Kings And Queens escrita por Nina Black


Capítulo 8
Chapter 7 - Segredos De Uma Recém-Chegada


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Queria me desculpar pela demora, eu estava em semana de provas, mas já estou de volta!
Espero que gostem do capitulo, se tudo correr bem, postarei outro ainda essa semana.
Boa leitura!



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Natsu costumava achar que as damas da corte que viviam com ele eram delicadas e inofensivas. Ele mudou totalmente sua ideia quando conheceu Mirajane Strauss e Erza Scarlet.

 - Não precisava se empolgar, Erza. – O rosado falou gemendo no chão com uma mão no ombro esquerdo. Erza havia o atingido feio ali.

 - Desculpe, Natsu. Você deveria ser mais atento. Dei muitas chances para você se defender. – A ruiva disse ajudando o amigo a se levantar. – Vá à enfermaria, acho que se colocar um gelo ai melhore.

 - Eu já volto. – O garoto disse saindo do galpão, resmungando. A última coisa que ele gostava era de perder, principalmente para Erza.

 Eles eram amigos, claro. Uma das pessoas mais confiáveis nesse castelo, para Natsu, era Erza. Os dois tinham uma relação muito complicada, já que Erza normalmente não tem uma boa relação com quase ninguém ali.

 Caminhando pelos corredores, ele ouviu vozes vindas de uma sala, onde várias mulheres saíram dali, entre elas Lisanna e Mirajane.

 - Natsu! – A irmã mais nova das duas olhou para o rapaz sorrindo alegremente. Natsu sorriu de volta.

 - Olá, Natsu. – Mirajane disse sorrindo mais discretamente. – O que aconteceu com seu braço? –Ela perguntou caminhando até ele, fazendo a cauda de seu vestido cor de rosa arrastar pelo chão.

 - Erza ficou bem animada na hora de treinar comigo. – Ele disse sério.

 - Venha. Vou te ajudar com esse braço na enfermaria. – Lisanna falou pegando no braço bom de Natsu e o levando para o final do corredor.

 No caminho, o moço perguntou:

 - O que estava acontecendo ali naquela sala?

 Lisanna olhou para Natsu antes de responder.

 - Bem, ficamos sabendo que haverá um casamento entre dois nobres, e viemos dar os parabéns a moça. – A albina falou.

 - Ah. – Natsu mostrou claramente seu desinteresse. – Espero que os dois sejam felizes. – Ele falou tentando mostrar mais animação com isso.

 - Bem... Isso eu já não garanto muito. – Lisanna falou baixinho, mas Natsu ouviu.

 - Como assim?

 - Bem... Pelo visto foi um casamente arranjado. – Lisanna falou como se falasse isso todo dia. – Eles já estavam prometidos há muito tempo, em um acordo feito pelos pais deles. Acho que deveria ser alguma coisa relacionada a terras, ou coisa do tipo.

 - Ele vendeu a filha. – Natsu concluiu. – E o outro vendeu seu filho. Certo?

 - Se você colocar assim... – Lisanna falou de cabeça baixa. – Acho que eles ainda têm chances de se amarem, não têm? O que você acha?

 Natsu pareceu um pouco surpreso com essa pergunta repentina, mas desde que conhecera Lisanna, ela sempre parecia bem empolgada quando conversava com ele, mas nunca perguntara nada do tipo.

 - Bem... Talvez. – Ele disse apenas isso.

 Chegando a enfermaria, ele se sentou em uma das cadeiras que ficavam no canto, enquanto Lisanna procurava alguma enfermeira para atendê-lo. Ele se afundou na cadeira e encostou sua cabeça na parede, tentando esquecer um pouco seu ombro latejando.

 As paredes da enfermaria eram todas em um tom de verde claro, quase branco, combinando com o chão branco de mármore. Todas as camas ali eram brancas, e tinha uma cortina separando cada uma. Algumas estavam fechadas, outras não. Por sorte, poucas pessoas estavam ali.

 - Aqui, Natsu. – Lisanna disse entregando a ele pedaços de gelo envoltos em um pano preto. – Quer mais alguma coisa?

 - Não, obrigado, Lis. – Natsu falou colocando o gelo no ombro, procurando por uma sensação de alívio, mas só encontrou mais dor.

 - Bem... Espero que fique bem. Quer que eu fique aqui com você? – Ela perguntou sorrindo para ele.

 - Não precisa. Sei me virar por aqui. Obrigado por me trazer. – O rosado falou sorrindo para a amiga, com exibiu um sorriso um tanto triste, mas que foi muito bem disfarçado.

 - Certo... Então eu já vou indo. – Lisanna falou saindo lentamente da sala, enquanto observava Natsu tratar de seu braço.

 Assim que ele ouviu o barulho da porta, ele voltou a se encostar na parede.

 Seu pai, Igneel, estava muito estranho ultimamente, e ele não sabia porque. Afinal de contas, haveria uma festa nessa noite, e o reino estava na mais completa paz até onde sabia. Não tinha razão ele estar estranho.

 Até que o rapaz se lembrou de noite passada. A garota que havia desmaiado no corredor do palácio. Gray e Silver o contaram depois o que exatamente acontecera.

 Pelo que ele entendeu, o pai dela tinha se ferido, e Igneel os conhecia. Nisso a porta da enfermaria foi aberta, e ele foi forçado a se aprumar.

 - Mas eu já te disse, criança, você não pode simplesmente sair andando por aí sem avisar a ninguém. – Era uma mulher de cabelos azuis compridos, e usava um vestido colado no corpo, revelando suas formas. – Não tenho que ficar te caçando pelos corredores.

 -Desculpe, Aquarius. – Uma voz dizia atrás da mulher, e uma moça atravessou a sala.

 Natsu a encarou bem, ele a conhecia de algum lugar, mas onde?

 - Alteza. – A voz da mulher que ele deduziu se chamar Aquarius o tirou de seus pensamentos. O rapaz olhou para o lado e a mulher se curvava para ele, mostrando uma parte de seu busto revelada pelo decote. Natsu pensou que ela não estaria fazendo isso por querer, pela cara dela, se ele comentasse nem que seja a bela visão que viu, levaria um soco na cara. Ele preferiu ficar calado e apenas fazer uma reverência.

 - Alteza...? – A moça falou olhando com curiosidade para ele.

 - Quem é você? – Natsu perguntou se levantando, mas depois se esqueceu da ideia e se sentou de novo, vendo a dor no seu braço começa a latejar de novo, não que para ele fizesse muito sentido.

 - Sou Lucy. – Ela disse olhando de esguelha para Aquarius, pois ela parecia estar confusa se se curvava para ele ou não. Natsu riu mentalmente com isso, mas não esboçou nenhuma reação.

 - Eu acho que te vi em algum lugar... – O rosado comentou a analisando bem.

 Lucy pareceu pensar um pouco, e depois esboçou um sorriso mínimo.

 - Quem diria que um rapaz como você seria príncipe. – Ela deu uma dica para ele, que pegou na hora.

 - Ah, eu sabia. Você é aquela camponesa que eu encontrei no festival. – Ele falou sorrindo abertamente, enquanto olhava para seu vestido adornado de fios de ouro, e seu colar de pérolas. – Mas pelo visto nós dois estávamos enganados sobre o outro.

 - Espero que isso não aconteça novamente. – A moça falou se aprumando. – Com sua licença. – Ela fez uma pequena reverência e saiu ao fundo da enfermaria, com Aquarius ao seu lado.

 - Você jura que não sabia que ele era o príncipe? Só podia ter vivido no campo mesmo... – Ele ouviu a mulher conversar com a moça antes das duas virarem em um corredor.

 O que ela estaria fazendo ali na enfermaria. Aliás, o que ela estava fazendo no castelo?

 Ele se levantou com muita dificuldade e foi caminhando até a porta, por onde saiu e foi direto ao seu quarto.

 O quarto de Natsu não era uma das coisas mais grandiosas que ele já viu. Pelo menos era isso que ele achava, já que via ele quase todo dia.

 Ao entrar se depara com um espaço onde tinha um pequeno sofá, uma mesa e uma lareira na parede. Subindo um degrau de mármore branco, tinha a cama de casal e uma escrivaninha do lado, cheia de papéis e mapas que, provavelmente, Silver pedira para deixar ali. As grandes janelas eram cobertas por cortinas de sena bege, e as paredes eram de um vinho mais fechado, ao contrário do vermelho que tinha a cor de seu lençol e dos tapetes que cobriam o chão branco.

 Mas para o fundo tinha duas portas, uma dava para seu guarda-roupa e a outra para seu banheiro. Entre essas duas tinha um grande quadro pregado na parede, que era uma paisagem. Igneel pediu para que o pintor real pintasse a vista do quarto de Natsu na casa de campo deles antes dele completar oito anos, para que ele sempre se lembrasse de como era bom viver lá.

 Embaixo tinha um armário, onde o rapaz fazia questão de guardar suas armas, que eram algumas espadas e adagas, e um arco com uma aljava de flechas, que ele particularmente vivia emprestando para Gray ou Lyon, já que não usava muito.

 Ele se espatifou na cama, bagunçando todo o trabalho que as empregadas tiveram em arrumar travesseiro por travesseiro. Depois de ficar um tempo olhando para o teto, ele se senta e tira suas botas, que estavam o apetando a muito tempo, e desabotoa os quatro botões de cima de sua camisa branca.

 Nesse meio tempo, Happy, seu gato de estimação se aproximou do dono e começou a se esfregar na sua barriga. Desde que era pequeno, ele e Happy eram inseparáveis. O rapaz ensinara ao gato coisas que outras pessoas duvidam muito um animal conseguir fazer com facilidade.

 Ele suspirou jogando seu corpo para trás, e logo depois sentindo o doce aroma de lavanda que suas cobertas emitiam fechou seus olhos.

 Porém enquanto aproveitava, foi tirado de seus devaneios por três batidas em sua porta.

 - Como minha sorte dura pouco... – Ele comentou se levantando e indo em direção à porta, não se importando se suas roupas estavam amassadas ou se seu cabelo estava bagunçado.

 Igneel o esperava parado na porta, com o semblante serio, como sempre.

 - Pai? – Natsu perguntou assim que viu o homem escorado na porta.

 - Natsu, você está bem? – Ele perguntou assim que viu que o rapaz tinha ferido o ombro.

 - Estou. Foi só um acidente de treino, nada demais. – Ele comentou dando espaço para o pai entrar em seu quarto, mas ao invés disso Igneel se afastou da porta.

 - Por que não vamos dar uma volta no jardim? Faz tempo que não fazemos isso juntos. – Ele disse sorrindo, e por fim o rapaz o acompanhou até o jardim do castelo.

 Ele era simplesmente imenso. Uma vasta área coberta da mais verde grama, e onde não tinha, era preenchido com vários tipos de flores, desde rosas a crisântemos, perto dos pequenos lagos, onde patos costumavam ir ali.

 Natsu aspirou o ar e sentiu vários aromas diferentes ali.

 - Natsu... Meu filho... Temos que conversar. – Igneel disse olhando para o filho com carinho. – Tem algumas coisas que você precisa saber antes do baile acontecer essa noite.

 - E o que seria? – Natsu perguntou olhando para o pai. Ele ainda mantinha as mesma olheiras de alguns dias atrás, mas com suas roupas simples e sem sua coroa, ele parecia apenas um camponês que teve um dia longo de trabalho. Natsu sorriu com esse pensamento.

 - Acho que você já deve ter se deparado com a nossa nova inquilina. – Igneel falou olhando para alguns patos no lago. – Trate-a com muito carinho, Natsu. Ela é especial.

 - Assim como todas as outras damas de corte daqui. – O rapaz completou e Igneel riu com seu comentário.

 - Não. Definitivamente ela não é igual a nenhuma que você já conheceu. –O rei disse olhando de esguelha para o filho, a fim de ver alguma expressão no rosto dele, mas nenhuma expressão foi mostrada.

 Natsu e Gray adoravam passar noites em claro com mulheres em seus quartos, e isso não era a maior novidade do mundo, até mesmo para seu pai.

 - Então quem seria ela? – O rosado perguntou.

 - Ela vai nos ajudar. Seu nome é Lucy Heartfilia, filha de Jude. Por enquanto é só isso que posso contar a você. – Igneel disse sério e Natsu franziu suas sobrancelhas.

 - Só isso? Tem mais o quê? – Ele perguntou ficando de frente para o pai. Natsu havia crescido muito, mas Igneel era bem maior que o rapaz, dando ao rei um ar de superioridade.

 - Na hora certa você vai saber de tudo, filho. Mas por enquanto, apenas saiba que eu quero que a trate bem.

 - Nem conversamos direito ainda. – Natsu disse suspirando. Ele realmente não sabia onde o pai estava querendo chegar. Igneel encarou Natsu com mais atenção.

 - Vire amigo dela. Você precisa estar ao lado dela, entendeu? Apenas digo que era isso que ela queria. – Ele disse sério e Natsu o encarou. Seu pai nunca o havia tratado daquela maneira, por que só agora?

 - Ela quem?

 - Bem... Uma... Grande mulher que eu conheci. – Ele disse. – Sem mais perguntas.

 - Sim, pai. – Natsu disse desistindo de perguntar qualquer coisa antes de se distanciar do homem e voltar para seu quarto, antes que várias empregadas o chamem para ir experimentar sua roupa para o baile de hoje à noite. Só ele sabia que quando Igneel não queria falar alguma coisa, nada o forçava.

~~~~~~~~~~

O Salão Principal estava todo enfeitado com fitas brancas rodeando o teto, junto com os lustres de cristais. O chão de mármore estava reluzente, e vários empregados ainda davam os retoques finais nos arranjos de flores das mesas antes dos convidados chegarem.

 Entre o monte de serviçais, podia-se ver Lucy Heartfilia, já pronta para a festa, mas que esboçava uma expressão séria. Ela definitivamente não sabia o que estava fazendo ali. Seu pai doente e ferido, e ela em uma festa... Por que Aquarius a forçou a vir mesmo? Ela tentava se lembrar.

— Lucy? – Ela ouviu a voz de Aquarius a chamando. – Venha comigo. – A mulher disse antes mesmo de se aproximar da loira.

 Durante o caminho, Lucy percebeu o vestido da azulada. Ele era todo dourado, com detalhes em azul na cauda, e era todo colado no corpo, sendo apenas solta do joelho pra baixo. Seus cabelos compridos estavam soltos e tinha uma tiara de pérolas prendendo alguns fios, combinando com o colar dela. Lucy percebera que esse estilo de roupa era o que a mulher mais gostava de usar.

 - Para onde vamos, Aquarius? A festa é pra lá. – Lucy reclamou desanimada. Seu pai estava ferido da enfermaria, seu mundo está virado de cabeça pra baixo e ela ainda tem que sorrir para pessoas desconhecidas?

 - Vamos para o seu quarto primeiro. Preciso te entregar uma coisa. – A mulher apenas disse isso.

 Durante o trajeto, apenas se ouvia o barulho das sandálias de salto alto das duas.

 Quando entraram no quarto de hóspedes da moça, Lucy foi direto para a janela, olhar para a entrada, aonde tinham algumas pessoas ali esperando a festa começar e sendo recebida por alguns mordomos do palácio.

 Nisso, Aquarius foi diretamente até uma gaveta do criado de Lucy, e de lá tirou uma caixinha.

 - Isso estava aí? – Lucy perguntou.

 - Estava, porém estava escondido. – Ela disse abrindo e tirando dali...

 - A carta de minha mãe! – Lucy se surpreendeu por não ter se lembrado da carta que Layla havia escrito a ela.

 - Não se preocupe, terá tempo para lê-la. Mas agora, vou deixa-la aqui e vou te preparar para a festa. – Aquarius falou séria, e Lucy não ousou questionar. – Sua banheira já está preparada, vá tomar um banho. Vou chamar as empregadas para te ajudar a arrumar.

 E nisso a mulher saiu do quarto em passos largos.

 Lucy então, percebendo que estava sozinha, caminhou até a escrivaninha de seu quarto, onde a carta de Layla Heartfilia estava. Seu coração apertou quando viu a letra de sua mãe.

 Antes mesmo que pudesse pegar a carta, ela se repreendeu.

 - Não, Lucy. – Ela disse para si mesma. – Agora não. Se seu pai escondeu essa carta de você até hoje, ela pode muito bem ficar mais um dia lacrada. Sei que deve haver alguma coisa importante aí... Mas sinto que ela não merece ser aberta agora.

 E nisso foi em rumo ao banheiro, onde uma enorme banheira cheia de espuma a esperava. Bem, essa era a parte fácil de sua noite, já que sorrir para as pessoas pensando em seu pai seria uma das coisas mais difíceis que ela teria de fazer.


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Notas finais do capítulo

Bem, quero saber o que acharam! Gostaram do capítulo? Até o próximo capítulo!



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