Quando Foi mesmo que Me Apaixonei? escrita por valentinaLB


Capítulo 15
Capítulo 15 - PASSADO É PASSADO




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CAPÍTULO 15 – PASSADO É PASSADO

(POV NESSIE)

O silêncio era tão sombrio que não me deixou dormir.

 Mesmo sabendo que poderia vir a saber de coisas que não me agradariam, eu estava decidida a abrir a “Caixa de Pandora” e muita gente poderia sair ferida por causa da minha curiosidade, especialmente eu.

Se Jacob tinha sido realmente apaixonado por minha mãe, então eu era nada mais que um prêmio de consolação pra ele. Um genérico de Isabella Swan.

Eu o amava tanto que poderia aceitar os restos de seu amor, mas quanto isso me custaria, não sabia.

Percebi que a porta do meu quarto se abriu. Tentei enxugar as lágrimas rapidamente, mas era impossível disfarçar a dor estampada em meu rosto.

- O que eu posso fazer para acabar com seu sofrimento, filha? – A voz do meu pai mais parecia um lamento.

Sentou-se na cama, ao meu lado.

- Não se preocupe, pai, não é nada. Coisa de adolescente. – Ri, fingindo que estava tudo bem.

- Perdoe-me por ter dito aquele absurdo. Eu estava cego pelo ciúme que tenho de você e acabei ferindo as duas pessoas mais importantes da minha vida, minha esposa e minha filha. – Tocou a ponta do meu nariz carinhosamente quando disse “minha filha”.

- Pai, eu sei que ando te magoando também, por causa do meu namoro com Jake, mas queria que entendesse que eu o amo. Talvez o ame tanto quanto você ama a mamãe. Tudo o que fiz, fiz por amor. Desculpe-me. – As últimas palavras saíram misturadas com o choro.

Ele me abraçou e depois colocou minha cabeça em seu peito. Seu coração não batia como o de Jake, mas mesmo inerte, era um coração capaz de amar incondicionalmente e eu era testemunha desse amor.

- Eu não devia dizer isso, mas eu te entendo filha. Quando estamos apaixonados, às vezes nos deixamos levar por nossos desejos. Eu só não quero que Jake pense que você é uma menina fácil. Quero que se dê o respeito.

- Ele não me vê assim, pai. Até hoje eu acreditava cegamente no amor dele por mim. Agora já não sei mais nada... Tem tanta coisa que vocês não me contaram... Minha cabeça parece que vai explodircom tantas dúvidas.

- Nessie, não fique presa ao passado, minha filha. Uma coisa que aprendemos, ao longo de décadas e até séculos, é que o passado sempre será menor que nosso futuro, então esqueça o que passou. Você e Jake se amam, e isso é o que importa. Eu o conheço melhor que ninguém – ele riu – pois sua mente é a mais escancarada que já encontrei. Sei o quanto ele a ama, não duvide disso. Você é tudo na vida dele, Nessie. Não deixe que nada se interponha entre vocês. Nem fatos do passado e nem as maluquices de um pai surtado. - Disse rindo.

Comecei a rir também.

Ele me beijou na testa e se levantou para ir embora.

- Pai, vou tentar me controlar mais – falei.

- Eu também, Nessie – disse, enquanto fechava a porta, me deixando sozinha.

Queria muito acreditar naquilo, mas, se eu estava mentindo, é bem provável que ele também...

Acordei decidida a não soltar os fantasmas do sótão dos Cullen. Ia viver o presente.

Jake e eu nos amávamos e isso era a única coisa que importava.

Com meu pai por perto e sem o escudo da minha mãe, eu teria de ser cuidadosa com meus pensamentos. Nada de me lembrar da visita à casa de Jake, nem do nosso amasso na beira do rio, muito menos do meu orgasmo no hotel.

- Tarde demais, mocinha.

A voz do meu pai, entrando no quarto, quase me fez ter um infarto.

- PAI???? – Minha memória tinha sido pega no flagra. Puxei o lençol sobre a cabeça e fiquei ali, tentando morrer sufocada.

- Nessie, por mais que essa também seja a minha vontade neste momento, você não vai conseguir se matar. Então saia daí e vá lá na casa do seu namorado dizer pra ele ficar a quilômetros de mim. Se eu ver sequer um trailer do que vocês andam fazendo na cabeça daquele cachorro, eu não sei o que sou capaz de fazer.

Ele saiu pisando duro.

Arrumei-me e fui correndo pra sua cabana, antes que Jake aparecesse em casa.

Encontrei-o na cozinha, preparando o café.

- Bom dia, minha linda! – Ele me cumprimentou com a voz doce de sempre e me beijou apaixonadamente.

- Nossa!! Com uma recepção dessas, devia vir te visitar mais vezes – falei, quase sem fôlego.

- Como estão as coisas lá na sua casa? Edward já está mais calmo?

- Tirando o fato do meu pai ter lido minha mente enquanto eu me lembrava de tudo que não poderia me lembrar e teria de esquecer perto dele, sim, está tudo bem...

- Nessie, te serviram bolo de haxixe no café da manhã? Não entendi nada do que você falou. – Jake estava dando risadas da minha cara.

- Isso não importa, Jake. Só vim te pedir que fique o mais longe possível do meu pai. Ele não quer nem pensar em ler seus pensamentos. Vê se coloca imagens de motores e parafusos nesta cabeça, ou senão sua vida corre grande risco.

- Quer dizer que não posso mais me lembrar do que fizemos naquele quarto de hotel? – Ele me deu um sorriso mais que malicioso, enquanto me abraçava pela cintura, colando seu corpo ao meu.

- Não, Jake, não pode. Fique longe lá de casa. Deixa que eu venho te ver. Não vamos dar sorte ao azar e... pare com isso, por favor. – Seus lábios percorriam meu pescoço, deixando minhas pernas trêmulas.

- Quer que eu me esqueça do gosto da sua pele? Da forma como seu corpo se contorceu de prazer em meus braços? Dos seus seios roçando meu peito nu? – Ele sussurrava, disposto a me deixar louca naquela manhã.

- Você é um doido mesmo! Melhor eu ir embora antes que faça alguma loucura – falei, me soltando de seus braços, sentido o rosto corar.

- Ei, essa fala é minha – ele riu. – Já te falei que meu autocontrole não é muito bom de manhã? – Ele gritou, rindo ainda, enquanto eu me afastava, correndo de volta pra casa.

- Já, e um dia ainda irei me aproveitar disso. – Gritei.

No meio do caminho resolvi ficar um pouco mais na floresta e caçar. Não queria encontrar meu pai enquanto meu corpo ainda tremia de desejo por Jake. Seus beijos tinham estimulado minha segunda personalidade: A “Mulher Lagartixa”.

Bebi o sangue de alguns alces até me sentir completamente satisfeita.  Sentei-me sob uma árvore e fiquei ali, aproveitando sensação de paz que a natureza transmitia.

Já era quase uma da tarde quando voltei pra casa.

- Nessie, minha filha, Jake queria se despedir de você, mas não tivemos tempo de procurá-la. Ele foi para Forks. Sam ligou avisando que Billy foi atacado por um vampiro nômade e está muito machucado. Seu avô e Edward foram com Jake. Ele estava muito preocupado com o pai. Deixou um bilhete para você. – Pela expressão de minha mãe dava pra ver que a situação era séria.

Peguei o bilhete muda. Ainda estava em choque com a notícia.

“Nessie, meu amor,

queria muito ter me despedido de você, mas não tive tempo de procurá-la. Espero que me perdoe. Estou muito preocupado com meu pai e preciso estar lá o mais rápido possível.

Assim que der, mando notícias.

Te amo. Mesmo sem pedir sua permissão, estou te levando no meu coração.

Jake”


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Notas finais do capítulo

A CAIXA DE PANDORA é um mito grego que narra a chegada da primeira mulher à Terra e, com ela, a origem de todas as tragédias humanas. A história conta que o titã Prometeu presenteou os homens com o fogo para que dominassem a natureza. Zeus, o chefão dos deuses do Olimpo, que havia proibido a entrega desse dom à humanidade, arquitetou sua vingança criando Pandora, a primeira mulher. Antes de enviá-la à Terra, entregou-lhe uma caixa, recomendando que ela jamais fosse aberta. Dentro dela, os deuses haviam colocado um arsenal de desgraças para o homem, como a discórdia, a guerra e todas as doenças do corpo e da mente mais um único dom: a esperança. Vencida pela curiosidade, Pandora acabou abrindo a caixa, liberando todos os males no mundo, mas a fechou antes que a esperança pudesse sair.



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