Quero você escrita por Miss Luh


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oioioi genteeee!! Bem, faz um tempinho que não posto, mas com as férias chegando, os capítulos tão voltando! Gente, esse capítulo eu decidi explicar mais um pouco da vida atual da Lou e eu espero que vocês gostem! Por favor, comentem!!! Comentário é tudo na vida de uma autora e eu realmente gostaria de saber sugestões e opiniões de vcs leitores! Os capítulos vão vir mais rápido a partir de agora, prometo! E é isso gente, espero que aproveitem, que logo vem outro por aí.



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Capítulo 6

— Tia Lou! – gritou Thomas, correndo na minha direção, esboçando seu leve e divertido sorriso  de criança, com os cabelos claros e louros balançando no ar.

— Oh Meu Deus! Como está meu sobrinho preferido? – abracei seu corpo magricelo e olhei seus olhos azuis, admirada em ver como o bebezinho que eu tinha cuidado quando era jovem já estava naquela altura. – Olhe como você está alto! Parece que Londres tem feito bem a você.

Ele balançou a cabeça negativamente. – Odeio lá. Só chove e chove de novo. Não tenho nenhum amigo lá. Mamãe nunca está em casa.

Suspirei, sem saber o que dizer a Tom. Era previsível que Katrina não tivesse tanto tempo como antes para Thomas por causa da universidade e até mesmo eu sentia falta das nossas conversas. No entanto, a mera menção de Londres pareceu afetar tanto Thomas que sua euforia tinha desaparecido de repente. Além disso, o fato dela aparecer em casa em pleno semestre de aulas com aquela quantidade de malas tiradas do táxi e com aquele olhar enfurecido lançado para Tom me fez perguntar o que estava acontecendo.

— Thomas! Não me deixe aqui sozinha! – gritou ela, levando as malas na nossa direção.

O menininho de quase 7 anos fez uma careta. – Vó! – ele chamou, entrando na casa rapidamente.

— Esse menino! – ela arfou, olhando com raiva para Tom. – Será que nem para me ajudar a levar as malas, ele pode? – perguntou a si mesma.

Dei uma risada ao ver a raiva estampada no seu rosto. – Parece que ser mãe vem se tornado complicado nos últimos tempos, hein Treen?

Ela bufou e olhou para mim, enquanto carregava as malas mais pesadas para dentro. – Quando você se casar com Sam, e ter seus lindos filhinhos, vai saber disso.

Franzi a cara e balancei a cabeça, achando graça de como minha família tinha se tornado um fã-clube de Sam Fieldings tão rapidamente. Principalmente nas últimas semanas, parecia que o esse fã-clube tinha se tornado uma verdadeira torcida de time de futebol. Até mesmo vovô balbuciava algumas palavras quando Sam estava por perto. Quanto a mim, eu não sabia como lidar com tanto favoritismo. Mas Sam aparentemente adorava.

— Por falar nele, onde está? Quase sempre o vejo por aqui. – perguntou ela.

— Hoje é dia de plantão no hospital. Ele vai ter de trabalhar até mais tarde hoje.

— Katrina! – minha mãe sorriu ao abraça-la. – Como vem sem nos avisar, minha querida? Aconteceu alguma coisa em Londres?

Observei o olhar de Treen repousar de mim para minha mãe. Eu sabia que ela estava escondendo alguma coisa só pelo seu olhar e seu meio sorriso estampado na cara, evidenciando que por trás daquela expressão “normal” tinha acontecido alguma coisa. Ela olhou demoradamente para mim, e eu rapidamente entendi. Mais tarde conversaríamos.

— Papai está,mãe? – perguntou ela, mudando de assunto.

Minha mãe olhou-a desconfiada, mas balançou a cabeça.

— Teve de cumprir horas extras hoje. Os Traynor demitiram bastantes funcionários nos últimos meses. – ela pigarreou com a mera menção do nome dos Traynor, mas não olhou para mim, talvez por ainda pensar que eu me sentia desconfortável com o assunto. Eu já havia dito para ela parar de agir dessa forma ao falar dos Traynor, mas depois de limpar meu quarto e encontrar alguns porta-retratos que eu havia furtado da casa, ela vinha sendo incrivelmente sensível comigo. Eu realmente agradecia por ela ser tão compreensiva e mais contida do que meu pai em relação ao meu novo relacionamento, mas quando eu afirmava a mim mesma que já havia superado tudo e estava feliz, eu sabia que os Traynor estariam presentes não só por meu pai trabalhar no castelo como também por minha vida ter sido marcada por Will Traynor profundamente, de maneira que esquecê-lo totalmente seria impossível.

— Só espero que o papai não seja atingido por essa crise. – ela murmurou. – De qualquer forma, essa cidade vive do turismo do castelo, assim que é impossível chegar a fechar. – Katrina ajudou mamãe a pôr a mesa, enquanto eu voltava a ajuda-la na cozinha.

Vovô deu um sorriso ao olhar para nós três e para Sam, parecendo expressar sua felicidade ao nos ver todas juntas outra vez, voltando a assistir a tv enquanto Thomas descia com sua caixa de brinquedos e começava a bagunçar a casa outra vez. Estranhamente mamãe não insistiu em saber o por quê da vinda de Katrina tão cedo, ela apenas cozinhava em silêncio.

Ouvi o som da porta se abrindo e logo deduzi que deveria papai chegando depois do trabalho. A rotina de casa era sempre a mesma. Mamãe também pareceu pensar isso, mas ao virar-se, notei sua expressão de surpresa.

De fato, a Treen e a minha não foram diferentes.

— Parece que vamos ter uma companhia no almoço hoje. – meu pai deu um sorriso, não escondendo a surpresa.

Deparei-me com Camilla Traynor observando-nos com um sorriso vacilante, destacando através de sua pose e sua elegância seu aspecto formal tão intocável, vestindo um sobretudo vermelho por cima do tailleur escuro. Ela não havia mudado nada. Somente seu cabelo louro e curto já mostrava fios brancos abundantes, como se ela tivesse parado de cuidar dele há algum tempo. Apesar de meu pai se esforçar para suprimir a surpresa e ser o mais receptivo possível quanto a visita, ela parecia um pouco constrangida e acanhada por estar na minha casa depois de dois anos.

Fiquei perplexa. Depois da morte de Will, eu não esperava receber novamente notícia dos Traynor. Era como se a presença deles tivesse desaparecido na Inglaterra logo após a morte de Will, e apesar de parcialmente eu compreender o motivo, na época eu não conseguia esconder minha dor pelo sentimento de abandono. As lembranças ficaram na memória e eu praticamente não tive mais contato com Will. Restou-me apenas conviver com a amarga dor depois que ele me deixou.

Cheguei naquele momento a sentir raiva dos Traynor e até mesmo de Will. Tinha esperanças que após a morte dele, Camilla se torna-se mais condescendente, e realmente fiquei chocada ao ver como ela era fechada em suas próprias emoções. Quanto a Steven Traynor, seu ex-marido, soube apenas que eles tinham se divorciado e hoje estava feliz com sua nova namorada, mas nunca realmente cheguei a encontra-lo pessoalmente, apena via-o indiretamente. E Will, me perguntava quase sempre o porquê dele ter preferido o suicídio a ter uma vida comigo, como se eu fosse insuficiente para dar a ele o sentimento de felicidade.

— Acabei de chegar á Inglaterra. – ela afirmou. – Receio que não terei tempo para almoçar com vocês hoje, sr.Clark.

— Bom, seja bem-vinda, sra.Traynor. – minha mãe cumprimentou-a, dando o primeiro passo, exibindo seu sorriso acolhedor. – É realmente uma pena, seria maravilhoso ter alguém mais a mesa hoje. Ainda mais com toda a família reunida.

— Talvez outra hora, sra. Clark. – ela voltou-se na minha direção. – Louisa, será que poderíamos conversar?

Acenei com a cabeça, ainda surpresa. – Claro que sim.

— Nós vamos deixar vocês a sós, não é mesmo Richard. – minha mãe, murmurou, tirando seu avental e saindo da cozinha junto com Katrina e meu pai. Não tinha nem ideia pra onde eles tinham ido naquela casa minúscula, mas ao fechar a porta, tentei ser o mais simpática possível.

— Bem, faz algum tempo, sra.Traynor. – pedi que ela se sentasse.

— Realmente. – ela começou, olhando para mim demoradamente. – Você está muito mudada, Louisa. Parece mais madura e bom, seu estilo de se vestir mudou radicalmente.

Observei minhas roupas “normais”.

— É, bom estou chegando aos trinta. – dei um riso bem-humorado. – Acho que seu filho tem uma parcela de culpa. – sorri ao me lembrar do rosto de Will.

Ela continuou séria. – Louisa, acredito que deve estar se perguntando o porquê de eu ter voltado e o porquê de a primeira coisa a ter feito foi fazer-lhe uma visita.

Nada me vinha a cabeça. Sua visita havia me pego de surpresa e eu não sabia o que dizer. Meus pais provavelmente deveriam estar se perguntando o mesmo. Afinal, eles haviam cortado totalmente os laços depois da morte de Will, deixando-me uma grande quantidade de dinheiro que continuava intacta.

— A senhora sempre foi direta. – arqueei as sobrancelhas. – Suponho que seja uma visita de cortesia.

— Bom palpite, mas eu não costumo fazer esse tipo de visita. Sou muito objetiva, srta.Clark. – ela argumentou.

— Tem toda a razão. – levantei-me e ofereci-lhe um chá. – Talvez então devamos começar do começo, sra.Traynor. Sabe, eu tenho muitas perguntas.

— Eu imagino que tenha. – ela agradeceu o chá, no entanto, rapidamente colocou no criado-mudo próximo ao sofá. – Espero que depois de 2 anos, você tenha decidido dar um novo rumo a sua vida tão comum de antes, Louisa.

— Eu comecei a trabalhar em uma lanchonete há algum tempo, mas recentemente sai do emprego. Eu pretendia começar a faculdade, mas ainda não fiz a inscrição. – comecei a falar rapidamente.

— Isso me surpreende. O que mais Will desejava de você era que começasse a estudar e a viajar, ele até lhe enviou dinheiro. – ela olhou para mim de soslaio, deduzindo por si mesma que o dinheiro deveria estar por aí, muito bem guardado, ao estudar meu rosto.

— Eu pretendia começar, cheguei até a prestar prova de admissão, mas aí minha irmã mudou-se para Londres, os gastos aumentaram e eu e meu pai decidimos adiar o plano da minha faculdade para ajuda-la primeiro. Ela tem um filho, sabe.

— Você tinha condições suficientes de começar por si mesma. – ela afirmou. – Seus pais sabem da quantia que Will lhe deu, Louisa? – perguntou ela, franzindo o cenho.

— Não pense que eu fui uma tola, sra.Traynor, eles tem consciência disso, mas respeitaram minha decisão. Eu viajei e fui para França. Aprendi até um pouco do idioma, mas quando voltei, decidi me concentrar em coisas mais importantes. Eu até estou namorando agora e confesso, não poderia estar me sentindo mais feliz.

Ela abriu um sorriso reconfortante e me senti estranha por estar recebendo um mínimo da amostra de suas emoções mesmo ela parecendo não gostar de demonstrá-las.

— Eu não voltei á toa, Louisa. – ela murmurou, com a voz um pouco embargada. – Eu quero que saiba que após a morte de meu filho, eu me senti inconsolável. Posso não ter dado muita atenção e agido de forma fria com você, mas não posso ignorar a importância que teve na vida dele para fazer seus últimos momentos mais felizes. Eu gostaria de lhe pedir para estar amanhã a noite na residência dos Traynor. Se você não se lembra, amanhã fará exatos dois anos que ele não está mais aqui e sua presença seria muito importante.

— Amanhã á noite? – perguntei, sentindo uma dor no peito ao me lembrar daquela data assombrosa.

— Esteja lá as 7 da noite. Será um jantar familiar. E eu espero que você esteja lá pontualmente. – ela levantou-se, indiciando que estava prestes a ir embora.

— Um jantar? – estranhei o motivo do encontro. – Por quê acha que eu estarei lá?

— Porque é meu filho, Louisa, e eu sei como vocês dois tinham uma "forte amizade". Além do mais, eu tenho um emprego a lhe oferecer e acho que você não irá recusar. – ela pegou sua bolsa e olhou-me nos olhos. – Até amanhã, Louisa.

Me senti estranhamente surpresa e fui tomada por um surreal sentimento de incredulidade. Ela já estava prestes a sair pela porta, sem nem dar adeus ao meus pais, quando virou-se para mim e novamente exibindo toda sua elegância que havia adquirido com os anos, sorriu de lado misteriosamente. – Quase ia me esquecendo. Ele pediu que você fosse com aquele vestido vermelho. Ah, e nada de abelhas.


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Notas finais do capítulo

Gente, esse cap só tem uma leve introdução das fortes emoções que virão a seguir e eu espero que vocês se preparem, pq vai ser tenso!
COMENTEM,PLEASE!!!!!!