Kings And Queens escrita por Nina Black


Capítulo 14
Chapter 13 - O Conselho de Igneel


Notas iniciais do capítulo

Olá! Muito obrigada á todos que comentaram no capitulo passado, eu adorei todos!
Boa leitura!



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 Lucy acordou com uma luz forte em seu rosto, de forma que não conseguiu enxergar nada além de uma janela em cima de seu corpo. Assim que sua visão ficou menos turva, ela pôde perceber onde estava: deitada em uma cama na enfermaria. Estava coberta com um manto grosso branco, assim como todo o resto dos tecidos da cama.

 - Ah, você acordou! – Ela ouviu uma voz ao seu lado. De princípio ela não conseguiu distinguir quem era, mas depois de ver os cabelos azuis ela percebeu que se tratava de Levy, a garota que a ajudara com a tradução dos livros. – Ainda bem! Preciso avisar o rei logo! – Ela falou saindo rapidamente da enfermaria, nem dando tempo para Lucy dizer nada.

 Depois de algum tempo, ela tentou se sentar, e apesar de um pouco zonza, conseguiu apoiar suas costas na cabeceira da cama. A enfermaria estava quase vazia, porém quase sempre ela via uma enfermeira saindo do castelo apressadamente.

 Vagamente, ela começou a se lembrar da noite passada, de como tinha apagado do nada. As lembranças vinham como pequenas porções de flashes em sua cabeça, mas aos poucos ela estava conseguindo montar e assimilar tudo.

 Mas o que realmente havia acontecido? Quem era aquele rapaz do seu sonho? Ele, de alguma forma, parecia alguém que ela conhecia, ou que deveria conhecer, mas nenhum nome vinha a sua cabeça quando se lembrava do rosto sério e bronzeado do jovem. Apesar de não o conhecer, ela sabia mais ou menos onde estava, era uma área rural do reino, e parecia perto de algum tipo de vilarejo.

 Não queria que ninguém perguntasse como ela sabia disso, Lucy apenas sabia.

 E tinha aquela sombra... O que ele falara para ela mesmo? Ela não se lembrava de muita coisa. Sua cabeça ainda se podia ouvir um pequeno zumbido, mas nada que a deixasse desconfortável. Seu corpo estava mais pesado que o normal e suas pernas estavam estranhas.

 Ela viu que tinha um pequeno espelho na mesa ao lado de sua cama e o pegou, analisando melhor seu rosto. Nada fora do normal, exceto seus olhos um pouco inchados devido ao tempo dormido.

 Lucy se aprumou um pouco quando ouviu a porta da enfermaria se abrindo, revelando duas pessoas. Uma delas era Lisanna Strauss e a outra era Grandine.

 - Ainda bem que você acordou! – Grandine disse andando rapidamente até a moça e colocando a palma de sua mão na testa dela. – Não está mais com febre... – Ela olhou nos olhos da moça. – Está normal.

 - Que bom que esteja bem, Lucy. – Lisanna comentou sorrindo, mantendo uma certa distância da loira, como se a temesse, ou alguma coisa do tipo. Mas ficara feliz por Lisanna estar ali, apesar de tudo.

 - Quero levantar. – Lucy resmungou retirando as pesadas cobertas de seu corpo, e foi aí que percebeu que ela estava nua, o que a fez ficar vermelha de vergonha e se cobrir de novo. – Poderiam me trazer roupas?

 - Já mandei os criados trazerem um vestido para você. Tem certeza que consegue se levantar? – Lisanna perguntou se aproximando. Lucy concordou com a cabeça.

 - Por quanto tempo fique apagada? – Ela perguntou.

 - Umas oito horas, mais ou menos. – Grandine disse entregando um pequeno frasco de vidro contendo um líquido amarelo. – Tome, vai fazer bem para seu corpo, sei que ele está pesado ainda. – E assim que entregou o objeto para Lucy sumiu entre as cortinas.

 Lucy bebeu o líquido, que desceu queimando em sua garganta, o que a fez fazer uma careta. Logo depois ela encarou Lisanna.

 - O que aconteceu quando eu apaguei?

 - Bem... Natsu te trouxe correndo até aqui, e depois Grandine cuidou de você. Erza e Gray alertaram o rei sobre o acontecido e a seu pai também. – A albina comentou se sentando na beirada da cama. – Natsu vai ficar feliz que tenha acordado.

 Nisso, duas empregadas chegaram silenciosamente, trazendo consigo um vestido amarelo com detalhes em dourado e um par de sandálias brancas, o que fez Lucy agradecer discretamente as duas, que rapidamente saíram do local.

 Assim que a loira foi se levantar, seu corpo ficou pesado novamente e ficou meio zonza. Lisanna a ajudou a ficar de pé, servindo como apoio. Assim que ela percebeu que Lucy melhorara um pouco, foi pegar o vestido entregue.

 - Venha, eu te ajudo a se vestir. – A moça disse já abrindo o vestido e ajudando Lucy a encaixá-lo em seu corpo curvilíneo, e amarrou-o nas costas.

 Assim que Lucy acabou, preferiu deixar a trança em seus cabelos que alguém havia feito e saiu da enfermaria em passos lentos, acompanhados por Lisanna, que andava ao seu lado lhe dando apoio.

 - O rei quer conversar com você. – A moça disse para a loira.

 - Eu já tenho uma ideia do que ele deva me perguntar, mas agora preciso ir á biblioteca... Os livros... – Lucy falou apressando seu passo e virando um dos corredores, dando de cara com Gray Fullbuster e Natsu Dragneel.

 - Lucy! – O rosado disse espantado. – Não devia ter saído? Você está bem pra ficar andando por aí? – O príncipe perguntou preocupado a ela, enquanto Gray apenas a examinava com o olhar.

 - Eu estou bem. Apenas preciso ir para a biblioteca. – Ela disse tentando passar, mas Gray a impediu.

 - Tem certeza? – Ele perguntou olhando para a loira com curiosidade. – Pelo que eu vi ontem, seus olhos até mudaram de cor.

 Lucy sentiu suas pernas bambearem por um instante.

 - O que? – Ela perguntou.

 - A sua Visão. – Lisanna disse sorrindo tranquilamente para ela. – Você deve ter visto alguma coisa ou...

 Os três encararam Lucy com um olhar misto de pavor e curiosidade.

 - O que você viu, Heartfilia? – Natsu perguntou baixinho.

 - E-Eu... – Lucy estava confusa demais para tentar processar alguma coisa. Então ela realmente tinha essa tal Visão? Ela viu o futuro? Ela realmente viu o que iria acontecer?

 - Lucy... – Natsu a chamou novamente, mas foi interrompido por uma voz feminina atrás da loira.

 - Ela não deve satisfações a ninguém, a não ser Sua Majestade. – Lucy se virou rapidamente ao ouvir a voz autoritária atrás de si.

 Aquarius a encarava seriamente, como se a qualquer momento fosse estrangular a moça. Mas nada tirava de Lucy o gosto amargo de sua boca, como se tivesse engolido ferro. Gray encarou a mulher com espanto, enquanto Lisanna dava alguns passos para trás, a fim de se distanciar da figura, com medo dela. Natsu, porém, apenas encarou a mulher com seriedade, como se ela também soubesse de alguma coisa, o que para ele era bem provável.

 - Aq-Aquarius! – Lucy gaguejou arfando.

 - Vamos, Lucy. Depois conversará com eles mais tranquilamente. – E segurando a moça pelos ombros, a guiou até a Sala do Trono, bem a tempo de ter uma reunião com Igneel.

 Fora o que ela pensava, porém, o Conselho todo estava reunido apenas para vê-la.

 - Lucy Heartfilia. – Ur a cumprimentou assim que a moça entrou em passos lentos ao lado de Aquarius no Salão do Trono. Todos, ou a maioria dos nobres que estavam ali pareciam encará-la com certa curiosidade, outros, com um misto de medo. Lucy tentou ignorar esses últimos.

 O Salão estava um pouco mudado. A frente do trono real havia uma mesa, onde vários pergaminhos e cartas estavam espalhados nela. E de cada lado da mesa havia três cadeiras. Ur e Makarov estavam sentados do lado direito, enquanto Silver e Grandine estavam do outro lado. Havia duas cadeiras vazias ali, mas Lucy não se preocupou em saber de quem era.

 Os outros nobres estavam espalhados pelo salão, sentados em grande cadeiras de madeira, com uma distância razoável do trono e da mesa.

 “Esse deve ser o Conselho de Igneel...”— Lucy pensou olhando para a mesa.

 Ur parecia apenas prestar sua atenção aos passos de Lucy, enquanto Makarov a olhava com seriedade, mas não parecia estar nervoso ou coisa do tipo. Grandine a encarava como se ela fosse desmaiar a qualquer hora, e Silver apenas a lançou um olhar rápido, e depois focou seus olhos nos pergaminhos espalhados na mesa.

 Mas de todos, a pessoa que ela estava com mais medo de encarar era Igneel. Sentado em seu trono brilhante, com a coroa resplandecendo em sua cabeça, ele parecia mais amedrontador do que ela jamais vira. Seu olhar sério a analisava atentamente, enquanto coçava o queixo com a ponta dos dedos. Não parecia nem um pouco com o pai zeloso que conversara de madrugada há dois dias.

 - Lucy. – Ele pronunciou. E assim que sua voz preencheu o local, acabaram-se os murmúrios espantados entre os nobres, que focaram seus olhos no rei. – Convoquei essa reunião, para que nos diga o que exatamente aconteceu.

 Lucy não conseguia proferir nenhuma palavra, estava com medo e assustada demais para sequer conversar sobre o assunto. Mas mesmo assim, ela tentou falar alguma coisa.

 - Eu... – Ela começou gaguejando um pouco. – Eu... Tive alguns sonhos... Todos me falam que isso é o futuro, mas... Parecia tão... Real. Não parecia uma Visão. – Ela disse se lembrando de que quase sentira a brisa do campo em seus sonhos. Tudo estava voltando à tona em sua mente... A sombra amedrontadora, o castelo de pedras, a conversa dos dois e... O rapaz de cabelos negros.

 - É assim que funciona. – Ur falou olhando para a moça. – Temos registros aqui, que falam que você e sua mãe não foram as primeiras a terem esse dom, e provavelmente não serão as últimas. Mas realmente é um dom muito raro...

 Lucy olhou para o rei. Ele parecia absorto em pensamentos enquanto analisava cada passo da moça em sua direção.

 - Eu não sei muito bem o que vi... Na verdade, não me lembro direito. – Ela se pronunciou pela primeira vez sem gaguejar ou tremer. Vários pensamentos tomaram conta de sua cabeça. Será que seria seguro o suficiente contar tudo o que ela vira em seu sonho? Será que acreditarão totalmente nas palavras dela? Mesmo tendo certeza de que se estava tratando do Conselho Real, ela preferiu ficar quieta e deixar que todos achassem que ela não se lembrava de muita coisa. Para ela, parecia o mais certo a se fazer. Todos ali poderiam usar essas informações a outros favores.

 - Majestade... – Aquarius se pôs ao lado de Lucy, e com voz firme, disse para todas as pessoas ali ouvirem. – Lucy ainda está muito cansada, e tudo isso está sendo um baque para ela. Peço que a deixe descansar mais um pouco e ir conversar com seu pai sobre isso. Garanto que ela não iria mentir para o senhor. – Ela terminou com uma reverência.

 Igneel se remexeu inquieto em seu trono, não parando de olhar para a loira.

 - Bem... Vejo que seu cansaço é evidente, Srta. Heartfilia. – Ele disse com voz serena. – Deixarei que descanse bastante. Reunião suspensa. – Ele falou se levantando e saindo rapidamente da sala, seguido por Makarov. Ele parecia bem perturbado, e duvidava que o caso de Lucy fosse a única coisa que estava lhe tirando o sossego.

 Pouco a pouco os nobres foram se dissipando, sobrando pouquíssimos ali, que conversavam e sussurravam coisas enquanto encarava Lucy. Sentindo o desconforto da loira, Aquarius a levou para seu quarto de hóspedes em passos rápidos.

 Assim que a porta de madeira negra foi fechada, a moça se sentiu muito mais aliviada por perceber que apenas Aquarius a julgava com o olhar.

 - Lucy... – A azulada a chamou enquanto se dirigia á uma pequena mesa que ficava no canto do quarto. – Pedi que colocassem um café da manhã aqui para você. Pensei que não quisesse encarar muitas pessoas mais hoje.

 - Obrigada, Aquarius. –Lucy disse baixinho, enquanto andava rapidamente até a mesa, pois percebera que seu estômago estava totalmente vazio.

 - Não me agradeça. Escute, sei que mentiu para o rei.

 - O que? – Lucy perguntou quase se engasgando com o pedaço de torta de limão em sua boca. – Eu não...

 - Você se lembra do que sonhou. – A mulher disse se aproximando sorrateiramente, como uma gata. – Mas não quer contar para ninguém. Bem, seja lá o que for... Espero que não seja tarde demais quando resolver abrir a boca.

 - Eu não menti! Apenas não disse o porquê, pois nem mesma eu sei o que sonhei! – Lucy contestou. – Sonhei com um rapaz de cabelos negros. Não conheço. E sonhei com um castelo e... E uma sombra macabra que eu não faço a mínima ideia do que é essa coisa! Preciso descobrir isso. – Ela comentou andando de um lado para o outro nervosamente, enquanto Aquarius a encarava com tédio na voz.

 - E como vai descobrir quem é esse rapaz?

 - Vou sonhar de novo. Talvez funcione...

 - Visões são diferentes de sonhos. Os sonhos você não controla, as Visões sim. Mas só uma mente muito bem treinada pode conseguir fazer isso, e não é uma garota que até ontem achava que não tinha nada de especial consiga fazer hoje! – A voz de Aquarius saiu como um trovão nos ouvidos de Lucy. – Suas Visões estão descontroladas, pode tê-las a qualquer hora, e isso pode ser muito perigoso. Você ficou muito mal ontem. Se vier com você despreparada novamente, pode ser fatal. E não temos tempo para isso agora.

 - Eu sei. – Lucy comentou. – Mas eu preciso saber quem ele é o mais rápido possível. Sinto que ele tem muita coisa a nos dizer, não importa quem ele seja.

 - Bem... Acho que talvez uma pessoa fora da corte saiba. – Lucy encarou a mulher. – Pessoas que não são nobres normalmente viajam muito e conhecem muitas pessoas. Conhece alguém assim?

 Lucy pensou um pouco. Ela teria de conhecer pelo menos uma pessoa que conheça várias pessoas, ou conhecer uma pessoa que tenha muitos contatos...

 - Levy! – Lucy exclamou se aprumando e indo em direção à porta. – Eu conheço uma pessoa, e eu sei que ela pode me ajudar! – Lucy abriu a porta e saiu do quarto, deixando Aquarius sozinha.

 Assim que viu Lucy sair do quarto, a azulada deu um sorriso debochado.

 - Quem diria que a filha de Layla teria um raciocínio tão rápido assim. – E falando isso saiu do quarto e passos largos e preguiçosos em direção ao quarto de um dos criados do castelo, com quem ficava junto por horas e horas.

~~~~~~~~~~

— Levy! – Lucy exclamou assim que viu os cabelos azuis presos por uma faixa verde em meio aos livros da biblioteca.

 - Lucy! – A azulada sorriu assim que viu a amiga ir rapidamente até sua direção. – Está tudo bem? Fique sabendo que você foi conversar com o rei... Que a sua Visão...

 - Levy... Eu sei. – Lucy colocou a mão em seu ombro. – Depois eu posso te explicar tudo o que quiser, mas eu preciso da sua ajuda agora.

 A garota dos olhos cor de âmbar a olhava atentamente.

 - Claro, Lucy! O que você precisar.

 - Quero saber se conhece alguém que saiba desenhar bem, para fazer um retrato falado para mim. – Lucy pediu à amiga.

 - Bem... – Levy coçou o queixo com o dedo indicador. – Conheço alguém sim. Posso te levar até onde ele fica, é uma taverna.

 - Eu adoraria. Podemos ir agora?

 - Bem... Até onde eu sei, ele vai á noite...

 - Tudo bem, podemos esperar. Enquanto isso vou lhe contar tudo o que quer saber sobre... Minha condição. – Lucy disse se sentando em uma cadeira perto de Levy. No momento que vira a moça, ela sentiu que era o tipo de pessoa com quem se podia confiar, mas ainda não sabia o quanto.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Até o próximo!



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