Alice In Blunderland escrita por Melancholy_Ink


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

N/T: Perdãão pelo atraso ç.ç
Faculdade tah me consumindo e pra completar to doente aque.
E esse capitulo eh enorme
muitas emoçoes, do riso as lagrimas (L)
Enfim, divirtam-se

N/A: Esse capítulo é quase classificado como +17 por um lemon parcial, mas não fiquem muito excitados. Eu não quero colocar logo capitulo inteiro desses por enquanto. Estão avisados... e parcialmente satisfeitos. Espero que achem agradável (L)
Espero seus comentários como sempre!
MIS.



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- Alice, prove esse depois! - Bella disse, jogando mais cabides pela porta do provador. Animada, eu apanhei, já gostando da combinação da blusa com a calça.

- Ótimo gosto, Bell. - ouvi sua risada do outro lado da porta.

Essa era a terceira loja que entramos e ela parecia não se importar com isso. Eu sabia que ela provavelmente estava fingindo um pouco para que eu ficasse feliz, mas ela fazia isso tão bem que eu nem havia percebido. Nós desfilamos uma para outra, primeiro esperando pela outra ao lado da porta. No fim, nós apenas pegávamos uma pilha de roupas e nos trocamos juntas no mesmo provador. Nem preciso dizer o quanto isso era proveitoso.

Sua pele quente deslizou dentro de um fino vestido turquesa, seu cabelo preso em num pequeno coque. Ela estava tão atraente, tão sexy... suas coxas esculpidas me tentavam debaixo daquele tecido sibilante, olhos de âmbar ardente. Eu queria correr minhas mãos pelo seu pescoço, descendo pelas costas, ir um pouco mais além... Os lábios volumosos dela se esticaram em um lindo sorriso, sua mão elegantemente me alcançando enquanto ela se encostava na parede. Fui até ela, já anestesiada pelo seu aroma floral. Havia um discreto fio de suor em suas costas nuas devido à falta de ventilação do shopping. Eu tinha borboletas no meu estômago, as mãos dela já estavam em mim. Eu não conseguia impedir minha boca de se alongar em um sorriso excitado, meu olhar bobo de quem vê uma deusa na sua frete. Eu devo ter parecido tola para ela. Nossos braços lentamente se enrolaram na cintura uma da outra, bochechas coladas. Os lábios macios dela se arrastaram pela minha orelha, sua respiração  lenta me enchia de desejo. Eu afastei uma mecha de cabelo, apertando ela na parede.

- É isso que você quer? - perguntei, só para ter certeza de que ela não tinha nenhum outro pensamento como da última vez. Ela apenas me encarou com o rosto cheio de ânsia. A música que tocava na loja era em inglês, uma que nós duas lembrávamos bem: a mesma que tocava quando nós nos conhecemos. Era uma daquelas músicas grudentas, que realmente fica em você. Do tipo cheia de paixão e provocação. Ela sentiu isso também, sua respiração acelerando rapidamente. Eu levantei a bainha de seu vestido, pressionando minha mão na coxa quente dela, apertando gentilmente. Ela levou minha mão para entre as coxas dela, ofegando quando eu apertei um pouco mais em cima. Desci ainda mais o corte de seu top, deixando meus dedos em seu seio, messageando. Ela tinha uma mão tirando a minha blusa e outra me puxando para mais perto. Nossos lábios se encontraram famintos, mandando arrepios eufóricos pelo meu corpo. Depois de jogar minha blusa no chão, ela foi para minha calça, tirando-as com mais habilidade do que eu esperava. Senti seus dedos me tocando no lugar que só pertencia a ela. Ofeguei do mesmo jeito que ela havia feito, deixando seus dedos passearem por mim. Eu não conseguia respirar, meus impulsos bloqueando qualquer outro pensamento. O gosto dela era como... como...

- Alice? - ouvi sua voz divina dizer sem forças.

- Mmhm? - murmurei, provando sua pele doce.

- Você está machucando meu pescoço.

Eu pisquei algumas vezes antes de perceber que minha boca estava em sua garganta, meus dentes delicadamente à mostra. Minha língua tinha feito pequenos círculos enquanto minhas presas, como navalhas, tentavam rasgar a pele dela. Eu estava do outro lado do provador antes que as mãos dela conseguissem me impedir. Minha mão voou até minha boca, encarando aterrorizada. O que eu tinha feito? Quase lá? Minha pulsação estaria pulando para fora do meu peito, se eu tivesse uma.

- Alice, tudo bem, - ouvi Bella dizendo, mas as palavras foram abafadas pelo meu pânico. Eu quase não senti suas mãos na minha e no meu rosto, mas não conseguia ver nada. Quando o torpor inicial começou a aliviar, Bella estava completamente vestida com suas próprias roupas e segurando as minhas para mim. Devagar até mesmo para um humano, eu peguei-as e senti Bella me ajudando a colocá-las. Eu me sentia fraca e desprezível enquanto passávamos pela loja, saindo daquele lugar. Tantos cheiros me atingiram, tantos ruídos para meus ouvidos sensíveis. Meus pés se cambaleram, meu braço enrolado nos frágeis ombros dela. Chaves tintilando, uma porta de carro, pés se arrastando, couro sob mim. Portas batendo. Ela tentava falar comigo quando senti o carro ligar, tentando me forçar de volta à realidade. Como eu queria poder fazer com que ela ouvisse meus pensamentos, pegar o poder de Edward emprestado só nesse momento. Alguma coisa estava empurrando minha cabeça e minha visão começou a escurecer. Nós dirigimos pelo que pareciam dias, parando abruptamente com rapidamente do meu lado enquanto eu estava sentada no banco do passageiro apática. A única coisa que passava pela minha cabeça ainda era o que eu tinha feito? quase?

Começando a recuperar o controle do meu corpo, ajudei a abrir a porta do nosso quarto, deixando que Bella a fechasse depois. Ela veio me ajudar a sentar na cama

- Alice? - ela me chamava. Eu não conseguia responder. Ela sentou ao meu lado, afastando o cabelo espetado do meu rosto, acariciando calmamente com um braço envolvendo cautelosamente minha cintura. - Você está bem?

Eu tentei limpar minha garganta, só conseguindo fazer um barulho estranho com isso.

- Não precisa falar nada agora, apenas relaxe. - foi então que outro pensamento lhe ocorreu - Você precisa caçar?

Considerei aquela opção, mesmo sem estar realmente com sede. Ainda sim, eu havia colocado a vida dela em risco com meu apetite, e agora eu tomaria todas as preucações querendo ou não. Concordei com a cabeça, levantando devagar enquanto ela segurava minha mão.

- Eu estarei aqui. Leve o tempo que precisar. - ainda incapaz de achar minha voz, eu apertei a mão dela e fui até a janela que já estava aberta para mim. Ela soria animada, parecendo não estar afetada. Será que ela sabia o quão perto eu estive de sugar toda aquela bela vida dela? Seu sorriso dizia que não, mas alguma coisa em seus olhos -quase um desejo- dizia que sim. Concordei novamente, dando um sorriso fraco antes de deslizar para fora do quarto.

~

Limpei um fio de sangue que escorria do canto de minha boca enquanto meus pés me carregavam pela cidade. A pouca sede que eu tinha já estava satisfeita agora e eu ainda me perguntava se aquele teria sido o que me motivou a atacar Bella ou não. Eu tinha plena certeza que eu tinha apenas deixado minha guarda baixa, fascinada pelo corpo e cheiro dela. Pedras de calçamento se espalhavam na minha frente agora enquanto eu caminhava pelas sombras do brilho vespertino. Raios vermelho-dourados cumprimentavam o céu encerado, todos os aromas da Itália chegando até mim como pétalas de rosas. Eu estava calma, de volta ao controle, pronta para garantir a Bella que tudo estava bem. Ela ficaria feliz, mas não com a outra coisa que eu tinha que falar para ela. Ela pretendia se tornar uma vampira o quanto antes. Uma coisa era certa: nós não poderíamos ficar tão próximas daquele jeito de novo. Tudo ficaria bem desde que parasse com um abraço, nada além disso. Até que ela fosse indestrutível, mais estava fora de questão. Doía pensar assim, cada pedaço de mim a desejava, mas nada era mais importante que sua segurança. Nós poderíamos nos controlar por enquanto, provavelmente.

Música ao vivo estava sendo tocada a algumas quadras de distância, meus ouvidos captavam melhor que qualquer aparelho de som poderia projetar. Eu sentia as notas pulando das cordas, conseguia sentir o cheiro delas vibrando. Isso me lembrou de quando Bella e eu saímos para almoçar e dançamos livremente as músicas que nenhuma das duas conhecia mas nos apaixonamos por elas. Nós tinhamos ido tão longe em tão pouco tempo que eu estava pensando se isso realmente não teria sido um sonho no final de tudo. Talvez seja assim que os vampiros sonham, eu pensava absorta, deixando minha mente vagar pelas ruas da cidade em tons de sépia. Eles não podem dormir, então a mente deles gera essas fantasias. Dei de ombros, simplesmente me divertindo com o pensamento.

Uma súbita rajada de vento que acabou tão rápido quanto começou passou por mim e eu imediatamente sabia que estava na presença de outro vampiro.

- Meus cumprimentos, Alice Cullen. - disse uma voz feminina. Eu olhei para o rosto dela e reconheci Chelsea, um dos guardas dos Volturi. Minhas costas enrijeceram, mas a respondi.

- Chelsea, que surpresa amável.

- Imaginei que já tivesse visto nosso encontro. - ela deu um passo, encurtando nossa distância, uma mecha de seu cabelo loiro escuro pegando um raio de sol, brilhando como ouro manchado.

- Minha mente estava em outro lugar... - respondi vagamente, não gostando muito do jeito que ela me olhava. Era um olhar sábio, como alguém que sabe de alguma coisa que só poderia fazer mal quando associado à pretensão de um guarda Volturi.

- Ouvi o que aconteceu com seu irmão, - ela disse, tentando puxar assunto. Eu podia ver aquela conversa tomando um outro rumo, uma vaga possibilidade me ocorrendo. Aquela era a última coisa que eu precisava, então respondi o mais educadamente que pude.

- É. Foi um terrível mal entendido, mas tudo está indo bem agora. Nós agradecemos vocês todos por recusar o pedido de Edward.

Ignorando meu agradecimento, ela mexia no cabelo lentamente. - Muita confusão por causa de uma garota, não acha? - eu sabia que ela estava se referindo a Tanya, mas algo no seu tom de voz sugeria outra coisa. Concentrei-me em manter a situação calma.

- Talvez. Como vão Aro, Caius, Marcus e todo o resto ultimamente? - tentei redirecionar a discussão.

- Muito bem. Eles demonstraram muita curiosidade pelo seu irmão nesses ultimos tempos. E por você também.

- Hmm... - eu virei minha cabeça quando ela começou a me olhar ceticamente. - Isso é tudo? - manti minha voz despreocupada.

- Nós ainda queremos você, Alice. Pense em todas as coisas que poderíamos realizar com você do nosso lado. Seu dom é... - os olhos dela brilhavam com a cobiça, sua cabeça se inclinou com uma sobrancelha levantada. - Bem, certamente melhor que o meu, - ela riu, quase como o zunido de um trompete. Olhei para ela  nervosa enquanto ela se encostava no muro de tijolos atrás dela. - Quer dizer, tem muita coisa que eu posso fazer com ele... - ela olhava as unhas, parecendo entediada. Então ela me olhou com um sorriso estranho, que esticava quase juntando com seus olhos brilhantes. -Quando eu acho novos jeitos de aplicá-lo, ele pode ser bem interessante. Ela piscou e eu involuntriamente fiz uma careta. - Mas acredito que seus laços ainda estão firmados com o clá dos Cullen, - ela disse relutante, seu rosto se resumindo em um olhar distante.

- Realmente estão, - eu disse despreocupadamente, tentando ver o que aconteceria depois.

- Pena. Bem, melhor eu correr agora. - seu sorriso doce e doentio ao mesmo tempo somados ao seu tom de voz começaram a me atormentar. - Te vejo em breve, Alice.

- É, você também. - murmurei enquanto ela começou a correr por um beco próximo, sua mão atrás dela acenando sarcasticamente para mim, os dedos dançando individualmente. Sem entender direito, voltei a caminhar em direção ao hotel, já desesperada pelos braços de Bella de novo. Chelsea não era grande um problema, muita arrogância sem muitas razões.

~

Bati na porta algumas vezes antes de colocar a chave, só para fazer com que Bella soubesse que eu estava de volta. Da última vez voltei de uma caçada, ela quase teve um ataque cardíaco quando de repente me viu deitada na cama casualmente. Nós rimos bastante disso depois.

- Bell? - chamei, sentindo seu cheiro vindo do banheiro. Não houve nenhuma resposta. - Hey, Bella. Está com fome? Eu vi um bistrô bem exótico logo ali.

Ouvi um soluço de choro.

-...Bell?

Fui até o banheiro, olhando-a cautelosamente. Ela estava debruçada na pia, os braços abertos, uma mão em cada lado da bacia. Os olhos dela marcados de lágrimas, fixos no espelho em sua frente. Vários chumaços de lenços de papel estavam espalhados pela bancada. Sem conseguir resistir, fui até ela, levando minha mão gentilmente até suas costas. Outro soluço ficou preso em sua garganta.

- Querida? Qual o problema? - movi minha mão em círculos, tentando fazê-la relaxar. Esperei um minuto mas ela não respondeu. Certamente nada havia acontecido com ela nesse pouco tempo que fiquei fora. Será? Meus olhos ágeis procuraram por algum machucado mas felizmente não acharam nada, só alguns hematomas que eu já conhecia. Perguntei se ela havia tido algum outro pesadelo ou se havia recebido más notícias de casa, para ambas as perguntas ela apenas balançou a cabeça deprimida. Nem era sobre o que aconteceu naquele provador, para minha surpresa. Depois de alguns minutos, finalmente consegui convencê-la a ir para a mesa na sala de estar, ajeitando uma cadeira para ela. Peguei uma para mim e tentei desesperadamente ver o que ela diria a seguir. Vasculhando meu cérebro, concentrando naquele silêncio desconfortável, eu procurei. Quando descobri, no entanto, senti que eu seria a próxima que precisaria de lenços de papel. Meus olhos apertaram, meus dentes travaram, meu estômago revirou.

Não...

Não.

Não!

Não!

Fúria se multiplicou dentro de mim como uma cachoeira de tormento. Meus punhos tremiam e minhas presas estavam à mostra. Minha respiração ficou breve e enfurecida, meu peito enchendo e secando como um balão. Um balão apertado contra um punhal. Antes que eu fizesse alguma coisa que pudesse me arrepender amargamente depois, voei até a cama, atacando a almofada mais próxima. Quando ela caiu de volta na cama se resumia a retalhos e algumas penas. Mas meu corpo não me permitiria parar por ali. Outros quatro travesseiros e um abajur depois, caí de joelhos, meus braços e cabeça pousando na cama. Meu pequeno rosto soluçava mesmo que as lágrimas nunca viesssem. Eu deveria ter previsto isso. E agora tudo estava acabado. Num piscar de olhos. Uma sensação mais pesada substituiu o luto que eu já conhecia, todos os meus problemas de formação se reuniram e vieram à tona com mais essa questão. Meu dom era completamente inútil se eu não era capaz de ver algo tão grande se aproximando tão rápido.

Eu me contorci quando a mão dela afagou meu cabelo curto indo até meu ombro. Tremi com aquele calor súbito, me sentindo cada vez mais fria. O pedido de desculpa dela veio num sussurro, dando alguns passos para trás se acaso eu precisasse de espaço. E eu precisava. Mais do que era possível.

- Sinto muito que tenha que ser desse jeito. - ela sussurrou com os olhos vermelhos. - Eu realmente senti alguma coisa no começo...

Sem mesmo me dar conta, eu peguei a mão que estava no meu ombro, trazendo até minha bochecha. Senti seu cheiro, que agora era doloroso, quase uma lembrança perdida. Fechei os olhos tentando me acalmar. Isso não devia estar acontecendo.

- Bella... eu preciso de você. - senti meu peito apertar, sentidos entorpecidos. - Não me deixe agora...

Ela sentou na beirada da cama, segurando minha mão, mas não do mesmo jeito que havia feito mais cedo. Ela realmente estava falando sério. As coisas estavam mudadas. Talvez ela tivesse percebido no que estava entrando. Uma parte de mim sabia que assim era melhor para ela, que ela deveria continuar vivendo normalmente sem os Cullens... mas a maior e mais pesada parte de mim era egoísta, protestava a rejeição, tentava me convencer de que a qualquer momento ela começaria a rir e iria me pegar no colo... colar os lábios nos meus... me mostrar que tudo ficaria bem... que ela me amava.

Mas ela não faria isso. E eu tinha que me reerguer para o bem de ambas. Aquilo havia sido um erro, nada mais. Puxando minha mão da dela, levantei sem olhar para ela, sentindo uma frieza que nunca alguém havia despertado em mim se formar.

- Partiremos amanhã cedo, então. - falei. Ela apenas concordou com a cabeça, mais algumas lágrimas descendo.

Aquela noite eu não a abracei. Sentei no peitoril da janela, olhando a cidade que eu desejava queimar.


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Notas finais do capítulo

N/A: Eu sei que vocês provavelmente me odeiam por isso. Só espero que não o bastante para que ainda possam comentar! Obrigada a todos por lerem!

N/T: T____T



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