O interior era bem diferente da cidade grande, isso Jyushimatsu percebeu logo no primeiro dia em que chegou à cidade natal de sua namorada.

As pessoas pareciam mais gentis, mais próximas. Todos se conheciam, e não demorou muito para ele também ficar conhecido como “O namorado da Homura-chan”.

Homura era muito querida por todos ali, e Jyushimatsu foi muito bem recebido pelos vizinhos e pela família. Apesar se já terem o conhecido pessoalmente antes, os pais dela ficaram muito felizes em recebê-lo pela primeira vez em sua casa. Ao contrário do que seus irmãos dizeram, os pais dela não ficaram incomodados com seu jeito estranho de agir, e até riram de suas piadas.

No dia em que ele chegou, a mãe dela preparou um jantar farto para todos, e logo depois de comerem, Homura levou Jyushimatsu para fora de casa.

A casa dos pais dela não era muito grande, mas tinha um quintal enorme. Já estava escuro, e o jardim só era ilumidado pelas luzes da varanda e por um poste da rua.

Ela estendeu um lençol sob a grama e se deitou sobre ele, e Jyushimatsu demorou um pouco para entender que ela queria que ele se deitasse ao seu lado.

O céu lá era bem diferente da cidade grande. Jyushimatsu nunca vira tantas estrelas assim em toda a sua vida.

— Quando eu era pequena, eu deitava aqui no quintal quase toda noite para olhar o céu. — Homura entrelaçou os dedos sobre sua barriga. — Aqui dá para ver melhor as estrelas, não dá?

— Sim — Jyushimatsu murmurou.

— Eu sempre quis aprender o nomes das constelações, mas nunca consegui decorar nenhuma.

Jyushimatsu nunca se preocupou com os nomes das estrelas nem nada do tipo, mas naquele momento, ele desejou saber o nome de pelo menos uma para falar para ela.

E eles ficaram em um silêncio confortável, enquanto contemplavam o céu.

Jyushimatsu se lembrou da primeira vez em que encontrou Homura, a quase dois anos atrás, e de quando ele foi até a estação de trem para vê-la partir. Ele pensou que nunca mais a veria, entretanto, ela voltou para a cidade alguns meses depois para ingressar em uma faculdade.

Eles estavam juntos desde então.

Ninguém imaginava que Jyushimatsu seria o primeiro de seus irmãos a ter uma namorada por tanto tempo.

E nem que ele seria o primeiro a se casar.

Homura olhou para ele e sorriu, e Jyushimatsu sentiu seu coração bater mais rápido.

Ele segurou a mão dela, sentindo a aliança quente pressionada contra sua pele.

Ele nunca mais a veria partir novamente.