela disse divertida, amarrando a capa. –Contudo, nesse exato momento, estou mais preocupada em comer.

           Dilan riu e assentiu.

—Não posso negar que estou faminto também.

—Então vamos.

        Dilan a viu caminhar a frente do grupo, parecendo relaxada e animada, enquanto ele se questionava o quanto daquilo era real ou se ela somente estava fingindo, Charlotte lhe parecia alguém que podia manipular a qualquer um, ele só queria saber se ela usaria os truques em seu grupo ou se ela realmente era daquele jeito.

—O que você tanto encara, Dilan Maddox? –Ela perguntou com um tom brincalhão, mas sem mesmo se dar ao trabalho de virar para olhá-lo.

—Quem disse que estou encarando?

      Lira ouviu um riso aveludado e viu Charlotte olhar por sob o ombro para Dilan, uma expressão serena e amigável.

—E não está?

          Dilan lhe sorriu abertamente.

—Estou apenas me questionando o quanto da tranquilidade que você mostra é real. –Foi direto.

      Dilan sempre soubera que era o fato de ser direto que desestabilizava as pessoas, mas Charlotte apenas sorriu e deu de ombros.

—Você está vendo exatamente o que estou sentindo. –Ela foi clara. –Iremos passar muito tempo juntos, pelo que sei, então é melhor nos darmos bem. –Suspirou. –Seria terrível não nos darmos bem e termos que conviver, não concorda?

          Dilan pensou por um momento, havia muito por trás das palavras dela, contudo ela falara a verdade, não podiam ter uma relação cheia de atritos se necessitavam conviver.

—Devo admitir que você está certa.

          Ela sorriu e voltou a olhar para frente.

—As pessoas podem até não gostar, mas eu normalmente estou certa.

         Charlotte ouvi a risada do rapaz. Os demais companheiros permaneciam calados e ela sabia que todos estavam tentando ver se ela estava sendo honesta e pensando em tudo que senhora Ornet lhes dissera.

 

        Char viu Samantha a porta, encarnando o grupo que a acompanhava de forma atenta, mas por fim fixou o olhar em Lira.

—Vamos fazer um passeio? –Samantha convidou Lira assim que o grupo parou a porta, sem nem mesmo cumprimentar ninguém.

—Perdão? –A mulher ruiva pareceu confusa.

—Vá, Lira. –Charlotte lhe disse sorrindo, enquanto bagunçava os cachos cor de fogo de Samantha, que a encarou e abriu um largo sorriso. –Nossa pequena Sam tem algum presente especial pra você. –Char ergueu os olhos verdes para a princesa. –Samantha não convida ninguém a acompanha-la, a não ser que tenha algo a falar.

—Tudo bem. –Lira sorriu. –Vamos?

        Samantha virou para o lado esquerdo da casa, que era completamente ladeada por flores e saltitou para lá, sendo seguida por Lira.

       Dilan viu Lira se retirar com a menina, enquanto Char notou Emily virar para segui-las, mas interceptou seu caminho, dando um pequeno sorriso para a expressão de indignação da mulher a sua frente.

—Sua vez chegará, Emily. –Char disse amigavelmente. –Contudo não é agora.

         Charlotte indicou a porta da casa, fazendo Emily vacilar, mas entrar.

—O que exatamente irá ocorrer? –Dilan questionou, assim que Connor seguiu Emily.

         Char encarou o rapaz e optou pela verdade.

—Samantha dirá algumas coisas pra Lira e lhe dará um presente. –Char deu de ombros. –Uma flor diz muita coisa, vai por mim.

—Você já passou por isso? –Char riu.

—Sim, sim. –Assentiu e olhou pelo caminho que Samantha levara a princesa. –Samantha é uma criança excepcional.

—Entendo.

        Char sorriu e chamou Dilan para entrarem na casa. Dália os aguardava de pé na sala, com um enorme e convidativo sorriso, ao lado do sofá onde Alfred estava deitado, o braço cobrindo os olhos e a respiração suave.

—Charlotte, minha querida.

—Dália. –Char sorriu, ganhando um rápido e caloroso abraço da mulher.

—Espero que esteja com fome.

—Faminta, na verdade. –Informou. –Passei muito tempo na floresta comendo mal. –Choramingou de brincadeira e Dália riu.

—Da próxima irei te deixar sem comida, idiota. –Alfred provocou sem se mexer mais que o necessário, a fazendo sorrir.

—Por favor, sentem-se. –Dália pediu para os outros três. –E você, levanta! –Ela ralhou com Alfred, que fingiu não ouvir.

         Charlotte riu.

—Acho que ele não está muito disposto.

—Isso pode me influenciar a não ficar disposta a alimentá-lo também. –Dália brincou.

—Sofro ameaças de todos os lados. –Alfred resmungou, sentando no sofá e abrindo espaço para quem quisesse, contudo Emily e Connor optaram pelas poltronas.

—Esse é Dilan, meu... primo?! –Char parecia confusa se realmente eram aquilo, mas riu da própria incerteza.

—É um prazer conhece-lo. –Dália sorriu para o rapaz. –Os Maddox sempre são bem-vindo em minha casa.

     Charlotte não imaginava que Dália sabia sobre os Maddox, mas decidiu não questionar, estava muito cansada para debater qualquer coisa, então somente se jogou ao lado de Alfred.

 

—Eu irei lhe dizer algumas coisas sobre o uma flor especifica. –Samantha anunciou.

—Flor? –Lira a encarou sem compreender, caminhando por entre as muitas flores.

—Sim. –Afirmou. –Flor. –Continuou a andar, para o que parecia ser o fundo do imenso corredor de flores coloridas, cada uma mais chamativa que a outra, tanto visualmente quanto para o olfato.

—E que flor seria essa?

          Samantha parou ao lado de uma flor de um intenso laranja e arrancou uma, brincando com elas nas mãos.

—Esse é um lírio, que como eu disse para Char, que por si só tem um grande significado. –Samantha alertou, mas Lira se sentiu curiosa pra saber o que a menina falara para Charlotte e se a outra mulher andara pelo corredor de flores também. –O Lírio quer dizer nobreza, imponência e coragem. –Lira assentiu, sem querer interromper a menina. –Contudo o Lírio Laranja tem uma definição... Intensa. –Lira a encarou seriamente, aguardando o que a garota queria dizer. –O Lírio laranja é a representação do ódio, do desdém, da frieza e orgulho. –Os olhos amêndoas brilharam. –Você é poderosa e forte...

—Tem quase o mesmo significado. –Lira brincou, mas compreendeu.

           Samantha negou com a cabeça.

—Não, nem todos que são poderosos conseguem ser fortes e nem todos os fortes são poderosos. –Advertiu. –Você alcançou os dois, mesmo sendo tão jovem. –Samantha suspirou. –Você sabe que seu caminho se cruzou com a da Char por um motivo, não sabe?

—Sei disso, só ainda não compreendo qual motivo seria esse. –Sam sorriu.

—Minha mãe diz que tudo se esclarece em seu tempo, isso não será diferente. –Prometeu. –Mas sua posição dentro da corte ajudará nosso mundo.

           Lira via a seriedade da pequena a sua frente, a fazia lembrar dela própria, mas a forma que ela falava também a fez recordar de Charlotte falando. Samantha era uma criança muito inteligente e curiosa, não havia como negar.

—Como? –Lira questionou.

—Charlotte irá lhe falar tudo o que precisar, na hora certa. –Sam sorriu, entregando a linda flor.

—É linda. –Lira comentou, aceitando-a.

        A flor de seis pétalas longas com as pontas arredondadas era de um intenso laranja, o núcleo com pequenas manchas mais escuras e bem no centro da cavidade haviam cinco espécies de antenas com sementes nas pontas.

—Não sei o que está pensando nesse momento. –Samantha chamou. –Mas se estiver pensando que isso parece antenas, teremos sérios problemas. –Ela indicou o que Lira realmente achavam ser antenas.

—Na realidade não estava pensando nisso, mas o que é?

          Samantha encarou a mulher ruiva e riu gostosamente.

—Você mente como a Char. –Riu de novo, cobrindo a boca com as mãos. –Mas isso se chama estilete e essa bolinha na ponta é o estigma.

—Você é inteligente demais pra sua idade. –Lira parabenizou.

—Char diz que falo difícil pra tão pouca idade.

          Lira riu e concordou.

—Não posso negar concordar com ela.

—Vamos jantar? –Sam convidou.

      Lira a observava dançar a sua frente, enquanto retornavam para a entrada da casa. Sam horas dançava, horas saltitava, mas sempre sorrindo, concordando ou negando ao passar pelas flores, como se estivesse conversando com alguém.


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Notas finais do capítulo

E ai? Curtiram?

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Beijos e até o próximo capítulo.



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