Filhos do Império - Chapeuzinho Vermelho(Livro Um) escrita por Ally Faro


Capítulo 11
Capítulo Onze - Uma Visita Inesperada


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.
Divirtam-se!



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                Harry, sentado no sofá, mexia inquieto em um fio solto imaginário no punho da camisa, Fernanda estava na janela, olhando a noite com interesse, enquanto Suzana estava na cozinha, parecendo disposta a não falar sobre a ausência de Charlotte. Seria a primeira Lua Cheia que ele não passava com a irmã adotiva e queria tanto contar as novidades para ela sobre Aurora, era estranho Charlotte ainda não saber que ele finalmente havia conseguido beijar a garota, sendo que Char sabia que ele gostava dela desde os 15 anos.
 -Daqui a pouco a lua irá subir. —Nanda comentou, olhando o céu, da janela aberta e trazendo Harry de volta a sala. —Mas ainda tem mais ou menos uma hora e alguns minutos, se você quiser ir ver sua doce Aurora.
                Harry rolou os olhos e encarou a irmã, que sorria divertida. Nanda decidira que se juntaria a família naquela Lua Cheia, sabia que Suzana estava sentindo falta de ter Charlotte por perto, assim como todos eles.
                Nanda sabia que Harry estava pensando em Char, assim como ela vinha fazendo isso. Ela sabia o quão Char era encrenqueira e irritável, bem diferente do que as pessoas mais velhas na Vila pensavam, sabia também o que ela costumava aprontar e com quem. Quantas vezes já invadira a Taverna do Ollie na companhia de Harry e da própria Fernanda?! Nanda também era conhecedora de quantos meninos Char já havia ficado junto e de como os enrolava a ponto de alguns serem completamente loucos por ela.
                Fernanda foi arrancada de suas memórias quando alguém bateu na porta, ela fez careta e olhou pela janela, àquela hora todos estavam começando a trancar suas casas e ninguém visitava naquele dia, era quase sacrilégio diante dos religiosos da Vila. O sujeito usava uma capa negra, o capuz escondia seu rosto e Fernanda só sabia dizer que era um homem por seu porte alto e forte.
                O homem a encarou pelas sombras do capuz, como se questionando o fato de ela ainda não ter ido atende-lo.
 -Quem é? —Suzana questionou, surgindo na sala e limpando as mãos em um guardanapo.
 -Não sei. —Nanda respondeu fazendo careta.
                Suzana franziu o cenho e suspirou quando bateram novamente.
 -Já vai! —Disse a mulher e começou a caminhar para a porta.
                Harry viu a tia abrir a porta e dar um passo repentino pra trás, levando a mão a boca para conter a surpresa e viu também seu corpo todo ficar rígido. O rapaz se ergueu e caminhou até onde Suzana estava, encarando um homem alto, de barba bem aparada, pele morena e de olhos muito verdes, o capuz estava baixo e ele encarava a mulher, parecendo sério.
 -O que você tá fazendo aqui? —Ela questionou por fim, parecendo reencontrar a voz, porém esquecendo de tirar a mão da frente e assim saiu algo extremamente abafado.
 -Nós precisamos conversar. —Fernanda, que viera atrás do irmão, sabia conhecer aquele rosto e voz, de algum lugar, mas não lembrava de onde.
 -Não. —Disse Suzana, deixando a mão cair ao lado do corpo, mas Harry notou que tremia levemente.
 -Não é algo que você pode simplesmente ignorar, Suzana. —Ele pareceu levemente irritado.
 -Não vamos conver...
 -Chega de enrolação.
 -Tia, a senhora quer que eu tire esse homem daqui? —Harry perguntou e tocou o ombro da mulher gentilmente, sentindo o quão tensa ela estava.
 -Não tenho tempo pra isso, Suzana, mas se quiser posso falar na frente deles dois.
                Suzana arregalou mais ainda os olhos e Harry sentiu enquanto ela soltava uma lufada de ar, tentando se acalmar.
 -Vocês dois, vão para o quarto...
 -Tia...
 -Sem discussão, Fernanda. —A mulher encerrou a provável discussão. —Vão para o quarto e fiquem lá até eu chamar. Preciso conversar em particular com... —Ela molhou os lábios com a ponta da língua rapidamente. —Esse senhor.
                Harry encarou o homem e apertou levemente o ombro de Suzana, se inclinou um pouco pra frente e beijou o topo da cabeça da mulher.
 -Chame se a senhora precisar de algo.
                Suzana concordou uma vez com a cabeça, enquanto os dois se retiravam, mas Harry ainda ouviu quando ela disse "Vamos conversar." e a viu dando espaço pra ele entrar em casa.

                Fernanda fez careta ao entrar no quarto e Harry bateu a porta, passando a chave.
 -Eu conheço esse homem de algum lugar. —Disse ela e viu o irmão seguir para a penteadeira no canto.
 -Eu lembro da voz, mas não sei de onde. —Concordou Harry, já arredando a penteadeira do lugar.
 -Vamos ouvir o que eles estão falando?
 -Como se você não quisesse saber também. —Disse ele sorrindo e puxando a tábua solta, que dava visão para a sala, ficando escondida por um vaso de decoração que Suzana ganhara da mãe de Harry, em um ponto extremamente estratégico, que dava visão de toda a sala.
 -O quarto da Char sempre foi um ótimo lugar pra bisbilhotar. —Disse ela também sorrindo.
                Harry sentou no chão e deu espaço pra irmão sentar ao lado dele, Fernanda ocupou seu lugar e olhou pra sala.
 -...quer? —Suzana parecia furiosa, não mais surpresa como estava antes, porém ainda tensa.
 -Você sabe o que quero. —Respondeu ele, sentado na poltrona da sala, só dando a visão de sua costa, nuca e seu cabelo castanho.
                Suzana o encarou de punhos cerrados e parecia se controlando para não ataca-lo. O contrário do homem, ela estava em pé, atrás do sofá, só dando a visão de seu tronco.
 -Você só pode estar brincando com a minha cara. —Falou severamente.
 -Estou com cara de quem está brincando, Suzana? 
 -E eu de quem permitirei isso?
                Harry sabia que perdera o início da conversa, mas se questionava o porquê de Suzana parecer tão selvagem e irada.
 -Não é algo que você pode impedir também.
 -É claro que eu posso! —Se exaltou, surpreendendo a Fernanda, que nunca vira a tia tão furiosa.
 -Não, você não pode. —O homem parecia controlado, Harry percebeu.
 -É claro que sim.
 -Foi por isso que eu...
 -Não se atreva a falar isso! —Ordenou. —Não se atreva. —Disse com a voz mais baixa. —Você não faz ideia do que eu vivi.
 -E você acha que faz ideia do que eu vivi, Suzana? —Harry notou o cansaço na voz do homem. —Acha que foi fácil?
                Harry viu a tia travar a mandíbula e seus ombros tremerem, ela estava se controlando, tanto para não dizer algo quando para não chorar e isso era surpreendente, Harry não lembrava de ter visto Suzana chorar.
 -Honestamente, por que você decidiu vir aqui justo hoje, justo na Lua Cheia?
                Ele balançou negativamente a cabeça.
 -Você sabe, não torne isso mais difícil.
 -Eu gostaria que fosse mais fácil. —Disse de modo mais gentil. —Porém não é.
 -E por que? —Ele quis saber, passando as mãos no rosto. —Por que você é teimosa demais pra isso? Ou por que é egoísta demais pra pensar só no que você quer?
 -Não estou fazendo isso só por mim!
 -Não?
 -Claro que não!
 -Então por quem é? Vai me dizer que é por...
 -Cala a boca! —Mandou e baixou a cabeça, tremendo inteira. —Cala a droga dessa boca, Christopher! —Ergueu a cabeça e Harry notou, cheio de horror, os olhos da tia.
 -Ô meu Deus. —Fernanda sussurrou, tão assustada quanto ele, Suzana estava com os olhos banhados em lágrimas, como Harry não via há anos. —Harry, esse homem, ele é...
 -ELA TAMBÉM É MINHA FILHA, SUZANA! —Berrou de volta, perdendo a paciência de todo início de conversa. —Charlotte também é minha filha! –Disse mais controlado.


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Notas finais do capítulo

E ai? Curtiram?
Suzana realmente esconde mais coisas do que Charlotte pode imaginar, em?
O que acharam da aparição do PAI da Char?
Deixem seus comentários.
Beijos e até o próximo capítulo.



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