Kings And Queens escrita por Nina Black


Capítulo 26
Chapter 24 - O Baile - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Olá! Muito obrigada pelos comentários anteriores, fiquei muito feliz!
Espero que gostem do capítulo!



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 Enquanto se deliciava de uma bebida com gosto de chocolate com rum no baile do castelo, Gray fora interrompido por seu pai, que o chamara para conversar com o rei.

 Todos ali da festa estavam felizes e festejavam como se não houvesse amanhã. Havia apenas um ou outro Lorde que ficavam apenas sentados nas mesas observando a movimentação.

 Caminhando até onde Igneel estava, ele percebeu que estava tendo uma conversa um tanto quanto séria com Juvia Lockser, mas não importa o que estivessem falando, ambos se calaram quando pai e filho se aproximaram.

 - Majestade. – Gray o cumprimentou cordialmente. Tentava esconder a dor de cabeça forte que estava sentindo, como se nada passasse através de sua cabeça naquele momento. – Queria conversar comigo... Mais uma vez? – Ele perguntou se referindo ao dia anterior, onde ele ficara sabendo que estava comprometido com uma desconhecida para ele, sabendo apenas o que ela possuía e seu nome: Juvia Lockser.

 - Gray... Quero que conheça uma pessoa. – O rei de espaço e ele pôde ver a bela moça que observava os três atentamente, porém com certo receio. Ele logo reconheceu, era a moça que encontrara junto com Mirajane mais cedo na rua, enquanto era carregado por Natsu para o castelo para se arrumar para a festa.

 - Você... – Ela começou a falar baixinho e ele percebera que ela se lembrara dele também.

 - Essa, Gray, é Juvia Lockser, da Casa Lockser. – Igneel disse cauteloso, olhando para o rapaz de forma perigosa, como que se estivesse ponderando todos os movimentos que Gray poderia dar ao saber dessa notícia.

 “Então é ela.”— Esse foi seu primeiro pensamento ao olhar a face de confusão da moça. – “Ela não sabe que sou seu futuro marido.”— Ele pensou tristemente.

 - Prazer... – Ela disse estendendo sua mão para que o rapaz a beijasse, e assim, por educação ele se deu por feito. – Majestade, agradeço que me apresente quase todos daqui, é de muito respeito de sua parte... Mas por que me chamara aqui, mais afastado de todos para me apresentar a esse jovem?

 - Esse jovem, minha querida Juvia, é Gray Fullbuster, filho do General Silver Fullbuster. Mesmo não sendo um Lorde ainda como seu pai, é herdeiro de muitas terras... E é um dos membros mais honráveis que tenho aqui comigo neste castelo. – O rei disse exibindo um sorriso majestoso logo em seguida. – Ele é...

 - O pretendente que iria me oferecer. – A moça falou completando ansiosa. – Eu ouvi seu nome pela primeira vez na reunião do Conselho, depois me disseram que estava em uma missão, por isso não compareceu. Me desculpe se não lhe procurei. Muita coisa aconteceu e...

 - Não se preocupe com isso. – Gray falou sério, percebendo a ansiedade e surpresa da jovem de cabelos azuis. Depois disso, um silêncio perpetuou-se por onde estavam, deixando que apenas os músicos e a conversa dos outros a sua volta preenchessem seus ouvidos.

 Mas ninguém ali queria ser o primeiro a se pronunciar. Era como se estivessem entre uma bomba que estava prestes a explodir. O clima tenso estava incomodando a todos, principalmente para Juvia. A moça simplesmente não sabia o que dizer, a pegaram de surpresa. Nem tinha preparado nada para dizer ao seu futuro marido, ou pelo era o que ela pensava que Gray seria para ela. Mas olhando em seus olhos, ela viu que ela era a única parte interessada nesse matrimônio, senão ele já teria aberto a boca para dizer alguma coisa.

 - Bem... Eu e Silver vamos deixa-los a sós, acho que precisam conversar muito. – Igneel disse arrastando seu amigo de longa data consigo para o rumo de uma das mesas, onde Lorde Weisslogia comemorava animadamente com uma das damas da corte.

 Assim que os dois saíram, Juvia pôs-se a examiná-lo melhor. Em seus olhos Gray era lindo. Cabelos negros arrepiados, a pele bronzeada e os olhos negros... Tudo lhe chamava a atenção de uma maneira que ela não sabia explicar. Aliás, havia muitas coisas que ela estava sentindo que ela não sabia explicar, como por exemplo, a frieza que seu olhar emitia diretamente para ela, e como isso, inexplicavelmente, a atraía.

 Ele era um dos poucos homens que ela vira e já o achava interessante de cara. Nenhum dos que conhecia fora desse jeito, nem mesmo Lyon Vastia, com quem já trocara uma palavra ou outra.

 Mas, apesar de tudo, o silêncio estava incomodando muito a jovem.

 - Então... – Ela começou sem graça. – Isso... Me pegou desprevenida... Quero dizer...

 - Isso também me pegou desprevenido, e aposto que mais do que você. – Ele disse sério e ela engoliu em seco. Era certo ele trata-la daquela forma?

 Gray não estava se importando muito, sua cabeça latejava e ele não conseguia pensar direito o que deveria ou não estar sentindo. Aliás, não sentira nada por ela. A única coisa que sabia dela era que tinha posses, um nome de peso, era bonita... E que iria arruinar sua vida, possivelmente. Afinal, um homem como ele não queria se casar em seus plenos dezoito anos. Ainda era muito jovem e tinha muito mais para aproveitar da vida. Não queria ser interrompido por uma ordem superior como um casamento arranjado.

 Em sua cabeça dava certo se ela o achar rude e desistir do casamento.

 “Não, ela não pode desistir. Eu não posso fazê-la desistir. Igneel não pode ter falado isso explicitamente, mas eu sei que de um jeito ou de outro é a minha cabeça que está em jogo.”— Ele pensara preocupado. – “Mas... Igneel pode achar alguém no meu lugar, como Elfman, que mesmo não sendo do palácio é confiável. Não precisa ser exatamente eu, precisa?”

 E tendo esse pensamento rápido, ele se pôs a pensar que talvez seja essa a sua saída. Ele simplesmente fazer com que Juvia o detestasse, afinal, ela não se casaria com um grosso como ele, casaria?

 - Como assim mais do que eu? – Ela perguntou já um pouco mais nervosa.

 - Fiquei sabendo que estava comprometido ontem... Acho que você teve mais tempo para pensar nessa ideia. Resumindo, eu estou na desvantagem aqui. – Ele disse sinceramente. Ela o encarou e abriu a boca várias vezes. Estava esperando para que ela retrucasse, e caso isso acontecesse, entrariam numa discussão. Assim Igneel poderia ver que de jeito nenhum eles combinavam, e iria achar alguém mais tolerável à ideia de se casar com Juvia do que Gray.

 Mas para sua surpresa, ela apenas sorriu para ele.

 - Foi um prazer conhece-lo, Sr. Fullbuster. – Ela falou se curvando levemente para ele. – Infelizmente tenho que ir. Avisei a Mirajane que não iria demorar... E receio que essa conversa já acabou. E tenho que conversar com alguns Lordes que eram sócios de meus pais. – Logo depois se misturou no meio da multidão, deixando um Gray embasbacado olhando para o próprio copo de bebida que segurava. Como ela ousava?

 Claro que ela não iria começar uma briga aqui, no meio de todos. Ele deveria saber disso. Fora preparada para não passar vergonha em público, e não era assim que iria começar a conhecer seu futuro (não tão próximo) marido. Gray se sentiu muito idiota por não se lembrar disso.

 - Ei, Gray... – Ele ouvira a voz de Natsu, e viu o rapaz de cabelos rosas vindo até ele. – Vi você conversando com Juvia, o que você fez de errado? – Ele já perguntou sem delongas.

 - Natsu... Eu estava pensando... Seu pai teria de arrumar outro pretendente se por acaso ela me detestar, não teria? Por que assim ela não iria se casar comigo tão cedo. – Ele explicou brevemente para o amigo, que o olhou cético.

 - Cara... Você é muito idiota. – Natsu disse suspirando logo em seguida. – Você tem noção do que está em jogo? O reino e a cabeça daquela moça. E olha que eu não sou lá uma das pessoas mais responsáveis daqui pra falar desses assuntos, mas achei que você já deveria saber...

 - Natsu... Igneel terá de achar outro, não vai? – Ele disse calmamente. – É só ele achar outro cara disposto a oferecer suas terras em nome do reino, e pronto! Eles se casam e ficam felizes até quando morrerem, e eu sigo minha vida normalmente.

 - Você fala como se não conhecesse meu pai. – O rosado falou cruzando os braços. – Ei, Gray, você realmente acha que Juvia vai aceitar isso? Quero dizer, ficar sendo jogada de homem em homem até achar um que a aceite? Ela não parece ser tão tolerável assim.

 - Foi ela que quis se casar, não eu. – O moreno disse marrento.

 - Tecnicamente não foi ela que quis isso... Lembra-se de que seus pais morreram há mais ou menos uma semana? Lembra-se de que ela quase foi morta também? Também se lembra de que muitos Lordes querem a cabeça dela para que fiquem com suas terras? Também se lembra de que ela precisa de um marido para que ela consiga tomar posse de tudo que ela merece? – Conforme ele foi dizendo isso, ele foi caminhando em direção ao moreno, que foi se afastando.

 - E o que espera que eu faça? – Ele resmungou, mas no fim, uma culpa incomum o atingiu. Ele definitivamente não pensara em tudo o que disse para a moça minutos atrás.

 - Gray... Eu sei o quanto você é idiota... Mas aquela garota precisa de você. Pense nisso com mais... Consideração. Até parece que você não sabe o que é perder alguém que ama dessa maneira tão brutal. – Natsu falou saindo de perto do rapaz, o deixando ali, pensativo.

 Ele começou a reconsiderar que o que ele fez com Juvia fora uma burrada, e das grandes. O que ele não imaginava era que seus problemas com Juvia estavam apenas começando. As, por hoje, não iria falar com ela. Queria apenas pensar mais um pouco em como irá reagir de frente a ela novamente, coisa que ele não quer que aconteça essa noite.

~~~~~~~~~~

 Fazia dez minutos que Lucy procurava Juvia pelos corredores do castelo e nada da moça. Já havia se afastado demais da festa, e ninguém a vira.

 Passara por entre os corredores dos quartos, dos escritórios, até no corredor do quarto dos criados, mas ela não estava em lugar algum. Estava quase desistindo, quando foi parada por uma sensação estranha. E foi aí que ela percebeu onde estava.

 Era um corredor, onde cada quarto era uma espécie de sala privada, seja lá para o que era. Todas as portas estavam fechadas, exceto uma no final do corredor, que estava encostada. Caminhou lentamente até ela, e abriu apenas uma fresta. Conseguiu perfeitamente ver uma jovem ali, sentada no chão, apesar das poltronas ao redor da sala, incrementada com vários quadros de paisagens nas paredes e vasos de plantas ornamentais.

 Ela estava sentada elegantemente, com o vestido escorregando por entre o carpete roxo, mas apoiava seus braços no peitoril da janela, e sua cabeça neles, olhando tristemente as gotas de chuva batendo com força na janela. Chovia muito nos últimos dias, e, coincidência ou não, exatamente no dia que ela chegara ao castelo Dragneel.

 - Juvia? – Lucy a chamou baixinho enquanto entrava no recinto e encostava a porta.

 - Lucy? –Ela disse olhando assustada para a loira, que a recebia com um olhar caloroso e acolhedor. – O que está fazendo aqui?

 - Estava te procurando. Vi você conversando com Gray, e depois você sumiu... Fiquei preocupada se alguma coisa aconteceu com você. – Ela disse agachando ao lado da azulada. – Está tudo bem?

 A azulada pareceu ponderar várias coisas em sua cabeça.

 - Não. – Ela disse com os olhos cheios d’agua. – Mas eu espero que tudo fique bem. – Ela disse olhando para a chuva.

 - Juvia... Gray foi... Indelicado com você? – Ela perguntou para a azulada, que sorriu sarcasticamente.

 - Acho que... Não o conheço muito bem, mas tenho a sensação de que aquele era seu normal, ou pelo menos seu estado mal-humorado. Eu só não esperava que as coisas se tornariam mais complicadas do que já estavam. – Ela disse sorrindo tristemente. – Juvia... Quero dizer... Eu não me preocupo, nunca me preocupei com como seria meu marido, mas eu realmente esperava alguém, pelo menos, mais educado... Ou que pelo menos entendesse o quanto eu preciso dessa união.

 Lucy passou a mão por seu vestido novo, inquieta. Ela não sabia o que dizer para ela, simplesmente não sabia como estava se sentindo. Seu pai sempre detestou a ideia de casamento arranjado, então decidiu prolongar essa data para Lucy, mas vendo Juvia naquele estado a fez perceber que não queria se casar tão cedo.

 - Já pensou na possibilidade de ele também estar assustado com tudo isso? Ele pode estar tentando te evitar como uma forma de entender o que está acontecendo na vida dele. – Ela disse calmamente. – Por ele, apesar de não o conhecer bem, eu peço que fique mais um pouco e tenha mais fé em Gray. Pode não parecer, mas sinto que ele também precisa de você de uma forma ou outra.

 Juvia encarou a moça com seriedade nos olhos, como se eles estivessem virado chumbo, mas logo depois seu olhar foi se suavizando.

 - Obrigada. – Ela disse finalmente e Lucy se espantou. Era a última coisa que esperava ouvir dela essa noite. – Eu... Precisava conversar.

 - Juvia... Eu sinto muito por seus pais. Natsu um dia me falou que somos parecidas... Porque o mesmo evento que a fez vir para cá foi o meu também. Um ataque desconhecido. – Lucy disse se se encostando à parede fria e se acomodando mais no chão. Seria uma vergonha para ambas se alguém as vir naquele estado, mas ela não estava se importando com aparências no momento. – Eu sei. É complicado falar sobre isso sem se lembrar... Dos gritos... Da correria... Do desespero... Ainda tenho pesadelos com essa noite. – A loira falou e uma sensação estranha percorreu seu pescoço, como se alguém estivesse a enforcando, como da vez em sua casa. Colocou levemente sua mão em torno dele e respirou aliviada por sentir apenas as pedras frias de seu colar em seus dedos.

 Juvia ficou encarando a chuva, como se fosse a coisa mais interessante a se ver. O que Lucy não esperava ver eram lágrimas descendo pelos olhos da azulada.

 - Durante o ataque... Nós tentamos fugir, mas meu pai não conseguiu sair da mansão... Minha mãe pediu para que eu ficasse na carruagem e foi atrás dele. Ela não voltou mais. Depois de algumas horas eu voltei. O quarto dos dois estavam revirado, assim como a sala... Marcas de briga. Encontrei uma criada que viu a cena escondida, ela me contou tudo. Apenas com um golpe... Um único golpe com a espada e matou-os. Depois o homem foi embora. Não procurou por joias, nem testamentos, nem mesmo o cofre da casa. Parece que ele não encontrara o que procurava. – Ela falou tristemente, deixando que duas gotas de água silenciosas descessem por seus olhos. E logo Lucy percebeu que estava quase chorando por ela também. Sempre fora fraca perto de pessoas tristes, e isso não acabara. – Juvia... Sente por não ter ajudado eles... Eu nem saí para procura-los. Estava com muito medo. E agora? O que me sobrou? – Lucy acharia bonitinho a moça se colocar em terceira pessoa, mas achou que esse não era o momento adequado para reparar nisso.

 - Ei, Juvia... – Lucy disse pegando nas mãos da azulada, e percebeu o quão gelada ela estava, e quão macias suas mãos eram, parecia que estava segurando os dedos de uma menininha. – Sabe... Às vezes portas se fecham para nós para podermos ver as que estão se abrindo. É difícil seguir em frente, mas saiba que você não está sozinha. Nos conhecemos pouco, mas saiba que estou te apoiando, assim como Erza, Mirajane, Lisanna, Elfman, Natsu...

 - O príncipe? – Ela perguntou. Lucy se lembrou que Natsu não era tão íntimo de Juvia quanto de Lucy. Não que fossem tão íntimos assim.

 - Ele é uma pessoa maravilhosa. Não se preocupe. – Lucy disse sorrindo para sua mais nova amiga. Lucy, talvez por um instinto ou coisa parecida, sentiu que Juvia precisava dela. Talvez mais do que imaginava.

 O que nenhuma das duas estava imaginando era que certo rapaz de cabelos rosas estava no corredor, encostado com o pé na parede do lado da porta da sala, ouvindo tudo e com um sorriso largo nos lábios. Ele saíra da festa para procurar, não Juvia, mas sim Lucy. Preocupara-se quando seus olhos cinzentos não encontraram os cabelos loiros da jovem no meio da festança.

 “Cada vez me surpreendendo mais. Você é muito intrigante, sabia, Heartfilia?”— Natsu pensou enquanto olhava de relance na fresta da porta as duas conversando calmamente e a loira fazendo a azulada parar de chorar.

~~~~~~~~~~

 Sufocado pelo clima festivo da festa, Gray Fullbuster saíra um pouco para passear pelos jardins, enquanto esperava que essa sua nuvem negra que o cobria passasse.

 O jardim, apesar do fino chuvisqueiro que estava, continuava lindo. Ele tinha que confessar que até mesmo ele, um coração frio como o gelo adorava ficar andando pelas roseiras e árvores frutíferas dali. Igneel conta que quando se tornou rei, já havia acabado de se casar com Ayumi, sua falecida esposa, ele mandara alguns dos melhores decoradores e jardineiros da época fazerem esse gigante jardim. Ela adorava tudo o que envolvia plantas e flores.

 “Quando minhas palavras de amor fugirem, que olhe esse jardim e veja o que eu sinto por ti.”— O rei entalhou essa frase em uma das árvores de cerejeira que havia ali por perto. Um dia Natsu e ele descobriram a árvore, mas faz tanto tempo que isso aconteceu que ele nem se lembra mais de qual parte do jardim os dois exploraram.

 Claro que depois que Ayumi Dragneel morreu, o jardim continuou sendo ainda mais bem cuidado, e se depender de Natsu, Gray tinha certeza que ficaria assim por um bom tempo, já que o jardim é uma das poucas coisas que lhe faz ter uma vaga sensação de como era sua mãe.

 Confessava que tinha um pouco de pena de Natsu, mas não dizia isso em voz alta, pois além de pena sentia admiração. Ele nunca reclamou de como uma figura materna faz falta na vida dele, ou de como estava com saudades de sua mãe. Gray sentira isso mais forte do que o rosado, já que se lembra da morte de Mika, e sabe que ela foi assassinada. Foi levada á força para os braços da morte.

 Seu pai odeia que toque no nome dela, mas uma vez ou outra os dois conversam sobre alguma comida boa que ela fazia, ou de como ela tinha uma mania de limpeza que ninguém tirava isso dela... Um dia Gray chegara até a brigar com seu pai por achar que estava contando mentiras de sua mãe. Silver e Mika eram muito opostos, como poderiam ter se casado?

 Enquanto ela queria uma vida pacata, com vários filhos e uma casinha simples, ele já era aventureiro e nunca parou em um lugar só. Enquanto ela adorava limpar e manter a casa bem arrumada, ele tinha um dom natural de sujar coisas simples, como o chão com terra, ou largar espadas e outras armas jogadas pelos cantos.

 Mas agora as coisas mudaram para Gray. Ao invés de imaginar como fora o casamento dos seus pais, tem que planejar o seu próprio, e pior, com uma completa desconhecida.

 Não que seja culpa de Juvia, aliás, ela é a mais inocente de todos os envolvidos. Os dois têm um contrato a firmar, e só agora que ele percebeu que escapar disso seria uma tarefa complicada a se fazer. O que não percebeu era que, se escapasse disso, escaparia de muito mais coisas. Depois da sua conversa com sua recém-noiva, ele percebera que simplesmente não podia jogar tudo pro alto e sair correndo. O reino precisava dele, seu pai precisava dele, e, mesmo não a conhecendo, ele sabia que Juvia também precisava dele.

 - Parece que estou com mais problemas do que o rei... – Ele resmungou chutando uma pequena pedra que estava no caminho.

 - Resmungando por aí, Gray? Achei que já tinha passado dessa idade. – Ele ouvira uma mulher atrás de si e rapidamente se virou, tomado pelo susto. Não vira ninguém mais, ninguém menos que Ultear Milkovich, filha de Ur.

 - Ul. Achei que estava lá dentro com os convidados. – Ele disse esperando que a mulher se aproximasse dele, e assim foi feito. Ultear parecia desfilar por entre as flores. No meio das plantas, trajando seu vestido vermelho, ela parecia muito bem a personificação de uma rosa bem aberta: Delicada, porém não podia chegar muito perto, tinha vários espinhos e não tinha medo de machucar.

 - Achei que estava muito cheio de gente, vim aqui tomar um ar e encontrei você aqui resmungando da vida. – Ela disse parando em frente ao rapaz. – Como vai o mais novo noivo de Fiore? – Ela perguntou fazendo graça, o que fez Gray bufar.

 - Ainda não me acostumei com a palavra, certo? – Ele disse se sentando por entre as flores e plantas. A mulher, ao contrário, preferiu se apoiar em uma árvore ali por perto. – Não a considero minha noiva.

 - Cuidado Gray... – Ela disse olhando para seus pés. – Não se obrigue a dizer que ela é sua noiva só quando for tarde demais, vocês dois podem sair machucados disso.

 - Como assim? – Ele perguntou para a moça. Desde quando Ul entendia de relacionamentos amorosos?

 - Juvia precisa do seu apoio. Ela foi arrancada dos braços dos pais dela e a jogaram nos seus. Já pensou por esse lado? – Ela perguntou, e fez o rapaz ficar ainda com mais dúvidas sobre o que seria certo ou não de se fazer. – Mas não estou aqui para lhe dizer sobre casamentos e Juvia, acho que já falaram muito na sua cabeça sobre isso.

 - É o assunto mais falado de todos os tempos. – Ele resmungou. – O que veio falar comigo? – Ele perguntou para a morena, que o olhava com olhares de um gato, tentando perceber qualquer movimento estranho vindo dele. Ultimamente, Ultear andava meio estranha, encarando todos e desconfiando de tudo. E fora seus sumiços, que quase matam Ur de preocupação.

 - É muito importante, então fico feliz que já esteja sentado, pirralho. – Ela falou colocando a mão na cintura.

 - Ultimamente, nenhuma notícia me impressiona mais. – Ele falou encarando a jovem.

 - E se eu te disser que eu sei como encontrar Gajeel Redfox? – Ela perguntou sorrindo maliciosamente para o moreno, que a encarava estupefato. - Ou melhor ainda... Eu sei onde ele pode estar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Até o próximo!



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