Kings And Queens escrita por Nina Black


Capítulo 1
Prólogo - Chuva de Sangue


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bem vindo á minha mais nova história. Estou fazendo isso como um teste, pra ver se ela vai ou não ter o gosto de vocês. Saibam que fiz ela com muito carinho.
Espero que aproveitem!!



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 Raios que ecoavam no céu abafavam os barulhos dos cascos dos cavalos correndo como o vento em Porto Hargeon, no reino de Fiore. A chuva atrapalhava maior parte da visão dos sete homens, que não paravam nem por um instante, aproveitando que a rua estava totalmente vazia devido ao mal tempo.

 Atravessaram a praia em menos de trinta segundos, e começaram a correr pela ponte, que levava ao farol do porto. Abaixo deles apenas se conseguia ver a chuva empoçando a ponte de madeira, e as ondas se quebrando violentamente de encontro a eles. Se não fosse pelos cavalos, eles nunca conseguiriam chegar ali.

 Assim que chegaram ao farol, amarraram os cavalos em estacas de madeiras que estavam embaixo de uma área coberta, e entraram rapidamente na grande construção. Sem nem pensar direito, todos os sete subiram o mais rápido que puderam para o segundo andar, onde já se podia ver uma luz que emanava de uma possível vela, ou seja, eles já haviam chegado.

 Os homens pararam no meio da sala, e assim que viram que estavam salvos, eles tiraram seus grossos mantos que, além de os protegerem do frio congelante do lado de fora, os ajudavam a se esconderem de possíveis inimigos.

 A frente deles havia uma bela mulher loira, que trajava um vestido de cetim azul claro, realçando sua pele clara e seus olhos castanhos. Ao lado dela tinha dois homens, um usava finas vestes, e olhava a tudo com desconfiança. Seus cabelos eram castanhos, e seus olhos tinha um tom de marrom intenso. O outro usava vestes mais simples, sem nenhum tipo de luxo, e carregava um pequeno pacote, embrulhado em panos consigo.

 - Vocês vieram. – O homem de cabelos castanhos disse.

 - Eu prometi que viria. – O homem que tomara a frente de todos os outros iniciou a conversa. – Por que aqui? E por que nessa tempestade? – Ele perguntou tirando seu manto, revelando quem ele realmente era. Assim que isso aconteceu, as três pessoas a sua frente se curvaram.

 - Majestade. – Os três disseram baixinho.

 - Não precisamos desse tipo de formalidade numa situação como essas... Uma situação de terror foi o que a senhorita escreveu em sua carta dias atrás, me pedindo para que eu e parte de meu conselho se encontrasse com vossa senhoria. – O rei disse a encarando com seus olhos negros, mas que ao mesmo tempo eram tão cheios de vida como as chamas da única vela que iluminava o local. Com a mínima luz que havia no lugar, era possível ver seus rebeldes cabelos vermelho escuro dançando com o vento. Daquela vez ele estava sem coroa, mas até mesmo sem ela Igneel sempre iria ser um rei.

 - Sim... A situação é grave. Eu poderia lhe dar milhões de explicações, mas nunca realmente entenderia o que quero lhe dizer. – A jovem mulher lhe falava, e seu tom era de súplica. – Eu... Pressenti que uma grande guerra irá acontecer nesse reino. Uma guerra avassaladora, que irá matar milhões e inclusive tirar a Casa Dragneel do poder do reino.

 - Pressentiu? – Um dos homens tirou seu manto e se aproximou da vela, ficando ao lado do rei. – Como assim?

 Ele era tão alto e forte como Igneel, mas seus cabelos eram mais compridos, e tinham um tom de ruivo bem escuro, e tinha uma barba que cobria uma parte de sua face.

 - Gildarts, a deixe terminar. – Igneel colocou a mão no ombro do jovem amigo, e a mulher prosseguiu.

 - Não posso dizer exatamente como. Mas sei que uma catástrofe se aproxima, vinda do Ocidente. – A jovem mulher disse. – E eu clamo por sua atenção, para que isso não aconteça. – Ela pediu suplicante.

 - Você tem vestes nobres... – Um dos homens reparou. – E esse belo colar de safiras não é qualquer mera camponesa que pode usar.

 - Sou Layla, da Casa Heartfilia. E esse é meu marido, Jude. – A loira disse com mais coragem na voz. Coragem que não soubera onde encontrara, já que percebia que estava claramente em desvantagem perto daqueles homens. Talvez seja a importância dos Heartfilia para Fiore que a fez ter bravura o suficiente para chamar o rei em pessoa para contar sobre seu “sonho”.

 - É um prazer conhecê-la, senhora. – Um dos homens se aproximou e ficou do outro lado do rei. Ele tinha o cabelo negro, e era um pouco mais alto em comparação com Igneel, e tinha uma cicatriz em seu rosto. – Me chamo Silver, da Casa Fullbuster, e general das tropas reais. – A jovem loira estendeu sua mão, para que ele a beijasse, e assim foi feito. Depois de todos os devidos cumprimentos, ele prosseguiu. – Como conseguiu toda essa informação? Não sabemos ao certo o que exatamente tem no Ocidente... Como acha que haverá um inimigo por lá?

 - Eu não sei ao certo. Só sei o que vi. – Layla disse séria.

 - E a senhora viu mais alguma coisa? – Igneel perguntou, numa impecável cordialidade. – Disse que iria tirar a Casa Dragneel do poder... Como...?

 - Eu não sei ao certo... Mas eu vi sangue, muito sangue derramado. Não consegui ver de quem era, mas vi uma flâmula caída. Uma flâmula de um dragão vermelho.

 Nisso Igneel engoliu em seco, e Layla percebeu.

 - Agora Vossa Majestade está sentindo o mesmo que eu. – A mulher se aproximou do outro homem que estava com ela, que lhe entregou o embrulho que segurava cautelosamente entre os braços. Assim, a mulher se aproximou do rei, e conforme ela andava, Silver e Gildarts armavam posição de defesa. Não sabiam o que tinha naquele embrulho, e poderia ser uma ameaça ao rei. Ao contrário dos dois, Igneel parecia mais assustado com o que acabar de ouvir do que com o embrulho em si.

 Se aproximando mais do rei, ela tirou um pano do lugar, dando uma perfeita visão para Igneel do que realmente havia ali dentro.

 - Ela é linda. – O rei disse olhando a pequena face de uma criança. Ela estava em um sono profundo, de forma de a conversa de todos ali não a incomodavam de jeito nenhum. Pelo pouco cabelo que tinha, era possível ver alguns fios dourados, tão claros quanto os da mãe.

 - Minha filha nasceu mês passado. – Layla disse preocupada. – Foi no exato momento em que meus sonhos ficaram mais claros. E eu vi que ela vai poder ajudar o reino de forma que ninguém mais vai poder. Por isso prezo pela segurança dela.

 - Como ter certeza de que não está mentindo? – Silver disse já desconfiado de tudo.

 Layla se virou para ele, e o olhou bem nos olhos.

 - Seu filho vai ser uma peça importante também. – Silver abriu a boca para perguntar como ela sabia que ele tinha um filho. Os únicos que sabiam sobre isso eram Igneel e Gildarts, como ela poderia saber? – Seu filho se chama Gray. Ele é o último que nasceu da casa Fullbuster. Grandes coisas o esperam.

 - Como sabe disso? – Igneel perguntou para a jovem.

 - Tive um sonho com o filho dele... E com o seu, Vossa Majestade. A maioria têm filhos aqui... Filhos novos. E se o meu sonho estiver correto, todos eles irão morrer. E essa é a última coisa que quero que aconteça. Seu filho, Natsu Dragneel, será muito importante pra essa guerra.

 - Por quê? – Igneel perguntou assim que recebeu o olhar da loira em seu rosto.

 - É ele quem vai decidir o que acontecerá que Fiore. Se vai triunfar perante o mal, ou se vai reinar em desgraça. – A mulher disse sombriamente, apertando a filha ainda mais contra seu corpo. – Nossos filhos e os outros ainda são muito novos, o que dá a entender que ainda temos tempo para prepará-los.

 - E o que quer que façamos? – Igneel perguntou sério.

 - Treine-os. Treine-os bem. Assim que atingirem certa idade, vamos reuni-los. Só eles, mais que todo mundo, saberão o que fazer. – Layla disse com confiança.

 - Preciso convocar o Conselho inteiro. – O rei disse pensativo. – Darei sua resposta a mais rápido que puder. – Ele disse colocando seu manto novamente, sendo acompanhado por Gildarts e Silver.

 Logo que acabaram de se preparar para partir, ouviu-se um barulho no andar de baixo do farol. Silver rapidamente sacou sua espada de aço, sendo acompanhado por todos, inclusive Igneel.

 - O que foi isso? – Jude perguntou puxando Layla para mais perto dele. No movimento que ele fez, a mulher caiu de joelhos, ainda tendo forças para segurar sua filha. – Layla!

 - Minha filha... – Ela entregou o pequeno pacote para Jude. – Eles estão aqui... – Ela colocou a mão na cabeça.

 - Está acontecendo de novo! – Jude se desesperou. – Layla, o que você vê?

 Ela estava chorando, e tinha as duas mãos na cabeça e os olhos fechados.

 - Eles estão aqui! Ele sabe que estamos aqui! Ele sabe que minha filha está aqui! – A loira se desesperou.

 - Se acalme. Quem sabe que está aqui? – Gildarts disse colocando a mão no ombro da mulher.

 - Um grupo de homens do Ocidente! Vieram matar a minha filha! – Ela se desesperou.

 Nisso Igneel soltou um de seus gritos para um dos homens encapuzados que o acompanhavam.

 - Metallicana! Você e Silver fiquem na porta! Gildarts, fique protegendo a senhora e sua filha. – Ele apontou para outros três guardas, que rapidamente entenderam o recado e desceram vagarosamente.

 Ouve um momento de silêncio, até que Silver ouvira o metálico barulho de espadas se chocando.

 - Estão atacando! – Ele disse descendo logo em seguida. Metallicana desceu com ele. Era um homem mais alto que Igneel, tinha os cabelos platinados compridos e bem penteados, mas o que mais se destacava nele era os montes de piercings e peças de metais que usava na orelha. Muitas lendas falam que cada batalha que ele ganhava ele colocava uma argola a mais, mas isso nunca se comprovou.

 - Gildarts, fique aqui com Layla e Jude. – Igneel disse saindo da sala, mas parou ao ouvir a voz de Layla o chamando.

 - Mande seus homens pararem e fugirem. Irá poupar suas vidas! Mesmo que mate todos ali, existem milhares a mais! Essa é uma luta que temos que atacar no momento certo! – Ela disse em meio aos prantos.

 Igneel hesitou por alguns segundos, e depois se virou para a mulher.

 - Saia o mais rápido daqui. Vá com seu marido, com seu criado e com sua filha de volta para as terras dos Heartfilia. Irei mandar uma mensagem assim que chegar ao palácio. - E desceu as escadas, deixando Layla, Gildarts, Jude e o criado dos Heartfilia sozinhos.

 - Gildarts Clive. – A loira o chamou, mas nem sequer tirou seu olhar do chão de madeira, já corroído pelos cupins. – Pare o rei. Eu vi mortes nessa noite. Temos que evitar que isso aconteça.

 - Mortes? – O homem perguntou encarando os cabelos da mulher, que encorava o chão. – Quem é você? Por que você vê essas coisas?

 Ela apenas sorriu para o nada com a pergunta dele.

 - Preciso de calma para explicar tudo o que aconteceu. E para isso tem que sair daqui. – Ela disse ficando mais séria. – Jude, querido. Leve Lucy daqui. Eu vou ficar bem. Capricorn vai ficar aqui comigo. – Ela apontou para o criado, que já tinha uma espada em punho.

 - Layla... – O homem suplicou, e nisso a menininha em seus braços começou a se mexer.

 - Conte tudo a eles. Tudo o que eu lhe falei. Exatamente tudo. É crucial para que isso dê certo. – Ela disse para o marido, que se agachou ao lado dela e lhe depositou um longo beijo nos lábios. – Vá!

 E assim, o homem saiu com o bebê por um fundo falso na parede.

 - Gildarts. – Layla se virou para ele. – Preciso que entregue isso para o rei. – Ela entregou para o homem uma carta, com o selo dos Heartfilia. – Jude vai conta-los mais coisas depois. Aqui está uma das pistas que eu vira, ela deve ser bem importante. Ele deve saber o que os aguarda. Mas só entregue essa carta quando Jude aparecer no palácio, ao contrário, finja que ela não exista.

 E entregou para o homem, que guardou no bolso de seu manto rapidamente.

 - Você sabia do que iria acontecer nessa noite? – O homem perguntou e a mulher apenas sorriu para ele.

 - Sei de coisas que ainda vão acontecer. – Layla disse sorrindo tristemente. – Mas por um curto período de tempo. Não sei como vai ser o final dessa guerra. O desfecho é ainda incerto. Por isso Igneel precisa ler essa carta. Mas antes de entregá-lo, precisa ir até lá embaixo e parar com tudo aquilo. Senão muitas pessoas vão morrer.

 - E como vou fazer isso?

 - Eu não sei. – A mulher disse enquanto mais uma lágrima descia de seus belos e castanhos olhos. – Clive, no futuro... Quero que cuide bem deles. Eles precisam de pessoas que os entendam. – Layla disse descendo as escadas, e Gildarts foi atrás dela. Capricorn, que era o criado dos Heartfilia, parecia estar a par de tudo o que estava acontecendo, porém desceu mais atrás.

 Estava tudo um caos. O chão estava sujo de garrafas quebradas e um pouco de sangue. Dois corpos inimigos estavam caídos no chão, e um dos guardas de Igneel estava ao lado deles.

 Havia pelo menos uns vinte deles ali dentro, mas Layla sabiam que mesmo assim estavam em desvantagem.

 Silver Fullbuster, com apenas um golpe, derrubava dois adversários. Metallicana com sua espada de ferro pareciam ser fundidos em um só. E apenas de se olhar para Igneel lutando já dava para perceber porque ele ganhava tantas batalhas, mesmo ainda sendo um rei tão jovem.

 Layla sabia que o momento iria chegar, afinal, tudo em uma hora chega.

 Ela sabia que tinha um espadachim que, nem Capricorn, nem Gildarts haviam visto atrás dela. Assim que ela se virou para trás, sentiu a lâmina de aço rasgando sua pele e perfurando sua barriga.

 Ouviu-se o grito de Gildarts, e logo depois Capricorn fez o trabalho de eliminar o assassino. Nesse exato momento, Silver matou dois dos inimigos, e Metallicana um. Assim que perceberam a enorme desvantagem, eles bateram e retirada rapidamente, não dando tempo para nenhum deles persegui-los.

 Layla já estava caída no chão, com sua cabeça apoiada nas mãos de Gildarts. Seus brilhantes olhos castanhos de antes, agora estavam totalmente sem vida, e molhados pelo choro. Mas ela ainda respirava.

 Igneel se aproximou correndo da mulher, e se ajoelhou ao lado dela. Silver e Metallicana ficaram olhando de longe.

 - Agradeço pela minha filha. – Ela sussurrou sem forças olhando para o rei, que tinha suas roupas todas ensanguentadas. – Jude vai encontrá-lo no palácio daqui a algum tempo... Saberá de tudo... Proteja-os... Eles... – E seu peito ficou imóvel, seus olhos perderam o foco e sua mão caiu no chão. Todos os homens ali presentes abaixaram a cabeça, em um ato de respeito.

 Layla Heartfilia havia morrido, e levara muitas respostas consigo.

 Mal sabiam eles, que tudo o que viram fora apenas o início de uma guerra. Aquilo era apenas o prólogo de uma enorme história que mal acabara de começar.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, conforme o número e o conteúdo dos comentários eu continuo postando!
Até o próximo!!
Beijos!



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