Kings And Queens escrita por Nina Black


Capítulo 11
Chapter 10 - O Salão de Cristal


Notas iniciais do capítulo

Olá!! Tudo bem gente? Espero que sim :)
Bem, aproveitem a leitura, e fãs de Nalu irão amar esse capitulo, apenas adianto isso.



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 Lucy não conseguira dormir a noite toda. Ficava rolando de um lado pro outro na cama, ouvindo somente o barulho das gotas batendo na janela ao seu lado. Isso seria calmante de se ouvir, porém ela não estava nem um pouco tranquila.

 Seu pai ainda estava ferido, e ela cada vez mais não queria estar aqui. Propôs-se a ajudar na tradução dos livros como uma forma de, pelo menos, começar a tentar descobrir quem era a pessoa que quis matar seu pai e ela, e a razão de tanta brutalidade.

 Mas estava começando a se arrepender de ter feito isso. Natsu Dragneel, o príncipe, parecia não gostar muito de sua companhia, ou pelo menos fica bem curioso a seu respeito, Gray Fullbuster muito menos. Parecem sempre desconfiados com o que ela esteja fazendo ou não. Mas eles estão certos. Desde que a loira entrou nesse castelo, coisas estranhas estão acontecendo e ela não sabe dar nenhuma explicação concreta para eles.

 Enquanto andava pelos corredores essa manhã, ela pode ouvir a conversa de dois criados sobre novos ataques á nobres na região Leste, e dois deles foram mortos a sangue frio, porém só um teve a cabeça decapitada. O outro ficou intacto, apenas com uma faca cravada na garganta. Esses corpos não sumiram, o que provocou mais curiosidade ainda.

 Todo mundo poderia achar isso estranho, mas Lucy percebera que tinha algum padrão aí que ela não entendera ainda. Parecia que, de alguma forma, eles alternavam o jeito de matar as pessoas e parecia que os corpos que sumiam era, de alguma forma, escolhidos para isso.

 Não conseguindo mais ficar deitada na cama sem fazer nada, ela se levantou e colocou um casaco por cima de sua camisola de seda branca comprida. Há essa hora, poucas pessoas deveriam estar acordadas.

 A primeira vez que Lucy saiu pelos corredores escuros, ela tivera a sensação de medo. Estava tudo escuro, tendo como iluminação somente a luz da Lua. E o piso refletia tudo, inclusive ela mesma. Apostava que, se tivesse usando algum calçado, poderia ouvir o barulho deles batendo no chão.

 Depois de um tempo, ela acabou se acostumando com o brilho azul da Lua, e achou, de certo modo, até bonito. Ela olhou para o céu, e chutara que o dia estava para amanhecer. Nunca pensou que poderia passar a noite em claro desse jeito. Bem, ela nunca pensara que pessoas desconhecidas tentariam mata-la daquela forma, então ter uma crise de insônia era uma das suas menores preocupações.

 Caminhando por entre os corredores, Lucy se deparou com um salão imenso. Este, porém, estava iluminado, o que fez a loira desconfiar. O salão parecia ser feito exclusivamente de mármore branco e cristais. O gigante candelabro no teto estava todo aceso, e sua luz era refletida no piso de vidros. Os vitrais nas janelas eram todos em tons de azul, bem diferente do resto do castelo, que parecia ser em tons mais quentes, como vermelho.

 - Uau. – A moça suspirou assim que viu uma cadeira no fundo do salão. Era toda e completamente de cristal.

 - Gostou? – Ela ouviu uma voz atrás de si e, com um grito, ela se virou.

 Igneel estava escorado na porta, observando a garota e o local atentamente.

 - M-Majestade. – Ela falou se curvando desajeitadamente. – Desculpe por entrar aqui sem permissão.

 Ao invés de estar com sua feição séria todo o tempo, ele deu uma gargalhada ao ver o jeito atrapalhado e envergonhado da menina.

 - Não se preocupe. – Ele suspirou. – Sabe o que é esse lugar?

 - Não.

 - É o Salão de Cristal. Minha esposa adorava esse lugar mais que todos os cômodos. E é ao amanhecer que eu vejo o quanto ela estava certa. – Ele disse olhando para o vitral ao seu lado, vendo o começo dos raios solares o atingirem e tingirem o chão de vidro de azul.

 - Vossa majestade já estava acordado? – Lucy perguntou vendo que Igneel usava roupas simples de linho verde e estava com os cabelos um pouco desgrenhados, o que o deixou com uma aparência mais jovial.

 - Já estou acordado á algum tempo. Os guardas me avisaram que Natsu e Gray saíram à noite, e estou esperando os dois voltarem. Silver deve estar jogado por algum canto, esperando Gray. – Ele falou sorrindo e Lucy achou isso estranho. Não o fato de ele sorrir, mas a razão de estar acordado. – Apesar de tudo, ainda somos pais zelosos.

 Igneel viu a confusão nos olhos da menina e explicou.

 - Natsu é... Irresponsável em várias coisas. E bem inconsequente. E fora que ainda sou o pai dele, fico preocupado se ele tenha causado alguma confusão nas ruas...

 - Não se preocupe. Aposto que seu filho sabe lutar muito bem.

 -Ah, sim, ele sabe. E por ele achar isso, quando está bêbado ele acha que é o senhor do mundo, e sai lutando com todos. De vez em quando ele merece apanhar um pouco, por mais que isso me doa. – Ele deu de ombros. – E é isso que eu vou fazer com ele caso não chegue dentro de dez minutos. – Igneel respirou fundo e saiu do local, mas antes de sumir no corredor, ele se virou para Lucy. – Natsu é a coisa mais importante que tenho... Preciso cuidar dele, mesmo que seja de longe.

 E sumiu.

 Lucy suspirou logo em seguida. Por que o rei estava falando essas coisas para ela? Por que ele tinha que tocar no assunto de Natsu toda vez que se encontravam?

 Rapidamente saiu do Salão e voltou para seu quarto.

 Enquanto estava no corredor, viu que a porta do mesmo estava aberta.

 - Eu não deixei a porta do meu quarto aberta... – Ela falou baixinho, sentindo sua espinha gelar logo em seguida. Ninguém era autorizado a entrar no quarto de ninguém aqui do castelo, a não ser que a pessoa deixe. Ela viu, em uma mesinha ao seu lado, um pequeno castiçal de bronze, e prontamente o pegou, só por garantia.

 Caminhando lentamente, a loira se aproximou da porta e ouviu um barulho. Prendendo sua respiração, ela entrou no quarto.

 Não havia ninguém ali, porém a janela estava escancarada, e a chuva havia parado há algum tempo.

 Antes que a loira pudesse respirar, mãos hábeis a levantaram rapidamente e a prensaram na parede, tapando sua boca logo em seguida, para que ela não gritasse.

 Seu coração estava acelerado. Eles viriam pegá-la de novo? Mesmo estando no castelo?

 Tentando não desmaiar de pânico, ela começou a se debater freneticamente até conseguir se livrar das mãos.

 - Calma! Sou eu! – A voz da pessoa falou, e Lucy se permitiu abrir os olhos. Ao fazer isso, percebeu que um par de olhos cinzentos a olhava sérios, e muito perto de seu rosto. Assim que sua boca foi libertada, ela se queixou.

 - Natsu Dragneel?! O que está fazendo aqui em meu quarto?! – Mesmo não querendo, sua voz saiu um pouco mais fina que o normal.

 Natsu a soltou e se afastou, se sentando em sua cama desarrumada.

 - Fale baixo! Senão Magnolia inteira vai saber que eu estou aqui. – Ele resmungou tirando sua capa preta, que lhe cobria desde os cabelos até os joelhos.

 Assim que ele tirou sua capa, Lucy pode ver o quanto Natsu estava molhado... E ferido. Não cortes profundos nem nada do tipo. Estava mais para marcas de arranhões, e esfolados nos braços.

 - O que aconteceu? Por que você está assim? Por que você está aqui? – A moça perguntou olhando para o estado de Natsu.

 - Foi o primeiro quarto sem ninguém que eu vi, e entrei antes que me vissem.

 - Antes quem te visse?

 - Meu pai... Os guardas reais... A Erza... – Esse último nome fez o rapaz tremer um pouco. – Por isso entrei escondido aqui. Se meu pai visse o meu estado, ele terminaria o serviço que aqueles velhos bêbados não conseguiram. – E com isso ele deu uma risada fraca. – Mas não sabia que esse era o seu quarto, me desculpe.

 Nisso Lucy se aproximou mais dele e viu o estado que estava. Ele não tinha nada quebrado, e não parecia estar sentindo dores. Mas estava com manchas vermelhas na pele, principalmente ao redor do pescoço, e tinha um filete de sangue saindo em sua testa.

 - E vai ficar aqui? – A loira perguntou cruzando os braços, o que fez o rosado suspirar.

 - Por favor. – Ele resmungou igual uma criança fazendo manha para a mãe. – Só preciso de uma toalha para me limpar.

 Lucy olhou um pouco para ele, e se lembrou de sua conversa com Igneel mais cedo. Ela viu que Igneel amava Natsu, e se ele o visse nesse estado, ele poderia ficar chateado.

 “Por que estou me importando com isso? Isso é problema entre pai e filho!”

 - Eu sou uma idiota... – Ela falou saindo rumo á enfermaria, mas antes parou na porta e encarou um Natsu confuso. – Apenas fique aqui. Eu já volto.

 Foi rapidamente á enfermaria e pegou discretamente remédios para dor e algumas faixas.

 Depois disso voltou ao quarto o mais rápido que podia e Natsu estava sentado na cama dela, já sem as botas e sem a capa, e tinha um semblante fechado.

 - O que você foi fazer? – Ele perguntou desanimado. – Foi chamar os guardas? Pois saiba q... – E nisso ela jogou uma toalha na cara dele.

 - Limpe esse sangramento. – Ela falou fechando a porta de seu quarto, de modo que ninguém visse que estavam ali. Nisso o rosado ficou a encarando como se visse uma pessoa completamente desconhecida. Nisso o rapaz se calou e se concentrou em limpar todo o sangue.

 “O príncipe é um idiota.”— Lucy chegou á uma rápida conclusão assim que viu o modo como ele limpava seu sangramento. Ele esfregava a pele até ficar bem vermelha. Desse jeito, ele nunca conseguiria ficar com uma aparência boa o suficiente para disfarçar os machucados de seu pai.

 Ela se aproximou rapidamente dele e se sentou na sua frente, mantendo uma boa distância.

 - Eu te ajudo. – Ela falou tomando o pano de suas mãos, o que fez Natsu encara-la com uma careta.

 - O que você vai fazer? – Ele perguntou levantando uma sobrancelha.

 - Com essa sua delicadeza de elefante, vai acabar arrancando a sua pele junto com o sangue. – Ela disse se aprumando. – Fique quieto, vou tentar limpar isso.

 E com muito cuidado, ela foi pressionando o tecido sobre a pele machucada de Natsu, enquanto ele a encarava com um misto de surpresa e seriedade.

 - Engraçado... – Ele comentou baixinho, mas Lucy conseguiu ouvi-lo. – O que você veio fazer exatamente aqui?

 - Meu pai sofreu um atentado. – Ela falou triste. – Acho que isso todos já sabem.

 - Não quero dizer isso. Quero dizer que, acho que está aqui por alguma razão. – Ele falou a analisando melhor. Lucy o encarou, o que, devido a proximidade dos dois, ela ficou um pouco corada. Nunca tinha ficado nessa proximidade com ninguém. Nem mesmo com Loki.

 - E por que razão seria? – Ela perguntou ficando mais séria para ele.

 - Não sei. Só sei que você não parece ser uma má pessoa, então acho que não devo me preocupar com nenhum plano maligno que esteja planejando fazer.

 - Claro que você acharia isso, afinal, estou te ajudando a enganar seu pai, que, a propósito, é o rei de Fiore. – Ela disse suspirando. – Vá tomar um banho, aproveite e lave suas roupas sujas de barro, e depois tome esse remédio. – Ela falou entregando a ele um frasco com um líquido cor de rosa, o que Natsu encarou com certa relutância. – Vai ajudar na dor.

 Assim que ele foi para o banheiro da garota, Lucy rapidamente se trocou, pois percebeu que ainda estava de camisola. O que melhorava sua situação é que ela estava com um casaco por cima, o que cobria grande parte de seu corpo exposto. Na hora de trocar optou por um vestido roxo com detalhes em preto em seu decote.

Depois de alguns minutos, Natsu abriu a porta do banheiro, saindo de lá apenas vestindo sua calça preta e estava com sua camisa e uma toalha nos ombros. Lucy não deixou de notar o quão forte ele era, porém não chegava a ser exagerado, como Elfman, por exemplo.

 Assim que a porta foi escancarada, a moça percebeu o calor que emanava dali. Era surpreendentemente quente. Ela não sabia o que era água e o que era suor no corpo de Natsu, e o mais estranho, ele estava totalmente confortável com seu corpo pelando de quente.

 - Algum problema? – Ele perguntou assim que o olhar desconfiado de Lucy ficou sobre ele.

 - Você tomou banho na água quente daquele jeito?

 - Sim, por quê? – Ele perguntou se sentando em uma das poltronas de lá e começou a enxugar seus cabelos. – Estava muito boa, se quer saber.

 - E você não derreteu? – Ela perguntou indo fechar a porta, já que o calor a estava fazendo suar.

 - Sempre tomei banho desse jeito. E olha que não coloquei tão quente assim! Seu balde de água quente só tinha aquela quantidade. – Ele reclamou colocando sua camisa de volta no corpo.

 - Imagina se tivesse colocado... – Ela falou baixinho, e ele não pôde ouvir. – Acho que seu pai já deve ter percebido que você chegou. – Lucy disse caminhando até o rosado.

 - Com certeza. – Ele disse abafado pela toalha. – Você poderia me emprestar a s...

 Mas foi interrompida por batidas frenéticas em sua porta. Olhou para Natsu assustada e ele apenas apontou para a porta, como forma de pedi-la para que atendesse.

 Assim que abriu a porta, deu de cara com uma Aquarius muito nervosa. Aliás, Lucy nunca tinha a visto sorrir, ou estar simplesmente com uma aura alegre.

 - Acordou mais cedo hoje, hein? – A mulher disse colocando as mãos na cintura. – Posso entrar? – Ela disse dando um passo a frente, o que foi interrompido por Lucy, que já não conseguia mais esconder a cara de desespero. Se acharem Natsu no quarto dela, não só ele fica com sérios problemas, mas ela também.

 - Não! – Ela disse quase gritando.

 - Não? – Aquarius a analisou de cima a baixo, e Lucy se arrependeu por falar daquela maneira com a mulher. Ela já estava a fuzilando com os olhos, e isso não era nada legal. – Você vai me deixar entrar nesse quarto. Tenho coisas a tratar com você. – Ela falou dando um leve empurrão em Lucy para o lado e entrou em passos largos no cômodo. Olhou em volta, enquanto Lucy nem se atrevera a olhar para dentro, e ficou congelada na porta, encarando o corredor de piso de mármore.

 - Bem... Entre, tenho coisas para lhe falar. – Ela ouviu a voz de Aquarius mais calma, e não acreditou nisso.

 Virou de supetão e nem Natsu, nem suas roupas e curativos estavam ali. Apenas sua cama estava um pouco desarrumada e o quarto ainda estava um pouco quente devido á seu banho.

 - C-Claro. – Lucy tentou agir normalmente, se sentando em uma das pequenas poltronas do lado da porta, enquanto Aquarius se sentava na outra. – O que aconteceu?

 - Acho que já sabe dos livros estranhos que os Fullbuster trouxeram para esse castelo, certo? – Ela disse cruzando as pernas, fazendo a fenda de seu vestido mostrar suas alvas e compridas pernas. Lucy concordou prontamente. – Bem... Acho que com sua Visão...

 - Ainda acha que tenho isso? Não! Eu não tenho! – Lucy se levantou rapidamente e foi rumo á janela. Ela achou que Aquarius fosse brigar com ela, mas a mulher apenas ficou encarando a poltrona onde estava sentada.

 - Você têm essa Visão. Um dia ela vai voltar á tona, e precisa estar preparada para isso. – A azulada se levantou e ficou de frente para a loira, que estava de braços cruzados. Apesar que o clima ali estava calor, ela sentiu um frio na espinha desconhecido. – Mas continuando, soube por Silver que você se prontificou para ajudar a traduzi-los.

 - Sim. – A loira disse olhando para o chão. – Eu sei a Língua Antiga desde pequena. Eu sempre li muito e acabei aprendendo à força pelo meu pai.

 Aquarius parece analisa-la um pouco. Depois soltou um suspiro.

 - Tem certeza que acha que vai dar conta disso? Quero dizer, isso é uma missão real. Você tem que dar conta disso.

 - Eu vou. – Lucy disse decidida. – Todos aqui estão empenhados em salvar meu pai, e por alguma razão ele parece ser bem importante. E eu também... – A garota pensou confusa, afinal, isso ainda não estava bem claro para ela, mas não estava reclamando, já que seu pai estava sendo curado.

 - Você é. – Aquarius disse indo em direção á porta. – Bem, se prepare para ir tomar café. Logo em seguida será apresentada a uma garota que também vai ajudar na tradução dos livros. – E saiu do quarto, porém, antes de virar o corredor, ela apenas se limitou a virar o rosto para encarar Lucy. – Ah, Lucy, só mais uma coisa... Não conte ao rei que Natsu esteve aqui, ele pode ficar bravo.

 E com um sorriso sarcástico, a azulada a deixou sozinha em seu quarto, morrendo de vergonha.


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Notas finais do capítulo

Tumblr: ninablackstuff
No meu tumblr, posso responder dúvidas de vocês sobre a fic (sem spoilers, claro), e posso dar conselhos... Ou sei lá, posso comentar o que quiserem que eu comente haha

Beijos, e até o próximo!



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