Only You escrita por Cristabel Fraser


Capítulo 16
Return


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo kkkkkkkk, vocês irão enjoar de mim kkkkkk. Este título significa "Retorno" espero que gostem dele e fiquem a vontade para opinarem. Eu quero muito que chega "a parte" que todos desejam ler, mas precisa de todo um preparo, gente aqui é outra época (pesquisei bastante e pesquiso sobre) e lembrem-se Katniss não se casou "amando ao Peeta", então vamos esbofeteá-la rss e ter paciência com ela mais do estamos tendo rss. Bora ler? Espero que gostem, como sempre escrevo pensando em cada um de vocês.



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POV NARRADOR

Dois meses havia se passado, era março toda a neve havia derretido, mas tinha dias que ainda podia sentir aquele frio suportável.

Katniss ainda continuava naquele estado monótono. Todos ali na casa tentavam de alguma forma animá-la. Rudolph o jardineiro replantava as flores no jardim e sempre que encontrava alguma florzinha silvestre trazia para a jovem. Ripper sempre preparava algum tipo diferente de sobremesa, mas nada parecia tirá-la daquele estado até que em uma manhã Dulce não aguentou mais.

— Acorde, acorde, hoje temos uma missão a cumprir. – disse abrindo as enormes cortinas – Pelo visto teve uma noite agradável. – sorriu deduzindo, pois geralmente Peeta só dormia com ela quando tinha pesadelos e se agitava a noite, mas naquela manhã Dulce viu que o outro lado da cama se encontrava arrumado.

Depois de arrumada as duas desceram e Katniss tomou seu café-da-manhã, mas seus olhos não se desviavam do acento a sua frente.

— Ele saiu cedo querida. Me parece que os oficiais não querem mais que ele prorrogue a missão. Eu nunca vou entender essa vida de militares. A esposa sofrendo tanto e ainda sim o marido nem pode ficar para lhe fazer companhia. – a mulher falava consigo, mesmo em voz alta.

Peeta enviara cartas e mais cartas pedindo afastamento e quando a marinha lhe pedia uma explicação e ele dava, não achavam um motivo cabível para poderem o afastar. Dali a alguns dias ele teria que se apresentar e embarcar para mais uma viagem.

— Miss Dulce a carruagem está pronta. – Layla, assistente de Ripper lhe informou.

— E as cestas que te pedi para montar, estão prontas?

— Sim, e já estão na carruagem.

Dulce agradeceu e logo arrastou Katniss dali. Fizeram um percurso até a propriedade Hob. Assim que as duas desceram da carruagem Georgetti Duncan veio recebe-las.

— Katniss! – abriu os braços para cumprimenta-la, fazia tempo que elas não se viam – Não te vejo desde o casamento, menina. Continua tão linda.

— Realmente essa menina tem beleza de sobra. – observou Dulce – Georgetti trouxemos lanches especiais para as crianças.

Dulce retirou uma enorme cesta de piquenique e entregou a Miss Duncan e depois pegou mais cesta e a segurou.

— Mas isto é maravilhoso! Muito obrigada. Vamos entrar.

Entraram no enorme casarão que agora era o novo orfanato. Com mais espaço e mais aconchego para as crianças. Há exatamente dois meses que ali era o novo lar dos pequenos e ao que aparece estavam felizes com todo o espaço.

Katniss olhou o teto e viu a pintura marfim, olhou para as paredes e observou as telas pintadas e reconheceu algumas que fora ela mesma que pintou anos atrás. Sorriu ao constatar isto.

— E o que está achando de trabalhar com as crianças Georgetti? - Dulce conversava enquanto a jovem ainda sorria para as pinturas.

— Estou amando e está sendo muito bom para Mags, as crianças a adoram. Estamos começando as aulas de canto, mas infelizmente foram interrompidas por causa do piano que estragou.

Ao escutar aquilo Katniss virou sua atenção para elas e algo lhe ocorreu à mente.

Cada criança veio cumprimentar Dulce e Katniss, fora um momento muito bom, mas perto do almoço as duas tiveram que voltar para casa.

— Georgetti, agradecemos por nos ter recebido, sei que Katniss amou ter vindo aqui. – Dulce se aproximou da mulher parada a sua frente e cochichou – Ela ficou assim desde que o marido viajou.

Uma expressão de piedade se formou no rosto de Miss Duncan, agora ela entendera porque a garota falante estava com a mente distante.

— Eu sinto muito e minhas estimas melhoras a ela. – devolveu no mesmo tom a Dulce – Mas sou grata em tê-las aqui. E serão sempre bem-vindas.

Com isso retornaram e Katniss parecia inquieta no caminho de volta. Suas mãos remexiam uma na outra e isso não passou despercebido por Dulce.

— O que você tem querida?

— Que-quero... do-doar meu pp-piano... – sua voz saiu fraca e baixa, mas Dulce escutou claramente e logo abraçou a jovem.

— Oh, graças a Deus! Você voltou a falar.

Não era muito, mas pelo menos ela conseguiu proferir algumas poucas palavras e talvez a partir dali poderia voltar tudo ao normal.

Quando chegaram à propriedade, o almoço estava à mesa, Katniss entrou em todos os cômodos a procura dele.

— Darius, onde ele está? – ela conseguiu proferir as palavras com mais clareza desta vez – Cadê, meu marido? – caminhou até o escritório, mas ele não estava ali – Peeta, onde está o Peeta? Ele ainda não chegou? Me fale... Darius. – começou a se desesperar diante do silêncio do mordomo que a seguia para todos os lados.

— Ele... Mr. Mellark... ele pediu que lhe entregasse isso... – estendeu um envelope com o remetente que carregava aquela majestosa caligrafia à sua mão.

Os olhos começaram a marejar antes de tocar o papel, ela não queria crer que ele tinha a deixado, que tinha a abandonado. Com as mãos tremulas apertou o envelope contra o peito e quando percebeu corria em direção a escadaria que dava para os quartos.

— Katniss querida...

— Me deixe... todos vocês me deixem... quero ficar sozinha! – Dulce mal teve tempo de terminar a frase e a jovem já terminava de subir.

Ela não queria acreditar que aquilo estava acontecendo. Abriu a porta do quarto de seu marido e procurou por algum sinal. Algo que lhe dissesse que ele não havia lhe abandonado. Abriu seu guarda-roupa e por incrível que parecesse boa parte de suas roupas se achavam ali. Então ela tocou numa de suas camisas e levou-a até seu rosto absorvendo o aroma daquele que aprendera a amar. Sim, Katniss estava completamente apaixonada por seu marido, mas talvez fosse tarde demais para dizer aquilo.

Nos dias que se seguiram ela dormiu no quarto dele, sua cabeça repousava no travesseiro do homem que a deixou.

A única força que teve após sua partida fora dizer aos criados para levarem seu piano até o novo orfanato. Não foi preciso dizer o quanto Georgetti ficou agradecida pelo gesto e mal acreditou quando viu aquele lindo piano meia calda entrar pela porta da frente. Enquanto as crianças observaram com aqueles olhinhos curiosos.

A carta? Bem, a carta que o marido deixou para esposa fora esquecida em cima no criado mudo. Nem parecia que aquela jovem era a mesma Katniss de antes, a curiosa.

— Katniss, preciso conversar com você. – Dulce entrou sorrateiramente no quarto de seu patrão – Recebi uma carta de minha irmã que está muito doente. Ela tem filhos pequenos e, a única parente mais próxima viva sou eu, quero saber se você poderia me dispensar.

Katniss que olhava pela janela a paisagem florida – indícios da primavera -, estava de costa para Dulce e, logo que ouviu aquelas palavras se virou.

— E você irá embora para sempre? – perguntou com a voz trêmula.

— Claro que não, voltarei assim que minha irmã melhorar, claro que isso pode levar um tempo, mas prometo voltar. – Katniss se aproximou e tocou seu rosto com carinho.

— Pode ir Dulce. – então se abraçaram – Pode me ajudar a fazer as malas. – pediu assim que se afastaram e a mulher lhe encarou com incredulidade.

— Mas para onde você vai?

Katniss riu um pouquinho.

— Vou passar um tempo em Meadow.

Todos os dias que Dulce tentou explicar a jovem o que realmente tinha acontecido com Peeta, Katniss não deixava, no fim a mulher desistiu e deixou que descobrisse sozinha.

Dulce ajudou arrumar duas malas médias. Naquele mesmo dia Katniss partiu e antes de ir deu um forte abraço naquela que sempre esteve ao seu lado ajudando no que era preciso.

Há pouco tempo Katniss tinha recebido duas cartas da irmã. Na primeira avisava que ainda não podia viajar por causa da pequena Marian e na segunda tinha desenhos de seus sobrinhos. Ela guardava todas as cartas com carinho em sua caixa de madeira.

Katniss não suportaria ficar ali sem se lembrar no pai, ou nele por isso decidiu viajar até a propriedade que o pai deixara de herança. Assim que chegou Seeder, Tresh e Rue esperavam por ela na entrada da casa.

— Boa tarde, Mrs. Mellark. – cumprimentou Seeder e por um minuto ela sentiu uma pontada em seu peito, aquele sobrenome tinha um grande poder sobre si.

— Boa tarde, como estão vocês? – perguntou sorrindo, mas aquele sorriso não era nem de perto feliz.

— Estamos bem. – falou Seeder – Preparei o mesmo quarto que ficou da vez que veio, ou prefere outro?

— Não! – respondeu rápido – Pode ser esse mesmo.

— A senhora deseja alguma coisa? – Rue entrepôs.

— Um chá com biscoitos amanteigados seria ótimo e sua companhia, claro. – dirigiu um sorriso para a morena.

— Como queira. – ela fez uma reverência e se retirou para a cozinha.

— A senhora tem algum pedido a fazer? – Tresh perguntou.

— Somente acompanhe o cocheiro até os estábulos e o ajude com os cavalos, por favor.

Ele meneou a cabeça e se retirou.

— Mr. Mellark, não vem, minha senhora? – Seeder perguntou.

— Não... ele não virá.

Desviou seus olhos para os lados, não queria que a mulher percebesse que seus olhos marejavam só em pronunciar algo que fosse ligado a ele.

— Levarei sua bagagem até o andar de cima. – Katniss assentiu e retirou-se.

Precisava tomar um pouco de ar puro. Com a chegada da primavera as flores se desabrochavam com facilidade. Ela caminhou até um canteiro de rosas e baixou para cheira-las. Por um momento aquilo foi tranquilizador.

No chá da tarde fez questão de Rue sentar-se com ela no mesmo sofá. Não era de costume, mas Katniss precisava daquilo.

— Diga-me Rue, sabe tocar algum tipo de instrumento? – perguntou para a garota que tinha os olhos cor de jabuticaba.

— Bem, meu irmão aprendeu flauta e ele começou a me ensinar, mas com a correria não tive tempo de praticar.

— Você teria algum interesse em aprender piano? – Katniss questionou num tom até animador.

— Se eu tivesse a oportunidade seria bom.

— Assim que eu comprar outro piano terei o prazer em te ensinar. – disse com a mão sobre o peito cheia de orgulho.

— Isso é sério? – a menina mal acreditava em tais palavras.

— Claro que farei isso, é uma promessa Rue que terei o prazer em cumpri-la.

— Não sei como lhe agradecer senhora.

Katniss riu de verdade, como podia alguém a chamar de senhora já que tinha dezoito anos ainda?

— Vamos combinar assim, você me chama de Katniss e a partir de agora seremos amigas, tudo bem?

— Mas seria um desrespeito chama-la assim.

— Não será, eu lhe garanto. Que tal você me dar um abraço para selarmos isso? – perguntou já de braços abertos. A garota hesitou um pouco mas abraçou aquela jovem que tentava distrair sua mente – A propósito, quantos anos você tem, Rue?

— Dezoito.

— Sério? Eu também, mas farei dezenove daqui a dois meses. – de repente uma lembrança veio à mente.

— Devo dizer que, a senhorita está deslumbrante.

Foi isso que Mr. Mellark dissera a ela na noite de seu aniversário de dezoito anos. Talvez na época ela não dera tanta importância, mas se fosse agora faria com que seu coração enchesse de alegria.

Ela balançou a cabeça afastando aquilo, se pensasse um pouco mais nele com toda certeza choraria na frente de Rue e não era isso que queria.

No jantar Katniss fez questão dos três se sentarem à mesa, mesmo eles não querendo, por acharem inadequado, mas a jovem queria sentir um pouco de aconchego familiar e encontrou isso neles.

Ao deitar-se toda a lembrança da noite em que esteve com seu marido ali veio à tona. Ela tocou os próprios lábios desejando que os dele estivesse ali. Demorou a dormir e quando conseguiu foi levada a tantos pesadelos que agarrava o forro da cama com força até que seus dedos começaram a perder a circulação.

— Eu queria tanto que você me dissesse uma única vez “eu te amo”.

Ela escutou a doce voz de seu marido.

— Peeta... – tentou abrir os olhos, mas não conseguia, estava presa num sono agitado.

— Diga-me querida. Diga que pertence somente a mim.

A voz aveludada de seu marido continuava a ecoar em seus ouvidos e ainda sim ela lutava para abrir os olhos e ver se ele estava ali ao seu lado.

— Peeta... Peeta!— então depois de tanto se agitar gritou uma última vez o nome do marido e quando percebeu, estava sentada no centro da cama com o corpo suado e as mãos fincadas no lençol.

As batidas de seu coração se encontravam descompassadas e ao olhar para a escuridão constatou de que se encontrava sozinha, um gemido saiu de sua boca e logo em seguida chorava descontroladamente. A partir daí não conseguiu voltar a dormir, o único que conseguia fazer ela voltar a pegar no sono era ele.

Rue entrou no cômodo quando viu que era tarde e ela não havia descido para o café-da-manhã.

— Com licença, te trouxe o café. Deduzi que não ia descer, por isso trouxe. Minha mãe preparou algo leve.

Katniss olhou para a garota que prometera ensinar piano e pensou que só porque seu marido havia a deixado não significava que teria que viver daquele jeito. Voltar até aquele estado monótono também estava fora de questão. Não seria fácil tentar seguir sem ele - de certa forma tinha se acostumado com sua presença -, mas pelo menos tentaria.

— Obrigada. – disse com a voz fraca, mas forçou a se sentar e logo tinha a bandeja em seu colo.

— O dia está maravilhoso, quer ver? – Rue perguntou com animação e Katniss assentiu. A garota caminhou até as janelas e abriu as cortinas revelando os raios de sol.

Katniss estreitou os olhos por um tempinho.

— Rue pode falar para seu irmão selar um cavalo para mim?

— Selar um cavalo?

— Sim, quero andar a cavalo. – a menina sorriu e correu a procura de seu irmão.

Ao longo do dia Katniss tentou se distrair. De manhã: andou a cavalo, fez uma pintura na tela que não conseguiu terminar, almoçou e dormiu um pouco. Quando levantou tomou um chá e foi até o jardim. Tinha tanta variedade de flores que ela não sabia qual cheirava primeiro. Viu um canteiro de margaridas e sentou-se na grama bem ao lado das flores amarelas. Pegou uma e observou-a por alguns minutos.

— Katniss!

Seu coração falhou algumas batidas. Não podia ser. Talvez sua mente queria lhe pregar uma peça. Ela permaneceu na mesma posição até escutá-lo novamente pronunciar seu nome.

Lentamente ela levantou e virou-se na direção da voz e ao erguer os olhos viu seu marido parado bem à sua frente. Pensou em não dizer nada, mas e se ele fosse embora novamente e a deixasse?

— Peeta...

Pronunciou num sussurro, mas o suficiente para ele escutar. Ao se aproximar dela estendeu a mão e assim que ela o tocou não existiu mais distância que os pudesse separar. Foi a chance que Katniss teve de sentir o abraço caloroso já emendado com um beijo cheio de saudade. Peeta a ergueu com facilidade do chão. Lágrimas já desciam dos olhos de ambos. Um molhando a bochecha do outro.

O motivo? Ela por achar que nunca mais o veria e ele por achar que não ouviria mais sua voz. Talvez aquilo fosse um retorno para ambos. Um retorno e um recomeço. O tempo diria.


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Notas finais do capítulo

E aí? Eu sei que sempre nas notas finais pergunto isso kkkk, mas gosto de saber de vocês... bem se tudo der certo volto na quarta de feriado. Vou terminar de responder a todos os comentários anteriores e convido a vcs para lerem minha One de Dia dos Pais, pois a mesma é pra um desafio que todos estão convidadíssimos a participarem é só entrarem no meu perfil aqui e clicarem no link do grupo do face para mais informações, qualquer um pode escrever. E deixo aqui embaixo o link de algumas fics minhas que iniciei em outra conta, mas ainda está em andamento. Tem uma short-fic muito linda sobre anjos e mais uma outra fic... bora conferir.

https://fanfiction.com.br/historia/706192/Simplesmente_Pai/

https://fanfiction.com.br/historia/703730/Eterno_Anjo/

https://fanfiction.com.br/historia/699688/Broken_Heart/

Vejo vocês nos comentários e até quarta ;)
Ah, já ia me esquecendo, no feriado terá uma surpresinha pra todos, aguardem.
Beijos e fiquem na paz.