I Miss The Misery escrita por Ladylake


Capítulo 81
2ª Temporada- Baby Girl ♥


Notas iniciais do capítulo

Hey-ooo! Estou bastante rápida não é? Eu tenho tido bastante tempo e inspiração então aproveitem :3



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"Você pode não ter sido o meu primeiro amor, mas foi o amor que fez todos os outros irrelevantes"

—Castiel Miller

 

 

(…3 meses e meio depois…)

 

 

Eu estava viva. Eu tinha conseguido. E a maneira de eu saber que o meu coração ainda batia era pelo calor agradável de Abril que queimava levemente a minha pele. Não chegava a ser um calor quente de Verão, mas sim um calor fresco de Primavera. Rosalya e eu aproveitávamos a tarde solarenga para lanchar lá fora, sobe a mesa com cobertas brancas que formavam um toldo. Eu beberico um pouco de sumo de laranja e Rosalya trinca uns biscoitos feitos por Gwen. Tenho visto a minha melhor amiga muito menos vezes desde que ela foi viver com Lysandre no seu apartamento no centro da Vila.

Quem tenho visto muito mais vezes é Kentin. Tem me vindo ver quase todos os dias e feito alguma companhia visto que Castiel tem passado pouco tempo em casa por causa de trabalho. De vez em quando aborreço-me aqui.

A notícia de que estou grávida bombardeou a Internet á uns 2 meses atrás. Obvio que acabei por vir a público confirmar que era verdade. Eu estou bem, se é isso que as vossas mentes possam estar a se perguntar. As dores milagrosamente desapareceram á cerca de 1 mês e meio. Foi um alívio para todos, inclusive para mim. Estou de 8 meses, mas a minha barriga não cresceu tanto quanto a de Rosalya. Ela parece que vai ter gémeos de tão grande que está. Por favor não lhe digam nada.

Dragon estica as pernas e procura caricias perto de mim. Eu faço carinho no pastor de beauce que arfa de calor por estar ao sol.

—O médico deu-te uma data? -pergunta Rosalya depois de mastigar. Eu retiro o meu cabelo da frente do rosto antes de lhe responder.

—Não, não temos data especifica, mas será provavelmente na próxima semana -digo sem deixar de fazer caricias em Dragon. O mesmo tenta subir para cima da mesa.  

—Dragon sai! -ordena Rosalya. Dragon obedece imediatamente, embora de má vontade_ quando é que Castiel volta?

—Daqui a 2 dias -respondo um pouco sem animo_ ele quase que não tem estado cá, ás vezes sinto-me sozinha.

—Tu sabes que podes chamar-me sempre que quiseres -ela pega na minha mão.

—Eu não te quero atrapalhar, e além disso, o Kentin tem estado bastante presente nos últimos 2 meses -finalizo.

Uma rajada de vento quase que levanta a nossa mesa. Eu seguro na comida e nos guardanapos de pano com força.

—Acho melhor voltarmos para dentro -diz Rosalya. Eu concordo.

 

 

(…)

 

 

Eu dava uma última olhada no quarto. Ele estava pronto para recebê-la. Passo as mãos pelo berço branco e confirmo uma última vez se não falta nada. Abro o armário para verificar se todas as suas roupas estão separadas por cores, tamanhos e estações. Eu sei que parece dramático demais, mas eu tive que me entreter com alguma coisa aqui em casa.

Oiço passos no corredor e Gwen empurra a porta uns segundos depois.

—Está lindo -sussurra ela_ O menino Castiel vai adorar ver como ficou.

Castiel participou apenas no início pois teve que ir para fora em trabalho por causa da banda. Acabei dando os últimos retoques no quarto sozinha.

—O menino Kentin já chegou para lhe fazer companhia -anuncia ela ajeitando a sua mala de senhora no ombro_ Precisa de mais alguma coisa?

Eu digo que não com a cabeça e desço junto com ela. Kentin já se tinha apoderado da Tv e do sofá. Eu forço a tosse e o moreno de olhos verdes esmeralda levanta-se envergonhado.

—Peço desculpa senhora Smith, não foi educado da minha parte instalar-me assim -Kentin desculpa-se coçando a traseira da cabeça.

—O sofá e a televisão não são meus, não é a mim que tem que pedir desculpa -Gwen ri. Eu também não contenho um sorriso divertido quando Kentin me olha.

Gwen despede-se, terminando o seu turno de hoje. Eu fito o moreno que me encara com alguma compaixão.

—Estás com fome? -pergunto_ Gwen deixou lasanha.

Kentin assente, já pingando baba para o chão.

 

 

(…)

 

 

O micro-ondas apita, repetindo consecutivamente aquele barulho irritante para avisar os humanos de que a comida já está pronta. Abro a porta do mesmo e retiro com cuidado a lasanha, partindo-a ao meio. Coloco cada metade num prato e junto talheres e copos com sumo de laranja. Pouso tudo em tabuleiros e pego no de Kentin para lhe levar até á sala.

Caminho com cuidado para não entornar nada, até que uma pontada de dor me ataca. Sinto um líquido escorrer pelas minhas pernas e encharcar os meus calções de desporto. As minhas mãos falam imediatamente, deixando cair o tabuleiro redondamente no chão, entornando tudo.

Kentin, do sofá, olha imediatamente para trás assim que houve o estrondo atrás de si.

—Lake! Lake o que se passa?! -grita preocupado, correndo até mim.

—As m-minhas… -gaguejo_ as minhas águas arrebentaram.

Eu não consigo me manter de pé. Kentin ajuda-me a deitar-me no chão. Tento respirar controladamente e com calma. As dores intensificam-se.

—Kentin!!

Ele está um pouco desorientado. Vejo a correr de um lado para o outro á procura das chaves do seu carro. Por fim, ele encontra-as.

—Eu preciso que te levantes okay? Tem calma, vai correr tudo bem -tranquiliza.

Ponho-me de pé com alguma dificuldade e caminho devagar até á saída. Kentin abre a porta do carro e ajuda-me a entrar. Eu não acredito que acabei de entrar em trabalho de parto. Pego no meu telemóvel e encosto o mesmo contra o seu peito.

—A senha é 1256 -começo_ liga á Rosalya, ao Castiel e a Gwen.

Eu tento manter a calma e respirar enquanto ele conduz. 30 minutos depois estávamos no hospital eu sou logo enviada para a sala de partos. As enfermeiras ligam-me ás máquinas e recebo a indicação de que estou com 3 centímetros de dilatação.

O médico entra e olha para Kentin com uma olhar estranho. Eu tento chamar a sua atenção para mim.

—É o pai? -pergunta o médico. Não é o mesmo que me tem acompanhado a gravidez inteira.

—Não ele não é o pai, ele é o meu melhor amigo -respondo imediatamente.

—É mãe solteira portanto? -volta a perguntar. Eu contenho-me para não lhe enfiar os dedos nos olhos.

—Não, não sou mãe solteira. O pai da criança está fora em trabalho! Mais alguma pergunta impertinente?

O médico levanta os braços ao ar como forma de rendição. Eu estou em trabalho de parto! Pelo amor Deus não me irritem! Ele toma nota de algumas coisas e vai-se embora de seguida. A porta abre-se e eu vejo alguém entrar no quarto. É Rosalya e Lysandre!

—Hey! -ela me abraça com alguma força. Eu gemo um pouco de dor_ desculpa, como é que estás?

—Com dores -faço uma careta_ só quero tira-la de dentro de mim…

—Isso ainda vai demorar algumas horas, tanta pôr-te o mais confortável possível.

—O Castiel? Já falaram com o Castiel? Ele não pode perder o nascimento da filha -eu e a minha mania de querer saber tudo ao mesmo tempo.

—Eu já falei com ele -sorri Rosa_ ele já está no avião para aqui, não te preocupes. Daqui a 1 hora e meia ele deve de estar aqui.

Eu fico mais tranquila. Rosalya pega numa cadeira e senta-se ao meu lado fazendo-me caricias nas costas para aliviar as dores. Ela é como uma irmã para mim. Aquela irmã que eu nunca tive. Rosalya ataca-me o cabelo num ponytail e faz carinho no meu rosto. Eu olho na platinada.

—Estou orgulhosa de ti -sussurra. Uma lágrima começa a querer cair.

 

 

(...2 horas depois…)

 

 

Já se tinham passado 2 horas e Castiel ainda não tinha aparecido. A tela do meu smartphone marcava quase 00:00. Todos tentavam descansar um pouco, inclusive eu. As contrações aceleraram, mas eu só tinha chegado aos 4 centímetros. Kentin foi comprar algo para todos comerem. Todos menos eu. Oiço o smartphone de Rosalya tocar e abro os olhos.

 

 

—É Castiel! -anuncia ela. Rosa coloca em alta-voz.

—Hey mano! Onde é que estás? —Rosalya.

—Já cheguei, estou a estacionar. Qual é o nº do quarto? —Castiel.

—231. Vem depressa —Rosalya.

—Estou a ir. Até já —Castiel.

 

Uma sensação de alívio inunda-me completamente. Com ele aqui eu sinto que consigo passar por mil partos. A porta abre-se e vejo Castiel entrar. Lágrimas começam a inundar os meus olhos. Ele abraça-me com força, mas com cuidado. Os seus lábios encostam nos meus e espalham beijos desesperados pela minha boca e bochechas.

—Como estás? O que disseram as enfermeiras? Contem-me tudo!

Rosalya explicou-lhe tudo. Kentin voltou com a comida uns minutos depois e eu tive que ver toda a gente a comer Mc Donalds menos eu. As horas começaram a passar rápido. Quando dei por mim era 4h da madrugada e tinha acabado de chegar aos 6 centímetros. A enfermeira disse-me que a partir de agora ia ser rápido e que não tardaria até chegar ao momento de fazer força.

6:27 da manhã batia o relógio na parede. Rosalya encostada em Lysandre, cochilava o mais que podia. Lysandre, Gwen Kentin também descansavam. Gwen tinha chegado um tempo depois de Castiel. As contrações começaram a ser de 1 em 1 minuto e as enfermeiras foram chamadas.

—10 centímetros -anuncia_ estás preparada?

Eu digo que não com a cabeça. Eu estou á 9 horas sem comer, sem beber e sem descansar. Para além disso, estou a morrer de medo.

—Eu não consigo, eu tenho medo -choro.

—Claro que tu consegues! Não desistas agora! Tu sobreviveste a um rapto, a uma gravidez de alto risco e não é agora que vais desistir! Eu estou aqui -Castiel motiva-me, visivelmente emocionado_ se eu pudesse eu passava por isto por ti, mas eu não posso.

Eu assento e respiro fundo. Á medida que as contrações vinham eu fazia o máximo de esforço possível. Toda a gente acabou por acordar por causa dos meus gemidos de dor. De um lado tinha Castiel e do outro Kentin, ambos a segurarem-me nas mãos. Eu estava a suar por todo o lado. Até por sítios que eu nem sabia que tinha. Eu faço um último esforço e começo a ouvir um choro assim que sinto um alívio total. Ela nasceu!

A enfermeira coloca-a nos meus braços e eu desabo completamente em lágrimas. Eu estou exausta física e psicologicamente, mas ainda tenho forças para abraçar o serzinho que acabou de sair de dentro do meu corpo.

—Ela é linda -sussurra Castiel. Eu olho nele.

—Estás a chorar? -pergunto rindo.

—Não contes a ninguém… eu tenho reputação -funga.

—Eu vou contar -ri Kentin.

—Atreve-te -ameaça o ruivo.

 

 

(…1 dia depois…)

 

Acordo com alguém a abrir as cortinas no quarto. Coço os olhos e percebo que é uma enfermeira. Tento me mexer na cama, mas as dores nas virilhas travam-me. Pego no meu smartphone da mesinha de cabeceira e vejo as horas. 12:17. Olho na data e percebo que mudou.

—Eu dormi durante quanto tempo? -pergunto á enfermeira que arruma o quarto.

—1 dia -responde_ Aposto que quer comer alguma coisa.

Eu coloco a minha mão na garganta. A sensação de fome e sede nunca foi tão forte na minha vida. A enfermeira sai do quarto, mas percebo que se esbarra em alguém. É Castiel.

—Bom dia senhorita -brinca. Eu dou um sorriso derretido.

—Onde estão os outros? -pergunto dando-lhe um selinho.

—Foram para casa descansar -responde. Castiel começa a retirar algo do seu casaco_ Come antes que elas venham ai entregar-te aquela comida ensossa de hospital.

O ruivo entrega-me dois Big Mac e sumo. Os meus olhos brilham de felicidade. Desembrulho rapidamente o hambúrguer e dou valentes dentadas, tentando comer o mais depressa possível.

—As enfermeiras vieram ter comigo á bocado -meio que sussurra. Eu lanço-lhe um olhar de “Como assim? É preciso eu ir bater em alguém?”_ não é preciso fazeres essa cara, é sobre a bebé -ri.

—O que aconteceu? -pergunto nervosa.

—Não aconteceu nada. Elas só andam meio stressadas por nós ainda não termos dado um nome -responde.

Eu engulo o hambúrguer e beberico um pouco de gasosa. Molho os lábios e solto um sorriso de mãe babada.

—Nós tínhamos um acordo -eu sorrio vitoriosa_ se fosse uma menina, teria o meu apelido e se fosse um rapaz teria o teu apelido então…

—Okay okay -ele rende-se_ adoras ganhar não é?

Eu assento, dando um sorrisão. Puxo-o para um beijo apaixonado e longo. Castiel retribui, sussurrando um “amo-te” no final.

 

 

(…1 dia depois…)

 

 

—Eu não sei como atar isto! -resmunga o ruivo. Eu dou a volta ao carro e apenas encaixo o cinto de segurança com a cadeirinha de bebé. Castiel resmunga.

Entramos dentro do carro e partimos em direção a casa. Eu estou ansiosa por leva-la finalmente para perto de todos nós. Castiel passa por cima de uma lomba na estrada, o que faz o carro dar solavancos. Eu salto e as minhas virilhas avisam-me logo para eu não me por em aventuras ainda.

—Castiel eu levei pontos! -resmungo. Oiço-o rir. Outra lomba aparece_ atreve-te!

Ele não se atreveu. Ele abrandou, mas mesmo assim eu tive que morder a língua para não dizer nenhuma asneira. Não tardámos muito para chegar a casa. Castiel pegou na cadeirinha de bebé e subimos os pequenos degraus até á porta. Rodo a chave e sou imediatamente recebida por um focinho curioso e feliz por ver os donos.

—Surpresa!!

Apanho um susto assim que oiço meia multidão gritar. Percebo que são apenas os retardados dos meus amigos. Toda a gente nos vem parabenizar pelo novo membro da família.

—Eu quero pegar! Eu quero pegar! -desespera Sophie.

—Eu também quero! Eu também quero! -compete Alexy.

—Acalmem lá o pito senão ninguém pega! -resmunga Castiel.

—Então… que nome escolheram? -pergunta Gwen. Todos ficam curiosos também.

—Bem… -eu e Castiel trocamos olhares. Fazemos algum suspense durante uns segundos. _ Prada Storm.

—Ui! Soa-me a troublemaker -diz Alexy.

—Vocês acham mesmo que nós colocaríamos no mundo um anjinho? -brinca Castiel.

—Algum problema com os anjos?

Eu reconheceria esta voz em qualquer parte do mundo. Olho para o corredor onde aparece Angel de braços cruzados dando-me um sorriso divertido. Os meus olhos começam a embaciar por conta das lágrimas que começam a querer cair. Caminho em direção a ela. A minha prima abraça-me com força e sussurra no meu ouvido:

—Eu estava errada -começa_ perdoa-me por não saber o quão forte tu és.

—Não voltaremos a falar disso. Eu estou aqui, estou bem -sussurro.

 

 

(…)

 

Acabei de levar a loiça e arrumar a cozinha. Limpo a mão a um pano e subo. Abro a porto do nosso quarto e fito Castiel brincando com Prada em cima da cama. Derreto-me com a visão diante dos meus olhos. Ele ainda não se apercebeu de que eu estou a ver todas as suas figuras. O ruivo faz caretas e a bebé ri-se. Vejo-o aproximar-se da filha e distribuir-lhe pequenos beijos sobre as bochechas rosadas e testa.

—É mesmo uma perdição não é? -acabo por dizer. Castiel olha-me com um sorriso.

—Á quanto tempo é que estás ai? -devolve.

—Á tempo suficiente para ver as tuas poucas figuras -rio. Ele abana a cabeça.

Aproximo dele e deito-me ao lado da bebé, fazendo pequenas caricias. Ela quase que adormece com tanto amor e carinho ao mesmo tempo.

—Sabes… -sussurra Castiel_ ser pai nunca esteve nos meus planos. Achei que isso nunca fosse para mim, achei que não me via a ter esse tipo de vida familiar. Mas agora… vocês foram a melhor coisa que me aconteceu.

Eu desvio os olhos dele, olhando agora para o pequeno ser humano que dorme pacificamente em cima da nossa cama. Estou feliz que ele me tenha confessado isso. Ele levanta-se cuidadosamente e pega na filha, colocando-a no berço. Decidimos que nos primeiros tempos ela irá dormir connosco no mesmo quarto. Assim será mais fácil para acordar a meio da noite.

Castiel retorna para a cama e colocasse por cima de mim. Puxo para mim e beijo-o e ele retribui. É impossível não quebrar o contacto. Acaricio o seu rosto e ele fecha os olhos para desfrutar do momento.

—Amo-te -sussurro.  

—Amo-te…

(...) Familia é onde a nossa história começa (...) 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? O meu coração tem estado meio que apertado pois o fim está próximo, mas não se preocupem pois uma nova Fanfic vai começar ou vocês achavam mesmo que eu não ia contar a história da Prada? kkkkk Óbvio que vou.

Não se esqueçam de comentar!

Love you guys ♥



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