La Petite Princesse Argent escrita por shadowhunter


Capítulo 12
Na mansão Black


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo do ano!!!! Espero que gostem, fiz com muito carinho pra encerrar o ano de um jeito bom
Aproveitem!



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— Ah, é a senhora, Profa McGonagall... e... ah. – disse o diretor ao ver os convidados, me mandando um olhar preocupado.

— Prof. Dumbledore, Potter teve um... bom, um pesadelo – começou McGonagall. – Ele diz que...

— Não foi um pesadelo – completou Harry depressa.

A professora olhou para Harry, franzindo ligeiramente a testa.

— Muito bem, então, Potter, conte ao Prof. Dumbledore.

— Eu... bom, eu estava dormindo... – disse Harry e, mesmo em seu desespero de fazer Dumbledore compreender, sentia-se levemente irritado que o diretor não olhasse para ele, mas examinasse os próprios dedos entrelaçados. – Mas não foi um sonho comum... foi real... eu vi acontecer... – Harry tomou fôlego. – O pai de Rony, o Sr. Weasley, foi atacado por uma cobra gigantesca.

As palavras pareceram ecoar depois que ele as pronunciou, soando ligeiramente ridículas, até cômicas. Fez-se uma pausa em que Dumbledore se recostou e contemplou o teto, meditativo. Rony olhava de Harry para Dumbledore, o rosto pálido e chocado. Eu sabia que aquilo era muito mais que um sonho e também sabia que isso significava mais do que o que realmente acontecera. Uma parte de mim podia sentir, era como se eu soubesse que o Sr. Weasley estava em perigo e que, se ninguém o ajudasse imediatamente, ele poderia morrer.

— Como foi que você viu isso? – perguntou Dumbledore calmamente, ainda sem olhar para

Harry.

— Bom... não sei – disse Harry, meio zangado e com um tom de ironia – Na minha cabeça, suponho...

— Você não me entendeu – disse Dumbledore, mantendo a voz calma. – Quero dizer... você se lembra... ah... em que posição você estava enquanto assistia a esse ataque? Você estava talvez parado ao lado da vítima, ou contemplava a cena do alto?

Eu entendi o que ele realmente já sabia, mas ainda sim queria a confirmação.

— Eu era a cobra. Vi tudo do ponto de vista da cobra.

Ninguém falou por um momento, então Dumbledore, agora olhando para Rony, que continuava cor de coalhada, perguntou em um novo tom mais enérgico:

— Arthur ficou gravemente ferido?

— Ficou – respondeu Harry enfaticamente

Então o diretor voltou seu olhar para mim, como se quisesse a confirmação do verdadeiro estado do Sr. Weasley. Apenas fiz que sim com a cabeça e voltei a me abraçar olhando para o ruivo que parecia estar mais preocupado do que nuca. O diretor se ergueu tão depressa e se dirigiu a um dos antigos retratos pendurados muito próximo do teto:

— Everardo? – chamou repentinamente em voz alta. – E você também Dilys!

Um bruxo de cara pálida, com uma franja preta curta, e uma bruxa idosa, com longos cachos prateados, no quadro ao lado, ambos parecendo profundamente adormecidos, abriram os olhos imediatamente.

— Vocês estavam escutando? – perguntou Dumbledore.

O bruxo assentiu e a bruxa respondeu:

— Naturalmente.

— O homem tem cabelos ruivos e usa óculos – disse Dumbledore. – Everardo, você precisa dar o alarme, providencie para que ele seja encontrado pelas pessoas certas...

Enquanto isso volitei a me sentar, nem ao menos tinha percebido que estava em pé, e logo em seguida Fawkes se aproximou e pôs a cabeça em meu colo, comecei a acaricia-la e ela pareceu adormecer. Enquanto isso Dumbledor falava com os meninos e a professora. Logo o diretor se aproximou e começou a acariciar com o dedo a cabeça da fênix, que acordou com o toque de seu dono, ela tirou a cabeça do meu colo e começou a olha-lo.

— Vamos precisar – disse ele à ave em voz baixa – de um aviso.

Uma labareda lampejou no ar e a fênix desapareceu.

Em seguida, Dumbledore se encaminhou para um dos frágeis instrumentos de prata, levou-o para a escrivaninha, sentou-se em frente e tocou o instrumento com a ponta da varinha.

O instrumento ganhou vida, imediatamente, produzindo tinidos rítmicos. Pequeninas baforadas de fumaça verde pálido saíram de um minúsculo tubo de prata em cima. Dumbledore mirou a fumaça com atenção, a testa profundamente vincada. Passados alguns segundos, a fumacinha se transformou em um jorro constante de fumaça que espiralou pelo ar... e surgiu na ponta uma cabeça de cobra, com a boca muito aberta.

— Naturalmente, naturalmente – murmurou Dumbledore, ainda observando a fumaça, sem manifestar o menor sinal de surpresa. – Mas dividida na essência?

A cobra de fumaça se dividiu instantaneamente em duas cobras, que se enroscaram e ondearam no aposento mal iluminado. Com uma expressão de penosa satisfação, Dumbledore deu mais um leve toque com a varinha no instrumento; o tinido foi se tornando mais lento até morrer, e as cobras de fumaça empalideceram, viraram uma névoa difusa e desapareceram.

Então, antes que qualquer um pudesse se pronunciar, ouvimos um grito vindo do alto da parede à direita; o bruxo chamado Everardo reaparecera em seu quadro, ligeiramente ofegante.

— Dumbledore!

— Quais são as notícias? – indagou o diretor imediatamente.

— Gritei até alguém aparecer – disse o bruxo, que enxugava a testa com a cortina ao fundo –, falei que tinha ouvido alguma coisa andando no andar de baixo; eles não sabiam se deviam acreditar em mim, mas desceram para verificar; você sabe, não há quadros lá embaixo de onde se possa espiar. Seja como for, eles o trouxeram para cima alguns minutos depois. Não parecia nada bem, estava coberto de sangue; corri para o retrato de Elfrida Cragg para poder ver melhor quando saíram.

— Bom – disse Dumbledore ao mesmo tempo que Rony fazia um movimento convulsivo. – Suponho que Dilys o tenha visto chegar, então...

E, momentos depois, a bruxa de cachos prateados reapareceu em seu quadro, também; tossindo, ela afundou na poltrona e disse:

— Eles o levaram para o St. Mungus, Dumbledore... passaram pelo meu retrato carregando-o... ele me pareceu mal...

— Obrigado. – Dumbledore olhou para a Professora McGonagall. – Minerva, preciso que você vá acordar os outros garotos Weasley.

— É claro...

A professora se levantou e se dirigiu apressada à porta. Levantei e fui na direção de Rony, me ajoelhei na sua frente e segurei suas mãos, tentando o acalmar.

— Vai ficar tudo bem – falo suavemente – Acharam ele, ele ficará bem

Ignorei todos a minha voltei e tentei acalmar o ruivo em minha frente, Harry logo se junto a nós, ainda prestando atenção no diretor, e tentei não olha-lo, Rony era a prioridade no momento.

— Sirius não sabe destruir o seu retrato – disse Dumbledore, me fazendo prestar atenção no que ele estava falando – Dê a ele o recado de que Arthur Weasley foi gravemente ferido e que a esposa dele, filhos, Harry Potter e Charlote Argent chegarão a sua casa daqui a pouco. Entendeu?

— Arthur Weasley, ferido, mulher, filhos, Harry Potter e Charlote Argent se hospedarão – recitou Fineus, entediado. – Sim, sim... muito bem.

— Eu? – pergunto surpresa – Por quê?

— Será melhor mantê-la longe de Dolores por um tempo – ele diz – E a senhorita já estava aqui

Ou seja... Terei que ficar de olho em Harry depois do que aconteceu e essa é a única desculpa que ele conseguiu pensar no momento e todos acreditarão porque a Sapa Rosa me odeia mais do que tudo. No mesmo instante a porta se abriu revelando Fred, Jorge e Gina vieram acompanhados por  McGonagall, os três parecendo amarfanhados e em estado de choque, ainda vestindo as roupas de dormir.

— Harry... que é que está acontecendo? – perguntou Gina, que parecia amedrontada. – A Professora McGonagall disse que você viu papai ser ferido...

— Seu pai foi ferido durante um serviço para a Ordem da Fênix – informou Dumbledore antes que Harry pudesse falar. – Foi levado para o Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos. Vou mandar vocês para a casa de Sirius, que é muito mais próxima do hospital do que A Toca. Vocês vão se encontrar com sua mãe lá.

— Como é que nós vamos? – perguntou Fred, abalado. – Pó de Flu?

— Não. No momento o Pó de Flu não é seguro, a rede está sendo vigiada. Vocês vão usar uma Chave de Portal. – Dumbledore indicou a velha chaleira que descansava inocentemente sobre a escrivaninha. – Estamos apenas aguardando as informações de Fineus Nigellus... quero ter certeza de que não há perigo para despachar vocês...

Apareceu uma labareda bem no meio do aposento, depois uma única pena dourada que flutuou suavemente até o chão.

— É o aviso de Fawkes – disse Dumbledore, recolhendo a pena quando caiu. – A Professora Umbridge já deve saber que vocês estão fora de suas camas... Minerva, vá distraí-la, conte-lhe qualquer história...

A Professora McGonagall saiu imediatamente para cumprir a ordem do diretor.

— Ele diz que ficará encantado – disse uma voz cheia de tédio atrás de Dumbledore;Fineus reaparecera diante de sua bandeira da Sonserina. – Meu trineto sempre teve um gosto esquisito em termos de hóspedes.

— Venham aqui, então – falou Dumbledore – E depressa, antes que mais alguém apareça.

Nos agrupamos em torno da escrivaninha.

— Vocês já usaram uma Chave de Portal antes? – perguntou ele, todos assentiram com a cabeça, e cada um foi esticando a mão para tocar em alguma parte da chaleira – Ótimo. Quando eu contar três, então... um... dois... três

Senti um forte puxão atrás do umbigo, o chão sumiu sob meus pés, minha mão colada à chaleira; colidimos uns com os outros enquanto avançavamos velozmente em uma voragem de cores e uma lufada de vento, a chaleira nos puxando para diante... até que meus pés bateram no chão com tanta força que meus joelhos dobraram, a chaleira caiu no chão com estrépito, e em algum lugar ali perto alguém falou:

— De volta, os pirralhos do traidor do sangue. É verdade que o pai deles está morrendo?

— FORA! – vociferou uma segunda voz.

Levantei-me com cuidado olhando o ambiente a minha volta, tínhamos chegado a sombria cozinha do porão do Largo Grimmauld, doze. As únicas fontes de luz eram o fogão e uma vela derretida, que iluminavam os restos de um jantar solitário. Monstro ia desaparecendo pela porta do corredor, lançando-lhes olhares malévolos ao mesmo tempo que repuxava a tanga; Sirius veio correndo ao seu encontro, parecendo ansioso. Estava barbado e com as roupas que usara durante o dia; havia nele também um ligeiro bafo de bebida que lembrava Mundungo.

— Que é que está acontecendo? – perguntou, estendendo a mão para ajudar Gina a se levantar. – Fineus Nigellus falou que Arthur está gravemente ferido...

— Pergunte ao Harry – respondeu Fred.

— É, quero ouvir isso com os meus próprios ouvidos – disse Jorge.

Os gêmeos e Gina olhavam fixamente para o amigo. Os passos de Monstro haviam parado na escada.

— Eu vou deixar vocês conversarem – falei, meio desconfortável com o rumo da conversa – Sirius, onde fica o meu quarto?

— Monstro vai levá-la – ele fala – É o antigo quarto do favorito dele – pude notar um pouco de tristeza em sua voz

— Certo, obrigada

Sigo até as escadas e encontro Monstro esperando, dou um sorriso e o sigo. Paramos em frente a um quarto com as iniciais R.A.B na porta, respiro fundo e entro. O quarto está todo desarrumado e empoeirado, mas ainda era lindo. As paredes verde e prata, a cama de casal preta no centro, combinando com todos os moveis pretos. Por mais desarrumado que o quarto esteja ainda é o quarto do meu pai e saber que ele viveu nele me deixa feliz. Eu não muito sobre ele e nem as coisas horríveis que ele fez, e eu não ligo para isso porque no final ele se sacrificou por mim e isso já é o suficiente.

Com um aceno da varinha o quarto fica novo em folha em questões de segundos, era como se nunca tivesse sido abandonado. Ando até a cama e sento. Do nada começo a chorar, é como se ele estivesse ali comigo e saber que nunca tive a chance de conhecê-lo me mata por dentro. Batidas na porta interrompe meus pensamentos. Sirius entra e senta-se ao meu lado.

— Seu pai e eu não nos dávamos tão bem – ele fala – Sempre brigando, sempre criticando as escolhas que o outro fazia, mas eu podia ver que mesmo não nos dando bem ele se continuava leal ao irmão que o abandonou – fala com tristeza – Se eu não tivesse ido embora talvez o seu pai não tivesse que ir para o caminho errado, talvez ele ainda estivesse aqui, vendo-a crescer

— Ou talvez as coisas estivessem piores – falo – Nunca saberemos – falo tentando conter o choro – Saber que éramos amados por ele já basta

— Pena que não pude dizer que o amava – fala melancólico – Mas está na hora do café e me recuso deixa-la aqui sem comer nada

— Certo – falo rindo e o seguindo escada a baixo

Quando chegamos na cozinha Sirius foi direto para o fogão e Harry foi ajudá-lo, enquanto isso eu me sentei ao lado de Rony e fiquei esperando o café. Os Weasley estavam conversando com a mãe, que assim que notou a minha presença se levantou para me abraçar e então foi ajuda Harry a pôr a mesa. Me levantei e fui fazer um chá, seria bom para ajudar os outros as dormir, em cada xicara pus duas gotas de poção calmante.

***                  

Todos passaram a manhã inteira dormindo, mas eu não conseguia nem tirar um cochilo. Toda vez que fechava os olhos via Harry e Cho aos beijos e me sentia estupida por sentir algo por ele. Ele tinha me dito que não sentia mais nada por ela, que gostava de mim, e mesmo assim a beijou na primeira oportunidade. Mas vai ver o que eu sinto nem é amor, talvez seja só uma queda boba, um deslize meu e está doendo porque ele mentiu pra mim e eu odeio mentiras. Provavelmente é isso o que está acontecendo comigo.

O que há de errado comigo? Como posso estar tão cega? Não posso mentir para mim mesma. Talvez eu realmente o ame e por isso dói, eu não posso me enganar dizendo que não é nada de mais, porque é. Mas eu tenho uma missão e eu preciso cumpri-la.

Então alguém bate na porta e logo em seguida Tonks entra com o meu malão.

— Achei que iria querer se trocar – ela fala sorrindo

— Obrigada – falo sorrindo enquanto ela põe o malão no chão e senta na cama

— Como se sente? – ela pergunta preocupada

— Estou bem – falo – Um pouco cansada e meio emotiva por estar nesse quarto, mas estou bem

— Certo, vou deixar você se trocar, qualquer coisa estarei lá em baixo – fala dando um beijo em minha testa e saindo.

Quando finalmente desci os outros já tinham saído, foram visitar Arthur Weasley. Marlene não estava na casa, o que estranhei, e os outros membros foram acompanhar Harry e os outro, restando apenas Sirius e eu. O mesmo estava sentado no sofá lendo um livro trouxa, Hamlet.

— Espero que o livro esteja bom – falo chamando sua atenção

— Nunca fui muito fã da literatura trouxa – ele confessa – Mas Lily me deu esse livro no sexto ano e acabei me apegando, é como se ela estivesse ao meu lado toda vez que pego o livro

— Você os amava muito, não é? – falo me referindo aos Potter

— Eram a família que sempre quis ter

— Você sabia, não era? Que Lily estava... – me vejo incapaz de terminar a frase

— Ela tinha descoberto um dia antes – ele fala – Os dois estavam muito felizes, nenhum de nós esperávamos por aquela traição

— Sinto muito, não queria fazer você lembrar disso – falo me sentindo culpada ao vê-lo triste

— Só peço que não conte para ninguém, quero que seja o nosso último segredo – ele fala dando um sorriso triste

— Okay – falo abrindo meu livro de poções

Então passamos o dia assim, lendo e conversando. Nunca falando sobre o passado e nunca tentando adivinhar o futuro. Eu falava sobre meus anos em Beauxbatons e como estava sendo esse ano. Mesmo tendo o conhecido esse ano eu já o vejo como parte da minha família, afinal de contas ele é o meu tio. Eu já o amava antes mesmo de conhece-lo.


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Notas finais do capítulo

Feliz Ano-Novo para todos!!!