Bicho-papão. escrita por Secret


Capítulo 18
Ideias falhas.


Notas iniciais do capítulo

Eu ainda não morri!
Só adquiri o péssimo hábito de sumir por muito tempo!



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                —Então, meu bem, quando seu amigo vai chegar? — Gabriel ouviu sua mãe perguntar da cozinha, enquanto punha a mesa do jantar.

                —Ele já deve estar chegando, mãe. —O garoto respondeu do sofá.

                Já era quase oito da noite e Daniel chegaria a qualquer momento, o que deixava Gabriel apreensivo. Ele tentou evitar essa “festa do pijama” o máximo que pôde, e usou todas as desculpas que pensou na hora também: “minha mãe não deixa”; “tá muito em cima da hora”; “meu quarto é uma bagunça, me dá pelo menos um dia para arrumar antes de ir”; etc. Infelizmente para o garoto, Daniel rebateu todas: “deixa que eu pergunto para sua mãe”; “eu sei, mas podemos tentar, não?”; “eu já conheço seu quarto, e a bagunça dele também...” Enfim, não é fácil driblar alguém quando essa pessoa é seu melhor amigo!

                Daniel acabou pedindo permissão para a mãe de Gabriel, que aceitou prontamente, feliz por seu filho levar amigos em casa. O garoto, sem mais opções, se limitou a sorrir e fingir que ficou feliz por seu namorado dormir na sua casa. Não é que ele não gostasse de Daniel, pelo contrário, eles se davam muito bem. O problema era a noite, mais especificamente, um ser bem que aparecia durante a noite...

                Seus pensamentos foram cortados pelo som da campainha: Daniel chegou! E, quase instantaneamente, foi recebido pela mãe de Gabriel com um sorriso no rosto:

                — Boa noite, querido, entre. — A mulher realmente estava feliz por ter a chance de conhecer um amigo de seu filho, e isso transparecia até em seu modo de falar.

            — Boa noite, senhora. — Daniel respondeu educadamente e entrou num passo hesitante, levando consigo uma pequena mochila. Apesar de já ter estado na casa de Gabriel umas duas ou três vezes antes, era a primeira vez que ia com a mãe do garoto presente, e também a primeira vez que ia depois que começaram a namorar.

              Gabriel cumprimentou o amigo também de um modo mais distante, além do desconforto de apresentar seu namorado, mesmo que “secreto”, para a mãe, havia a preocupação com a noite. Enfim, ele teve sorte por sua mãe estar ocupada demais com Daniel para perceber que o filho estava mais distante que o normal.

                 — Crianças, o jantar está na mesa. — Ela sorriu. — E, querido, leve o Daniel para deixar as coisas dele no seu quarto antes da janta, sim?

           — Claro, mãe. — O garoto disse quase automaticamente e conduziu o outro, mesmo que Daniel já estivesse estado lá antes.

             Os dois seguiram em silêncio até chegarem ao quarto, onde a mãe de Gabriel não conseguia ouvi-los. Isso fez Daniel relaxar visivelmente:

              — Ei, tá tudo bem? Você está estranho. — Ele perguntou com seu sorriso meigo. Aparentemente, Daniel prestava mais atenção em Gabriel que a própria mãe do garoto.

                — Ah, tudo. Só não estou muito... Confortável com tudo isso. — Ele devolveu o sorriso do melhor modo que pôde. Não era exatamente uma mentira... Só uma omissão.

                — Entendo, também acho meio estranho passar a noite com sua mãe aqui e... Desculpe por te fazer passar por isso, é culpa minha, mas eu realmente não queria passar a noite em casa sem meu pai e, bem, uma hora eu teria que conhecer sua mãe, não é?

                — Tudo bem, não precisa se desculpar. — Daniel parecia tão sem jeito que Gabriel se sentiria mal se concordasse que a culpa era mesmo dele. Além do mais, uma noite não machucaria ninguém... Certo?

                — Então, vamos jantar? — O outro sorriu docemente e deixou a mochila no canto do quarto. — Não queremos deixar sua mãe esperando.

                — Claro vamos.

                *

                A mesa de jantar estava posta, arroz branco, feijão e um frango comprado pronto, junto com a farofa, e todos começaram a comer em silêncio, nenhum dos garotos se atrevia a quebrá-lo e a mulher decidiu respeitar isso, tendo a certeza de que alguém falaria algo ocasionalmente. Entretanto, quando o silêncio se prolongou por tempo demais, ela decidiu tomar a iniciativa:

                — Então, queridos, vocês são amigos há muito tempo?

                — Sim, senhora. Eu e o Gabriel nos conhecemos desde os seis anos. — Daniel sorriu timidamente antes de voltar a comer.

                — É, mãe. Não se lembra? A gente sempre estava junto quando você ia me buscar na sala. — Gabriel comentou.

                — Ah, claro... — Na verdade, ela não recordava. Ela sempre estava no celular discutindo com alguém do trabalho ou com o próprio marido quando buscava os filhos na escola, então nunca se atentou às amizades deles. Na época, parecia algo inofensivo, afinal, o trabalho era o mais importante, certo? Hoje em dia, a mulher se arrependia por ter perdido esses detalhes.

                Depois disso, o silêncio voltou a reinar. Quando os garotos acabaram de comer, Daniel pediu licença com o pretexto de precisar pegar algo na mochila e Gabriel decidiu seguir, deixando sua mãe sozinha. A mulher suspirou e olhou a hora, pois ainda precisava terminar alguns relatórios para o dia seguinte e saía cedo de casa, e se pôs a trabalhar. Velhos hábitos não mudam... Ao menos agora se preocupava mais em participar da vida do filho. Era um bom começo.

                De volta ao quarto de Gabriel, os garotos estavam arrumando um espaço para estender o colchão inflável. O cômodo não era tão grande, mas dava para encaixar bem e, com algum esforço, ainda sobrava algum espaço.

                — Pronto! Finalmente acabamos! — Gabriel comemorou ao ver tudo ajeitado. Não foi exatamente fácil recolher tudo que tinha jogado no chão, encher o colchão e arrumar algumas cobertas e travesseiros.

                — Podíamos ter poupado o esforço se você me deixasse dormir com você na cama... — Daniel comentou em tom de brincadeira.

                — Não sei se percebeu, mas minha cama é de solteiro. — O outro replicou no mesmo tom.

                — Detalhes. —Sorriu e decidiu encerrar a brincadeira, ao menos por hora, pegando sua escova de dente e pijamas. — Volto já.

        — Tá bem. — Gabriel nem se preocupou em dizer onde era o banheiro, já que Daniel esteve lá antes. Estranhamente, era bom ter o amigo por perto, e as brincadeiras quase o faziam se esquecer da apreensão. Quase.

          Felizmente, o garoto teve uma ideia durante o jantar. Bem... Estava mais para esperança que para ideia de fato, mas já era algo. E, com esse pensamento em mente, ele começou a revirar as gavetas do criado mudo antes que Daniel voltasse. Talvez nem estivesse mais lá ou sua mãe tivesse jogado fora, mas valia a pena tentar! Após vários minutos revirando toda a bagunça das gavetas, que provavelmente não eram arrumadas ou mesmo vasculhadas a um bom tempo, ele encontrou o que queria:

           Sua antiga luz noturna.

        Gabriel se sentia meio bobo por pegá-la de novo depois de tanto tempo, ele parou de usá-la aos 11 anos, mas foi a melhor ideia que teve. A luz em si era tipicamente infantil: pequena, com a imagem de uma cabeça de cachorro que brilhava numa luz branco-amarelada quando posta na tomada. Era forte o bastante para iluminar todo o quarto, mas não o bastante para lhe tirar o sono, e isso com certeza valia a vergonha de usá-la na presença do amigo!

          Falando nele, o garoto ouviu a porta do banheiro ser aberta, o que significava Daniel o esperando no quarto. Ele se apressou para tomar um banho rápido, escovar os dentes e vestir o pijama antes de encará-lo. Ao voltar para o quarto, a primeira coisa que fez foi se dirigir à tomada e ligar a luz noturna, ignorando o olhar curioso do amigo.

              — Ah... — Daniel parecia em dúvida quanto a questionar ou não. — Para que o abajur?

           — Nada demais, só... Me deixa mais tranquilo. — Gabriel tentou encerrar o assunto por ali mesmo.

            — Ainda tem medo do escuro? — O sorriso que sucedeu a frase estava entre compreensivo e divertido.

           — É, um pouco... — O garoto teve certeza que ruborizou um pouco. Não é exatamente fácil admitir isso para seu melhor amigo e namorado aos 16 anos. — Enfim, vamos dormir? — Ele disfarçou o desconforto do momento e, quase no mesmo momento, apagou as luzes.

       — Já? Podíamos ficar acordados fazendo algo mais divertido. — Daniel sugeriu e, como o quarto ainda estava relativamente bem iluminado, Gabriel pôde ver sua expressão esperançosa e sorriso doce.

           — Uh... Acho que só um pouco não faz mal... — Gabriel tinha muita dificuldade de dizer “não” para o outro, principalmente quando ele fazia aquela cara infantil e sorridente. — Mas outro dia, tá bem? Eu estou mesmo com sono... — Completou olhando para a parede, toda aquela preocupação com essa noite o deixou exausto.

         Poucos segundo depois, ele sentiu uma mão em seu queixo fazendo-o encarar o amigo e, em seguida, um par de braços o envolvendo gentilmente.

       — Ei, tudo bem. — Daniel sorriu. — Eu entendo. E temos muito tempo para nos divertir depois. — Completou e colou seus lábios de forma casta. — Boa noite, Gabe.

    — Boa noite.

*

    Gabriel acordou por volta das duas da manhã sem motivo aparente e com a desconfortável sensação de ter alguém o observando, a qual decidiu ignorar veemente e apenas voltar a dormir. Afinal, era só paranoia, certo? Ele planejou tudo e era simplesmente impossível que algo desse errado. Depois de algum tempo tentando pegar no sono sem sucesso, desistiu e abriu os olhos novamente, só então percebeu algo preocupante: o quarto estava escuro.

    Lentamente, ele virou a cabeça para espiar o resto do quarto, já que dormia virado para a parede. Entretanto, se arrependeu da ideia assim que a concluiu, pois parado no canto, com seus olhos amarelos indo lentamente de Daniel para Gabriel e sem seu habitual sorriso, estava o Bicho-papão. Quando percebeu o garoto acordado e o encarando, a expressão sorridente voltou a seu rosto e ele se dirigiu à cama sem dizer uma palavra, o movimento rápido e silencioso como uma verdadeira sombra.

     — Olá, Gabriel. — Ele cumprimentou num tom estranhamente calmo e enfatizando o nome do garoto. Este permaneceu calado, tanto por temer acordar Daniel quanto por não saber como lidar com a situação e, perante o silêncio, a criatura continuou. — Qual o problema? Não quer acordar seu amiguinho? Aliás, quem é ele? — Na última questão, o tom de voz foi ligeiramente mais agressivo.

    — Ninguém... — Gabriel disse em voz baixa e se ergueu na cama, sentando-se ao lado do ser. Se tiver que conversar, melhor fazer isso direito. — Por que você está aqui?

     —Ora, fala como se eu não aparecesse aqui sempre. — O sorriso pareceu, de alguma forma, ainda mais largo. — Mas, se quer dizer como eu consegui aparecer mesmo com aquela sua maldita luz, bem, parece que seu convidado não conseguiu dormir com a claridade e a desligou enquanto você dormia. — O leve tom de raiva voltou. — Agora vai me dizer quem é ele?

     O garoto suspirou e encarou o chão, pensando seriamente no que responder. Ele poderia simplesmente mentir e dizer que era apenas um amigo, mas aquele ser parecia sempre saber quando ele mentia... Ele poderia dizer a verdade, mas nem queria pensar nas consequências dessa opção. Ou ele poderia simplesmente ligar de novo a luz noturna, se fosse rápido o bastante, poderia alcançá-la antes de ser parado pela criatura, e o elemento surpresa estava a seu favor, afinal, essa era uma “resposta” inesperada.

          Sim, essa parecia a melhor coisa a fazer.

      — Ele? Hm... Ele é — No meio da frase, Gabriel avançou para o interruptor da pequena luz, apenas para ter seus pulsos segurados rapidamente pelo Bicho-papão.

          Ele devia ter levado a velocidade sobre-humana em conta quando fez o plano...

           — Já quer se livrar de mim? Que maldade, desse jeito até me magoa. — O tom de zombaria era praticamente palpável na voz dele. — Então, você dizia?

          — Eu dizia que ele é... — O garoto se viu sem muitas opções. Mentir parecia uma péssima ideia, ele não conseguia se livrar do aperto para acender qualquer luz e ficar em silêncio só aumentaria a insistência e a desconfiança do outro. — Meu namorado.

         Depois dessa afirmação, o quarto voltou ao silêncio. Gabriel sentia o par de olhos brilhantes o analisando e, pouco depois, encarando fixamente Daniel com uma expressão de desprezo. As mãos que restringiam seus pulsos aumentaram o aperto de forma quase dolorosa e a criatura não parecia se dar conta do fato.

      — Está me machucando. — Ele praticamente sussurrou, preocupado com possíveis explosões de raiva ou algo do gênero. Às vezes, lidar com aquela criatura era como andar num campo minado!

      — Oh, desculpe. — Só então o Bicho-papão pareceu voltar à realidade, deixando de encarar seu novo “rival” e voltando sua atenção ao garoto. Ele diminuiu a pressão nos braços alheios, mas não os largou. — Eu só... Me distraí. Então, você tem um namorado, como isso aconteceu? — Os dentes cerrados deixavam clara a frustração contida.

      — Ele gosta de mim, eu gosto dele... — Gabriel fugiu da questão. — Pode me soltar agora? — Completou, aquilo já estava estranho.

     — Só se prometer não acender nenhuma luz. — Por algum motivo, essa fala era muito familiar. O garoto só assentiu e, quase imediatamente, teve seus braços libertados. — Seu namoro com ele não vai durar. — Disse com convicção, olhando o garoto nos olhos.

        — Como você pode saber? — Ele retrucou um pouco mais alto do que pretendia, mas não acordou Daniel.

       — Ora, porque você já é meu. — Ele se aproximou mais do garoto. — E eu não vou desistir de você tão fácil. — Afirmou e lhe lambeu a bochecha rapidamente antes de se afastar. — Não importa o que eu precise fazer.

       — Se você fizer algo com ele, eu não vou te perdoar. — Gabriel disse olhando para Daniel e se surpreendeu com a própria rispidez, nunca pensara que falaria assim com alguém, especialmente com alguém que costumava o aterrorizar, mas a ameaça implícita o preocupou. Ele precisava deixá-lo longe de Daniel! Afinal, o outro não fez nada para merecer se envolver nessa história.

          — Uau, como você é protetor com ele, até fico com ciúmes... — Era difícil dizer quanto disso era brincadeira e quanto era verdade. — Durma, Gabriel. E lembre-se, essa conversa não acabou. — Ele sorriu uma última vez e desapareceu.

          O garoto voltou a se deitar, pensando em tudo que aconteceu. Por fim, decidiu não se torturar com preocupações antes do tempo, pelo menos não a essa hora da madrugada, e voltou a dormir sem sequer se incomodar em acender uma luz. Não é como se fosse adiantar agora de qualquer forma.

                *

        Na manhã seguinte, Gabriel foi acordado com um beijo de “bom dia” por seu namorado, que já estava vestido para ir à escola. Ele sorria, mas parecia com tanta vontade de voltar para a cama quanto Gabriel. Nenhum dos dois fazia muito o estilo de “pessoa matinal”.

       Daniel esperou o outro se arrumar e eles desceram juntos para tomar café da manhã e ir para a escola. Lá encontraram a mãe de Gabriel, que acabara de voltar da padaria e colocava sobre a mesa pães frescos e duas caixinhas de Toddyinho.

        — Bom dia, meninos. — Ela sorriu, mesmo que parecesse apressada. — Eu já tenho que sair, mas deixei o café da manhã pronto. Não se atrasem e levem um casaco, está frio hoje. — Ela se despediu, pegou uma maleta perto da porta e saiu, deixando os dois sozinhos.

    — Sua mãe é sempre assim? — Daniel perguntou enquanto se sentavam à mesa.

        — Assim como?

   — Ah, você sabe. Apressada e sem tempo? Sem ofensas, só curiosidade.

     — Não ofendeu. E sim, ela trabalha muito para conseguir nos sustentar e sempre tenta me dar do melhor. — Apesar das palavras, Gabriel não parecia sentir uma real admiração pela mulher. Parecia mais um discurso ensaiado.

     — Ah tá... — O outro assentiu. — Bem, você tem sorte, ela parece uma boa mãe. — Ele sorriu gentilmente.

        — É...

      Depois de comer, eles escovaram os dentes, pegaram os casacos assim como foram advertidos, pois realmente estava frio, e saíram. Gabriel percebeu que chovera na noite anterior, e as ruas ainda estavam molhadas e com algumas poças. Felizmente, não havia nuvens no céu, o que significava que eles chegariam a escola secos.

      Em algum trecho do caminho, Daniel segurou sua mão sem dizer nada, um gesto bastante natural, e Gabriel permitiu também sem dizer uma palavra. Eles chegaram de mãos dadas como já estava se tornando costume e não ouviram tanto burburinho quanto da última vez. Todos já estavam costumados com a cena.

      Quando chegaram a sala, Gabriel percebeu que André já estava lá, o que era incomum visto que ele costumava estar sempre atrasado. Como de costume, André os ignorou e eles fizeram o mesmo. Dessa vez, porém, havia algo diferente. Provavelmente por causa da época de frio ter chegado, praticamente todos na sala usavam casacos ou jaquetas, e o valentão não era exceção. André usava a mesma jaqueta preta que causou tantos problemas para o garoto, e este achava difícil ignorá-la.

                — Ei, tudo bem? — Daniel perguntou o encarando. — Parece mais perdido que o normal.

     — Ah, tudo bem sim. Tudo muito bem. — Gabriel deixou seus pensamentos de lado e sorriu.

        Os dois conversaram amenidades até o professor chegar a sala e pedir silêncio. Naquele dia, a primeira aula era educação física, o que geralmente aborrecia Gabriel, mas não hoje. O professor sorriu animado e anunciou o que fariam na aula hoje, não que o garoto tivesse prestado atenção... A parte importante veio depois, quando ele disse para todos deixarem os casacos na sala para que não corressem o risco de perdê-los ou esquecê-los e que todos se aqueceriam com uma volta na quadra.

         Apesar de a última parte ser uma droga, a primeira o animou. Uma ideia arriscada se formando em sua mente de súbito.

        Enquanto todos desciam para a quadra, Gabriel diminuiu o passo para ficar no fim da fila e, conforme ganhou distância, simplesmente se virou para voltar à sala. Ele só se esqueceu de um detalhe: seu namorado.

         — Ei, aonde vai? — Daniel indagou curioso e Gabriel se amaldiçoou por não lembrar que seu namorado sentiria sua falta na fila!

             — Esqueci uma coisa na sala, vou lá buscar rapidinho. — Mentiu rapidamente, torcendo por sua voz não tremer.

               — Eu vou com você. — O outro se ofereceu.

         — Não precisa, pode ir para a quadra, eu volto já. — Gabriel esperava não levantar suspeitas com isso, mas tinha que ir só.

               — Uh, tá bem. Te espero lá.

              O garoto suspirou aliviado ao ver seu amigo se afastar e, quando teve certeza que era seguro, andou a passos rápidos para a sala. Chegando lá, foi direto para a carteira de André, seu coração acelerado por sentir que estava fazendo algo que não devia. A jaqueta preta estava jogada sobre o assento, tão perto... Mas isso era tão errado... No fim, a curiosidade venceu a consciência e ele revirou os bolsos, até que suas mãos sentiram um papel um pouco mais firme, papel fotográfico, e ele o pegou.

 


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Notas finais do capítulo

Olá!

Primeiro: minha formatação melhorou? No word ela é certinha, mas quando eu colo aqui desalinha os parágrafos... Bem, eu estou tentando minimizar, mas meu lance é escrever, não formatar!

Segundo: falando do word, eu passei de 100 páginas pela primeira vez na minha existência!

Terceiro: eu devia estar dormindo... Mas quando a inspiração vem, ela vem! E eu que não ia deixar um horário para dormir estragar isso. E sim, eu escrevi 2/3 desse capítulo só hoje. Sem parar.

Quarto: se eu ficar morrendo de sono na aula amanhã, vou culpar vocês.

Quinto: fanart da Lhulhu (como sempre, aliás...)

Sexto: vou mais nem pedir desculpas pela demora porque isso tá ficando velho. Vou só dizer que tenho meus motivos, por mais idiotas que sejam, mas que não vou abandonar a fic.
Afinal, não escrevi tanto para desistir agora!

Sétimo: meu pai acabou de brigar comigo por não estar dormindo sendo que amanhã é segunda... Não sei se culpo vocês, se me culpo, se culpo a história ou se culpo a vida de um modo geral.

Oitavo: momento propaganda gratuita que vai ser ignorada:
Se alguém aí for fã de Pretty Little Liars, curtir um suspense ou terror e tiver tempo livre para acompanhar mais uma long-fic além da minha, dá uma passada aí:

https://fanfiction.com.br/historia/688222/Pretty_Little_Liars_Circus/

Nem que seja para ler o primeiro capítulo e deixar sua opinião.

Nono: numerar coisas é legal.

Mas eu não estou mais falando nada com nada. Então tchau e até o próximo capítulo! Seja lá a década que ele venha.

Bye!



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