Only You escrita por Cristabel Fraser


Capítulo 12
The Marriage


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeeeeeeee nossa acho que bati o recorde em postagem rápida desta fic esta semana, mas como sempre amo fazer com que vocês se sintam felizes rss cá estou com um capítulo apaixonante. Eu dedico este capítulo a linda Jéss Silva (Steele) que recomendou esta fic que estou amando escrever, Jéss rss este capítulo é seu, sei que está aguardo um certo momento, mas espero que goste deste capítulo viu? Mil beijos a você!!!!!!
Pessoal um pequeno detalhe, quando imaginei está história e comecei a bolar o cronograma dela pensei numa Kat bem fria com o Peeta e que não se interessava por ele mesmo no dia do casamento, mas como sei que vocês e acho que nem eu teria a santa paciência para esperar, preferi fazer dela uma bipolar e aos poucos Peeta ir ganhando terreno no coração da morena. Bem, agradeço a cada que comentou e que tem comentado, vocês são os leitores mais incríveis e me deixam sem palavras e muita imaginação, então vamos lá aproveitem bem a leitura de hoje que nem preciso dizer o significado do título, né? Ou preciso? De qualquer forma é "O CASAMENTO"... boa leitura...



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Sentia uma tristeza em meu peito que parecia não ter fim...

Como alguém que me criou, cuidou e amou, podia partir tão de repente? Papai só tinha 53 anos, homem forte e saudável. Não era justo, não era.

Minha irmã chegou a tempo para o enterro. Nós choramos bastantes abraçadas e fiquei preocupada com ela até certo ponto, pois já estava com quase sete meses de gestação. Mas até que foi mais forte do que eu. Chorou e pranteou por um tempo e depois passou a me consolar.

Ver alguém que se ama descer à sepultura não é fácil.

Assim que o enterro tinha terminado Dominik nos convocou à uma reunião para leitura do testamento. Eu não estava interessada em nada, mas se era preciso que assim fosse.

— Agradeço a presença de vocês mesmo que em momento tão triste, mas Mr. Everdeen pediu-me que estivem presentes - além das filhas – os conjugues de ambas, mesmo Miss Everdeen não sendo casada oficialmente, mas este foi o último pedido do pai de vocês. – mal nos recompomos e tivemos que iniciar a leitura do testamento – Como sabem Mr. Benjamim Everdeen era dono de quatro propriedades bem extensas. São estas: a Propriedade Everdeen – que esta casa com toda a área ao redor – a Meadow, a Hob e a Seam. A Propriedade Hob ele deixou para ser doada ao orfanato da parte baixa do Condado Twelve. A Propriedade Seam, é para a Mr. Odair. E as Propriedades Everdeen e Meadow para a jovem Miss Katniss Everdeen e seu “futuro esposo”.

— Por que ficarei com a maior parte? – pergunto indignada e Dália me repreende.

— Ora, Katniss eu sou casada e meu marido é proprietário de algumas terras. Nada mais justo a maior parte ficar para você e Mr. Mellark. – fiquei quieta e Dominik prosseguiu com mais algumas clausuras e, por fim estávamos liberados.

Já era fim de tarde quando eu subia o primeiro degrau da escada e Peeta me chama.

— Podemos conversar? – virei-me para ele e pela primeira vez desde que eu o expulsei do quarto do meu pai vi o quanto seu semblante estava cansado e triste.

— Vamos até a sala de leitura. – nos encaminhamos em silêncio para a sala.

— Me perdoe se eu parecer inconveniente, mas preciso saber de algo...

— O que seria? – perguntei curiosa, pois não imaginava como ele poderia ser inconveniente.

— Katniss se quiser remarcar a data do casamento ou... – ele parecia tenso e pedi que prosseguisse – Ou se não querer mais se casar comigo, eu vou entender.

Eu não acreditava no que estava escutando e ao final de suas palavras já me encontrava em pé.

— O que significa isso, Mr. Mellark? Desistiu? Não quer se casar comigo? Você estava se fingindo de bom moço para o meu pai? – eu estava furiosa e acabei falando com certa estupidez.

— Não... não é isso... – ele baixou sua cabeça e pude ver uma lágrima descer de seu olho e escorrer por sua bochecha avermelhada.

— Então o que é? – amenizei meu tom de voz.

— Vejo que você está sofrendo... e ainda não tenho certeza do que sente por mim. Mas se quiser remarcar a data para que passe o luto eu entenderei. – agora entendo o que quer dizer. Peeta está cuidando de mim. Não quer que eu sofra ainda mais por estar me casando na data de aniversário de minha mãe, mas por outro lado tem dúvidas de que quero, ou não me casar com ele.

— Peeta... – me ajoelho de frente para ele que se encontra sentado com a cabeça enterrada entre as mãos – Papai desejou que fosse nessa data, lembra? Não podemos voltar atrás em nossa palavra. Era o desejo dele de me casar com você, então me casarei. Ele podia ter escolhido outro homem, mas escolheu você, porque confiava em você. Não se preocupe comigo. – disse por fim e ele levantou a cabeça e me encarou.

— Às vezes penso que meu coração irá parar só por te amar cada dia mais.

Fiquei em silêncio, não conseguia dizer nada. Peeta me amava tanto enquanto eu... eu não sabia exatamente o que sentir num momento como este.

Sem que eu desejasse lágrimas começaram a verter de meus olhos e Peeta não sabia o que fazer. Suas mãos começaram a enxuga-las e quando ele aproximou seu rosto mais perto do meu, sabia o que aquilo significava. Mas sem que eu mesma entendesse minhas pernas se levantaram e sem dizer nada saí correndo dali o deixando para trás.

Subi até meu quarto e lá chorei um pouco mais.

(...)

Amanhã é o grande dia. Meu vestido de noiva já se encontrava dentro do guarda-roupas coberto por uma capa.

Desde o dia em que confirmei ao meu noivo que deveríamos nos casar quase não troquei palavras com ele a não ser as mais básicas. Ele pareceu triste, mas hoje de manhã assim que me viu sorriu com êxtase. Sua família chegou ontem e estão todos compadecidos por mim. Eles me consolaram dizendo que não estou sozinha, disseram que agora faço parte da família Mellark.

Me preparava para dormir quando alguém bate à porta.

— Quem deseja? – perguntei.

— Sou eu, Dália.

— Entre.

Minha irmã adentrou o quarto e caminhou até mim, em seguida sentou-se ao meu lado na cama e segurando minhas mãos entre as suas disse:

— Está na hora de termos aquela conversa.

Arregalei meus olhos.

— Que conversa?

— Mamãe não era viva quando precisei de instrução sobre o que acontece na primeira noite de núpcias, mas eu Dália Rose Everdeen Odair estou aqui para te dizer como é. – disse ela com a maior naturalidade.

Na época em que minha irmã se casou a própria sogra que cuidou desta parte. Pelo menos foi o que ouvi dizer, eu tinha apenas oito anos na época.

— Acho que eu não terei uma noite de núpcias...

— Por que não? – perguntou ela sobressaltada.

— Peeta zarpará com a tripulação no domingo de manhã.

— Ah, querida isso é mesmo uma pena, vocês nem terão tempo de se conhecerem direito.

— Pois é, não entendo nada disso, mas não sei se estou pronta.

— Pronta para se casar ou pronta para sua primeira noite de núpcias?

— Acho que os dois, mas a segunda opção é a que mais me assombra.

— Preste atenção querida. – pediu ela contraindo mais o aperto de nossas mãos – Você vai ver que se casar é melhor sensação do mundo. Os maridos são como um escudo para nos proteger de todo mau. E quando você sentir um serzinho gerando dentro de você, será ainda melhor. Os filhos é o fruto desse amor que terão um pelo outro... – eu ia abrir minha boca para acrescentar algo, mas minha irmã fez que “não” com a cabeça e prosseguiu – Pode não assumir que não o ama, e toda essa semana foi um pouco conturbada eu sei, mas seus olhos e seu coração dizem ao contrário. Você o ama irmã. Só não consegue admitir. Qualquer um que olhe para você percebe isso.

— Confesso que sinto algo forte quando estou perto dele, mas não sei se conseguirei dormir numa mesma cama com ele, isso seria estranho. – retorci meu rosto e vi um risinho no canto dos lábios de Dália.

— Isso se chama atração, química. – ela pareceu pensar – Vamos fazer assim, só faça com ele o que vou te explicar se, sentir-se a vontade ou sentir que é a hora.

— Está bem. Então me explique.

Ela limpou a garganta e respirou fundo.

— Depois do casamento a primeira noite de um casal é a intimidade. Isso acontece quando há uma certa troca de beijos e carícias e logo percebe que seu corpo é arremetido por um fogo ardente, como se sentisse algo queimando por dentro. – penso em dizer a ela que me senti assim quando Peeta e eu nos beijamos, mas lembro-me de que minha irmã não sabe, então volto a atenção para sua explicação – Daí vocês começam a tirar a roupa um do outro...

— Tirar a roupa? – a corto me sentindo espantada – Eu não irei ficar sem roupa na frente do Peeta, jamais! – eu já ia me levantando quando ela me impediu.

— Acalme-se apressadinha. Não é do jeito que está imaginando.

— Ah, não? Então como devo imaginar? – cruzo os braços e ela toma minhas mãos novamente para si.

— Você irá sentir uma sensação tão arrebatadora que não irá se importar com a nudez de ambos. Eu não via a hora de poder estar a sós com o Finnick. Confesso que me senti apreensiva no começo, mas ele foi tão carinhoso, tão compreensivo comigo que em certo momento teve que me parar, pois eu queria cada vez mais daquilo...

— Dália, termina logo essa conversa!

— Está bem eu vou terminar. – ela retoma a compostura – Vocês ficarão sem roupa ou as vezes nem sempre precisará, depende de cada casal... enfim ele encaixará o corpo dele ao seu... sabe aquela parte... lembra quando tínhamos aulas em casa e tivemos que aprender História da Arte e teve aqueles desenhos daquele artista...

— Sim, me lembro bem. – a corto lembrando-me de cada figura tanto feminina quanto masculina nos livros.

— Depois de estarem unidos ele saberá o que fazer com você e, é assim que os bebês são concebidos. Lembra que quis saber sobre isso outro dia? Pois é assim que acontece, ele derrama a semente dele dentro de você, e daí um tempo depois seu corpo começa a mudar e suas regras não aparecem. Esses são os primeiros sinais. Depois sua barriga vai crescendo, assim como a minha... e após nove meses eles nascem.

Espantada, é assim que estou.

— Dália, eu pensei... eu pensei que...

— O que pensou?

— Que os bebês nasciam se comêssemos maçãs!

— Maçãs? Ora essa Katniss se bebês nascessem por comermos maçãs, eu já os teria muito antes de conhecer o Finn. – ela se levanta e bate levemente as mãos sobre o vestido – Bem isso se chama fazer amor. Agora já sabe de quase tudo...

— E ainda tem mais? – pergunto me levantando também.

— Bem, os complementos disso vem conforme vocês vão evoluindo sabe... você irá descobrir com o tempo. Mas tenho certeza de que Peeta te tratará com muito carinho, e se não estiver se sentindo segura, não faça. Ele irá te compreender. Agora vou dormir. – ela se aproxima de mim e beija o topo da minha cabeça – Boa noite querida irmãzinha.

— Boa noite Dália e muito obrigada pelas explicações mesmo que eu esteja um pouco constrangida.

— Quando você tiver uma filha que estiver para se casar, terá de explicar sobre isso, mas claro que pode contar de um jeito só seu.

Então ela fecha a porta e se vai. Deito minha cabeça sobre o travesseiro e logo toda a conversa que tivemos invadem meus pensamentos. Balanço a cabeça de um lado para outro para afasta-los, pois não quero pensar em nada disso.

(...)

Sou acordada por Dulce Maria que trouxe café na cama para mim.

— Vamos menina deixe de preguiça hoje é o dia do seu casamento. Seu noivo já tomou café e já partiu para a capela.

Encarei Dulce tentando procurar algum vestígio de que tudo isso fosse apenas um sonho, mas não era, tudo estava realmente acontecendo. Meu vestido já me aguardava. Ele era lindo. Mesmo Cinna não ter exagerado em nada, meu vestido de noiva é simplesmente lindo.

Apressei-me em tomar café apesar de não estar com muito apetite. O casamento estava marcado para as nove e meia da manhã e teríamos um almoço em comemoração depois. E uma tenda com o bolo estava sendo montada no jardim.

Tomei um delicioso banho e Dulce me ajudou a vestir uma roupa debaixo nova, o espartilho, e por último o vestido.

Sentei-me de frente a penteadeira e antes que escovasse meus cabelos minha irmã entra no quarto.

— Dulce já terminei de arrumar as crianças será que poderia ficar um pouco com elas, até eu arrumar o cabelo de Katniss?

—- Oh, sim Mr. Odair, vou deixa-las a sós, com licença.

Dália se aproxima de mim e pega a escova e começa a desliza-la por meus cabelos.

— Você é a noiva mais linda que eu já vi, Katniss. – diz com carinho e logo seus olhos se enchem de lágrimas – Nem acredito que minha irmãzinha irá se casar.

Meus olhos ardiam também e logo sabia que choraria.

— Obrigada por estar aqui, Dália.

— Eu não perderia esse momento por nada. – ela se inclina um pouco ao meu lado e secamos as lágrimas uma da outra.

Dália quis deixar meu cabelo solto caindo um pouco sobre meus ombros. Colocou em meu cabelo um enfeite de prata em forma de ramos – pequenas folhas – quando me olho no espelho nem eu mesma me reconheço.

— Dália, posso pedir algo? – pergunto e logo segura meu queixo e me encara.

— Peça o que quiser.

— Será que o Finnick pode me levar até o altar?

— Claro querida. Ele está lá embaixo. Vamos descer?

Ela me estende a mão e eu a seguro.

Quando meus sobrinhos me vêm ficam admirados.

— Tia Kat, como você está linda! – a pequena Annie diz.

— Obrigada querida você também está muito linda.

Realmente todos estavam belíssimos.

Finnick me ajudou a subir na carruagem que me levaria até a capela que não fica longe daqui. Eu não estava muito no clima de ter muitos convidados, mas as senhoras Duncan eu fazia questão de ter. O mensageiro levou um convite até aos Undersee, mas nenhum deles confirmou presença. Mr. Undersee esteve presente no enterro do meu pai para me dar os pêsames, mas depois não o vi mais.

A carruagem para frente as postas e o dia está lindo, mas logo as lembranças das semanas voltam à minha mente e assim que Finnick enrosca meu braço ao seu e Dália me entrega um buque de rosas brancas é inevitável não chorar.

— Acalme-se vai ficar tudo bem. – meu cunhado alisava minha mão.

— Era para ele estar, Finn. – lamento.

— Eu sei, mas de certa forma os dois estão te vendo de onde estão. – ele me diz quando ficamos sozinhos, pois Dália já entrou com meus sobrinhos.

O órgão da igreja inicia a canção “lá vem a noiva” e início minha caminhada, e não consigo olhar para lado nenhum a não ser para o chão. Minhas lágrimas não sessam, não consigo controla-las. Elas rolam livremente pelo meu rosto. Finnick me entrega um lenço e sussurra para eu erguer a cabeça. Tento fazer isso e aos poucos consigo e quando olho na direção do noivo... lá está ele, compenetrado em mim. Seu olhar é um pouco entristecido, talvez pelo meu estado. Que noiva entraria numa igreja aos prantos quando era para estar sorrindo?

Peeta vem de encontro – ele não vestiu seu traje militar como muitos vestem no dia que se casam, mas o fraque inteiramente branco o deixa com uma aparência angelical - assim que Finnick me passa para meu noivo, beija levemente minha testa. Quando passo meu braço pelo o de Peeta com sua outra mão ela segura firmemente a minha e sinto o quanto está fria.

Ouvimos um breve sermão. Algo sobre almas que mesmo depois da morte continuam unidas. A palavra é passada para Peeta primeiro.

— Eu, Peeta Mellark aceito você, Katniss Everdeen como minha esposa. De hoje em diante juntos ou separados estaremos sempre unidos. Uma vida, um propósito, um destino. Prometo te amar todos os dias. Te respeitar, te proteger enquanto eu viver.

Ouço alguns suspirarem e outros fungarem e logo a palavra é passada para mim e não sei o que dizer ao certo, mas sinto como se meu pai me observasse e automaticamente olho para todos os lados o procurando e nada vejo, só que meus olhos encararam outra pessoa... Madge Undersee, ela estava lá sentada quase no fim dos bancos.

— Precisa de ajuda Miss Everdeen? – ouço o reverendo sussurrar para mim e logo volto minha atenção.

Peeta segura minhas mãos e logo encaro aquela imensidão azul e dou início aos meus votos.

— A partir deste dia na doença e na saúde... na riqueza e na pobreza ... eu prometo te respeitar e cuidar de você todos os dias. – pulei a parte do “te amar”, meus sentimentos continuam confusos de certa forma – Eu, Katniss Everdeen aceito você, Peeta Mellark como meu esposo.

Logo trocamos as alianças e quando Peeta encaixa a minha no anelar esquerdo beija minha mão.

— Pode beijar a noiva. – o reverendo pronuncia e Peeta toma meu rosto e beija castamente meus lábios.

Os presentes batem palmas e logo estamos saindo da capela e as pessoas jogam arroz em nós.

— Meus parabéns Katniss. – ouço uma voz conhecida atrás de mim e assim que me viro lá está minha amiga com seus olhos vermelhos – Será que pode perdoar essa amiga insolente?

— Você não é insolente. Nunca foi. Apenas estava equivocada.

Peeta que tinha meu braço enroscado ao seu me libera para ir até minha amiga que se encontra a poucos metros. Nos abraçamos ao mesmo tempo e choramos pelo que me pareceu uma eternidade. Não conseguíamos dizer nada. Era como se as palavras fugissem.

— Eu sinto muito pelo seu pai Katniss. – finalmente ela quebra o silêncio – Eu quis estar do seu lado quando ele se foi.

— Tudo bem Madge, eu sei que você estaria. Mas você pode estar agora no almoço que estou oferecendo.

— Eu irei, mas estou com um acompanhante.

Meus joelhos tremeram quando ela diz isso e logo vi meu primo se aproximar de nós.

— Parabéns pelo casamento, prima. Sinto muito pelo seu pai. Eu gostaria de ter estado aqui, mas tive que fazer uma viagem.

Encarei os dois sem entender nada.

— Seu primo e eu estamos noivos, Katniss.

— Josh? – não sabia o que dizer.

— Sim, querida prima roubei sua amiga aqui dos braços de um certo cavalheiro. – disse ele em tom de brincadeira e logo entendi a quem se referia, Gale.

— Então devo parabeniza-los pelo noivado.

— Obrigado. – Josh respondeu com ar de orgulhoso.

Primo Josh podia ser metido, exibido e arrogante as vezes, mas sua índole não se comparava com a de Gale. Nunca ouvi nada sobre Josh. Nada de mal.

— E sua faculdade de medicina? – perguntei.

— Estarei concluindo em breve e assim que isso acontecer me casarei com Miss Undersee. – ele olha para ela todo apaixonado e mal posso crer que há meses eles se encontraram e nem passou pela minha cabeça os dois juntos.

(...)

As senhoras Duncan, estavam presentes no almoço e me parabenizaram pelo casamento e elogiaram toda a organização.

— Ora menina, achei que você fosse fazer um casamento a altura de sua família.  – Georgetti diz.

— Eu nunca imaginei algo grandioso para este dia. – disse com simplicidade.

— Vai lá com seu marido, já faz um tempo que ele te observa.

Então olhei em sua direção. Desde que saímos da capela Peeta me deu privacidade para conversar com todos que vinham me cumprimentar ou parabenizar. Mas agora, olhando para ele vejo um peso em seus ombros.

— Oi. – disse me aproximando dele.

— Oi. Pode ir conversar com quem você quiser. – ele aponta para o jardim e vejo meus sobrinhos correndo próximos a tenda onde um maravilho bolo coberto por glace e frutas está.

— Quero ficar aqui com você. – ele sorri para mim, mas um sorriso triste.

— Minha família terá que ir embora amanhã cedo. Você quer ir com eles, ou quer ficar aqui com sua irmã e cunhado? E depois que eles forem para o Condado Four, você ir com eles? Você decide. – olho para ele e me lembro que iremos ficar separados por longos três meses.

— Será que sua família ficaria chateados comigo se eu escolher ficar com minha irmã?

— Não, claro que não ficarão chateados. Eles até imaginaram que escolheria isso, e por mim está tudo bem.

Sorrio assentindo com a cabeça.

Seus pais são extremamente amorosos comigo e Delly é a alegria em pessoa. Me abraça o tempo todo e fica dizendo o quanto sou bonita e no quanto seu irmão tem sorte.

— Não vejo a hora de ser tia! – diz me abraçando novamente – Terminei de ler um romance onde o casal tiveram oito lindos filhos. Imaginem vocês dois com esta quantidade de crianças correndo por esta propriedade?

— De... – tento interrompe-la, mas é inútil, ela está tão empolgada que, só para de falar quando Peeta delicadamente me puxa pelo braço.

— Acho que não gostaria de passar mais uma hora ouvindo ela sugerir nomes as crianças que ainda nem temos. – diz olhando por cima dos meus ombros para outras direções e logo percebo seu rosto enrubescer.

A tarde vai caindo e os convidados já se despediram e fiz questão de que cada um levasse para casa uma parcela do bolo – afinal pelo menos isso pedi que fizessem grande – logo só sobrou nossas famílias.

Minha amiga Madge se despediu de mim prometendo que sempre que eu precisasse, estaria por perto.

— Então, já está tudo certo para vocês dois partirem. – meu cunhado diz quando Peeta e eu estamos de mãos dadas na entrada da casa.

— Nós partimos, para onde? – pergunto sem entender.

— Eles quiseram fazer uma surpresa para nós, organizando a casa em Meadow. – sinto meu rosto perder a cor e logo meu estômago embrulhar com tamanha afirmação.

Em seguida uma carruagem para, e duas malas são colocadas nela.

— Quero que se lembre de tudo o que te falei. – Dália cochicha em meu ouvido enquanto se despede.

Os pais de Peeta e sua irmã me abraçam e assim meu marido me toma pelas mãos.

O percurso não demora e logo adentramos numa das propriedades que pertenceu ao meu pai. Meadow fica a poucos quilômetros de Seam e da Propriedade Everdeen. Peeta me ajuda a descer e logo segura em minha cintura.

Quando adentramos a casa que é menor do que a minha vejo três criados que não me lembrava do rosto.

— Boa noite. – Peeta os cumprimenta e eles sorriem para nós – Esses são: Tresh, Rue e Seeder.

— Olá. – digo um pouco envergonhada. Não me lembrava deles e são muito bonitos por sinal. Os três têm a pele bem morena e Rue parece ter quase minha idade.

— Seeder é mãe dos dois, querida. – meu marido me informa.

— Perdão, mas não me lembro de vocês. – falo sincera.

— Seu pai nos trouxe para cá assim que voltou do Condado Thirteen, minha senhora. – Seeder fala e logo baixa a cabeça, claramente tão envergonhada quanto eu.

— Sejam muito bem-vindos, espero que sintam à vontade trabalhando para nós e se precisar de qualquer coisa, não hesite de nos procurar. – me aproximo da mãe e levanto seu rosto e os olhos da jovem senhora brilham.

— Muito obrigada, nos sentimos honrados em servi-los. – ela se curva um pouco e logo sua filha fala comigo.

— Senhora preparamos um banho e eu a ajudarei no que precisar.

Encaro Peeta que logo me puxa para um canto.

— Vá com ela e tome seu banho, também tomarei o meu em outro cômodo e já levo algo para comermos. – ele segura minha mão e a beija.

— Não tenho fome, mas agradeço.

Tresh leva nossa bagagem para a parte superior da casa e Rue me acompanha até o quarto. Adentro o cômodo vendo que tudo está limpo, cheiroso e bem iluminado. A jovem me ajuda a retirar meu espartilho e digo a ela que não precisarei de sua ajuda com meu banho. Entro na pequena sala de banho e sinto um maravilhoso aroma de rosas, que me fazem lembrar de quando estive na propriedade dos Mellark.

Após me secar vejo em cima da cama uma linda camisola longa de estampa delicada. Há também um robe, que imagino fazer par.

Visto as duas peças e quando estou sentada frente a penteadeira escuto uma leve batida na porta e quando peço para entrar o vejo com os cabelos ainda úmidos e seu traje é leve. Uma calça social e uma camisa solta por cima da mesma.

— O que achou do presente? – ele aponta para minha veste.

— Eu adorei, é lindo. – suspiro.

— Pedi que organizassem o outro quarto...

— E para quê? – o corto – Amanhã você irá... não vejo motivo de dormir em outro lugar.

Termino de escovar meu cabelo e deixo a escova sobre a penteadeira. Fico em pé e Peeta está estático desde que entrou aqui. Caminho lentamente até ele e seguro suas mãos.

— Eu amo você. - sua voz é suave e melodiosa o que me faz lembrar de que meu pai o escolheu para mim. Ele desejou isso e hoje não estava lá para ver seu sonho se tornar realidade – Não chore meu amor, estou aqui com você, bem aqui.

— Por favor, me desculpe... eu não posso... eu não consigo... – estou chorando novamente e aqueles sons como se eu estivesse me engasgando se inicia, mas lá estão seus braços para me confortarem.

— Já disse que não irei te forçar a nada, minha vida. Eu te amo, e posso amar por nós dois enquanto você não conseguir forças para isso. – sinto meu corpo ser erguido e logo ele me deita sobre a cama e puxa o lençol debaixo até a altura da minha cintura – Vou preparar um chá para você, já volto. – beija minha testa antes de sair.

Fico chorando por um bom tempo até que ele retorna segurando uma bandeja. Logo está sentado ao meu lado erguendo meu corpo, fazendo com que me sentasse. Seus braços alcançam a bandeja que depositou na mesinha ao lado da cama.

— Obrigada. – agradeço quando me entrega a xícara.

— Tenta beber tudo e irá se sentir melhor.

Consegui beber toda a porção de chá. Peeta recolheu tudo e deixou em cima da mesa que tinha no canto do quarto. Ele voltou e se deitou ao meu lado e fiz um pedido.

— Peeta pode me abraçar e me fazer dormir? – ele sorriu e me puxou para seu peito.

— Vou sentir sua falta. Será a viagem mais difícil que eu já fiz. – sussurra enquanto suas mãos acariciam minhas costas e depois sobem até meus cabelos.

— Mas quando voltar eu estarei aqui, certo? – ergo a cabeça e fico a poucos centímetros de seu rosto.

— Sim, isso seria muito bom. Pensar que, quando estiver a milhas de distância, terei alguém aqui esperando meu retorno, é mais do que um dia pude sonhar.

Sussurramos um para o outro.

— Só prometa para mim que vai ficar bem e que nada de mal irá te acontecer. Promete para mim? – minha voz soa mais uma súplica.

— Eu prometo.

Seus olhos me encaram com certa expectativa e não resisto a isso e tomo seus lábios em um beijo que não ousei nem imaginar enquanto estávamos noivos. Ele não resiste e logo suas mãos estão em minha nuca por baixo do meu cabelo. Começo a sentir uma ânsia em meu estômago, como se eu fosse colocar tudo para fora. Nosso beijo se intensifica ainda mais. Não resisto ao que meu corpo deseja e fico por cima dele e o ouço soltar um som abafado que não consigo identificar direito o que é. Minhas mãos acariciam seu rosto e cabelo. Nosso beijo é quente, mas logo sinto falta do ar.

— Peeta... – o chamo e ele segura meu rosto entre suas mãos e me encara.

Novamente uma sensação de angústia toma conta do meu peito e volto a chorar.

— Por favor, não chore. – pede e me põe na posição anterior - ladeando o seu corpo.

— Me desculpe... eu queria me entregar a você, mas... – ele não permite que eu prossiga.

— Pare de se preocupar comigo, Katniss. Você já tem feito tanto por mim que jamais poderia exigir algo maior. Terá o espaço de tempo que precisar. Eu ficarei bem nesse sentido. – há pouca luminosidade no quarto já que ele apagou a maioria.

Com minha cabeça ali em seu peito pude entender que meu pai pode ter ido, mas ele tinha certeza de que eu ficaria segura. Papai apostou na pessoa certa. Não importa o que o amanhã reservaria para nós. Eu estava segura e protegida, e somente Peeta podia me oferecer essa dádiva.


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Notas finais do capítulo

E aí o que estão achando?
Jéss te decepcionei muito? Espero que não.
Voltarei em breve, mas continuem aí me fazendo cada dia mais feliz em ver uma surpresinha de vocês... Bye e até os comentários queridos.