I Miss The Misery escrita por Ladylake


Capítulo 77
2ª Temporada - Aguenta


Notas iniciais do capítulo

Oie meus amores ♥ nestes últimos dias foi um bocado impossível manter-me afastada do portátil então escrevi este capitulo em dois dias...ou melhor, duas noites.

Boa Leitura~



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"Alguém me perguntou se eu te conhecia. Um milhão de memórias passaram pela minha cabeça e eu respondi: Não mais"

—Ladylake Storm

 

 

O carro para e Dylan dá-me um leve toque, dizendo-me sem palavras de que já chegámos e que devo sair do carro. Saio do veículo de braços cruzados e de cara carrancuda. Não tenho a mínima vontade de aqui estar. Não faço ideia de que horas sejam, mas já me parece bastante tarde. Aposto que a hora de jantar já passou á um bom tempo.

Sou conduzida pelo grupo e bato e frente com uma porta. Dou alguns passos para trás, mas embato num peitoral firme que me impede imediatamente que me afaste mais do grupo. A porta abre-se depois de Dylan bater 3 vezes. Um ambiente escuro de discoteca invade por completo o espaço.

Um homem aparece para nos receber. Não parece ter mais do que 40 anos e dá a entender que é o dono do espaço. Eles os dois cumprimentam-se. Nota-se perfeitamente de que são amigos. Um rapaz empurra-me para a frente e sou obrigada a avançar.

Entramos numa área mais restrita, como se fossemos VIP. Consigo ouvir a música do outro lado da parede de tão alto que está. Parte do edifício é de festa e a outra parte é restaurante/bar.

Sentamo-nos numa mesa grande e o grupo começa a conviver entre si. Parecem todos bastante divertidos e brincam uns com os outros como se conhecessem á anos. O moreno de olhos verdes passa a sua mão á minha volta e eu encolho-me.

—Eu quero que te divirtas hoje -começa_ Quero que te distraias. O que queres comer? Escolhe o que quiseres.

—Eu não tenho fome -respondo sem grande animo. É uma grande mentira, eu estou mais esfomeada do que um trator agrícola.

—Mas tens que comer meu amor, o nosso filho precisa de nutrientes -rebate, atacando as entradas de pão e queijo. Eu fico perplexa.

Foi então que eu percebi o que ele iria fazer…

O empregado aparece para nos atender. Eu dou de ombros quando ele me pergunta em espanhol o que quero comer. Dylan acaba por pedir por mim. Penso que tenha pedido algo simples, mas numa pequena dose. Não demorou muito para que os pratos viessem. Os rapazes atacaram como se não comessem á dias.

Começo a comer. Dylan pediu um simples bife com batata frita e arroz branco. Como com vontade, mas pouco tempo depois o bife mal passado começa-me a dar enjoos. Soluço, contento o vómito, o que faz chamar a atenção de Dylan.

—Estás bem? -pergunta num tom preocupado.

—Eu preciso de ir ao banheiro -respondo_ Eu acho que vou vomitar…

Ele olha para mim com um ar desconfiado. Ele provavelmente pensa que eu vou tentar fugir. Não deixa de ser verdade porque é exatamente isso que eu vou tentar fazer.

Dylan assente e faz sinal como se tivesse a chamar um cão. Um dos rapazes levanta-se e dirige-se até nós. Sem que Dylan perceba, coloco a faca de serrilha dentro da minha mala. Eu não vou perder esta oportunidade.

Caminho até ao banheiro acompanhada do rapaz. Entro e peço que me espere na entrada, e ele assim faz sem grandes birras. Entro no pequeno cubículo e agacho-me para forçar o vómito. Eu estava mal disposta, mas não o suficiente para vomitar.

—Que nojo… -oiço-o resmungar de lá de fora.

—Em vez de resmungares, podias-me vir ajudar -digo para tentar atraí-lo. Ele vai ter que entrar no cubículo ou então o meu plano não vai funcionar.

Oiço-o aproximar-se do cubículo. Dou a descarga e permaneço de cabeça para baixo, fingindo que estou a passar muito mal. O rapaz entra e agacha-se, fazendo com que as suas pernas fiquem exatamente onde eu quero. Vá lá Ladylake, coragem miúda!

—Eu estou tão mal… -sussurro. Vá lá, aproxima-te só mais um pouco.

Pego rapidamente na faca e espeto-a na sua coxa o que mais forte possível, correndo o mais rápido que posso dali para fora. Sinto os seus dedos que tentavam agarrar-me roçarem na minha canela. Oiço-o berrar de dor e a chamar-me todos os nomes possíveis e existentes no dicionário.

Deixo os saltos altos no meio do caminho juntamente com a pequena mala preta e saio do edifício a correr sem olhar uma única vez para trás. A minha vida depende literalmente das minhas pernas agora.

 

P.O.V. Angel On

 

—Está bien, Angel? -Alejandro pergunta, e eu tiro o olhar da rua.

—Sí, está bien Alejandro, por qué? -devolvo a pergunta_ No me gusta venir aqui… sólo eso…

O meu colega olha para mim com uma certa pena. Assim que o telefone tocou no hospital e disseram que eram necessários paramédicos e enfermeiros em Las Ramblas o meu dia ficou completamente arruinado. Já passa da 01:00 da manhã, não é como se eu quisesse vir para o bairro dos ladrões e criminosos a uma hora destas da noite.

—Vien Angel -Alejandro chama-me, mas pelo canto do meu olho eu vejo alguém a passar a rua com uma velocidade incrível.

Não chego a tempo de ver o seu rosto, mas pareceu-me…. Não, não pode. O que ela estaria a fazer aqui? Caminho apressada, mas quando viro a esquina já não vejo ninguém.

Ladylake?

 

P.O.V. Ladylake On

 

Dylan já deu pela minha fuga, logo ficar no mesmo sítio durante muito tempo não é plano de todo. Tenho os pés feridos de tanto correr no alcatrão e na pedra do passeio. Eu tenho que encontrar alguém que me ajude, e depressa! Avisto um grupo de pessoas “normais” e corro até eles cheia de esperança.

Por favor, ayúdame! Ellos vienen detrás de mí -imploro com o rosto inundado de lágrimas, mas as pessoas olham para mim com um certo desprezo.

—Sai de aquí puta! Nadie te va a dar dinero! —gritam. Boa, é realmente só o que faltava.

—Usted no está percibiendo…

Eu tento falar com eles, mas é inútil. Eles pensam que sou uma prostituta que deu tesão para os homens errados. Só faltava eles baterem-me. Afasto-me do grupo e vou embora, já sem grande força para caminhar, quanto mais para correr. Abrigo-me num beco escuro e sento-me no chão para descansar um pouco e aproveito para ver como estão os meus pés. Inchados e todos vermelhos como eu esperava. Tenho pequenas pedras quase dentro da pele.

Recupero o folego e a coragem para sair de onde estou. Involuntariamente, coloco a minha mão na barriga.

—Nós vamos sair desta… -começo a soluçar_ O papá e toda a gente vêm nos salvar…

Começo a rir sozinha, mas instantaneamente o riso transforma-se em choro compulsivo. Percebo a fantasia que acabei de criar na minha cabeça. Levanto-me uns 5 minutos depois e preparo-me para caminhar, mas oiço vozes.

Escondo-me por trás de um carro e espreito. São 3 rapazes do Dylan que me procuram freneticamente. Levanto-me com calma, mas permaneço agachada e saio de trás do carro sem que me vejam e corro para outra rua. Eu tenho mesmo que sair daqui!

—Pensavas que ias a algum lado? -uma voz gélida pergunta encostada no meu ouvido.

Viro-me de frente e dou de caras com o moreno de olhos verdes doentios e sádicos. Merda…

­-Eu… eu não… -gaguejo.

—Tu não o quê?! -grita bem alto no meio da rua_ Tu não estavas a tentar fugir era?! Achavas mesmo que eu não te encontrava?! Meu amor eu sou o dono destas ruas…

Eu não tenho coragem de abrir a boca. O grupo aparece, fechando a minha saída completamente. Um carro aparece vindo do nada e Dylan pega-me pelo braço, empurrando-me para dentro do mesmo junto com ele.

Ele faz sinal para o grupo desaparecer e eles assim obedecem que nem cães treinados. Eu permaneço a viagem toda num canto a chorar fininho com Dylan a gritar comigo. O carro para e percebo que estamos junto da casa onde estivemos nestes dias todos. Ele retira-me do carro a arrastar-me completamente e empurra-me para dentro de casa assim que abre a porta.

—Eu fui tão simpático contigo… -começa_ eu dei-te uma mão e tu quiseste um braço Ladylake… comprei-te roupa, levei-te a jantar fora e como é que tu retribuis? Ao enganares-me e ao espetares um dos meus melhores homens na perna!!

—Por favor Dylan… -soluço_ Para!!

—Sabes uma coisa? -pergunta calmo e eu fito-o_ Eu não ia fazer nada ao miúdo -ele aponta para a minha barriga_ E sabes porquê? -ri sádico_ Porque nada me daria mais gozo de ver do que o teu namoradinho de cabelo vermelho ver-me a criar o filho que é dele… mas agora mudei de ideias.

O seu rosto muda completamente. Ele caminha até mim com um ar de que eu não gosto minimamente.

—Pensa na tua mãe!! -grito. Ele para diante de mim_ Pensa no que a tua mãe iria dizer sobre o que tu estás a fazer comigo… tu sabes que ela adorava-me… ela não iria querer que tu me fizesses mal.

Ele olha para mim num tom de melancolia e sofrimento. Toquei na ferida.

—Não te atrevas a falar da minha mãe -num movimento suave, ele puxa a arma em direção a mim, encostando-a na minha testa_ Não sabes do que falas…

—Eu sei que não me vais dar um tiro, por isso essa cena de sacar a arma do bolso das calças comigo não pega Dylan -rebato confiante, de rosto levantado_ Tu não chegaste tão longe com isto para no final simplesmente dares-me um tiro no meio da testa.

Eu não faço ideia de onde é que eu fui buscar esta coragem toda para dizer o que acabei de dizer. Ele podia tão bem contradizer as palavras que acabaram de sair da minha boca simplesmente premindo o gatilho e deixando-me estendida no chão com um buraco na testa.

Ele baixa a arma, nunca quebrando o nosso olhar.

—Nós gostávamos um do outro… o que aconteceu? -ele pergunta mais calmo.

—Eu gostei de ti. Tu nunca gostaste de mim a sério -respondo. Ele faz uma careta_ Tu dormiste com a minha melhor amiga Dylan, estavas á espera do quê? Que te enchesse de beijos e que me juntasse para fazer uma ménage?

Ele ri, achando piada ao meu comentário. Eu acabo por sorrir também.

—Foi ela que me seduziu -confessa_ Foi a Elena que saltou para cima de mim.

—Oh.. e não satisfeito comigo foste-lhe mostrar os teus novos lençóis de cama -concluo_ ninguém me contou Dylan, eu vi.

—Eu sei… -ele baixa a cabeça, parecendo arrependido. Nós nunca tivemos oportunidade para falar sobre este assunto.

—Eu sei que aquele Dylan que eu conheci com 15 anos está ai, por baixo dessa máscara de chefe da Máfia de Barcelona e… -ele corta-me imediatamente.

—Como é que sabes que nós estamos em Barcelona? -pergunta de sobrancelha levantada_ Eu presumo que tenhas percebido que estávamos em Espanha por causa dos meus colegas no bar, mas…

Eu engulo em seco, dando voltas e voltas á cabeça arranjando uma desculpa aplausível para convencê-lo, mas ele já percebeu.

—Derek Hale… -ri sínico_ aquele cabrãozinho…

Dylan arrasta-me escadas acima puxando-me o braço com bastante força. Eu queixo-me, mas ele só piora. Pensei que estava a conseguir conectar-me a ele, a conseguir chamá-lo a razão, mas estava enganada.

—Eu confiei nele, eu confiei em ti… -ele dá um murra na parede_ tu foste uma menina tão má Ladylake…

Ele parte para cima de mim, obrigando-me a ficar de joelhos no chão. Eu imploro para que ele pare, mas ele parece divertido demais a rasgar-me o vestido com uma navalha enquanto que a outra mão me segurar o cabelo com força. Oiço um estrondo de uma porta a bater e passos apressados a subirem a escada. A porta do quarto abre-se.

—O que é que se está a passar aqui? -Olho em frente e vejo Derek_ O que é que lhe estás a fazer?

—Falando-se no Diabo… era mesmo a ti que eu queria ver -Dylan larga-me e aproxima-se dele. Vejo a navalha na sua mão.

—Não!! – corro e meto-me á frente_ Ele não fez por mal! A culpa foi minha… eu é que insisti!

Seguro o meu vestido completamente rasgado já sem alças que o segurem ao meu corpo. Eu mal me consigo por de pé, mas ainda tenho forças suficientes para defender quem um dia me ajudou.

Dylan agarrada Derek pelo pescoço da camisola e prega-o á parede com a navalha encostada na sua garganta.

—Diz-me o que é que me impede de acabar contigo agora! -grita.

—WTF Dylan, o que é que se passa contigo?! Eu estou do teu lado men!

—Prova! -ele aponta para mim_ diverte-te…

O meu olhar cruza com o de Derek. Nota-se no olhar dele que não sabe como reagir. Eu nego com a cabeça.

—Bem me parecia… Dylan prepara-se para acabar com ele.

—Eu faço!! -grita Derek. Dylan para e afasta-se.

Ele aproxima-se e á medida que ele avança eu afasto-me, dando passos para trás. Embato com a parede e sussurro:

—Não te atrevas…

—Perdoa-me miúda…

 

P.O.V. Angel On

 

Rodo as chaves e abro a porta da minha casa. 02:27 marca o relógio da cozinha assim que ligo a luz e olho para me situar no mundo. Pouso a minha mala em cima da mesa da cozinha e pego na garrafa de vinho ao lado do lavatório. Pego um copo lavado da máquina e encho o mesmo, levando-o á boca de seguida.

A minha mente não para de pensar na rapariga a correr na rua. Parecia-se tanto com a minha prima. Mas o que ela faria aqui a uma horas destas em Barcelona sem me dizer? Ainda por cima num bairro daqueles. Ela ter-me-ia dito que estaria aqui…, mas a minha mente não está descansada.

Pego no telemóvel e procuro o nome “Castiel” nos contactos. Clico no número quando o avisto e coloco junto do ouvido. Não demora muito para que oiça uma voz do outro lado.

 

Angel?—uma voz rouca e triste ecoa do outro lado da linha.

Castiel? Castiel desculpa estar-te a ligar a estas horas da noite, mas… a minha prima está bem? -pergunto aflita.

 

Um silêncio paira durante uns bons segundos.

 

Castiel?—chamo por ele, eu apenas oiço uma respiração do outro lado da linha.

A Ladylake não está… ela…—ele engasga-se_ ela desapareceu Angel, ninguém sabe dela á 4 dias.

Eu sabia…—sussurro_ Castiel eu sei que isto pode soar estranho, mas eu acho que vi a Lake hoje, aqui, em Barcelona.

 

Oiço-o barulhos do outro lado, como se ele se estivesse a levantar apressadamente e a subir umas escadas.

 

Angel onde é que estás?—pergunta.

Porque é que tu…? Não Castiel tu não podes vir para aqui assim! Castiel Las Ramblas é controlada por máfia e gangues organizados. Dão-te um tiro assim que sabem que pisaste o seu território!

Eu não posso ficar aqui sabendo que a minha namorada correr perigo de vida!

Cast—ele desligou.

 

Mando-lhe uma mensagem, pedindo para que tenha calma e que parta de Vila Doce de manhã cedo e que me encontre em minha casa assim que chegar a Barcelona. Mando-lhe a minha morada e imploro para que vá dormir, pois eu precisarei dele amanhã no seu melhor. Aguenta prima…

(...) O mal do malandro é pensar que só a mãe dele fez um filho esperto (...) 


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Notas finais do capítulo

Eu estou ansiosa pelo próximo, e vocês?

Não se esqueçam de comentar! ♥



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