Only You escrita por Cristabel Fraser


Capítulo 18
Free Way


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde a todos, 4 capítulos menos de uma semana, olha como estou boazinha rss, será que mereço uma recompensa? (brincadeiras a parte). O cap de hj significa Caminho Livre e veremos pq. Obs: Proximo cap voltará ao POV da Kat. Tenho percebido pelos comentários que muitos gostam dessa fic, mas que estão com uma certa raiva - certa raiva não - completamente com raiva da nossa Kat, pois bem isso é uma pequena explicação, pessoal imaginei essa fic bem sofrida mesmo, e mesmo a Kat descobrindo amar o Peeta eles ainda sofreriam, mas td está para mudar no próximo cap que está praticamente pronto. Estou na correria aqui com meus afazeres e quero muito postar o próx. cap que adiantando será magnifico, acho que é o ponto chave que todos queriam ver entre nosso casal, rss. Bem espero que possa recompensá-los pelo sofrimento que venho fazendo vcs sofrerem por conta do nosso casal. Ah, recadinho a linda Arabella tem alguém surgindo por aí que vc comentou comigo nos comentários ;) Pessoal me perdoem pelo tamanho do cap, sério tentei resumir cinco meses em um cap só senão o cap tão aguardado não chega rss(desculpem algum erro na gramática ou edição corri pra conseguir postar)
Então vamos lá, só mais um tiquinho de paciência e boa leitura...



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POV NARRADOR

Katniss teve um sono agitado, tinha um sexto sentido de que o marido chegasse ali e a abraçasse fazendo que todos seus pesadelos fossem embora, mas isso não aconteceu.

Quando acordou pela manhã toda a agitação do dia anterior lhe veio à mente. Agora sim, que ponderava cada palavra dita com ódio ao marido. Um enorme arrependimento vinha apunhalando seu coração. Ela precisava desculpar-se com ele. Precisava piamente do seu perdão.

Será que ele a perdoaria? Talvez fosse uma pergunta difícil a ser respondida já que, seus olhos transmitiam dor. Peeta a amava de verdade, tudo o que Katniss havia dito foram emoções reprimidas.

Ela se sentia horrível por aquilo e, se de alguma forma não conseguisse concertar tudo, suas noites seriam sempre agitadas. Os pesadelos só aumentariam e a visitariam todas as noites e o pior, não teria os braços daquele para a acalentarem.

Levantou-se determinada a ir atrás dele, o sol ainda nascia com certa timidez. Vestiu o robe que fazia par com sua camisola de algodão e retirou-se do quarto seguindo até a porta adjacente, mas ela estava trancada, então sua segunda opção foi seguir até a porta do corredor principal e graças aos céus, não estava trancada. Para sua decepção ele não se encontrava ali, na verdade o quarto se encontrava intocável.

Então mesmo vestindo suas vestes de dormir desceu a enorme escadaria e começou a procura-lo e em cada canto que ia daquele casarão não encontrava nenhum vestígio dele.

Ao entrar na sala de leitura observou que a lareira se encontrava quente, mas não havia lenha, apenas cinzas como se ficasse a noite toda acesa. Logo seus olhos se desviaram para o sofá onde ela e seu marido haviam trocado tantos beijos e quase se entregaram um ao outro. Caminhou até ali percebendo que no chão tinham três garrafas de vinho, abaixou-se e viu que estavam todas vazias e deduziu que ele tivesse tomado todo aquele conteúdo. Katniss se entristeceu ainda mais. Era tudo sua culpa. Ela tinha provocado aquilo.

— Sinto muito querido.— sussurrou e em seguida seus olhos se encheram de lágrimas.

Dali caminhou até o escritório que seu marido tinha montado para tratar de negócios. Adentrou o cômodo e respirou sentido seu cheiro, mas o local também se encontrava vazio. Ela caminhou até a mesa feita de puro mogno e começou a tocar os pertences dele. Seus olhos se concentraram em uma pequena moldura e ao pega-la observou o perfeito desenho. Era sua figura desenhada ali e no rodapé tinha a assinatura de seu marido. No mesmo instante abraçou a moldura como se estivesse o abraçando.

Depois de alguns minutos notou que os raios do sol queriam adentrar o ambiente, mas as cortinas estavam atrapalhando, então ela foi até lá e as abriu permitindo que o dia raiasse ali dentro. Katniss retornou para a mesa de seu marido e quando pensou em olhar mais uma vez a moldura algo lhe chamou mais a atenção.

Um envelope com as letras P. M. legivelmente escrita se encontrava encostada ao tinteiro. Ao segurar o papel percebeu que suas mãos começaram a tremer. Pensou em largar ali e correr para outro lugar, mas desta vez sua curiosidade falou mais alto.

Sentou-se na cadeira do marido e abriu o envelope com receio e a letra de Peeta estava escrita do começo ao fim.

Mrs. Mellark.

Juro que tento te entender, mas é difícil demais para mim. Por que é tão complicado me deixar explicar qualquer situação? Acha que mereço escutar tudo o que disse ontem? Na carta que lhe havia escrito antes, havia dito que meus superiores tinham me convocaram com urgência e não teve como eu esperar por sua chegada naquele dia em que saiu com Dulce Maria. Disse também que retornaria no máximo em uma semana e voltei. Chegando lá tentei argumentar, pedi afastamento, mas nada puderam fazer. Ontem assim que aquele oficial me chamou e te deixei sozinha por alguns minutos, era o novo Almirante que queria me ver. Disse que teria uma solução para o meu caso, mas talvez levaria algum tempo. Eles precisam de oficiais no Sul para uma missão de reconstrução pós-guerra... infelizmente terei que partir para mais esta missão. Se está sendo difícil para você, imagine para mim. Não está sendo nada fácil sabe... sinto que estou falhando com seu pai, pois prometi que te protegeria e sinto-me fracassado nesta parte. Eu não poderia suportar se algo acontecesse com você e entenderei se quiser se casar com outro. Estou te deixando livre Katniss... você ainda tem sua pureza e pode se casar com quem quiser. Sinto muito por seu pai ter imposto isso a você, não imaginava que tinha toda essa raiva por mim. Será difícil seguir em frente sem você eu ainda te amo muito. Sou inteiramente seu, não posso negar o que meu coração já sabia desde quando te observava ajudar as pessoas. Sei que tens um coração bom, sempre soube disso. Se porventura ler estas palavras e quiser responder-me já estarei a caminho da Capital, o navio sairá de lá. Infelizmente regressarei dentro de cinco meses. Novamente estou quebrando uma promessa, eu sei, mas nada me partiria mais o coração do que te ver catatônica. Por favor, querida eu sei que sou o maior causador de sua magoa, mas tente se distrair, não apague seu belo sorriso dos lábios, não pare de viver como fez antes. Se não fizer isso por mim, faça pelo seu pai. Você terá um espaço de tempo para pensar no que realmente quer. Retornarei neste prazo para saber sua decisão e jamais direi a alguém o que nos tem acontecido. Sobre o bebê diga o que quiser, eu não desmentirei apesar de que, seria um sonho poder realizar isso com você. Fiquei assustado quando lorde Snow veio me parabenizar, mas no fundo pensei que se fosse verdade você me faria o homem mais feliz de todo o universo. Me perdoe pela extensa carta, mas precisava desabafar isso com você. Não esqueça que ainda te amo e não estou desistindo de você, apenas estou deixando o caminho livre.

Peeta Anthony Mellark

Ao terminar de ler sua visão se encontrava embaçada pelas lágrimas. Nunca alguém tinha tocado tão profundamente em seu coração como aquelas palavras. Ele tinha partido, mas não tinha desistido dela nem na primeira vez, nem na segunda. O que ela faria agora? Ela já temia ficar longe dele e agora cinco meses? Era muito tempo, ele passaria o aniversário da esposa longe e talvez até o aniversário de casamento.

Peeta pediu para ela ser forte e de alguma forma tentaria, mas sobre o abandonar, jamais! Katniss não abandonaria o marido. Tentaria preencher esses dias com variadas atividades, desde entregar mantimentos para aqueles que não tinham condições, como ajudar no que fosse preciso no orfanato e a ensinar piano para sua mais nova amiga Rue, sim Katniss sentia que a garota era sua amiga.

Katniss chorou por dias desde que tinha lido aquelas palavras do marido. Ela tinha pego papel e tinta para escrever a ele, mas sempre que iniciava a carta suas lágrimas banhavam o papel e logo desistia daquilo. Algo acontecia como um ritual todas as noites, ela vestia uma das camisas favoritas do marido por cima da camisola e deitava a cabeça em seu travesseiro também, assim dormia um sono profundo e sem muita agitação já que o cheiro do homem que amava se encontrava acentuado bem ali.

 (...)

Talvez conseguisse um afastamento a longo prazo com o novo Almirante do Forte Twelve. Pelo menos Peeta guardava esperanças de que algo estivesse para mudar.

— Sargento Mellark, o Almirante o aguarda.

Um oficial o chamou e, pondo-se em pé ajeitou a farda, a espada, o quepe e caminhou de cabeça erguida.

— Feche a porta, por favor rapaz. – pediu o Almirante e prontamente Peta o obedeceu.

— Sargento Peeta Anthony Mellark se apresentando, senhor. – ele bateu continência ao seu superior que apenas fez um gesto com as mãos pedindo-o para sentar-se.

— Aceita Rum, meu jovem?

— Não senhor, muito obrigado.

— Vamos garoto, afrouxe as calças e vamos beber um pouco, lembre-se de que estamos indo para mais uma missão e nem temos a certeza de voltar. – Peeta se preocupou apenas com a última parte.

— C-como assim, não temos certeza de voltar? – perguntou ele com a voz trêmula.

— Garoto, aquele lugar acabou de ser pacificado, acredita mesmo que não haja opositores ao novo regimento? Devemos estar preparados para qualquer ataque. As ordens já foram passadas ao Capitão. – assim que bebeu todo o conteúdo buscou pela garrafa e encheu novamente o copo vazio.

— M-mas... eu preciso voltar para minha esposa. – ele não queria crer que ficaria preso no destino de sua missão.

— Aproveitou bastante os últimos dias com ela? Fez ela sentir que você era o homem que nunca o trocaria por outro? O que quero dizer é que, ela gemeu seu nome várias vezes até leva-la as alturas? – aquela conversa estava meio constrangedora e Peeta não sabia onde enfiava a cara.

— Minha esposa é um pouco tímida Almirante Abernathy, mas lhe garanto de que passamos os últimos dias... – brigando, é o que queria dizer, mas conteve-se e de repente as imagens da noite em que se beijaram necessitadamente lhe preencheu os pensamentos. Todo o seu corpo começou a reagir como naquela noite e quando a frase “eu te amo, Peeta” povoou mais intensamente sua mente, soltou um sôfrego suspiro.

— Sente-se bem, filho? – perguntou seu superior e Peeta teve que conter-se – Dizia que passou os últimos dias... – fez um gesto com a mão para que continuasse a falar.

— Passamos os últimos dias nos amando. – disse já baixando a cabeça.

— Que bom. Eu já não tive a mesma oportunidade que você, já que minha esposa está morta. – Peeta arregalou os olhos e conteve um lamento – Pois é, eu me encontrava em uma missão enquanto ela dava à luz e não estive ao seu lado para amparar quando nosso primeiro filho morreu e em seguida ela também.

— Eu sinto muito, senhor. – Peeta entendeu a dor que aquele homem estava sentindo, mesmo não sabendo há quanto tempo isso tinha ocorrido.

— Tudo bem, hoje minha melhor amiga é essa daqui. – ergueu a garrafa e tornou a pousa-la sobre a mesa – Vamos ao que interessa. Você sabe que falta alguns anos para se tornar Comandante, não sabe? – ele assentiu e o homem continuou – Então Sargento, infelizmente desta vez não pude libera-lo, mas terá um período bom de descanso se tudo ocorrer bem nesta viagem. Claro que, será um período de três meses para descansar com a família e logo depois partir em mais uma missão. – Peeta lamentou-se com aquela informação, pensava que poderia descansar um pouco mais – Também não temos certeza de que as correspondências chegarão no prazo certo, ou se é que chegarão, mas quero lhe dizer que será muito bem recompensado quando tudo terminar.

— Obrigado, senhor.

— Ora, rapaz tente se animar um pouco, esta missão não é de longe a pior que enfrentei. – então o Almirante se levantou meio cambaleando, mas Peeta percebeu que ele não cambaleava por conta da bebida e sim, por conta de uma manqueira na perna esquerda.

Depois de mais instruções o rapaz sentia o peito se apertar ainda mais. Queria ele ter beijado a esposa como na outra vez em que partiu, só que era outra situação e não podia comparar com a frieza de tais palavras ditas. Ele não podia nem lembrar nos insultos que ela lhe dirigiu, pois logo seu coração se apertava de tristeza misturado a dor da rejeição. Peeta pensava que com o tempo ela viria a amá-lo, mas estava errado, Katniss jamais o amaria como ele desejava. A esperança foi enterrada e abandonada no lugar mais profundo de sua alma. Não restava dúvidas de que ela o rejeitara para sempre.

(...)

— O que está fazendo aqui, Finnick? – perguntou estranhando o cunhado aparecer ali três semanas após a partida de seu marido.

— Vim buscar-te para passar um tempo conosco no Four. – ela negou a cabeça várias vezes – Katniss, não dificulte as coisas para mim, seu marido me enviou uma carta antes de partir, dizendo para eu vir te buscar para que, não se sinta só. – desabafou ele.

— Não posso ir... bem que eu queria, mas semana passada fui até a propriedade Hob e me prontifiquei a ajudar no orfanato. – a jovem disse até com certo entusiasmo, pelo menos estava tentando não se aprofundar nas lamúrias.

— Oh, certo... – pôs a mão no queixo e pensou – O que direi a sua irmã e sobrinhos que estão na expectativa em rever-te?

— Diga que irei visita-los na semana do meu aniversário, prometo. – dali pouco menos de dois meses ela faria 19 anos.

— Isso é uma promessa, certo? – frisou ele e ela concordou com a cabeça – Está combinado, só não regressarei agora, pois estou muito cansado. – colocou as mãos sobre o peito e Katniss pediu a um dos criados que lhe preparassem um quarto.

Finnick atualizou-a sobre tudo, disse como a pequena Marian engordava e crescia com graça e beleza. Em como Dália estava cada vez mais bela e encantadora. Em como os filhos ficavam mais inteligentes a cada dia que passava.

— Estou com muita saudade deles, me conte mais. – pediu ao cunhado.

— Simon está com uma ótima apontaria nas aulas de arco e flecha. Samuel está ansioso para ter a idade do irmão e puder praticar o mesmo esporte. Crianças são incríveis Katniss, já encomendou alguma?

Por Deus, sem querer aquele assunto girava em torno da garota. Até parecia uma conspiração contra os desejos carnais de um casal. Todos pensavam que eles haviam consumado o casamento.

— Creio que ainda não, Finnick. – disse timidamente.

— Crê que ainda não? – com descrença falou – O Mellark é um lerdo mesmo, engravidei sua irmã na primeira semana em que nos casamos.

— Basta, Finnick! – disse ela sentindo-se incomodada com todo o assunto – Eu sou uma dama e mesmo sendo meu cunhado, você continua sendo um cavalheiro.

— Sinto muito se lhe constrangi, vou parar de agir assim com você, por favor me perdoe? 

E o assunto se encerrou ali. Finnick era uma companhia agradável e antes de partir contou anedotas engraçadíssimas a cunhada que riu até sentir dor na barriga. Katniss tinha feito um trato silencioso depois da carta do marido. Disse para si mesma que se talvez procurasse ocupações ou algo que lhe fizesse sorrir, pudesse reconquistar o marido para si.

(...)

Dó, ré, mi, fá, sol, lá, si...  Muito bem, Rue! – Katniss aplaudiu sua mais nova aluna de piano.

Depois de Finnick partir Katniss pediu ao cocheiro que fosse buscar, Rue na propriedade Meadow. Enviou uma carta a Seeder dizendo que a filha ficaria hospedada na propriedade Everdeen até que soubesse tocar o instrumento de cor e salteado.

— Acha que estou indo bem mesmo? – perguntou a morena timidamente.

— Sem dúvida alguma. Você já está conhecendo as notas e o tempo na partitura. Não é todos que conseguem isso logo nas primeiras semanas. Você tem um dom. – observou Katniss.

— Não lhe canso de agradecer, Katniss. Este piano que Mr. Mellark te presenteou é lindo. – no mesmo momento o coração disparou e quis chorar ao recordar que nem mesmo teve tempo de agradecer ao esposo pessoalmente, aliás, tinha escrito três cartas nas últimas semanas, mas nada de respostas.

Na primeira carta ela iniciara com um pedido de desculpas, mas as palavras não saiam como queria, o que resultou uma escrita de menos de cinco parágrafos. A segunda era agradecendo ao piano e mais uma vez pedindo-lhe perdão por não ter sido a esposa que ele merecia. E, a terceira e última carta disse o quanto estava empolgada em estar ensinando piano a Rue, contou mais sobre suas atividades diárias e o quanto as crianças do orfanato fiaram encantadas quando ela passou o dia ensinando cantigas e pintando telas. Katniss tinha pedido a loja de artes do condado que levasse o número de cavaletes e todo o material que as crianças precisariam para explorar a imaginação e assim brincarem com as cores. Tudo isso ela relatou na última carta e novamente não obtivera nenhum parecer de seu marido.

— Sim, realmente o piano é lindo... – Katniss pousou a mão sobre a madeira do piano e acariciou como que sentindo o toque de Peeta ali.

— Deve sentir muita falta dele, não é? – ao dizer isso foi impossível segurar as lágrimas que vinha guardando durante dias – Eu, sinto muito Katniss, não comentarei mais sobre ele.

— Tudo bem, Rue. Você não tem culpa de nada. Só peça aos céus de nunca se casar com algum oficial. É triste ter que ficar longe e não saber o que acontece com ele. – Katniss buscou por um lenço no bolso do avental que usava e secou as lágrimas – Vamos fazer uma pausa para tomarmos nossa chá-da-tarde.

Rapidamente Katniss se distraiu com amenidades, deixaria as lágrimas para mais tarde enquanto sua cabeça estivesse repousada no travesseiro do marido.

— Este bolo de laranja está uma delícia, o mais gostoso que experimentei na vida. – Rue se deliciava no chá-da-tarde.

— Ripper é ótima na cozinha tem que ver os pães de queijo que faz, quase tão deliciosos quanto do meu marido. – novamente o marido lhe ocupava a mente e Rue não comentou nada, pois não queria vê-la chorar novamente – Sabe Rue, quero que você me acompanhe até o condado Four, prometi a minha irmã que iria visita-la no meu aniversário.

— Oh, Katniss não quero lhe atrapalhar nos seus negócios. Eu não poderia desfrutar de tais momentos que somente cabe a você e sua família. – disse ela toda envergonhada.

— Ora, essa! Rue será um prazer tê-la conosco. E, somos amigas agora, não tem que ter preocupações como estas, e a propósito, não posso demorar nesta viagem, porque no final de maio minha amiga se casará com meu primo e quero te ver na capela na manhã de domingo. – Katniss sussurrou a última parte como se segredasse, ela não tinha boas lembranças da capela - era para ter - afinal lá que seu casamento fora realizado, mas tão triste para ela aquela semana em que o pai a deixara.

(...)

Nada podia estar ocorrendo tudo bem naquela manhã de oito de maio onde, Katniss acordara no quarto de hospedes na propriedade Odair. Fazia cinco dias que tinha chego ali e Rue estava em sua companhia.

Os sobrinhos puderam desfrutar de momentos felizes ao lado da tia, correram pela grama fofinha e fizeram a tia e Rue de gato e sapato o quanto puderam. Katniss acordou com o corpo dolorido ao se lembrar dos pequenos pulando em suas costas.

A pequena Marian era a coisa mais fofinha que vira em toda sua vida. Ela pouco lembrara de seus sobrinhos nessa fase de bebê e ali ao segurar a pequena nos braços Katniss sentiu uma sensação diferente, algo genuíno brotar dentro de si. Seria possível ela e o marido fazer algo tão perfeito, tão lindo quanto aquele bebê em seus braços?

Um sorriso abobalhado desenhou nos lábios da jovem ao sentar-se na cama e pensar nisso. Logo olhou para fora e viu que o dia seria magnifico. Como queria que ele estivesse ali com ela. Abraçando-a, dizendo que tudo iria ficar bem. Levou os dedos até os lábios e contornou o mesmo desejando que os dele estivesse sincronizado com o dela.

O dia foi cheio de surpresas, assim que se arrumou e desceu para o café da manhã a mesa estava repleta de quitutes que ela mais gostava e como se não bastasse todos lhe deram algum presente.

— Não precisavam se incomodar. – disse emocionada quando Samuel lhe entregou uma tela pintada por ele mesmo. Ele havia pintado a campina onde adora correr com a tia.

— Mas a maior surpresa será mais tarde. – Dália disse num entusiasmo só.

— O que terá mais tarde? – perguntou a irmã.

— Deixe de ser curiosa Katniss, é uma surpresa.

Tudo ficou no ar e novamente Katniss usou seu exercício de tentar barrar a curiosidade.

Ao longo do dia ela e Rue foram juntamente com as crianças pegarem flores silvestres na campina. Quando se aproximaram do casarão Katniss observou algo diferente, uma carruagem a qual não estava acostumada a ver sempre. Adentrou a casa e escutou vozes vindo da sala e ao se aproximar mais viu seu sogro, sogra e sua cunhada Delly que se levantou rapidamente do sofá e correu em sua direção com certa empolgação.

— Katniss! Que saudades que senti de você. – ela não hesitou em abraçar a cunhada até porque tudo nela lembrava o marido, desde o cabelo até os olhos.

— Também senti saudades. – disse já emocionada.

Logo os pais do marido estavam ao seu lado cumprimentando-a e dando felicitações pela data.

Mais tarde quase antes do sol se pôr, Rue foi solicitada na cozinha e Delly se juntou a Katniss para se aprontarem para o jantar.

— Papai enviou um monte de cartas ao Peeta, mas não obteve resposta de nenhuma. De duas uma: talvez as cartas não chegaram, ou ele não as quis responder. – Delly ajudava a amarrar o espartilho em Katniss.

— Acha que ele está bem? – perguntou vacilante.

— Ah, meu irmão sabe se cuidar e ainda por cima cuidar dos outros também. Acredito que deva estar bem sim. Pronto! – disse ela terminando de apertar a última amarra.

Katniss agradeceu e logo colocou seu vestido.

Finnick e Dália organizaram um maravilhoso jantar em comemoração aos 19 anos da jovem e de sobremesa um maravilhoso bolo feito especialmente pelas mãos dos pais de Peeta. Nem foi preciso dizer o quanto a garota adorou tudo aquilo.

Já no quarto pronta para dormir caminhou até a janela e observou a lua por um tempo.

— Peeta seja onde estiver, quero que saiba que estarei bem aqui te aguardando.

Incrível como o tempo passava rápido. Cinco meses pareciam décadas quando ele havia partido, mas a expectativa que vinha sentindo ao longo do dia era de matar qualquer um. Ela andava de um lado para o outro. Há poucos dias Finnick tinha enviado uma carta contando que a frota que Peeta fazia parte fora avistada por oficiais da marinha e que em breve estariam em terra firme.

Ela se arrumou e não parava de olhar seu reflexo no espelho afim de saber se o marido agradaria do que veria. Katniss e Peeta estavam completando um ano de casado e como seria bom se ele chegasse àquela hora para ambos serem tomados pelo desejo, pelo anseio de estarem finalmente juntos.

As imagens do casamento de sua amiga Madge lhe veio à mente e que casamento mais estonteante que participara. Josh, seu primo sorria feito um bobo e sua amiga não perdera tempo em lhe escrever dizendo o quanto estava se sentindo feliz com o casamento e a mais fresca novidade, o primeiro herdeiro a caminho. Tudo isso podia ser demais para a mente de Katniss, mas no momento queria se concentrar em seu amado e em como começaria seu pedido de desculpas.

Horas se passaram o jantar especial que havia pedido para organizarem já se encontrava frio. O relógio de armário badalava doze vezes e nada dele chegar. Quase nenhum criado se encontrava desperto, pois ela mesma tinha os dispensados para descansarem.

— Mrs. Mellark, quer que eu prepare algo para comer? – Darius perguntou enquanto acendia mais algumas velas nos candelabros espalhados pela sala.

— Obrigada Darius, mas não precisa. Não quero comer nada. Por que não vai se deitar, acho que ele não vem. – disse ela em um lamento sem encara-lo.

— Eu estou bem, Mrs. Mellark. Com licença. – então se retirou deixando-a novamente sozinha.

Katniss já entediada de ficar esperando sentada, levantou-se e foi até o piano. Logo começou a deslizar seus dedos sobre as teclas, uma canção que não ousava tocar desde que o pai falecera. Era uma das canções que ele mais achava triste, pois lembravam a esposa.

The Pearl, realmente era uma triste canção, pois retratava uma linda, porém triste história de amor.

Enquanto tocava as notas finais sentiu o rosto sendo banhado pelas lágrimas. As palavras finais que o marido escrevera a ela na carta rondava-lhe à mente.

“Não esqueça que ainda te amo e não estou desistindo de você, apenas estou deixando o caminho livre. ”


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Notas finais do capítulo

Essa música que a Kat tocou no piano é um instrumental de mockingjay part 2, é a parte antes dela entrar pra falar com o Peeta, é um instrumental de piano bem triste. E aí compliquei mais as coisas ou está se desenrolando? Quero saber de todos vcs, afinal é muita gente acompanhando. Então até a próxima queridos, nos vemos nos comentários.
PS: Venham conhecer a nova fic Peetniss que eu e uma amiga estamos escrevendo pra vcs...

https://fanfiction.com.br/historia/707483/Secrets_Of_Balance/

https://fanfiction.com.br/historia/703730/Eterno_Anjo/

Aguardo vcs...



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