La Petite Princesse Argent escrita por shadowhunter


Capítulo 11
Partindo um coração


Notas iniciais do capítulo

Oie gente! Mil perdões pela demora, eu acabei ficando de recuperação e por isso não consegui postar tão cedo. Mas aqui está o meu presente de Natal para vocês, aproveitem!



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Era domingo de manhã domingo de manhã quando um elfo apareceu no dormitório, as meninas estavam dormindo e Hermione já tinha saído, com uma mensagem de Snape para mim. O pequeno elfo me entregou o bilhete e saiu, no bilhete dizia:

"Charlote,

Preciso vê-la imediatamente, me encontre em minha sala de poções imediatamente.

Com carinho,

Seu Padrinho. ”

 

Assim que li o bilhete sai correndo para a sala de poções ignorando os gritos de Harry e Rony que gritavam por mim. Nesse momento o meu padrinho é mais importante, ele precisava saber sobre o meu sonho. Chego na sala e bato duas vezes na porta, para anunciar a minha presença, ouço um “entre” e abro a porta. Ele está sentando em sua mesa, lendo alguns pergaminhos, quando me vê levanta os olhos e pede que eu me aproxime. Ele não dá nenhum sorriso, ele quase nunca sorri para mim.

— Bom dia – falo ficando de frente para ele

— Soube que foi na reunião da Ordem – ele fala voltando a olhar para o seu pergaminho

— Sim, Dumbledore queria que eu contasse sobre a minha missão – falo simplesmente – Marlene estava lá, ela está realmente viva

— Mckinnon conseguiu escapar do ataque de Bellatrix e se escondeu, quando a menina Black nasceu ela fingiu sua morte para protegê-la – ele conta – Agora ela está de volta para lutar mais uma vez

— Ela parece não confiar muito em mim

— Ela nunca confiou no seu pai, por que confiaria em você? – ele pergunta

— Dumbledore confia – digo – Isso não basta?

— Ele também confia em mim e todos naquele lugar não confiam – ele fala ríspido – A palavra de Dumbledore não é o suficiente – ele fala – Agora saia – diz rispidamente apontando para a porta

— Mas... – eu tento

— Saia! – ele quase grita

Abaixo a cabeça e saio da sala, argumentar não adiantaria. Será melhor guardar esse segredo sobre Lily, as vezes contar só pioraria tudo.

***   

O reaparecimento de Hagrid à mesa dos professores na manhã do dia seguinte não foi recebido com entusiasmo por todos os alunos. Alguns, como Fred, Jorge e Lino, gritaram de alegria e saíram correndo pelo corredor entre as mesas da Grifinória e Lufa-Lufa para apertar sua mão enorme; outros, como Parvati e Lilá, trocaram olhares sombrios e balançaram a cabeça. Eu sabia que muitos preferiam as aulas da Profa Grubbly-Plank, e o pior é que uma pequena parte minha, imparcial, sabia que eles tinham boas razões: para Grubbly-Plank uma aula interessante era aquela em que ninguém corria o risco de ter a cabeça arrancada.

Foi com um certo receio que me encaminhei para a aula de Hagrid naquela terça-feira. Minha maior preocupação não era apenas o que iriamos aprender, mas sim se Umbridge decidisse assistir aquela aula. Ela ainda não é a diretora, mas tem poderes suficientes para fazer algo contra Hagrid. No entanto, a Alta Inquisidora não estava visível enquanto vencia com dificuldade a neve em direção a Hagrid, que nos esperava na orla da Floresta.

— Vamos trabalhar aqui hoje! – anunciou alegremente aos estudantes que se aproximavam, indicando com a cabeça as árvores escuras às suas costas. – Um pouco mais protegidos! De qualquer maneira, eles preferem o escuro.

Essa frase me deixou um pouco preocupada, nada de bom poderia ser relacionada com essa frase.

— Prontos? – perguntou Hagrid animado, olhando para os alunos. – Bom, então, estive guardando uma viagem à Floresta para o seu quinto ano. Pensei em irmos ver os bichos em seu hábitat natural. Agora, o que vamos estudar hoje é bem raro. Calculo que eu seja a única pessoa na Grã-Bretanha que conseguiu domesticá-los.

— Você tem mesmo certeza de que eles estão domesticados? – disse Malfoy, o pânico em sua voz era ainda mais pronunciado. – Não seria a primeira vez que você traz bichos selvagens para a aula, não é?

Os alunos da Sonserina murmuravam concordando, e alguns da Grifinória também pareciam achar que Malfoy tinha uma certa razão.

— Claro que estão domesticados – garantiu Hagrid, fechando a cara e erguendo um pouco a vaca morta para ajeitá-la no ombro.

— Então, que foi que aconteceu com o seu rosto? – quis saber Malfoy.

— Cuide da sua vida! – disse Hagrid, zangado. – Agora, se acabaram de fazer perguntas bobas, me sigam!

Ele se virou e entrou na Floresta Proibida. Ninguém parecia muito disposto a segui-lo. Olhei para Kat, Sebastian e Henry que pareciam com receio de seguir o professor, eles me olharam e falei:

— Não é como se tivéssemos outra escolha – falo dando de ombros e seguindo os demais alunos, o três me acompanhando logo em seguida.

Caminhamos uns dez minutos até chegar a um ponto em que as árvores cresciam tão juntas que era sombrio como ao anoitecer, e não havia neve no chão. Com um gemido, Hagrid depositou a metade da vaca no chão, recuou e se virou para olhar os alunos, a maioria dos quais se esgueirava de árvore em árvore em sua direção, espiando para os lados nervosamente como se esperassem ser atacados a qualquer momento.

— Cheguem mais, cheguem mais – encorajou-os Hagrid. – Agora eles vão ser atraídos pelo cheiro da carne, mas de qualquer maneira vou chamá-los, porque vão gostar de saber que sou eu.

Ele se virou, sacudiu a cabeça desgrenhada para tirar os cabelos do rosto e soltou um grito estranho e agudo que ecoou por entre as árvores escuras como o chamado de uma ave monstruosa. Ninguém riu: a maioria estava apavorada demais para emitir qualquer som.

Hagrid deu novo grito agudo. Passou-se um minuto em que a turma continuou a espiar nervosamente sobre os ombros e por trás das árvores para avistar o que quer que estivesse a caminho. Então, quando Hagrid jogou os cabelos para trás mais uma vez e encheu o enorme peito, Harry cutucou Rony e apontou para o espaço vazio entre dois teixos nodosos.

Dois olhos vidrados, brancos, brilhantes, foram crescendo na penumbra, depois surgiram a cara draconina, o pescoço e, em seguida, o corpo esquelético de um enorme cavalo alado negro emergiu da escuridão. O animal correu os olhos pela turma por alguns segundos, balançando a longa cauda negra, então começou a arrancar pedaços da vaca morta com seus caninos pontiagudos.

Eram testrálios, eu conheço muito bem esse animal. Mas é claro que Hagrid daria uma aula sobre eles, por que não pensei nisso antes? Poderia ter evitado essa aula. Não que eu não goste dos testrálios, eu só odeio ser uma das poucas pessoas que pode vê-los, odeio os olhares de pena que me mandam quando descobrem que posso vê-los.

— Por que é que Hagrid não chama outra vez? – perguntou Rony

Olhei para Harry que parecia aliviado por saber que não estava ficando maluco, ele também os via. A maioria dos outros alunos expressava no rosto uma ansiedade confusa e nervosa, como a de Rony, e continuava a olhar para todos os lados, exceto para o cavalo, a pouco mais de um metro deles. Havia apenas mais duas pessoas que pareciam capazes de vê-los: um garoto magricela da Sonserina, parado logo atrás de Goyle, que observava o cavalo comer com uma cara de intenso nojo; e Neville, cujo olhar acompanhava o balanço da longa cauda negra.

— Ah, e aí vem mais um! – anunciou Hagrid orgulhoso, quando viu aparecer do meio das árvores escuras um segundo cavalo, que fechou as asas contra o corpo e mergulhou a cabeça para devorar a carne. – Agora... levantem as mãos... quem consegue vê-los?

Ainda com receio, levantei a mão, assustando meus amigos. Eu sei que eles não entendiam o que estava acontecendo, sei que ninguém nunca entende e sei que assim que descobrirem o que são essas criaturas irão me olhar com pena. Então apenas me abraço e vou para o lado de Harry, que parecia bem contente em ver aquelas criaturas. Hagrid nos olhou e acenou.

— Sim... sim, eu sabia que vocês seriam capazes de vê-los – disse sério. – E você também, Neville, eh? E...

— Com licença – perguntou Malfoy com a voz desdenhosa –, mas que é exatamente que eu devia estar vendo?

Em resposta, Hagrid apontou para a carcaça da vaca no chão. A turma inteira contemplou-a com espanto por alguns segundos, então várias pessoas exclamaram, e Parvati soltou um grito agudo. Eu até entendo o porquê: os pedaços de carne se soltando dos ossos e desaparecendo no ar deviam parecer realmente estranhos.

— Que é que está fazendo isso? – perguntou Parvati, aterrorizada, recuando para trás da árvore mais próxima. – Que é que está comendo a vaca?

— Testrálios – disse Hagrid, orgulhoso, e Hermione soltou em voz baixa um “Ah!” de compreensão. – Hogwarts tem um rebanho deles aqui na Floresta. Agora, quem sabe...?

— Mas eles realmente trazem má sorte! – interrompeu Parvati, parecendo assustada, fazendo com que eu queria pular em cima dela. – Dizem que dão todo o tipo de azar às pessoas que os veem. A Profa Trelawney me contou uma vez...

— Não, não, não – contestou Hagrid rindo –, isso é pura superstição, isto é, eles são muito inteligentes e úteis! É claro que esses daqui não trabalham muito, só puxam as carruagens da escola, a não ser que Dumbledore vá fazer uma viagem longa e não queira aparatar... e aí vêm mais dois, olhem...

Mais dois cavalos saíram silenciosamente de trás das árvores, um deles passou muito perto de Parvati, que estremeceu e se encostou mais perto da árvore, dizendo:

— Senti alguma coisa, acho que está perto de mim!

— Não se preocupe, ele não vai machucar você – disse Hagrid paciente. – Certo, agora, quem é capaz de me dizer por que alguns de vocês veem os Testrálios e outros não?

Ergui a mão juntamente com Hermione.

— Diga, então – me pediu Hagrid, me mandando um sorriso triste.

— Só podem ver os Testrálios – respondi me abraçando ainda mais, prevendo os olhares de pena – as pessoas que já viram a morte.

— Exatamente – disse Hagrid, muito solene –, dez pontos para a Grifinória. Agora, os Testrálios...

Hem, hem.

Umbridge chegara. Estava a alguns passos de Harry, usando novamente a capa e o chapéu verdes, a prancheta à mão. Hagrid, que nunca ouvira o pigarro fingido da Umbridge, olhou com certa preocupação para o Testrálio mais próximo, evidentemente pensando que ele produzira o som.

Hem, hem.

— Ah, olá! – disse Hagrid sorrindo, ao localizar a origem do ruído.

— Você recebeu o bilhete que mandei à sua cabana hoje pela manhã? – perguntou Umbridge, no mesmo tom alto e pausado que usara com ele anteriormente, como se estivesse se dirigindo a alguém ao mesmo tempo estrangeiro e retardado. – Avisando que eu viria inspecionar sua aula?

— Ah, sim – respondeu Hagrid, animado. – Fico satisfeito que tenha encontrado o local sem dificuldade! Bom, como pode ver ou, não sei, será que a senhora pode? Hoje estamos estudando Testrálios...

— Desculpe? – disse a Profa Umbridge em voz alta, levando a mão em concha à orelha e franzindo a testa: – Que foi que você disse?

Hagrid pareceu um pouco confuso.

— Ah... Testrálios! — disse, elevando a voz. – Cavalos alados... hum... grandes, sabe!

Ele agitou os braços gigantescos, esperançoso. Umbridge ergueu as sobrancelhas para ele e resmungou alguma coisa enquanto anotava na prancheta: Tem... de... recorrer... a... grosseira... gesticulação.

Tudo o que eu queria era pular em cima daquela sapa rosa. Quem ela pensa que é? Quem o ministério pensa que é para interferir nesta aula? Não consigo evitar um resmungo alto e acabo chamando a atenção dela.

— Algum problema, querida? – ela pergunta cinicamente

— Todos – falo dando um suspiro cansado

— Não entendi o que disse – ela fala dando aquele sorriso falso

— Nós duas sabemos o que vai acontecer – eu falo – E também sabemos como vai terminar – falo tentando me acalmar – Por que não me expulsa logo dessa aula e assim evitamos uma briga desnecessária e damos mais tempo a ótima aula que Hagrid preparou para turma?

— Não gostaria nem de nos dizer quem foi que você viu morrer?

— Bom... Queria que fosse você a pessoa que vi morrer – falo cansada – Mas infelizmente não foi e isso não é da sua conta ou desse bando de abutres fofoqueiros – falo a deixando rosa – Sinto muito Hagrid – falo saindo da aula e indo para qualquer outro lugar.

Dezembro chegou, trazendo mais neve e uma decidida avalanche de deveres de casa para os quintanistas. As tarefas de monitor de Rony e Hermione também se tornaram mais pesadas com a aproximação do Natal. Eles foram chamados para supervisar a decoração do castelo (“Tenta pendurar festões com o Pirraça segurando a outra ponta e tentando estrangular você com ela”, disse Rony), tomar conta dos alunos de primeiro e segundo anos que passam os intervalos das aulas dentro do castelo por causa do frio cortante (“E eles são uns melequentos atrevidos, sabe, decididamente não éramos mal-educados assim quando frequentávamos o primeiro ano”, comentou Rony), e patrulhar os corredores dividindo turnos com Argo Filch, que suspeitava que o espírito natalino pudesse se manifestar numa eclosão de duelos de bruxos (“Ele tem bosta nos miolos”, disse Rony, furioso). Enfim, andavam tão ocupados que

Hermione precisou parar de tricotar gorros para elfos e ficou preocupada que só lhe sobrassem três.

— Todos esses elfos, coitados, que eu não pude liberar ainda, terei de passar o Natal aqui porque não há gorros suficientes!

Não tivemos coragem de contar a ela que Dobby estava levando tudo, ela estava tão animada com a ideia de estar ajudando os pobres elfos que me sentiria mal em estragar isso, ela pode descobrir sozinha. Esse ano seria o meu primeiro natal longe das minhas amigas e estava tudo sendo estranho para mim. Uma hora dessas estaríamos todas animadas pensando no que vestir no baile anual de natal dos Delacour e nos presentes que ganharíamos. Sinto falta disso, passarei todos o natal na sede na Ordem, Andy gostaria que Sirius tivesse a companhia de uma Black (“Ele se sentirá mais em casa com você por perto”, foi o que ela disse para tentar me convencer). Hermione passaria o Natal com os pais, Harry e Rony passariam na Toca e eu estarei com Almofadinhas e Aluado. Tudo parecia estar certo.

Quando cheguei na Sala Precisa para a última reunião antes das festas, fui a primeira a chegar, tudo estava maravilhoso. Quando os archotes se acenderam vi que Dobby se encarregara de decorar a sala para o Natal. Sabia que fora o elfo, porque ninguém mais penduraria cem bolas douradas no teto, todas com o rosto de Harry Potter e a legenda “HARRY CHRISTMAS!”. Era assustadoramente adorável.

— Uau – disse Harry quando entrou na sala

— Adorável, não acha? – perguntei o abraçando e dando selinho

Harry e eu ainda não tínhamos decidido o que fazer com a nossa relação. Desde aquele dia do jogo andamos evitando essa conversa, trocamos uns beijos a escondida e as vezes ficamos juntos na Sala Precisa, mas não definimos nada ainda. Eu não sei se quero definir algo, gosto do jeito que as coisas estão.

— Assustador – ele comenta rindo e abaixando as bolas

Harry tinha acabado de baixar a última delas quando a porta se entreabriu e Luna Lovegood entrou, com a cara de sonhadora de sempre.

— Olá – disse distante, olhando para o que restara das decorações. – Estão bonitas, foi você quem as pendurou?

— Não, foi Dobby o elfo doméstico.

— Visgo – disse ela sonhadoramente, apontando para um cacho de frutinhos brancos pendurados quase em cima da cabeça de Harry. Ele saltou para longe dos frutos me fazendo rir. – Bem pensado – disse Luna, muito séria. – Muitas vezes está infestado de Narguilés.

Fomos salvos da necessidade de perguntar o que eram Narguilés pela chegada de Angelina, Cátia e Alícia. As três estavam sem fôlego e pareciam sentir muito frio.

— Bom – disse Angelina maquinalmente, tirando a capa e atirando-a a um canto –, finalmente conseguimos substituir você.

— Me substituir? – perguntou Harry sem entender.

— Você, Fred e Jorge – disse ela, impaciente. – Temos um novo apanhador.

— Quem? – perguntou Harry depressa.

— Gina Weasley – informou Cátia.

Harry boquiabriu-se.

— É, eu sei – disse Angelina, puxando a varinha e flexionando o braço –, mas ela é realmente boa. Não se compara a você, é claro – acrescentou amarrando a cara –, mas como não podemos ter você...

— E os batedores? – perguntei tentando desviar a atenção do desconforto de Harry

— André Kirke – respondeu Alícia, sem entusiasmo – e Juca Sloper. Nenhum dos dois é genial, mas comparados aos outros que apareceram...

A chegada de Rony, Hermione e Neville encerrou essa conversa deprimente, e cinco minutos depois a sala estava bastante cheia. Me posicionei ao lado da porta, onde poderia observar a todos, e esperei Harry dar início a aula.

— O.k. – disse ele, chamando todos à ordem. – Achei que hoje deveríamos repassar o que já fizemos até agora, porque é a última reunião antes das férias e não tem sentido começar nada novo antes de uma pausa de três semanas...

— Não vamos fazer nada novo?! – exclamou Zacarias, resmungando, insatisfeito, suficientemente alto para ser ouvido por toda a sala. – Se eu soubesse nem teria vindo.

— Então todos lamentamos muito que Harry não tenha lhe avisado – retrucou Fred em voz alta.

Várias pessoas abafaram risinhos. Já outros, como Stiles e Malia, fizeram questão de rir bem alto, causando um desconforto em Zacarias. Algo dentro de mim só queria que essa aula acabasse logo, é como se eu soubesse que algo terrível iria acontecer assim que a aula acabasse, e eu geralmente estou certa... Mas por que meu coração dói? Passei tanto tempo com esses pensamentos que quando eu vi a aula já estava quase acabando. E saber disso me deixava mais nervosa. O que há de errado comigo?

— Vocês estão ficando ótimos – disse sorrindo. – Quando voltarmos das férias, poderemos começar com os feitiços mais importantes, talvez até com o Patrono.

Ouviram-se murmúrios de excitação. A sala começou a se esvaziar, como sempre aos pares e trios; a maioria desejou a Harry um “Feliz Natal” ao sair. Não pensei duas vezes antes de sair porta a fora, sem olhar para ninguém e ignorando a todos. Subi para o dormitório e fiquei esperando aquela dor passar, mas então eu percebi que havia esquecido meu cachecol. Droga, era o meu cachecol preferido, não posso deixa-lo lá.

Então desço correndo em direção a Sala Precisa, ignorando mais uma vez as pessoas que me chamavam. Quando chego na sala vejo algo inesperado. Agora eu entendo o nervosismo e ansiedade, eu não devia ter vindo, eu deveria ter deixado a droga desse cachecol de lado. Porque pelo menos eu não veria Harry e Cho aos beijos.

***

Eu não sei o que foi que me denunciou. Se foi um grito ou algo que caiu. Mas eles se separaram assustados e então olharam para mim. Eu estava paralisada, não sabia o que dizer ou o que fazer, não sabia como agir. Só sei que dói, dói como se tivesse acabado de ser esfaqueada.

— Eu... Eu... – tento falar – Eu sinto muito, acabei esquecendo o meu cachecol e voltei para busca-lo – explico olhando para o chão – Não vou mais atrapalhar, Feliz Natal – falo saindo da sala correndo

Chego no salão comunal correndo e segurando o choro, ignorando Rony e Hermione que insistiam em me chamar. Entro no dormitório e me tranco no banheiro começando a chorar. Isso tinha sido de mais até para mim.

Pov Autora

Harry voltou à sala comunal meia hora depois, e encontrou Hermione e Rony ocupando as melhores poltronas diante da lareira; quase todos os colegas já tinham ido dormir. Hermione estava escrevendo uma longa carta. Já enchera metade de um pergaminho, que caía pela borda da mesa. Rony estava deitado no tapete da lareira, tentando terminar um dever de Transfiguração.

— Por que demorou? – perguntou o amigo, quando Harry afundou na cadeira ao lado de Hermione.

Harry não respondeu. Estava em estado de choque. Metade dele queria contar a Rony e Hermione o que acontecera, mas a outra metade queria levar o segredo para o túmulo.

— Você está se sentindo bem, Harry? – perguntou Hermione examinando-o por cima da ponta da pena.

Harry encolheu os ombros indiferente. Na verdade, ele não sabia se estava ou não se sentindo bem.

— Que foi? – perguntou Rony se erguendo nos cotovelos para olhar melhor o amigo. – Que aconteceu?

— Isso tem algo haver com a Lotte? – perguntou sabiamente Hermione – Ela acabou de passar correndo, parecia até que ia chorar – a amiga falou preocupada

Harry não sabia muito bem como começar a contar, e continuava a não saber se queria contar. Quando acabara de decidir que não ia dizer nada, Hermione decidiu por ele.

— Foi a Cho? – perguntou muito objetivamente, lembrando da amiga que acabará de passar correndo. – Ela encostou você na parede depois da reunião?

Abobalhado, Harry confirmou com a cabeça. Rony deu risadinhas, só parando quando seu olhar encontrou o de Hermione.

— Então... ah... que é que ela queria? – perguntou ele fingindo displicência.

— Ela... – começou Harry, meio rouco; pigarreou e tentou novamente. – Ela... ah...

— Vocês se beijaram? – perguntou Hermione sem rodeios.

Rony se sentou tão depressa que arremessou o tinteiro pelo tapete. Inteiramente alheio ao que fizera, olhou para Harry com grande interesse.

— Então? – quis saber.

Harry olhou de Rony, cujo rosto expressava um misto de curiosidade e hilaridade, para a testa levemente enrugada de Hermione (que agora entendia o estado da amiga), e confirmou com a cabeça.

— HA!

Rony fez um gesto de vitória com o punho e desatou a rir tão estridentemente que sobressaltou vários segundanistas tímidos sentados junto à janela. Um sorriso relutante se espalhou pelo rosto de Harry ao ver Rony rolar pelo tapete. Hermione lançou a Rony um olhar de profundo desgosto, e voltou a sua carta.

— Ela viu, não foi? – perguntou a garota – Charlote viu o beijo, não foi Harry?

— E aí? – perguntou Rony logo em seguida, encarando Harry. – Como foi?

Harry refletiu por um momento.

— Sim, ela viu – respondeu – Ela saiu correndo antes que eu pudesse falar alguma coisa – falou confuso

— E qual o problema dela ter visto? – perguntou o ruivo

— Eles estavam saindo – explicou a garota impacientemente

— Não estávamos – falou o moreno – Só rolaram alguns beijos

— Você também disse que gostava dela – lembrou-lhe a garota – E ela realmente gosta de você

— Acredite, eu não esperava por aquele beijo, ele apenas aconteceu

Então Rony começou a fazer perguntas sobre o beijo e o assunto acabou ficando por ali.

Pov Lotte

Acordei no meio da noite assustada. As meninas estavam dormindo, me levantei e peguei meu robe, já sabia para onde ir. Quando cheguei em sua sala Dumbledore já estava à espera. Ele parecia saber exatamente o que me incomoda, mas mesmo assim me deixou falar.

— Você estava certo – falo me sentando na cadeira em frente a sua mesa – Eu não deveria ter me envolvido tanto, fez com que eu ficasse distraída e...

— Partiu o seu coração? – ele pergunta

— Completamente – falo começando a chorar – Eu deveria ter mantido distancia como disse que o faria

— Disse a mesma coisa no ano passado – ele me lembrou – E acabou se envolvendo com ele, por que dessa vez seria diferente?

— Porque dessa vez eu sou obrigada a vê-lo todos os dias – falo tentando me conter – E mantes distância seria o mais sensato a se fazer

— E por que não fez?

— Porque não consegui resistir a ideia de tê-lo ao meu lado – falo pegando o lencinho que ele me estendia – Seria melhor não amar, assim eu não sofreria tanto.

— Nunca diga isso – fala me repreendendo – O amor é a nossa maior força, sem ele não somos nada

— Eu só quero fazer essa dor passar – falo cansada

— Amortecer a dor por algum tempo apenas a tornará pior quando você finalmente a sentir. – fala sabiamente

Então antes eu fale qualquer outra coisa, alguém bate na porta. Então Minerva entra na sala com Harry e Rony ao seu lado, ambos me olham confusos, dou de ombros e volto meu olhar a professora que parece muito preocupada. E então eu percebo, alguém pode morrer está noite.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Mais uma vez deculpa pela demora.
Um Feliz Natal a todos
Bjss



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