A touch of fire escrita por Nina Arik


Capítulo 34
Eu não preciso que ele me defenda!


Notas iniciais do capítulo

Primeiro de tudo eu gostei muito desse capitulo, esperem, é triste sim, e eu confesso que eu mesma me emocionei, então o motivo pelo qual essa autora gostou foi exatamente por isso, por que tem toda minha emoção ai em cada palavrinha! Eu já disse que eu adoro escrever? Deixo um pouquinho de mim todas as vezes!
Segundo eu estou muuuuuuuuuuito feliz! Entrei e vi uma belissima recomendaçâo hoje, e gente, vocês nâo tem ideia de como isso é importante para mim, quero dizer, é isso aqui é uma forma de eu realizar meu sonho de ser escritora, e ter leitores tão atenciosos deixa essa autora com o coraçãozinho muito cheio, então obrigada leitora Dani pelas suas palavras, foram muito importantes para mim de verdade!
Em homenagem a uma outra leitora minha, que tá sempre comentando eu vou recomendar para esse capitulo Shawn Mendes outra vez, só que dessa vez a musica é Ruin. Achei que combinou muito.
É isso gente.
Kissessss! Hugs! And good feelings!



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Não vejo Aléxis em nenhum lugar quando a aula acaba. Eu tenho essa necessidade de ver ele, falar com ele. No entanto sigo para o trabalho de ônibus. Estou adiando a realidade, meus olhos ardem com lágrimas e eu as obrigo a não cair. Meu estômago parece pesado e minha cabeça dói.

— Boa noite, bem vindo ao... Noir. – estou atordoada. Sinceramente, eu tinha lido jornais, revistas, olhado em sites, às vezes só para me torturar com a semelhança, mas eu nunca, em minha vida inteira eu pensei que o veria pessoalmente. Erik Banson está de pé na minha frente. Ele deve estar em seus trinta e seis? Ele é bonito. Se não fosse meu pai eu estaria babando. Não é atoa que ele foi eleito o homem mais sexy do mundo. Ele parece muito jovem e tem esse porte atlético e fresco. Engulo seco. Ele tem os cabelos pretos como os meus, o mesmo tom de pele e o formato das sobrancelhas, a mesma boca cheia demais.  Talvez meus olhos devessem me obedecer e não parecerem tão arregalados.

— Boa noite. – ele pisca para mim. – Quero a suíte presidencial. Eu não sei quanto tempo vou ficar. – ele estica sua identidade para mim.

— Você é... – eu engasgo levemente.

— Sim, Erik Banson. Eu posso autografar alguma coisa se você quiser. – ele sorri em simpatia. Engulo seco outra vez. Eu ia dizer, você é o meu pai. Que idiota. Pisco e digito as informações automaticamente. Ele não me conhece. Claro que não. Nem sabe quem sou eu. Ponto para ele. Se fosse a qualquer outro dia isso não me afetaria. Mas hoje, justamente hoje eu diria que estou um tanto quanto sensível.

— Seria gentil de sua parte. – respondo forçando um sorriso no rosto. – Está de férias na cidade?

— Pode se dizer que sim. – ele sorri. – Eu vim ver minha filha. – Eu pisco outra vez. – É uma cidade pequena e logo vai sair nos jornais então não tem por que eu manter segredo.

— Oh sim. Entendo.

— Você deve conhecer ela. Ela deve ter sua idade.

— É mesmo?

— Sim, seu nome é Sofia. – ele diz. Estremeço. Forço meu sorriso mais amarelo.

— Sinto muito, senhor. Eu não a conheço.

— Se ela puxou a sua mãe, talvez seja uma boa coisa você não conhecer. – estico o cartão do quarto para ele. – Obrigada querida. – ele sorri.

— Linus vai mostrar o seu quarto e deixar sua bagagem. Seja bem vindo e tenha uma boa estadia. – eu digo. É uma saudação automática. Ele pensa que sou igual a Lia. E por que diabos ele veio na cidade me conhecer agora? Depois de todos esses anos se ele não sabe nem ao menos quem eu sou? Meu peito aperta. Que espécie de pessoa esquece a própria filha? Sinto uma mistura de raiva e indignação. Infernos! O que ele quer agora?

 

Estou exausta quando pego o ônibus que vai para perto da casa de Aléxis. Perto é um eufemismo. Tenho que andar um quilometro e meio para chegar lá e os saltos fazem bolhas nos meus pés. Passa das onze da noite. Meu dia podia ficar pior? Tenho sorte de esse ser um bairro nobre e chego relativamente ilesa a casa. Mas isso claramente não dura. Ouço gritos. Lia está gritando na sala quando entro e espero que eu passe despercebida, que talvez a briga dela com Edward estenda o bastante para eu possa pelo menos ter algum tempo para dormir. Mas as coisas não são assim. Minha vida parece fadada a afundar.

— Você sua puta! – ela grita e vem em minha direção. Estou tão atordoada que quando sua mão faz contato com meu rosto fico surpresa. Mesmo que a essa altura eu não devesse me surpreender. Minha visão fica com pouco negra. Bolinhas aparecem na frente.

— Que diabos você está fazendo? – Ouço a voz de Aléxis e meu coração salta. Oh Deus! Que humilhação ele ver isso. Estou ainda pregada na porta tão humilhada e letárgica que demoro a registrar Lia gritando. Suas malas feitas na sala. Edward falando com a expressão carrancuda e Aléxis me olhando com pena. Sua pena me ofende.  

— Foi você não foi? Disse mentiras ao meu respeito! Meu Deus! Eu não entendo como você pode sair de mim! Olha para você! Nem se parece comigo! Meu Deus! – ela grita. Nada que eu não tenha ouvido antes.

— Isso não é culpa dela Lia. – Edward diz.

— É tudo culpa dela! Tudo! Essa imundice decidiu nascer! Se eu pudesse teria abortado ela! Olha para ela! É uma aberração! Sabe o quanto doeu o meu estômago dizer que eu tinha orgulho dela para você, fingir que eu era uma mãe orgulhosa e presente? E você vai me largar assim! – ela grita. – E por culpa dela outra vez. Sua mão desce no meu rosto outra vez. Minhas bochechas queimam e eu não sei se o ardor do tapa ou é a vergonha.

— Se você tocar nela outra vez eu vou esquecer que você é uma mulher. – Aléxis grita. Eu não sei o que me deixa mais mortificada, sua pena ou sua defesa. Meu sangue esquenta com raiva. Eu sei que estou sendo ridícula, mas inferno! Eu não preciso que ele me defenda! Lia arregala seus olhos verdes e olha de mim para ele.  

— Oh! – ela ri. – Ela abriu as pernas para você não foi? – ela ri outra vez. – Sempre pensando que é melhor que eu. – ela ri outra vez. – Mas não passa de uma puta suja. – ela grita. Meu sangue esquenta com a menção dessas palavras. Eu arrumo minhas costas o melhor que posso e dou a ela um ultimo olhar.

— Não me compare com a escória que você é. – Digo friamente. Pela primeira vez erguendo a cabeça.  E foda-se. Se ela quiser mandar o conselho tutelar atrás de mim. Se ela me enfiar em um orfanato. Foda-se tudo. Eu estou indo embora.

— Volte aqui! Sofia! Não pense que pode... – Bato à porta do quarto e tiro as roupas rapidamente. Meu coração acelerando só com essa pequena expectativa de liberdade. A porta do quarto se abre, me preparo para Lia, mas Aléxis está ali.

— Você está bem? – ele pergunta. Eu sinto a nota em sua voz. A ligeira diferença. Eu sabia que no momento que Lia voltasse e fosse expulsa eu estaria incluída no pacote. Eu sabia que no momento que isso acontecesse eu teria que ir embora. E eu e Aléxis estaríamos acabados. Só que nunca existiu eu e Aléxis.


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