Bicho-papão. escrita por Secret


Capítulo 24
Conexões.


Notas iniciais do capítulo

Presente de aniversário atrasado para pp.
Ainda vale quando é quase uma semana depois?



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— Tudo bem, fui eu que pedi. — Gabriel comentou, já se preparando para a conversa que isso traria.
     —Hm, e como exatamente você pediu um corte no seu braço? — A criatura não parecia nada feliz.
     — Eu e o André matamos aula e eu precisava de uma desculpa, então eu pedi para ele me machucar, aí eu podia ir na enfermaria como desculpa. — O garoto explicou sem desviar o olhar dos olhos brilhantes do Bicho-papão.
    — André? O que ele tem a ver com isso? — Ele praticamente rosnou, a raiva visível ao mencionar esse nome. E, por um momento, Gabriel sentiu um lampejo de medo do ser a sua frente, mas logo o controlou.
    — Ele está... Me ajudando. Mais ou menos. — Nem Gabriel sabia como explicar direito essa relação. Ele e André não eram exatamente amigos, mas também não eram mais inimigos. Ante o olhar cético da criatura, ele continuou. — Está tudo bem. Eu posso me cuidar, prometo.
O Bicho-papão analisou o garoto por alguns segundos, encontrando nada além de um olhar determinado. Estava claro que Gabriel tinha certeza do que dizia.
      — Tudo bem. — Ele disse por fim. — Pode resolver as coisas do seu jeito, mas eu juro, se ele te machucar, vai desejar nunca ter nascido. — Finalizou com um largo sorriso perigoso, exibindo seus dentes afiados.
Gabriel revirou os olhos ante a atitude superprotetora, mas, no fundo, sabia que o outro falava sério. Surpreendentemente, ele percebeu que não estava preocupado com isso, afinal, ele era capaz resolver as coisas sozinho. De alguma forma, ele apenas sabia que conseguiria.
Feliz por ter resolvido essa questão, pelo menos por enquanto, o garoto pôde finalmente dormir e se deixar envolver pela doce e despreocupada inconsciência. Ele sentiu o Bicho-papão envolvê-lo numa espécie de abraço, mas, exceto por um pensamento sobre ciúmes demais e um breve cogitar se isso contava ou não como trair, ele não se importou muito. Era até bom dormir assim e, se era só um abraço com um ser que tecnicamente não existe, não valia como infidelidade... Ao menos ele repetiria isso para si mesmo.
*
    Quanto à escola, as coisas continuavam as mesmas. Ele ainda se encontrava com André no recreio e, vez ou outra, até matava aulas com ele. O valentão ainda relutava em conversar sobre certos assuntos, especialmente os que envolviam seu irmão, mas, ao menos, parou de tentar afastar Gabriel de si. Em geral, eles ficavam escondidos juntos no parquinho infantil dividindo comentários aleatórios sobre a escola ou mesmo ficando num silêncio confortável. A única diferença era que agora Gabriel se via praticamente obrigado a dar detalhes desses momentos a um ciumento Bicho-papão.
     Quem não gostou nada disso foi Daniel. Seu namorado insistia cada vez mais em passar o intervalo junto de si alegando saudades. Gabriel, no fundo, achava aquilo exagerado, eles passavam várias aulas juntos e se viam todos os dias! Entretanto, nunca tinha coragem de trazer o assunto à tona. Sempre que encarava os olhos meigos de Daniel e o ouvia perguntar se estava tudo bem com seu jeito doce, ele desviava o olhar e dizia que sim, se sentindo culpado por pensar algo ruim do amigo.
     Essa situação perdurou por quase duas semanas. Até que, numa manhã qualquer, algo mudou. Gabriel encontrou Vanessa no pátio antes da aula.
     — Oi, Van. — O garoto cumprimentou um pouco surpreso. Com tanta coisa acontecendo nos últimos dias, ele havia até se esquecido dela, ou que estudavam na mesma escola. — Tudo bem?
     — Ah, oi, Gabriel. — Ela também parecia surpresa, mas não de um jeito positivo. — Tudo... E você?
     — Tudo. — Ele respondeu como manda a educação. No fim, ninguém está bem de verdade, é só uma resposta automática... E esse pensamento incomodou Gabriel. — Como vão as coisas? Nunca mais te vi. — Comentou.
    — Bem, nada novo... — Ela fugiu da questão e Gabriel franziu a testa intrigado. Vanessa nunca tinha sido evasiva... A garota podia ser tudo, mas não esquiva, ela tinha uma personalidade forte e não fugia dos problemas. — E você? Tudo bem? Como vai seu namoro?
A última pergunta carregava certa... Tristeza? Mágoa? Suspeita? Gabriel não soube identificar, mas com certeza havia algo ali. E, pensando nisso agora, era muito estranho que Vanessa tivesse parado de procurá-lo assim que seu namoro com Daniel começou. Ele pensou que era por preconceito ou algo assim, mas agora essa explicação apenas não se encaixava. Se Vanessa fosse homofóbica ou algo assim, não estaria aqui agora tendo uma conversa educada com ele... Certo?
     — É, tudo bem. — O garoto disse simplista e sem uma gota de certeza. Nada estava bem. — Van, posso te fazer uma pergunta? — Ele fez questão de enfatizar o apelido carinhoso na esperança de amolecer o coração da garota.
    — Claro, Gabriel, o que foi? — Ela manteve o tom distante e parecia  genuinamente preocupada com a pergunta. Além disso, o garoto percebeu que ela não o chamou de “Gabe” sequer uma vez.
     — Por que você parou de falar comigo? — indagou sem rodeios.
     — Quê? Eu não parei de falar com v...
     — Você parou sim — Gabriel a cortou, o que a chocou por um momento. — Ah, desculpa, eu só... Eu não devia ter te interrompido. — Ele se apressou em se desculpar quando percebeu a surpresa da garota.
     — Ah... Não, tudo bem. — Ela sorriu. — Não foi nada.
    E, com isso, a garota se virou para ir embora. Por um segundo, Gabriel sorriu de volta e se virou para ir para a sala, mas aí ele percebeu o que estava acontecendo: Vanessa usou a distração para fugir da questão.
     — Ei, Van, espera! — Ele exclamou um pouco mais alto do que pretendia e, surpreendentemente, a moça obedeceu.
     — O que foi? — Ela perguntou num tom difícil de definir. Preocupado, mas forçadamente calmo.
     — Por que você parou de falar comigo? — Repetiu de um jeito sério, sem espaço para mais fugas do assunto.
     Vanessa hesitou e seus olhos vagaram do chão ao teto e às paredes, evitando contato visual com Gabriel. Depois de alguns segundos que pareceram horas, seus olhares se encontraram e a moça sustentou o olhar do outro com determinação, uma escolha feita:
      — Tudo bem, eu vou te contar. — Ela afirmou já mais segura. — Mas não aqui.
    — Tá bem. — Ele concordou prontamente, temendo que, caso questionasse, ela mudaria de ideia.
Os dois foram em direção a um corredor mais vazio, longe das salas de aula do ensino médio.
*
     Três aulas não muito entediantes depois, as quais Gabriel surpreendente prestou alguma atenção, chegou o intervalo. Ele gostaria de simplesmente ir para o parquinho infantil, pular a cerca e se esconder lá com André pelo resto do dia — ou pelo menos por 20 minutos, o que é mais provável, já que matar aula ainda o iria meter em encrenca —, infelizmente para Gabriel, seu namorado parecia ter outros planos:
     — Te trouxe um chocolate, Gabe. — Ele sorriu docemente e entregou para ele uma barrinha de Twix.
     — Ah... Obrigado. — Ele sorriu de volta e aceitou o doce, já imaginando que esse era o modo sutil de Daniel dizer "vamos passar o recreio juntos hoje". Com um dar de ombros, decidiu que não fazia mal... Ele provavelmente devia passar mais tempo com seu namorado mesmo. Com esse pensamento, pegou seu lanche: uma barrinha de cereal que Carlos lhe deu como "oferta de paz", uma maçã que Lucas lhe deu antes de as aulas começarem afirmando que o irmão precisava comer mais frutas, o chocolate que Daniel lhe entregou a pouco e uma nota de 5 reais que sua mãe lhe deu caso ele precisasse comprar algo.
     Se havia uma preocupação que Gabriel não tinha, era com o lanche. Por algum motivo, parecia que as pessoas tinham a necessidade estranha de garantir que ele estivesse alimentado. O intervalo passou tranquilo e sem novidades, ele e Daniel conversaram banalidades, fizeram uma ou duas brincadeiras e trocaram algumas carícias e beijos castos. Ao fim do recreio, eles voltaram à sala andando meio abraçados, Daniel com o braço envolvendo os ombros de Gabriel, e, no caminho, o último notou André recostado num muro, parecendo cogitar se voltava para a aula ou não.
     O olhar durou poucos segundos, mas, aparentemente, Daniel notou:
     — O André ainda te incomoda? — Ele indagou num tom preocupado. — Talvez você devesse reclamar com a coordenação, eles provavelmente vão expulsá-lo ou algo assim depois de tudo que ele fez com você.
     Gabriel grunhiu algo que ele não fazia ideia se exprimia concordância ou um "ok, entendi/te ouvi". Uma parte dele questionava o fato de Daniel nunca ter dado essa sugestão antes, quando ele realmente sofria bullying de André... Mas ele reprimiu essa parte e repetiu mentalmente que o outro só estava mais preocupado agora porque era seu namorado, não só seu amigo. É, fazia sentido.
     Fazia sentido, certo?
     O restante das aulas foi bem tranquilo, como sempre. Professores falando, matéria para copiar no quadro, mas que todo mundo só tira foto, deveres de casa e, vez ou outra, um ou outro beijo de Daniel. Gabriel tentou ignorar o fato de o lugar de André ter ficado vazio por boa parte das aulas. De certa forma, ele sentia uma ponta de inveja... Ele gostaria de ter coragem para matar algumas das aulas também. Mas não era uma boa ideia. E Daniel provavelmente suspeitaria.
     Quando as aulas acabaram, Daniel insistiu em acompanhar o namorado até em casa, mas Gabriel se esquivou com uma desculpa qualquer de "reunião de família" e "não poder se atrasar" e Daniel cedeu e se limitou a um beijo de despedida.
*
     Ao se ver sozinho, Gabriel contemplou a ideia de voltar sozinho para casa e se arriscar a encontrar sua mãe em casa, já que ultimamente ela andava trabalhando menos e tentando ser "uma mãe presente", o que o garoto achava meio estranho, ou não voltar para casa. A última opção parecia muito mais tentadora... Mas para onde ir? Ele não estava muito a fim de andar por aí sozinho... Talvez procurar o Lucas pelos arredores da escola e fazer alguma coisa? As coisas sempre eram mais legais com o Lucas.
     Sim, essa parecia a melhor opção, Gabriel decidiu e deu meia volta para procurar seu irmão. Afinal, Lucas sempre enrolava para sair e, se ele tivesse sorte, o encontraria zanzando pelo pátio ou na fila da lanchonete. Entretanto, como era de se imaginar, a sorte não estava exatamente ao lado do rapaz... Lucas não estava em lugar nenhum, ao menos nenhum que ele procurou, e Gabriel já ia desistir e sair quando percebeu alguém conhecido no banco do pátio.
     André.
    Antigamente, a mera visão do valentão seria o bastante para fazer Gabriel dar meia volta e sair de fininho, agora, ele ia em direção ao outro sem nem pensar duas vezes. André estava sentado no banco perto do parquinho (e provavelmente só não entrou porque algumas crianças estavam lá brincando) e o observava de tempos em tempos, alternando o olhar entre o parquinho e um caderno em suas mãos.
     — Algumas pessoas chamariam essa sua coisa com o parquinho de obsessão. — Gabriel comentou e se sentou ao lado do bully sem cerimônias. André sequer o olhou torto por isso.
     — Algumas pessoas chamariam essa sua coisa comigo de perseguição. — Ele retrucou sem sequer olhar para o outro, mantendo o foco no caderno.
     — Touché. — Gabriel aceitou a resposta. — O que está fazendo?
     — Não te interessa. — André nunca foi um amor de pessoa... Mas Gabriel aprendeu a não levar isso para o pessoal depois de alguns dias conversando (precariamente) com ele.
     — Tá. — O rapaz deu de ombros e simplesmente se aproximou para espiar. André não reclamou, então provavelmente não se importava muito.
Para a decepão geral, era só o dever de matemática.
     — Teve dever de matemática? — Ok, talvez Gabriel devesse começar a prestar mais atenção às aulas...
     — Não, imagina. — André revirou os olhos.
     — E você não vai me contar qual foi, certo?
     — Certo.
     — Ah... Mas por que fazer aqui?
     — Porque eu não vou para casa agora e posso muito bem adiantar isso.
     — Hm... E a biblioteca?
     — Nah... Eu tenho uma obsessão não saudável pelo parquinho. — André disse com um toque de zombaria na voz. Gabriel riu um pouco.
     — Ok então.
    E os dois caíram num silêncio não exatamente confortável, mas suportável. Os únicos sons eram o rabiscar ocasional de André na página e as risadas e correria das crianças no parquinho. Gabriel pensou em questionar de novo essa compulsão com o parquinho, mas nunca deu certo antes, por que daria agora? Em vez disso, tentou uma abordagem mais sutil:
     — Por que não vai pra casa? Vai fazer algo na escola hoje?
     — Não.
     — Ah...
     O rapaz se calou, as respostas frias de André sempre o faziam hesitar.
     — Então... Hm...
    — Pergunta de uma vez. — O valentão exclamou e fechou o caderno com certa violência, surpreendendo Gabriel. — Você sabe por que eu não quero voltar cedo para casa, para de se fazer de idiota.
    O rapaz permaneceu em silêncio, ponderando como responder a isso.      Conversar com André não era a coisa mais fácil do mundo, um deslize significava o risco de levar um soco ou espantar o valentão.
     — Você quer evitar o Daniel. — Gabriel afirmou no tom mais neutro que conseguiu, transpassando uma calma que não tinha.
     — Nossa, como você é astuto... — Ironizou.
     Mais silêncio.
     — Você bem que podia me falar mais dele... — Gabriel comentou o mais sutil que pôde.
     — Acho que não. — André o cortou.
     Não era a primeira vez que tinham uma conversa do tipo. Gabriel tentava puxar o assunto de André e Daniel serem irmãos, André rodeava o assunto sem realmente dizer nada. E o ciclo se repetia de novo e de novo. Dessa vez, o garoto tentou uma abordagem diferente:
     — Eu não me lembro de você no parquinho... Eu nem sabia que você estudava aqui no jardim de infância.
     — É, as pessoas não costumam se lembrar de mim. E você quase não brincava aí. — Respondeu casualmente apontando para o playground.
     — É, as crianças não gostavam muito de mim.
     — Claro que gostavam. Você que ficava se afastando.
     — Ah...
     Mais silêncio, só que dessa vez Gabriel, absorto em pensamentos, não tentou quebrá-lo. Depois de vários minutos, o som do lápis nas folhas de caderno cessou e André saiu sem dizer uma palavra, deixando Gabriel sozinho com seus devaneios.
*
     Quando o rapaz voltou para casa, já era quase hora do lanche e só então ele percebeu que não havia almoçado. Sua mãe dessa vez não estava em casa, o que era bom porque, de outro modo, ele ganharia um belo sermão por não chegar para o almoço (e um pior ainda se ela descobrisse que ele nem almoçou). Mesmo assim, ele não estava com fome, então simplesmente pegou uma pera e decidiu considerar isso um lanche.
     Enquanto comia, Gabriel se jogou no sofá e ligou a TV num programa qualquer só para a casa não ficar muito silenciosa, mas ele não estava realmente ouvindo o que o apresentador dizia. Sua mente vagava na conversa que ele e Vanessa tiveram mais cedo:


     "—Então, o que foi? — Gabriel perguntou quando se viu a sós com Vanessa.
     — Promete não ficar com raiva? — Ela indagou vacilante.
     — Eu nunca ficaria com raiva de você. — Ele garantiu prontamente.
    — Então... Eu parei mesmo de falar com você, admito. E te evitei. — Ela afirmou num tom meio culpado, Gabriel apenas assentiu. — Eu só não queria atrapalhar seu namoro... Desculpa, eu não achei que você se sentiria traído ou algo assim, na real, eu nem achava que você perceberia...
     — Você é minha amiga, claro que eu notei! E eu senti sua falta... Achei que você não gostava mais de mim ou algo assim...
     —Quê? Não! Eu achava que você não gostava de mim.
     — ...— Gabriel a encarou por um segundo em leve descrença. — De onde você tirou essa ideia?
     — Ué, você sempre estava com o Daniel, principalmente depois d'os dois namorarem. Achei que eu estava sobrando... Atrapalhando os dois e... — Ela se deteve.
     — E o quê?
     — Nada não.
     — Não, fala. — Gabriel disse de um modo um pouco mais autoritário do que pretendia, mas sentia que aquilo era importante...
     — E só que, depois que vocês ficaram juntos, o Daniel veio me procurar... Ele parecia inseguro ou algo assim, mas, quando começou a falar, estava bem certo do que dizia... Ele disse que você só falava comigo porque eu insistia e que você só era educado demais para me mandar embora... Que você não precisava mais de mim porque tinha ele e que eu devia ter o bom senso de me afastar. Eu sei que parece bobo, mas ele foi tão convincente... E o que ele disse fez tanto sentido na hora... Só... Desculpa.
     — Ah, tá, tudo bem. — Ele sorriu de modo automático. — Valeu por me contar, Van, mas agora acho melhor eu voltar pra sala...
     — Ah, tá, claro."


     Daniel pediu para Vanessa se afastar de Gabriel... O rapaz ruminava esse fato repetidamente, mas ainda não fazia muito sentido. Não encaixava na imagem de bom garoto que Gabriel tinha de Daniel, daquela pessoa gentil e doce que estava sempre lá por ele. Assim, Gabriel passou o dia já pressentindo uma dor de cabeça. Pensamentos se misturavam a hipóteses e fatos. Conversas antigas com recentes. Havia algo ali, Gabriel tinha certeza disso...
     E, uma hora, ele percebeu o que era. Percebeu as conexões. Isso, entretanto, não o deixou feliz ou aliviado... Ele só se sentia drenado, cansado. Com um suspiro, ele pegou o celular e mandou uma única mensagem a seu namorado:
     "Precisamos conversar".


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Notas finais do capítulo

Sem enrolação, eu nunca fui de meias palavras e não vou começar agora:

EU DESISTI!!!

Isso aí. Desisti. Com D maiúsculo. Em Caps Lock. Até em negrito se duvidar.

Por quê? Sei lá. Uma hora eu só fiquei com o pensamento constante de "não dá mais". Não era exatamente "bloqueio de escritor", era quase "depressão de escritor" mesmo.

Enfim. Eu desisti. Que vergonha, eu sei... Shame on me.

Passei meses sem nem pensar em escrever e simplesmente abandonei essa história. Shame, shame, shame...

Aí a pp me pediu um capítulo de aniversário uns quatro meses depois da minha desistência e cá estou eu...

Fazer o quê? Tenho um fraco por datas especiais. E, sei lá, eu achei que valia a tentativa.

Aparentemente, eu consegui.

Não sei se o capítulo ficou bom, mas foi o melhor que eu consegui...

E, se alguém ainda me ler, quero que saiba que aprecio você estar aqui. Dou valor a todos os meus leitores, de verdade... É só que... Sei lá, eu desisti. Tentei não fazer, mas fiz.

E agora acho que estou "desistindo da minha desistência" (olha o meu nível de desistente!), mas só posso prometer tentar.

Então é isso... Bye.

E, com sorte, até o próximo, mas não quero prometer nada ainda.

Agradeço a quem ainda lê.