A touch of fire escrita por Nina Arik


Capítulo 3
Por que o dia não pode mesmo ficar pior.




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— E ai baixinha! – Aléxis fala no meu ouvido e eu quase salto dez metros de susto. Aléxis é um idiota. Eu já mencionei isso? E ele não é capaz de dizer o meu nome. Ou é baixinha, ou nanica, ou tampinha ou miúda. Sinto meu temperamento ferver como faz cada vez que ele está perto.

— Eu já ti disse que eu tenho um nome certo?  - ele ri. Aléxis é mais alto que Adrian, então está ai o porquê dele me chamar de tantos sinônimos de baixinha. E não há nenhuma semelhança entre eles. Onde Adrian tem cabelos loiros, Aléxis tem cabelos muito pretos e olhos caramelos, tudo bem, são olhos bonitos. Ele é um ano mais velho mais que Adrian. Ele é forte, tem músculos, eu quero dizer... Seus ombros são muito largos. Seu rosto é quadrado e muito masculino. Deve ser por isso que as meninas estão babando por ele. Isso e a sua atitude de bad boy. Ele não se importa com nada. E quando ele fala posso ver o pingente perfurando sua língua. Talvez isso contribua também.

— Já disse sim.

— Use-o.

— Eu não faço questão miúda.

— Argh! Bem, saia da minha frente então, eu estou atrasada. – eu digo. A aula tinha acabado e eu tinha que correr para casa para comer e ir trabalhar. Mas ele não sabe disso.

— O que? Você por acaso tem que trabalhar? – ele zomba.

— Não é da sua conta.

— Ouch! Você está de mau humor hoje. Está nos dias? – meu rosto fica vermelho.

— Deixa de provocar ela Lex!  - a voz de Adrian me alivia. 

— Hey, eu só estava tendo uma conversa agradável!

— É assim que chamam hoje em dia? – eu pergunto zombando dele.

— Oi querida.

— Olá. – ele me abraça. Ele tem um cheiro bom. Mas eu já disse isso. – Eu vou indo. Não se esquece de levar a carne. É a sua vez. 

— Eu não vou esquecer. Te vejo as seis.

 Hoje é o dia do espaguete com  almondegas. Fazemos isso uma vez por mês há sete anos.  Tem muita coisa que eu e Adrian fazemos desde pequenos. Mas quando tudo mudou pra mim, foi percebi que era difícil pra eu me lembrar de como agir sem ser ficar babando em cima dele. Meu celular vibra no bolso

— Alô?

— Sofia? – a voz da minha mãe soa do outro lado. – Preciso que você vá experimentar seu vestido de madrinha, estou ti mandando o endereço, esteja lá às cinco.

— Mas... – ela desligou. Contenho a vontade de arremessar o celular longe. O que ela acha que eu sou? Um animal de estimação a ser exibido por ai? Para fazer bonito ao novo trouxa que ela pensa que é o seu amor eterno?

Eu definitivamente estou tentando não ser como a minha mãe. Esse é o motivo pelo qual eu não digo a Adrian que estou apaixonada por ele.

Por que primeiro Adrian está numa fase inconstante e eu o vejo por ai com uma garota por semana, as vezes duas. E eu não quero parecer a minha mãe se apaixonando por ai por cada homem que me aparece na minha frente.

Me arrasto para o endereço que minha mãe me passou pelo celular. Por que meu dia não pode mesmo ficar pior.

É uma boutique muito chique. Ela está em um longo vestido branco de princesa quando chego lá. É bufante e brilhoso. E ela está secando lágrimas inexistentes. Lia pode ser muito dramática. Tipo, o tempo todo.

— Oh Sofia o que você acha? – Lia está esperando minha resposta como uma criança esperando um elogio.  E ela é exatamente isso. Deus! A quanto tempo eu tenho sido uma mãe pra ela? Já coloquei sua bunda bêbada na cama, já fui buscar ela altas horas da madrugada em lugares estranhos, eu compro a comida em casa e pago a conta para que ela possa tomar seus longos banhos quentes. E eu estou cansada. E ainda assim, eu não tenho coragem de falar qualquer coisa negativa. Vá entender. Eu tenho um coração mole.

— Você está linda.

— Oh! Obrigada! Agora vá! Experimente o que eu escolhi pra você.

O vestido que ela escolheu não é tão mal assim. É um vestido dourado que marca as minhas curvas. Ou me dá algumas se você preferir. É um pouco justo, mas muito elegante e combina comigo.

— Isso! Vai ficar bom. Você vai entrar com o filho dele. Acho que vai ficar bom.

— Entrar com o filho dele? Como assim?

— Sim, é perfeito. Nossos filhos tem que entrar juntos.

— Mas...

— Sem mas!

— Sério Lia? O que mais vou ter que fazer rolar e dar a patinha?

— Não seja tola! E me chame de mamãe, se não você vai esquecer e vai me fazer parecer idiota na frente de Edward.

— Como se você precisasse de ajuda. - resmungo.

— Ele pensa que somos próximas. E é o minimo que você pode fazer depois de estragar a minha vida. Você sabe, eu ia ser uma modelo...

E eu já ouvi esse discurso faz tantas vezes que sei repeti-lo de cor.

— Estou indo.

— Otimo, eu não vou pra casa hoje.

— Isso é uma surpresa.  digo om ironia e ela fica ligeiramente vermelha.

— É melhor você melhorar as maneiras quando for morar comigo e com Edward!

São quase seis quando olho no relógio então eu só não discuto e vou pra casa me encontrar com Adrian por que isso vai me fazer eu me sentir muito melhor.


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