Kings And Queens escrita por Nina Black


Capítulo 36
Chapter 34 - A Chegada De Um Amigo Distante


Notas iniciais do capítulo

Olá!!! Primeiramente, eu amei os comentários do capítulo passado. Muito obrigada á todos!
PS: Se quiserem me mandar perguntas, sobre qualquer coisa, relacionado á fic ou não, fiquem á vontade, adorarei responder todas :)
Boa leitura!



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— Lucy. – Natsu a chamou e caminhou mais próximo da moça, e foi aí que ele foi o papel em seu colo. – O que foi? – Ele perguntou preocupado, se ajoelhando de frente para moça. – O que aconteceu?

 - Eu li... – Ela disse baixinho e soluçando. – Eu li a carta da minha mãe, Natsu. Eu li ela e... Meu peito está doendo... – Ela falou e começou a chorar de novo. Natsu então tomou uma atitude.

 A puxou pelos braços gentilmente e a colocou sentada em sua frente, passou a mão por seu rosto, enxugando suas lágrimas, e trouxe sua cabeça para mais perto dele, a encostando em seu peito. Ela começou a chorar ainda mais, o que o fez a abraçar ainda mais forte. Lucy apoiou suas mãos no peito de Natsu.

 Ele sabia muito bem o que ela estava sentindo. Já sentira isso muitas vezes, e não é porque não chora mais igual á ela que ele não sinta mais, ele apenas se acostumou com a ausência de sua mãe em sua vida. E fora que nunca fora de se apegar muito as coisas. Mas quando era pequeno, ele se lembrava que seu pai sempre o abraçara daquela forma, e ele se acalmava rapidamente ao perceber que tinha alguém ali com ele.

 E assim foi feito com Lucy também. Aos poucos, eles não sabem quanto tempo ficaram ali, mas ela foi se acalmando. Os soluços pararam, dando lugar a longos suspiros, e o choro incessante deu lugar a uma ou duas lágrimas silenciosas descendo por sua face rubra. Lucy subiu suas mãos timidamente até os ombros de Natsu e o apertou mais contra si. O rapaz sentiu que a moça estava mais confortável em seus braços, e perguntou:

 - Você está bem? Eu vim te ver e...

 - Eu estou bem... –Ela disse com a voz rouca. – Foi só que... Eu... Eu sinto falta dela. – Ela disse baixinho, com a cabeça encostada no peito de Natsu, enquanto mais algumas lágrimas saíam de seus olhos.

 - Eu sei como é isso. – Ele a abraçou mais forte, e assim ficaram. Ambos acharam que, depois do que aconteceu, seus corações estariam palpitando, quase saindo do peito. Porém, naquele momento, ambos estavam calmos, em tranquila paz, aconchegados um no outro e com a sensação de segurança. Lucy tinha a sensação de que nada, absolutamente nada iria machuca-la se estivesse ali, daquela forma com Natsu. E o jovem tinha a vontade de protegê-la, de qualquer coisa que fosse.

 E assim, nesse calor e abrigo, os dois adormeceram encostados na perna da cama do quarto. Lucy não teve sonhos aquela noite, pelo contrário, dormiu silenciosa e calmamente, sono que não tinha há muito tempo.

 O que os dois não esperavam era ser acordados por uma nervosa Aquarius ao amanhecer, que acabara de chegar de viagem e encontrou os dois no quarto da loira.

~~~~~~~~~~~

 - Sr. Gray?

 O jovem é acordado de seu sono por uma voz feminina. Ele abriu um dos olhos, e viu que era uma das criadas. Estranhou, pois desde que estava no quarto do príncipe, era Natsu ou Juvia quem o acordava.

 - Bom dia. – Ela disse sorrindo. Aparentava ser uns dois anos mais nova que ele, com seus dezessete e poucos. – Á pedido de seu pai, vim aqui lhe acordar. – Ela disse sorrindo, e ele percebeu que ela estava sentada na cama, bem perto dele.

 - Ahn... E o que ele quer comigo? – Ele perguntou a encarando com ceticismo e ela notou que ele não estava á vontade com essa intimidade repentina. Ela se levantou rapidamente e ficou mais afastada da cama.

 - Ele disse que quer vê-lo no Salão de Jantar imediatamente. – Ela disse escondendo o rubor nas bochechas de vergonha.

 - Ah, claro. – O jovem falou se levantando, ficando sentando na cama. Olhou para a jovem e viu que ela estava mais vermelha que antes. – Pode pegar esse casaco em cima desta poltrona para mim, por favor?

 - Não. – Ela disse encarando o abdômen muito bem definido do jovem. – Ah, quero dizer, claro, senhor. – Ela voltou a si e pegou a roupa rapidamente. – Aqui.

 - Ahn... Obrigado...? – Ele disse desconfiado. Quando foi tentar colocar o casaco, o movimento que fez foi muito brusco, o que fez seu machucado na lateral direita de sua barriga, mesmo recém curado, doer. Vendo a cara de dor do rapaz, a criada foi ajuda-lo.

 - Eu lhe ajudo... – Ela disse suavemente, caminhando até o rapaz, parou de frente para ele. Passou suas mãos pelas costas nuas do rapaz. Foi aí então que Gray percebeu que ela não queria apenas lhe ajudar.

 A jovem passou os dois braços pelas costas dele, e um deles foi descendo até seu peito.

 “Como ela tentava fazer isso em plena manhã?”— Ele se perguntava, ainda com sono.

 - Eu acho que não preciso de ajuda... – Ele disse afastando levemente a criada de perto dele, antes que alguma coisa pior acontecesse e os dois acabassem na cama de Natsu, o que, se ele descobrisse isso, iria decapitar Gray. – Mas mesmo assim agradeço.

 - Tem certeza? – Ela perguntou abaixando “displicentemente” a alça de seu uniforme, deixando seus ombros nus á vista do rapaz. Gray ficou encarando aquilo e não sabia se ria da situação ou se mandava ela sair. Era simplesmente nova demais para ele, e parecia que queria isso mais do que tudo.

 A moça mordeu uma parte de seu lábio inferior, tentando parecer um pouco mais sensual, mas não que tenha dado completamente certo.

 - Acho que ele tem certeza que não precisa de ajuda. – Ouviu-se uma voz na porta.

 - Ur? – Gray perguntou olhando para a porta, onde a mulher estava encostada no portal, encarando a cena com divertimento.

 A criada rapidamente arrumou seu vestido e se virou para a filha de Ur.

 - E-Eu fui chamada para...

 - Para acordar o preguiçoso aí, eu sei. – Ela disse entrando no quarto e ficando entre os dois. – Mas não pude evitar de parar quando estava passando pelo corredor e ver você tentando... Ajudá-lo.

 A mocinha ficou rubra de vergonha e se curvou.

 - Me desculpe, Lady Milkovich!

 A mulher suspirou pesadamente e olhou com certo cinismo para Gray.

 - Apenas saia, e esqueça que isso aconteceu.

 Assim, a mulher se virou para o rapaz e o ajudou a colocar rapidamente o casaco. Quando se virou, a criada não estava mais ali.

 - Espertinho você, Gray. Mas já de manhã? – A mulher perguntou brincando enquanto ajudava o jovem a se levantar, segurando em seu braço. Gray começou a rir.

 - Você viu tudo, sabe que não estava querendo nada.

 - Eu vi. – Ela comentou com divertimento. – Mas então... Ouvi rumores de que você quer conversar com o Conselho hoje depois do café da manhã... O que seria?

 O jovem suspirou. Se lembrou do que teria que fazer hoje.

 - Não se preocupe, Ur. Não é nada irresponsável.

 - Alguma coisa relacionada com Juvia Lockser? – Ela perguntou enquanto os dois caminhavam devagar nos corredores do castelo Dragneel, em direção ao Salão de Jantar.

 - Sim. – Ele disse olhando de canto para a mulher. – Acho que fui um tento quanto irresponsável, mas consegui tomar uma atitude em relação á isso, e tenho certeza de que não vão se arrepender de terem confiado em mim. Por mais que eu me arrepende disso...

 A mulher riu baixinho.

 - Gray, Gray... Ainda vão existir muitas batalhas em que você vai ter que vencer. – Ela disse parando em frente as portas do Salão de Jantar, com o rapaz em pé na sua frente.

 - O que quer dizer com isso? – Ele perguntou confuso, olhando atentamente Ur, que parecia mais leve do que nunca com seu vestido rodado branco, cor que ele raramente a via usando.

 - Tente pensar nesse casamento não como uma coisa ruim, como uma prisão ou um simples contrato... Tente pensar nele como um acordo de amizade. Você, a partir do momento que se casar com Juvia, não precisará mais lutar sozinho. – Ela disse sorrindo para ele. Gray pareceu pensativo.

 - Irei pensar. – Ele disse, quando Ur abriu as portas do Salão, revelando muito barulho de conversas animadas e risadas, onde a gargalhada de Natsu prevalecia no lugar. – Ur! – Ele a chamou antes que entrasse no Salão. – E você? Sei que já foi casada, mas... Agora, tem alguém com quem lutar? Não deveria lutar sozinha.

 Ur hesitou um pouco. Falar de seu ex-marido era sempre um assunto muito delicado para ela, não importasse quanto tempo havia se passado. Não o amava mais, mas ainda se sentia abalada quando o rosto dele vinha á tona em seu mente. Mas, mesmo assim, sorriu para ele.

 - Não luto sozinha. – Ela disse se aproximando novamente do rapaz. – Eu tenho minha filha, Ul, e tenho você e seu pai, que estão do meu lado. E isso pra mim já é mais que suficiente.

 Ur pegou levemente o braço de Gray e o puxou para o Salão, onde uma luz forte bateu em seus olhos. O local estava quase igual da última vez que viera, porém estava com mais janelas, e todas elas estava com suas cortinas abertas.

 Como sempre, Igneel e seu pai estavam sentados na ponta, junto com Makarov, e pareciam conversar educadamente enquanto cada um comia um pedaço de bolo.

 - Gray! – Natsu chamou o amigo. Desta vez ele estava em outra ponta, conversando com Mirajane e Lucy. – Ainda bem que está aqui! – E puxou uma cadeira para ficar ao seu lado.

 - Não me acordou, não é mesmo, cabeça de fogo? – Ele provocou o amigo, se sentado no lugar.

 - Digamos que não passei a noite no meu quarto. – Ele falou baixinho para o moreno, que o encarou com incredulidade. Olhou para os lados e Lucy não estava mais ali, já tinha se sentado em outro lugar e conversava com Erza.

 - Você transou com ela, cara?

 - Não. – Ele disse sorrindo de lado. – Te explico melhor depois. Mas apenas posso te dizer que a Srta. Aquarius é muito assustadora.

 - O que? – Ele perguntou, porém, antes de ele responder, todos ouviram o barulho da porta sendo aberta, revelando mais uma jovem que entrava no salão. E essa jovem era Juvia Lockser.

 Rapidamente ele pensou no casamento dos dois. Teria que fazer aquilo, por mais que seu coração e sua cabeça se recusassem.

 Ela o encarou no meio da multidão, porém depois foi se sentar do outro lado. Natsu estava atento á tudo, e depois que todos voltaram a conversar calmamente, ele se virou para o amigo de boca cheia.

 - Tem certeza de que ela não vai te matar em uma semana de casados? – Ele perguntou e Gray revirou os olhos.

 - Por que acha isso?

 - Sei lá, eu faria isso se fosse ela. – Ele disse brincando e recebeu um soco no ombro. – Tá, calma, só estava brincando. Mas e aí, quando vamos poder treinar novamente? Com tudo o que está acontecendo, precisamos estar fortes.

 - Eu sei disso. – Ele disse olhando seu reflexo em uma taça de água que tinha na sua frente. – Mas parece que ainda estou bem machucado.

 - Entendo... – Ele disse mais sério. – Gray, brincadeiras á parte, preciso conversar com vocês. Aconteceu algumas coisas que quero que vocês saibam.

 - Quando você diz vocês, está se referindo a quem? – O jovem perguntou dando um belo gole em uma taça, e depois comendo um pedaço de pão.

 - As pessoas que eu confio. – Ele disse. – Irá falar com o Conselho hoje?

 - Sim. Espero que esteja lá também.

 - E perder você falando que irá se casar na frente do meu pai e do seu? Nunca. – Ele disse sorrindo.

 - Certo... – Ele disse se conformando com o fato de que Natsu não iria nessa reunião para apoiá-lo a ficar solteiro. Que belo amigo ele era.

 Depois de todos comerem, um por um foram saindo do Salão, inclusive Gray, que saiu logo após Juvia e o resto do Conselho.

 Caminhando lentamente, o rapaz conseguiu chegar até o novo quarto da azulada, onde se escorou no portal e bateu na porta. Por estar um pouco nervoso, achou que batera forte demais, já que a batida ecoou por todo o corredor.

 Rapidamente a porta foi aberta.

 - Gray Fullbuster? – Juvia o chamou pelo nome, na maior cordialidade possível.

 - Olá. – Ele disse tentando esboçar um sorriso. Tentando.

 - Achei que iria me procurar mais tarde... Ou talvez eu mesma tivesse que acha-lo. – Ela disse com seriedade, mas que ele ignorou.

 - Vamos apenas acabar com isso logo. – Ele falou caminhando até o final do corredor, e segundos depois ouviu uma porta sendo fechada e os passos apressados de Juvia até ele. Ela parecia bem melhor, não estava mais tão pálida quanto antes e as bolsas escuras debaixo dos seus olhos pareciam bem mais claras.

 O caminho todo foi silencioso, com pessoas encarando o mais novo casal com curiosidade. Definitivamente, os dois pareciam fortes juntos. Era um belo casal. Pena que nenhum dos dois queria que isso acontecesse.

 Assim que chegaram à frente da porta da Sala do Trono, Juvia bateu três vezes, e quando foi bater na quarta, um dos guardas do lado de dentro a abriu.

 Gray deixou que ela entrasse primeiro, e ele a seguiu o mais rápido possível, ouvindo o barulho da grande porta sendo fechada atrás de si.

 Igneel estava sentado em seu trono, mais sério do que estava no Salão de Jantar, mas assim que viu que eram os dois, seu semblante se suavizou.

 - Juvia Lockser, Gray... O que posso fazer por vocês? Vieram com notícias boas? – Ele perguntou sorrindo.

 - Para o reino sim. – Juvia disse séria. – Majestade, poderia convocar o Conselho? Gray e eu temos um contrato á formalizar, e acho que o senhor sabe de que assuntos queremos tratar.

 O rei se espantou de começo, e depois olhou de relance para Gray. O rapaz tentou se manter firme. Mesmo querendo arrebentar aquela porta com o pé e sair correndo, tentou passar o máximo de segurança possível, tanto por ele quanto por Juvia.

 - Bem... Claro. Guardas! – Ele chamou dois de seus servos. – Chamem Makarov, Silver, Ur e Grandine agora! E Natsu também!

 Assim os guardas saíram rapidamente. Igneel voltou sua atenção para os dois em sua frente, quatro degraus abaixo do soberano. O jovem Fullbuster e a Lockser se entreolharam, e logo em seguida abaixaram a cabeça. Alguns minutos silenciosos se passaram e eles ouviram as portas sendo abertas.

 - Igneel, o que... Gray? – Makarov perguntou, sendo o primeiro a surgir. Logo em seguida Ur apareceu junto com Grandine, e Silver veio atrás delas, sendo o último a aparecer o príncipe Natsu, que fechou delicadamente a porta, e depois se pôs do lado de seu pai, que estava sentado no trono. Makarov, Ur, Silver e Grandine ficaram embaixo, perto do trono, como de costume.

 - O que está acontecendo? – Grandine perguntou olhando para os dois jovens á sua frente.

 Gray olhou para Juvia, e viu que ela estava mais pálida que o normal. Vendo que ela não iria conseguir pronunciar uma palavra sequer, o moço pôs-se a falar primeiro.

 - Eu e Juvia Lockser chamamos o Conselho aqui para... Dizer que... Nós... – Ele olhou para Natsu, que ergueu uma sobrancelha. Seria difícil. – Bem... Nós...

 - Vamos nos casar. – Juvia disse em tom baixo, porém alto o suficiente para todos ali escutarem. – Eu e Gray... Aceitamos nos casar.

 - Sim. – O moreno disse abaixando a cabeça. O que era pra ser um momento de festa, estava mais para uma reunião muito séria. – Conversamos, e pensamos que o melhor momento seria agora.

 Igneel olhava os dois sem nenhuma mudança de expressão, Ur tinha um brilho diferente no olhar, e o restante os olhava com indiferença.

 - Vocês... Querem fazer isso agora? – Igneel perguntou esperando uma resposta positiva.

 - Sim. O Litoral foi atacado, Majestade. Formar uma aliança é o melhor que a Casa Lockser pode fazer nesse momento difícil. E receio que iria querer também, já que as tropas reais poderiam circular por lá e protege-lo como Vossa Majestade quiser. – Juvia disse séria.

 Igneel pensou um pouco, e depois se levantou.

 - Conselho? – Ele perguntou para os homens e mulheres que estavam perto de si.

 Grandine foi a primeira a se pronunciar.

 - Uma união agora seria de bom grado. Iria mostrar a força de Fiore. Principalmente com esses dois.

 Ur foi a próxima.

 - Como eu já disse em ocasiões anteriores, eu sou contra casamento arranjado, mas... Nessa situação... Não tem como contestar que o reino precisa disso. Precisa de mais segurança, e tenho certeza que isso pode ajudar.

 - Fora que até nossa querida Juvia está em perigo. – Makarov se pronunciou. – Não se lembram que ela quase foi morta por um assassino do Ocidente, que não sabíamos nada sobre ele, nem o porquê de ele estar fazendo isso?

 Gray colocou a mão em seu machucado, por baixo do casaco bem abotoado de couro vermelho.

 - Sim. – Ele concordou baixinho. Olhou para Juvia e a viu muito pálida, por um momento pensou em chamar os guardas, pois achava que ela iria desmaiar.

 - Silver? – Igneel perguntou olhando para o velho amigo.

 O pai de Gray olhou para ele sério.

 - Eu sei que é isso que se tem que fazer, pelo bem do reino. Mas tens certeza de que é isso que quer, filho? – Ele perguntou cauteloso.

 Gray olhou para a face do pai, depois para Natsu, que o encarava com curiosidade, ansioso para saber o que se passava na cabeça imprevisível de Gray. Por fim, olhou para a jovem ao seu lado, que encarava o chão, com vergonha e pavor de estar ali. Nunca pensou que seria tão difícil.

 - Sim. – Ele disse ainda encarando a jovem, que não se moveu. – Eu vou fazer isso. É o que eu tenho que fazer.

 O homem concordou levemente com a cabeça.

 - Me convenceu, Gray. Juvia? Acha que está pronta? – Dessa vez ele perguntou para a jovem, que sequer o olhou, apenas concordou com a cabeça, olhando para o chão. Depois de um tempo, ela levantou a cabeça e encarou Silver com seriedade.

 - Sim, General.

 - Então acho que seria o certo a se fazer, Igneel. – Ele disse encarando os dois.

 O rei então começou a andar de um lado para o outro, pensativo. Depois de alguns segundos, parou e se voltou para os dois.

 - Então acho que teremos que adiar nossos planos por um tempo. – Ele disse sorrindo suavemente. – Eu, o Rei Igneel Dragneel, da Casa Dragneel, filho de Norio e Ania Dragneel, abençoo esse casal. Que eles sejam dignos de pertencer um ao outro.

 Foi como se a última sílaba do que Igneel disse tivesse ecoado por longos segundos na cabeça de Gray e Juvia.

 - Então, reunião acabada. – O rei disse dispersando todos.

 Gray e Juvia foram os primeiros a sair. Em completo silêncio, os dois caminharam lentamente até seus quartos. Gray desta vez decidira ficar em seu próprio quarto, já que estava conseguindo andar normalmente. Não iria mais precisar ficar roubando a cama de Natsu.

 Assim que fechou a porta, se deitou em sua cama e automaticamente dormiu novamente, acordando apenas na hora do almoço.

~~~~~~~~~~

 - Precisa ser mais rápido, Natsu! – Erza disse gritando em meio ao barulhos dos cascos dos cavalos correndo nas ruas de Fiore. Ela e o príncipe foram treinar em uma área distante da cidade e estavam voltando ao entardecer, apostando uma breve corrida do começo da cidade até o palácio real.

 - Acho melhor correr mais! – O jovem falou ultrapassando a ruiva. Porém no final, os dois acabaram empatados, com Natsu reclamando que ele havia ganhado e Erza dando uma bronca nele depois.

 Assim que os dois entraram no castelo, Erza avisou que iria para seu quarto tomar um banho para o jantar, e Natsu foi para o jardim, onde já estava sendo reconstruído, a pedido do próprio príncipe, com flores diversas e belas árvores, que ele julgava que ficaria muito bonito. Claro que seu pai ajudara em algumas coisas, mas ele fizera questão de escolher a maioria das plantas.

 E dessa forma ele viu, sentada em um banco comprido branco, bem adornado, em meio ás árvores, Lucy Heartfilia. Ela parecia muito concentrada em um livro que tinha nas mãos, e nem notara que ele caminhava até ela em passos largos e despreocupados.

 - Olá, Lucy. – Ele disse se sentando do lado da moça, que se assustou um pouco.

 - Ah, olá, Natsu. – Ela disse baixinho.

 Logo em seguida um silêncio constrangedor apareceu entre os dois, o que o rapaz não gostou nem um pouco. Fez questão de quebra-lo.

 - Ah... Bem... Acho que ainda não conversamos sobre... O que aconteceu com a gente. – Ele disse sorrindo delicadamente para ela, que o encarava confusa.

 - É. – Ela disse fechando o livro e prestando mais atenção no que ele tinha para dizer.

 - Então... – Ele pigarreou.

 Lucy percebeu que ele não tinha nada para dizer, então começou a falar.

 - Natsu... Eu admito que fiquei surpresa com tudo, mas não acho que o que fizemos foi certo. – Ela disse com suavidade para o rapaz. Natsu não entendeu muito de começo.

 - Por que? – Ele perguntou ingênuo, essa era um das raríssimas vezes em que ele ouviu isso de uma mulher. Mas a primeira vez de que ouvia isso de uma mulher como Lucy.

 - É só olhar em volta. Sou uma nobre, e só estou aqui porque o rei quer que eu esteja, caso contrário eu já estaria na minha casa, cuidando do meu pai lá, não aqui. E você... Você é o príncipe de Fiore. Vai herdar tudo isso. – Ela falou olhando para ele com tristeza. Não queria dizer isso, mas era a verdade. – E não faz sentido o príncipe se relacionar com uma pessoa que, tecnicamente, ameaçou o reino.

 - Como assim, Lucy? Está ficando maluca? – Ele perguntou divertido, escondendo sua ansiedade e nervosismo.

 - Não, Natsu. Se eu não estivesse em Magnolia, creio que o exército do Ocidente não teria atacado e quase matado todos aqui. – Ela falou.

 Natsu pareceu confuso aos olhos de Lucy, e concluiu que ele não tinha pensado por esse ângulo ainda.

 - Bem... Eu tenho que me retirar. Aquarius está com o olho em cima de mim hoje. – Ela disse se levantando e arrumando o pesado vestido azul. Natsu ficou mais um pouco ali sentado, vendo a moça sair com o livro na mão. Não acreditara no que acabara de ouvir, era muita coisa para sua cabeça. Lucy pensava dessa forma? Por que ele não chegara a essa conclusão sozinho?

 Lucy não era só aquilo que ela falara. Era mais que isso, não só para ele, mas para todos. Ninguém ali admitia, mas vendo Natsu como ele está hoje, ninguém sabe confirmar que ele era um garoto muito sozinho e com poucos amigos, apenas com Erza e Gray como os mais fiéis. E era justamente por seu título de realeza que espantava todos os meninos e meninas de perto dele, afinal, e se o príncipe for jogar bola e se machucar? O que o rei faria com eles? E se ele se meter em uma briga, o valentão não poderia bater nele, sendo ele o príncipe, certo?

 Se levantou rapidamente e seguiu quase correndo até o palácio. Não poderia deixar que Lucy pensasse que ela era isso. Natsu não via ela como uma ameaça, muito pelo contrário.

 Assim que abriu as portas, a viu conversando com Aquarius no meio do Salão, entre os criados. Ela o viu e soltou um longo suspiro. Natsu sabia que, apesar de tudo, ela não estava arrependida do que fez. Nem ele. Caminhou em passos decididos até a moça, ignorando todos que o olhavam desconfiados, e Aquarius, que o avaliava de cima á baixo.

 - Lucy! – Ele a chamou e ela se aprumou á medida que ele caminhava até a moça.

 - Natsu... Acho que já... – Ela disse baixinho, para não atrair a atenção de todos, que já estavam bastante curiosos com a situação.

 - Não acho que você seja isso que falou de si. – O rosado disse antes mesmo de Lucy terminar se falar.

 - O que? Claro que você não acha, afinal...

 - Espera. Eu acho você muito maior que esse dom. E a Lucy que eu conheço não é a Lucy que vive com medo de tudo e que se esconde por trás de uma Visão ou coisa do tipo.

 - Então quem é essa que você conhece? – A moça perguntou olhando fundo nos olhos cinzentos do jovem, esperando uma resposta. Como se não percebessem, um calor começou a se formar em torno de seus corpos, como se fosse uma chama que acabara de se acender.

 Assim que Natsu abriu a boca para falar, um barulho de portões se abrindo preencheu o lugar, deixando todos em silêncio. Alguém havia chegado.

 Estava todo encapuzado, com dois guardas atrás de si. Natsu olhou desconfiado. Não esperavam ninguém ali naquele castelo. Caminhou até o sujeito, com Lucy do seu lado. Assim que tomaram uma distância boa, o príncipe perguntou:

 - Quem é você?

 Ouviu-se uma risada abafada ecoar pelo local, onde todos estavam em silêncio, olhando o desconhecido.

 - Essa risada... – Lucy pronunciou confusa. Natsu sentiu que alguma coisa muito errada estava acontecendo. A pessoa tirou o capuz de sua cabeça, revelando uma linda e brilhante cabeleira loira, e olhos castanhos capazes de tirar o fôlego de todas as mulheres de Fiore.

 - Conhece ele? – Natsu perguntou.

 Lucy respirou fundo. De todas as pessoas, nunca pensou que ele, justo ele, estivesse ali.

 - Loke.

 O jovem deu um de seus sorrisos mais sedutores que ele podia dar para a loira.

 - Olá, Lucy. Sentiu saudades de mim?


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Notas finais do capítulo

Obrigada por acompanharem até aqui. Até o próximo!



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