A touch of fire escrita por Nina Arik


Capítulo 36
Eu quero ir embora.


Notas iniciais do capítulo

Boooom dia! Estou mto gripada! Essa autora odeia estar gripada!



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Não vou para a escola no dia seguinte. Eu não quero ver ninguém. Quando consigo que meu rosto parece descente e menos inchado eu sigo para o trabalho. Isso é o que acontecesse nos dias seguintes. Minhas notas são boas e tem algumas coisas que consigo fazer pelo computador, então eu passo a semana no hotel e apenas vou para o trabalho. Eu sei que eu deveria ir para a escola mais não tenho energia nenhuma. Lia e Adrian não sabem a onde eu trabalho e eu não iria querer nenhum dos dois ali. Aléxis é um caso a parte. Depois da choradeira, eu senti raiva. Infernos! Ele me defendeu! Me defendeu! E depois ele mesmo vai me dizendo merdas! Idiota.

Erik Banson está no hotel em que eu trabalho sempre gritando ao telefone quando passa por mim não dando a mínima importância.

Eu pareço oca. No mínimo. Faz tempo que não faço uma refeição descente, não tenho vontade e minhas roupas indicam que eu perdi peso. Meu aniversario se aproxima e eu vou colocar alguns quilômetros de distancia entre mim e os problemas dessa cidade.

Cometo o erro de finalmente carregar meu celular. E é no final do expediente que ligo ele. E talvez tenha sido um maldito erro. Há varias ligações perdidas e mensagens. Mas antes que eu possa verificar o celular toca.  O numero é desconhecido.

— Sofia Banson? – uma voz soa. É uma voz masculina.

— Sim?

— O senhor Banson requer a sua presença no hotel Noir. Na sala azul. Em meia hora.

— Espera como é? - Com isso ele desliga. Como ele conseguiu esse numero? Estou no ponto perto do hotel debatendo se volto lá ou não. Por fim a curiosidade me vence. Eu vou. Quero saber se ele descobriu finalmente quem eu sou. Entro no elevador e paro no sexto andar. É onde fica a sala azul. Meu coração acelera no peito. Me sinto nervosa. Parece que estou fazendo o caminho para a cadeira de choque. Erik está lá, vestido elegantemente com um terno que parece excessivamente caro. Ele sorri quando me vê. Eu ainda visto o uniforme.  

— Hey, querida. Algum problema? – ele pergunta cordialmente.

— O que? Oh, não...

— Estou esperando uma pessoa. Você pode trazer ela aqui quando chegar? O nome é Sofia Banson. Minha filha. Acho que eu comentei. – engulo seco. Ele não sabe que sou eu. Ele não descobriu que sou eu. Ele está esperando algum de nariz empinado que se pareça com Lia.

— Eu sou Sofia Banson. – digo. Seu sorriso fraqueja. E seus olhos se arregalam um pouco. Ele aperta os olhos decidindo se eu estou brincando ou não. Finalmente engole seco. Talvez ele tenha me dado a primeira olhada de verdade. Talvez tenha notado que eu sou exatamente como ele. Que a não ser os olhos não tem nada de Lia em mim.

— Mas você trabalha aqui. – ele diz meio chocado. Pois é papai sua filha é uma recepcionista. Surpresa, surpresa.

— Sim, e? Você queria falar comigo?

— Eu... eu... Onde está sua mãe? – ele pergunta estrangulado. Quase como se ele tivesse hiperventilando.

— Só Deus sabe. – digo. – Se você queria falar com ela devia ter chamado ela. – eu falo duramente. Eu não sou boa o suficiente para ele? Oh, que novidade! Entra na fila! Começo a sentir raiva.

— Você não sabe onde ela está? Deus! Você não é menor de idade? – ele pergunta chocado.

— Tenho 17 sim, por mais algumas semanas apenas.

— O que diabos você está fazendo trabalhando então? E como no inferno você não sabe onde sua mãe está? Ela devia estar cuidando de você!

— Você conhece Lia? – eu rio sem humor. – Ela não sabe cuidar de ninguém além de se própria. E eu estou trabalhando por que se não vou passar fome ou morar na rua. Nesse caso eu prefiro trabalhar. E não eu não sou como Lia, como você insinuou no primeiro dia que chegou aqui. Eu sei o que significa trabalho e ela aparentemente não.

— Você trabalha para se sustentar? Onde está à maldita pensão que eu ti dou? – ele está histérico agora.

— Pensão! – eu grito no mesmo tom. – Você deve estar brincando comigo! Eu nunca recebi nada de você! Nem um centavo se quer! Você sabe desde quando eu trabalho para me sustentar? Você sabe quantas vezes passei fome? Você sabe quantas vezes eu espetei meus dedos costurando minhas roupas por que eu não podia comprar outras? Quantas vezes eu enfaixei os machucados que Lia me deu? Você tem noção! Não venha gritar comigo e fingir que se importa! Que tipo de pai você é? Eu podia estar morta por tudo que Lia me deixou passar e você nem ao menos saberia! – eu termino, estou ofegando e Erik Banson está me olhando com olhos arregalados.

— Eu pago dez mil reais de pensão para você todo mês. – Sinto o chão se abrir. Claro que ele paga, eu trabalho por capricho.

— Claro que sim, eu sou recepcionista por que gosto! – eu grito.

— Eu estou dizendo a sério Sofia. Eu mesmo verifico se está na conta de Lia todo o mês. – Engulo seco.

 -Na conta da Lia?

— Sim. Deus! Onde está ela?

— Lia não é minha maior fã, Erik Banson. Você deveria saber disso. – digo. Já sem força para gritar com ele.

— O que quer dizer?

— O que eu quero dizer? Você me deixou na mão de uma mãe abusiva! Ela me bateu a vida inteira, nunca colocou comida na mesa! Eu nunca sabia se ia comer no outro dia. Quando minha vô estava viva minha vô me alimentava, quando minha vô se foi, eu tive que trabalhar! Eu tinha doze anos! E ela ainda roubava meu dinheiro. Minha comida!

— Merda!

— É merda! O que você quer comigo agora?

— Eu... eu vim conhecer você.

— Por que agora?

— Por que eu vou me casar. – eu rio.

— Sim, não por que você me queria. Olha, não se preocupe comigo tá legal? Eu estou indo embora assim que completar os 18. Vou pegar o fundo que você deixou...

— Fundo?

— Uma poupança? - pergunto estável.

— Eu te pagava pensão, nunca deixei um fundo. Eu ia ti ajudar com a faculdade...

— Oh inferno. Ela me odeia mais do que eu imagina. – minhas mãos tremem. Eu estou em um buraco mais fundo do que eu imaginava.

— Eu vou processar essa desgraçada.

— É boa sorte com isso. E parabéns pelo seu casamento. – digo e faço um movimento para sair.  

— Espera. Sofia. Olha, eu vou acertar as coisas. Vou pagar a pensão para você diretamente. E vou ti ajudar com a faculdade. Me diz o que mais você quer e eu vou ajudar você nisso. – ele fala em um tom de suplica.

— Escuta Erik Banson. Eu agradeço você querer me ajudar. Como você me vê não estou em posição de recusar a ajuda. Mas, eu quero que você saiba que você nunca vai ser um pai para mim. E eu não vou fingir que você é nem por todo o dinheiro do mundo. Eu não sou assim. Aqui está umas coisas sobre mim. Tudo que você sabe sobre Lia eu sou o contrário. Eu dou valor no dinheiro e nas pessoas, eu sei o que é lutar, por que fiz isso a vida toda, e eu não posso ser malditamente comprada. E se você quiser me ajudar sabendo disso, bom, se não eu vou continuar trabalhando e não vou exigir um centavo de você. Você pode sair com a consciência tranquila daqui. – o vejo engolir seco e me olhar com os olhos arregalados.

— De tudo que eu esperei de você eu nunca imaginei que você seria assim.

— Bem vindo ao clube.

— Não, eu gosto. Eu nem sempre fui rico. Não queria que minha filha fosse mesquinha.

— Então, está aqui o que eu quero Erik Banson. Eu quero ir embora.

— Sim, claro. Diga-me aonde quer ir e eu vou arrumar as coisas.

— O mais distante possível daqui. – ele assente com a cabeça.


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