— Você não parece bem. – Adrian diz na saída da escola.

— É impressão sua.

— O que suas olheiras e a cor pálida?

— Tá eu não tenho dormido muito bem e também não tenho tomado sol. Nada de mais.

— Ah Sofia, você não mente bem.

— Não se preocupe com isso.

— Muito bem, é sexta feira, você quer fazer algo?

— Bem, acho que Lia e Edward vão pra um fim de semana romântico ou algo assim, que tal nós fazermos espaguete?

— Soa fantástico.

— Ótimo, te vejo.

— Te vejo querida.

Lia e Edward se foram quando eu chego do trabalho. Os empregados também. Então vou pra cozinha ver se tem o que é preciso para o espaguete. Todo o silencio me faz bem, eu não estou apreensiva, e essa é a primeira vez em dias!

— Que merda! O que foi que aconteceu com você nos últimos dias?

— Trabalhando. – eu digo sem olhar Alexis.

— Trabalhando? Não ti vejo entrar e não ti vejo sair, faz malditos quinze dias! Que merda está acontecendo?

— Nada.

—Olha pra mim porra! – me viro. Ele está vestindo calças pretas e uma camisa grudada no corpo que o deixa delicioso. Por que merda eu olhei pra ele?

— O que você quer? – tento por indiferença em minha voz. Ele me perturba e não é do jeito que eu preferia que ele fizesse.

— Merda! Já se olhou? Parece um zumbi ambulante!

— Oh, como você é gentil.

— Qual é o seu problema com sua mãe?

— Não é da tua maldita conta!

— Foda-se! Como você é cabeça dura!

Ouço a campainha nesse momento. Salva pelo gongo!  

— Entra. – Adrian me abraça.

— Hey bro! – Alexis apenas assenti.

— O que vocês vão fazer?

— Sofi e eu estamos acostumados a fazer espaguete pelo menos uma vez na semana, semana passada não rolou, então...

— Então hoje vai rolar o melhor!

— Posso?

— Claro, desde que você não se matem.

— Certo, eu vou fazer meu molho especial, e você e Alexis podem cuidar das almondegas.

— Sempre tão mandona.. – Adrian provoca. Mostro a língua pra ele. Rimos e brincamos enquanto preparamos o jantar. E acreditem que isso me faz sentir muito melhor do que nos últimos dias.

— Oh cara! Esse molho seu fica cada vez melhor.

— Eu estou aprimorando, querido.

— Eu vou virar uma bola se você continuar assim.

— Está delicioso, nanica.

— Você não perde a chance ein? – Digo a Alexis. Estamos no sofá, comendo como eu e Adrian costumamos fazer e vendo algo na tv.

— Nunca pequenina.

— Vai me contar o que Lia fez desta vez?

— Queria que eu saísse do emprego. – Sinto Alexis endurecer.

— Merda!

— Pois é, merda!

— E o que isso tem de mais? Meu pai é rico, não vai mudar isso você trabalhando ou não.

— E por quantos meses?

— Não sei o que quer dizer.

— Quer dizer que isso tudo aqui... – gesticulo mostrando a casa. – Vai acabar. Seu pai vai continuar rico, e eu não.

— Ele não faria algo assim.

— Eu estou aqui pra relaxar não quero falar disso.

— Mas...

— Deixa Alexis. – Adrian diz.

— Vamos ver um filme francês que eu vi o trailer esses dias! É ótimo, tem um cara gay e ele namora e...

— Ah Sofi... Você e esses filmes franceses...

— Calma, tem uma garota bonita nesse meio.

— Acho bom.  – Alexis diz.

— Vai ficar para o filme?

— Você se importa, pequena?

— Não. – eu digo secamente. Eu me importo sim, ele está roubando meu tempo com Adrian! Eu quero ficar sozinha com ele como antes, quero poder dizer tudo que eu tenho para dizer e ouvir Adrian me acalmar. Quero principalmente Aléxis longe. Por que Aléxis está olhando de uma forma pra mim que eu só posso descrever como... intensa. E faz meu estômago gelar e eu não gosto.

Bem, lá pela metade do filme, ou sei lá, um pouco mais ou um pouco menos eu adormeço. Os últimos dias tem me deixado exausta. Toda essa coisa de passar despercebida está me vencendo, meu corpo está mais cansado do que o normal e olha que eu trabalho desde os treze.

— Deixa que eu levo ela lá pra cima, cara. Pode ir. – Ouço de longe a voz de Alexis.

— Tá certo. Até mais, bro. – sinto o ar remexer ao redor de mim e quando sou levantada. Tento abrir meus olhos pesados, mas estou num lugar onde esta difícil acordar. Sinto o movimento apesar disso. Meu corpo não responde está meio dormente.  Ouço uma porta abrir e abro os olhos pra ver Aléxis bem perto de mim, seu rosto muito próximo do meu. Estou confusa. Nossa... Aléxis é tão bonito... O que? Fecho os olhos de novo. O sono tentando me levar pra longe.

— Aléxis? – eu resmungo. Deve ser um sonho. E por que diabos eu estaria sonhando com Aléxis? Por que justo com ele?

— Durma, pequenina. – Ele diz. Sua voz está suave, então definitivamente é um sonho, a voz de Aléxis não é suave, não quando está falando comigo.

— O que está fazendo?

— Ti levando pra cama. – resmungo. Sinto algo macio na minha cabeça e me aconchego. Está bom. Quentinho.  – Boa noite. – Abro pouco meus olhos para vê-lo outra vez pairar logo acima do meu rosto. Seus olhos caramelos provocam algo em mim eu não sei explicar, eu não quero uma explicação eu quero que pare!  Há tons de dourados em seus olhos e se eu não estivesse tão cansada eu continuaria olhando. No entanto, algo me chama atenção. Quando sua língua passa entre os seus lábios rapidamente. UH-UH! Isso é sex...

Porra nenhuma!

 Ele abaixa a cabeça e pressiona sua boca na minha levemente. Eu gemo baixinho. Deus! Ainda bem que isso é um sonho por que eu não gemeria na boca de Aléxis. Nunca. Antes de se afastar ele morde meu lábio inferior. Ele se afasta, mas deixa um pequeno latejar na minha boca, no entanto, não posso pensar sobre o beijo por que um sono pesado me leva.