"O medo é a única forma de nos controlarem"

—Ladylake Storm

Engulo em seco, já suando. Olho para todos os lados verificando se não está ninguém a observar-nos e fito as esmeraldas doentias á minha frente. Dylan Black, em carne e osso depois de tanto tempo sem lhe por a vista em cima. A última vez que o vi tinha foi quando me raptou á uns meses atrás. Saudades? 0. Cruzo os braços e respiro fundo tentando me acalmar. 

—Continuas linda... -sorri mas eu corto-o.  

—Vais dizer o que vieste aqui fazer ou vou ter que chamar a policia? -pergunto séria. 

—Está assanhada a menina ham... Um dias num porão e isso passa –ri aproximando-se do meu rosto.  

—Eu já não tenho medo de ti _empurro-o.  

—Ai não? -sinto um canudo duma arma do lado direito da minha cabeça e o meu sangue gela imediatamente_ Se calhar era melhor pensares duas vezes antes de dizeres essas parvoíces linda, sabes que me salta a tampa muito facilmente...  

—Tu nunca premirias o gatilho –sorrio_ Tu queres-me.  

—Se calhar a ti não.... mas ao cão sim.  

Imediatamente ouve-se um tiro. Dylan agarra-me impedindo-me de caminhar até ao cachorro de 3 anos que guincha de dor numa pata dianteira. As lágrimas caem do meu rosto sem controlo nenhum.  

—Seu merdas!! -grito chorando.  

—Se não te calas para a próxima é na cabeça! -ameaça_ Deixa-o ai, quero que venhas comigo.  

—Deixa-me leva-lo para dentro, por favor peço-te _imploro desesperada mas ele olha-me desconfiado_ Eu juro!! Eu juro que vou contigo mas por favor Dylan peço-te!  

Ele solta-me devagar e eu vou a correr em direção ao Pastor de Beauce deitado no chão que arfa e late de dor. Tento carrega-lo ao colo mas é demasiado pesado. Coloco-o de pé e faço-o caminhar até a janela rolante da entrada da varanda. Abro e deito-o em cima do tapete. Despeço-me, embrulhada em lágrimas e peço mil vezes desculpas a Dragon. Só espero que Rosalya ou Castiel o oiçam.  

Volto, com o rosto encharcado para perto de Dylan que me pega pelo braço e leva-me até a um parque de estacionamento.  

—Entra no carro –ordena e assim faço. 

—Para onde vamos? -pergunto, mas estou com medo de saber a resposta.  

—Vou-te levar a um sitio que já conheces –responde sorrindo.  

Encolho-me no banco da frente do carro com medo e fecho os olhos rezando para que isto seja um pesadelo e que não tarda nada vou acordar na minha cama... 

P.O.V. Ladylake Off 

P.O.V. Castiel On  

—Whit the lights out, it's less dangerous, here we are now entertain us...  

Coloco o volume no máximo e abano ligeiramente a cabeça, quando disparadamente, a minha irmã entra no meu quarto com a cara branca. 

—Jã não se bate á porta?! Olha se eu tivesse a fazer outras coisas mais privadas como era?! O que é que tu queres?? -retiro fone do ouvido puto da vida.  

—Não ouviste um tiro?? Cast eu juro que ouvi um disparo –diz assustada.  

—Deves estar a ouvir coisas. Deixa de ser paranoica Rosa... -coloco um fone no ouvido mas algo me chama a atenção. Percebo que Rosalya também ouve.  

—Dragon!! -dizemos em coro.  

Descemos o mais depressa as escadas e seguimos latido que nos dirigiu á sala. Fito Dragon deitado no chão de madeira ao lado de pequenas manchas de sangue. Acudo o meu parceiro rapidamente e carrego-o ao colo. Antes de me mover do sitio, olho para a porta rolante aberta.  

—Rosa, fechas-te a janela quando subiste para o quarto? -pergunto.  

—Fechei por...- ela trava_ Eu vou ver se a Lake está no quarto.... 

Rosalya sobe as escadas apressada enquanto eu vou dando carinho em Dragon, que só late de dor.  

—Ela não está lá -diz Rosalya— e agora? Onde será que ela foi?  

—Isso agora não importa. Quando ela chegar esclarecemos tudo. Agora temos é que levar Dragon ao veterinário.  

Rosalya assenta e partimos para o carro. O que aconteceu Lake...?  

P.O.V. Castiel Off 

P.O.V Ladylake ON  

O carro para em frente ao "Diamante" e Dylan sai na direção de um segurança. Que estranho, parece o "Diamante" mas ao mesmo tempo não parece. Dylan aproxima-se do carro e faz sinal para eu sair. Assim faço. Aproximo-me dele de braços cruzados e cara feia e sigo-o para dentro do estabelecimento. Oiço música. Não aquela música eletrónica de festa mas sim uma música de ambiente. Tenho a certeza que estou no "Diamante" mas nunca estive nesta zona do bar. Dylan bate numa porta e entra, arrastando-me com ele.  

—Ela está aqui –anuncia Dylan. Olho em frente e o fito o loirinho de ontem sentado atrás de uma mesa de escritório. 

O fumo do tabaco que fuma entranha-se nas minhas narinas. Adoro este cheiro... 

—Pareces gostar... sabes o que estou a fumar? -pergunta o loiro.  

—"Camel" menta e mirtilo –respondo_ é o meu cigarro preferido.  

—Trouxeram-me aqui para falar de tabaco foi? -pergunto irónica e ele ri.  

—É engraçada ela –diz o loiro e Dylan fuzila-me com o olhar como se quisesse que dizer para eu parar com as piadinhas_ Chamo-me Jonny Smith, amiga.  

Jonny estende a mão e eu miro-a desconfiada. Acabo por apertar pouco tempo depois.  

—Ladylake Storm. Eu não sou tua amiga –devolvo.  

—Como está o Castiel? -pergunta dando um bafo e expirando o fumo.  

—Porque é que não lhe perguntas diretamente? -rebato. É melhor eu me calar antes que leve com um balázio na testa.  

—Se pudesse perguntava, mas as nossas relações estão cortadas e ele não quer falar comigo –riu sádico_ Como podes-te ver naquela noite. 

—Receio não poder ajudar, se é isso que queres... -cruzo os braços.  

—Oh sim podes. Temos contas a ajustar e preciso que lhe leves este envelope- ele estica a mão e eu pego o mesmo.  

—E se eu não o fizer? -pergunto.  

—Eu sei onde o teu pai e os teus avós vivem... -sorri Dylan_ Era uma pena não era?  

Cerro o maxilar furiosa. Estou capaz de lhe dar com um pesa-papéis na cabeça. Fito Jonny com um olhar assassino.  

—Porque é que me meteram nisto?! Eu não tenho nada a ver com isto!! - grito. 

—Eu se fosse a ti acalmava-me... -sinto o canudo da arma na minha nuca.  

Respiro fundo.  

—Okay... eu entrego. Mas o que raio vocês são? -pergunto. 

—Velhos amigos –responde sorrindo.  

(…) 

O carro está silencioso. As ruas lá foram passam por mim formando uma imagem distorcida e fecho os olhos por um pouco. Nem sei que horas são. Pego no meu celular e ligo a tela. 03:18 marca. Nas minhas mãos seguro o envelope juntamente com um maço de tabaco "Camel" de menta. Nem sei porque aceitei isto. O carro para em frente de casa e Dylan suspira.  

—Foi uma ótima noite não achas? -pergunta sínico eu reviro os olhos.  

—Só se foi para ti... -saio do carro imediatamente e Dylan segue-me.  

—Não te vais despedir de mim? -ele pega-me no braço com força e sou obrigada a olha-lo na cara.  

Seus lábios aproximam dos meus e eu vou tentando desviar-me. Dylan pega na minha nuca e força o nosso beijo que ainda acontece por alguns segundos. Afasto-me assim que ele me dá chance e limpo a boca com as mãos enojada.  

Entro em casa, deixando-o para trás e pouso as coisas na entrada. Exausta, descalço-me e vou na direção do jardim, onde me deito na rede improvisada.  

Fecho os olhos e vou deixando o sono tomar conta de mim, até que adormeço.  

(…) 

—Woah!  

Dou por mim estendida no chão. Olho para cima e vejo Rosalya me olhando com aquela cara de quem quer explicações. Ela permanece de braços cruzados. 

—Onde raio tu foste?? -pergunta_ Sabes o quanto nós estávamos preocupados?? 

Seguro a cabeça e olho na platinada á minha frente. Levanto-me bocejando.  

—Fui dar uma volta por ai, estava sem sono –respondo.  

—Claro, e eu agora sou o Coelhinho Da Páscoa -rebate.  

—Eu não quero falar sobre isso okay? Eu não te posso contar, desculpa –vou para dentro. 

—Dragon levou um tiro numa das patas da frente, se o quiseres ver ele está no quarto de Castiel -diz ela. 

Lembro-me imediatamente da noite de ontem e corro para as escadas. Subo as mesmas e entro no quarto de Castiel sem fazer barulho pois ainda dorme. Encosto a porta atrás de mim e aproximo-me da caminha de cachorro ao lado da cama.  

Abaixo-me e faço caricias em Dragon que dorme tranquilo. 

—Onde é que tu estives-te? 

Viro a cabeça e fito o ruivo, que acaba de acordar.  

—Por ai, não conseguia dormir. Como ele está? -pergunto, tentando mudar de conversa.  

—Vai ficar bem –sussurra.  

—Ainda bem –sorrio de leve. 

(…) 

Depois de tomar um banho, volto para o quarto para me vestir. Visto um pequeno top cinzento e umas jeans que foram á guerra de tão rotas que estavam. Maquilhagem baseada em batom vermelho e delineador preto e uns assessórios como bracelete e brincos. Calco uns All-Star cinza e passo um pouco de perfume. Desço as escadas para ir tomar o pequeno-almoço e fito Rosalya e Castiel já na mesa.  

—Bom dia –anuncio-me.  

—Bom dia... -dizem ao mesmo tempo.  

—Onde é que estiveste ontem á noite? -pergunta Rosalya. 

—Eu já te respondi, já te disse que fui dar uma volta porque não conseguia dormir –respondo.  

— A verdade Lake – pede o ruivo.  

—Que chatos que vocês são merda!  

Levanto-me da mesa e subo para o quarto bufando. Entro no meu quarto e fecho a porta atrás de mim mas poucos segundos depois alguém a abre de novo.  

—O que se passa contigo?! O que é que te deu?  

Castiel entra, e sem querer, ao passar, deixa cair um monte de livros e folhas que estavam na minha secretaria para o chão. O meu sangue gelou e os meus olhos arregalaram-se quando vi o convite do estágio nas mãos dele.

—O que é isto? -pergunta confuso. 

—Isso não é nada, não é nada de especial dá cá. 

Tento pegar o papel mas ele desvia-se rapidamente e esconde o mesmo atrás das costas impedindo-me de chegar perto.  

—Eu sabia que os meus pais te iam dar um presente, mas nunca pensei que fosse um estágio! Quando é que pensavas contar-me sobre isto?! -grita. 

—Eu não decidi nada ainda! Não sei se vou aceitar, há muita coisa para pensar ainda! Não te contei nada porque queria esperar pela altura certa! -devolvo no mesmo tom.  

—E quando seria essa altura certa? No dia antes de partires?! 

—Dá-me o papel Cast! -peço  

—Toma lá o teu estúpido estágio....  

Com toda a força, Castiel atira o convite para cima da cama e vai em direção á entrada. Furiosa, fuzilo-o com o olhar.  

—O teu amiguinho Jonny mandou lembranças!  

Ele vira-se, branco como a cal e me olha de boca aberta. Eu apena o fito com o olhar assassino. Castiel sai do quarto e bate com a porta no final. IDIOTA!!! 

P.O.V. Ladylake Off  

P.O.V. Castiel On 

Desço as escadas rapidamente e pego no capacete á entrada. Rosalya olha-me preocupada.  

—Onde vais?? -pergunta limpando a boca a um guardanapo.  

—Resolver uma coisa que já devia ter resolvido á muito tempo! 

Saio de casa e vou até á garagem pegar a moto. Ligo a mesma e arranco com toda a fé entra por entre as ruas. Estaciono a moto e olho em frente do letreiro á minha frente. Entro no "Diamante" que em furação e procuro pelo loiro desgraçado.  

—Jonny!! -chamo-o. Logo vários guardas vêm ter comigo tentando me expulsar. 

—O que raio pensas que estás a fazer?!  

—Sai da frente Erika! -digo para a loirinha á minha frente_ Eu preciso de falar com o Jonny! 

—Que barraca é esta?! -Jonny vem.  

—Ele entrou aqui aos gritos a dizer que queria falar contigo... -diz Erika.  

—Deixa-o vir.  

Entro no escritório e Jonny vem logo a seguir, fechando a porta por de trás de mim.  

—Então meu amigo, o que te tr... 

Espeto-lhe um soco na boca antes que ele pudesse continuar a falar. Agarro pelas bordas da camisa e olho bem profundo nos seus olhos.  

—Deixa a Lake fora disto, ela é MINHA!

(...) Você pode me bater, me machucar, me matar... mas por favor, não toque nela! (...)