A touch of fire escrita por Nina Arik


Capítulo 32
Há certa calmaria antes de uma tempestade feroz.


Notas iniciais do capítulo

Boooooooooooooom dia! Capítulo fresquinho! Cheguei ontem mas tava acabada, mas hoje eu tô com tudo!
Beijinhooos.



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Posso afirmar agora que há certa calmaria antes de uma tempestade feroz. Levanto no dia seguinte para descobrir que Edward e Lia viajaram, era uma viajem de negócios. Fora do país, por duas semanas. Isso acalma o meu ser. Posso me organizar antes que tudo culmine. Eu começo no trabalho depois da escola.  Aléxis vai me buscar todo dia no final do meu turno. Nós comemos, conversamos, rimos e depois nós vamos para cama. Por duas semanas eu me permito ter um bom tempo, e por duas semanas é isso que acontece. Eu não penso em Lia e em seu eminente divorcio e como isso vai me afetar. Eu não penso em como meu aniversario está próximo. Um par de meses apenas. Eu não penso em como meu melhor amigo tem estado estranho em torno de mim. Não, por que há essa pequena  bolha envolta de mim, que pode muito bem ter sido colocada lá por Aléxis com suas hábeis mãos que sabem exatamente o que fazem para mim. Toda noite quando nós vamos para cama eu não penso em como as coisas estão se complicando e em como frequentemente eu tenho pensado nele. Na voz, no cheiro, no jeito. Eu não penso que algo mais profundo possa estar despertando em mim. Algo que se eu pensasse direitinho ia me deixar apavorada. 

Eu não penso.

Essa é a definição.

Descubro que eu realmente gosto de trabalhar no hotel. Não é dificil gostar. Meu trabalho consiste em basicamente sorrir e ser educada. E que no fim do dia Aléxis ouve tudo que eu tenho a dizer e comenta algumas coisas comigo antes que ele me ataque como se eu fosse um jantar.

Eu gosto disso.

— A gente devia sair. – ele diz. – Vamos tomar alguma coisa.

— Isso parece bom.

— Vai se trocar.

— Uh, mandão. – ele pisca para mim. Meu coração dispara no peito.

— É um barzinho muito legal e ninguém aqui vai pedir sua identidade.

— Não vai é? – Pergunto quando entro em um bar realmente aconchegante. Está cheio e tem musica ao vivo. É incrível. Aléxis está me abraçando possessivamente. Eu gosto. Suas mãos grandes estão em torno dos meus quadris e ele me acaricia e beija meu pescoço quase como se não percebesse o que estava fazendo. E eu talvez não devesse gostar tanto.

— Não esse lugar é meu.

— Seu?

— Sim, meu pai deu para mim há uns meses atrás.

— Isso é muito legal. – digo. Por que é. O lugar é incrível. De bom gosto.

— É o dono estava doente e o bar estava falindo, seu filho casou e tem uma carreira, e então meu pai veio e conversou com alguns funcionários. Tinha uma gerente muito boa aqui, mas o que faltava para ela eram recursos. Meu pai comprou o lugar e passou no meu nome, mas Califa é quem administra.

— Isso é impressionante.

— Sim. Ela é boa. Vem, vamos sentar no canto. – o canto em questão é meio reservado. Uma garçonete logo deixa cervejas e sai. Dá para ouvir a musicar e ver as pessoas rindo e dançando e jogando jogos.

— Olá patrão. – uma mulher aparece na nossa frente. Ela parece elegante e está vestida como tal. Seus cabelos loiros grossos estão caindo em camadas. Posso dizer que mesmo a pouca luz ela é linda.

— Califa. Essa é pequ... – ele começa como se não pudesse se conter. Ele ri. – Sofia.

— Oi.

— É um prazer. Não vejo o patrão acompanhado desde... nunca. O que posso trazer para vocês comerem hoje?

— Traz os anéis de cebola e as asinhas da Beth, pelo amor de Deus!

— Pode deixar. Fique a vontade. – ela sorri em simpatia.

— Ela parece jovem.

— Ela é deve ter em torno dos vinte e cinco.

— Ela é muito bonita.

— Está com ciúmes? – ele já perguntou isso antes, mas naquela vez ele riu dessa vez ele está sério.

— Não. Você não me deve nada. – eu digo amargamente. Eu estou com ciúmes? Foda-se sim. Em algum momento desses dias minha cabeça cismou que Aléxis não é para ser olhado a não ser por mim, e muito menos tocado.

— Uhun.

— O que? Eu não estou tá legal?

— Tá e o que você diria se eu dissesse que dormi com ela? – ele pergunta. Engulo seco. Eu ia querer arrancar os seus dentes e seus olhos e sua pele. Eu diria que ele é um imbecil total por me falar isso. 

— Você dormiu? – eu olho em seus olhos caramelo que me encaram de volta com arrependimento. Por que ele fez? Ou por que não?

— Sim.

— Eu diria que bom para você. Ela é bonita. – sim, sim, porque no fundo eu não estou chateada, e nem com o coração pesado. Talvez até partido. Eu coloco minha melhor cara amarela. A melhor expressão de 'tanto faz' quando na verdade, importa. 

— Foda-se. Eu não devia ter dito isso.

— Mas você já disse.

— Podemos só esquecer?

— Por que Aléxis? Pra que me dizer isso. 

— Por que eu não sei! Tá legal! Foda-se pequena, eu pensei... esquece tá legal? 

— Já esqueci. – forço um sorriso no rosto por que eu não tenho direito. Talvez ele esteja errado, mas sinceramente Aléxis é jovem e rico, por que diabos ele iria querer ficar comigo? E porque diabos eu estou pensando nisso? Eu sei que tudo tem uma data de validade. Em poucos dias Aléxis vai falar com o pai dele e se ocorrer como eu acho que vai vamos ser expulsas e em um par de meses se tudo correr bem eu vou embora da cidade. Isso não devia ter acontecido em primeiro lugar.

 Logo eu realmente esqueço, por que Aléxis me beija até minha mente beirar a amnesia.

— Vamos para o banheiro. – Ele diz não me dando tempo para responder só me levando até lá. E por Deus! Ele não me dá tempo de nada. Só fecha a porta e sobe meu vestido. Engancha minhas pernas no seu quadril e é isso. Estou perdida. - Quero que você se lembre de mim Sofia, toda vez que você andar quero que você sinta que eu estive dentro de você. Tão profundo quando eu posso estar. - Ele diz se movimentando deliberadamente lento e profundo. Eu o sinto.  Meus quadris estão na pia do banheiro e eu agradeço por ser estável, por que Aléxis não parece se importar com isso. 

Eu convulsiono ao som de sua voz. Por que eu não posso evitar. Aléxis me tira a capacidade de pensar. Ele rege meu corpo, toma e molda. Ele me tem. Grito seu nome alto. Talvez eu me devesse preocupar que alguém vá ouvir lá fora, mas eu clamo por ele, não posso me parar, chamo o seu nome como se ele pudesse me salvar do precipício que estou caindo. Aléxis é pra mim como eu imagino que heroína seja para um viciado. Entorpece, nubla os pensamentos e dá a ideia de que você não tem problemas, e se você se lembrar que tem, você tem essa crença que tudo vai ficar bem, quando claramente eu sei que não vai. Comecei com doses pequenas dele, pensando que a qualquer momento eu podia parar, mas quanto mais tempo passo com ele, eu percebo ele sob minha pele e talvez parar de tê-lo não seja tão fácil. 

Quando saímos do bar é tarde. Estamos abraçados e nos beijamos no estacionamento. Seus lábios são macios e quentes e apesar de termos tido um momento no banheiro, esses beijos não são nada castos, nem os beijos, nem o jeito que ele me aperta em seu corpo para me fazer sentir que ele me quer outra vez. Eu não posso ter o suficiente dele.

Tudo no meu mundo está bem.

Por duas semanas eu fui realmente feliz.

Isso é possível para mim?

Eu me deixei acreditar que sim.

Era possível.

Nossa como eu fui idiota.


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