Bicho-papão. escrita por Secret


Capítulo 12
Festa na praça.


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Nada a dizer aqui.
Aviso: notas finais enormes como sempre.

Sugestão de música:

https://www.youtube.com/watch?v=aDdz06MFPfU

Não tem nada a ver com o capítulo, mas é massa.



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           —Ei, maninho, tudo bem? — Lucas perguntou casualmente enquanto servia o café da manhã. Seu irmão estava estranho desde que acordou. — Que foi? Vai dizer que não gostou da comida? — Completou com seu típico tom brincalhão.

                —Hm? Não, a comida está ótima. — Gabriel garantiu enquanto olhava para seu prato. Um pedaço de bolo de queijo, algumas fatias de mamão fresco e um copo de suco de cajá. — Só estou pensando numa coisa.

                —Tudo bem então. — O mais velho aceitou a resposta. — Se quiser, também posso ir à padaria rapidinho comprar pão ou algo assim.

                —Não, tudo bem. Senta um pouco e se aquieta! — O garoto exclamou. Seu irmão já havia saído duas vezes em plena manhã de sábado, a primeira para comprar os ingredientes do bolo e a segunda para comprar frutas frescas. Tudo isso antes das sete da manhã!

                —Se aquieta? Parece até a mãe falando! — Zombou. — Então, vai me contar qual é o problema ou não?

                —Nada demais... Então, quais os planos para hoje? — Gabriel mudou o foco da conversa, já sabendo que seu irmão teria várias ideias.

                —Bem, hoje vai ter uma festinha no centro. Comemoração do aniversário da cidade ou algo assim... Pensei em irmos lá. Mas n...

                —Não contar pra mãe, já sei. — O mais novo o cortou. — O que quer dizer com “irmos”?

                —Ué, não acha que eu vou te deixar sozinho em casa por tanto tempo, né? Se a mãe suspeitar que você ficou uma tarde sozinho, ela me mata!

                —Então você vai me levar numa festa, mesmo ela tendo proibido isso, para ela não brigar com você? — O outro ironizou

                —Se ela descobrir a festa, me ferro menos. Tenho a desculpa de não te deixar sozinho em casa. — Ele deu de ombros.

                —... Que horas vai ser? — Gabriel desistiu de tentar ficar em casa. Afinal, Lucas era a teimosia em pessoa e acabaria levando o irmão junto de qualquer jeito.

                — Saímos às seis e voltamos lá pelas dez da noite, que tal? — O mais velho sorriu. — E fica tranquilo que não passamos das dez e meia! Prometo!

                Gabriel assentiu, mesmo que duvidasse da promessa do irmão. Em geral, Lucas só ia embora das festas quando elas acabavam ou perto da madrugada, mas quanto tempo uma festinha comemorativa na praça podia durar?

                Depois do café da manhã, Lucas lavou os pratos, deu uma desculpa qualquer para ir até o outro lado da cidade e, obviamente, arrastou o irmão junto. Eles foram à loja de gibis, ao fliperama, ao shopping... De novo, e a todo lugar que Lucas inventava de visitar. Apenas às onze da manhã o mais velho decidiu voltar para casa, e só porque precisava preparar o almoço.

                — Então, maninho, o que quer almoçar? — Ele sorriu enquanto pegava as panelas.

                — Vai cozinhar de novo? Não tem sobras de ontem?

                — Ah? Não. Eu não faço muita comida, já que só nós dois vamos comer. Até sobraram umas batatas e um pouco de carne, mas eu vou usar para fazer um purê de batatas e, talvez, uma farofa com pedaços de carne. Então, algum pedido para o prato principal?

                — Não... Qualquer coisa está bom.

                — Sem graça. — Lucas mostrou a língua de brincadeira. — Tudo bem, nesse caso acho que vou passar numa peixaria. O almoço deve estar pronto até o meio dia. Meio dia e meia no máximo.

                Gabriel apenas concordou e foi ver TV enquanto seu irmão saía pela milésima vez naquele dia com um pretexto qualquer. Já havia desistido de entender o irmão mais velho, então buscou ocupar a mente com outras coisas. Logo Daniel veio a sua mente, talvez ele estivesse enganado e fosse só uma jaqueta muito parecida? Que relação Daniel poderia ter com André? Eles eram tão diferentes e nem se falavam! Gabriel sorriu e decidiu aceitar essa teoria, afinal, seu melhor amigo nunca se envolveria com alguém como o valentão da escola.

                Pouco depois, Lucas voltou com um peixe fresco e começou a preparar o almoço, que ficou pronto meio dia em ponto. Os dois comeram enquanto conversavam banalidades, a maioria delas ditas por Lucas, Gabriel apenas concordava e comentava algo vez ou outra. Assim que acabaram de almoçar, Lucas lavou a louça e foi até seu irmão com seu típico sorriso.

                —Então... — Ele coçou a nuca e buscou as palavras certas, mas Gabriel o cortou:

                — Aonde vai e quando volta?

                — Ah... Sou tão previsível assim? — Lucas brincou. Gabriel apenas o encarou esperando a resposta. — Tudo bem, você está certo. Vou à casa de um amigo meu e volto a tempo de te levar na festinha da praça...

                — E...? — O mais novo já sabia que, quando seu irmão não terminava as frases, não era bom sinal.

                — Não posso te deixar sozinho por tanto tempo.

                — Não quero ir pra casa do seu amigo! — Gabriel exclamou antes que o outro terminasse de explicar. Ele já foi levado para o shopping e seria arrastado para uma festa, não queria sair de casa para mais nada!

                — Ora, muito menos eu quero te levar! — Lucas zombou com um sorriso brincalhão. — Foi mal, maninho, eu te adoro! Mas tempo com os amigos é tempo com os amigos. — Explicou, o sorriso nunca deixando seu rosto.

                — Então o que vai fazer?

                — Bem... Eu meio que chamei uma conhecida para te olhar nesse meio tempo... Muito gente boa! Lá da escola, talvez você até conheça! — Ele tentou melhorar a frase, já prevendo que Gabriel não curtiria muito a ideia.

                — Você vai me deixar com uma babá?! — O mais novo se opôs. Será que até mesmo Lucas o via como criança? Ele era o mais maduro dos dois!

                — Babá não! Só uma garota para te olhar e impedir que a mãe me mate. — Lucas riu tentando suavizar o clima. — Além do mais, ela é amiga de geral lá na escola, é simpática e é bem gatinha. Aproveita a chance, manda um papo... — Completou com um jeito canalha.

                — Você não tem jeito! — Gabriel riu, entrando na onda do irmão.

                 — Fala sério, uma garota bonita e legal vai passar a tarde com você! No seu lugar, eu estava feito! Só bater um papo não vai te matar. — Ele concluiu. — Agora eu estou indo, ela deve estar chegando. Aproveita!

                Gabriel revirou os olhos, às vezes Lucas o surpreendia. Ele imaginava quem seu irmão teria escolhido... O garoto realmente não conhecia os amigos de Lucas. Afinal, o mais velho sempre saía sozinho e nunca havia levado um amigo para casa. Pouco depois, os pensamentos de Gabriel foram cortados pelo som da campainha. Seja lá quem o irmão chamou, havia chegado. Ele foi até a porta e, ao abri-la, teve uma grande surpresa:

                Era Vanessa.

                A garota também pareceu surpresa ao ver Gabriel. Os dois se encararam por um tempo e, para quebrar o clima estranho, o garoto a convidou para entrar:

                — Uh... Oi, Van. — Ele tentou sorrir normalmente, mas falhou. Era a primeira vez que se viam em quase um mês, então era sim meio esquisito. — Você por aqui? Hm... Pode entrar.

                — Ah, oi, Gabe. — Ela sorriu, também estranhando a situação. — Acho que eu errei de casa. Eu tenho que ficar de babá do irmão de um garoto lá da escola.

                — Eh... — Gabriel não soube o que dizer depois dessa. Será que ela iria rir se ele dissesse que não estava errado, que ela seria babá dele? Nesse momento, o garoto realmente amaldiçoou seu irmão. — Não, não errou não. É aqui mesmo.

                — Você tem um irmão mais novo? Não sabia. — Ela comentou enquanto adentrava a sala de estar e estranhou a demora de Gabriel em responder.

                —... Não, não tenho. Sou eu mesmo. — Ele admitiu de uma vez, não querendo prolongar a conversa.

                — Oh... — Vanessa olhou para as paredes, constrangida, e decidiu mudar de assunto. — Espera aí. O Lucas é seu irmão?

                — É, somos irmãos. Nunca comentei? — Gabriel indagou, era a segunda vez que um amigo não sabia que ele tinha um irmão. Isso o fez pensar que talvez devesse falar um pouco mais da família, mas por fim deu de ombros e deixou o assunto de lado.

                — Não, nunca me disse. Vocês não se parecem nem um pouco! — Ela exclamou enquanto sentava no sofá ao lado do garoto.

                — Não sabia que conhecia o Lucas.

                — Ah, quando se é monitora de corredor, se conhece muita gente! — Ela deu de ombros. — Principalmente os atrasadinhos e os palhaços de turma. — Provocou.

                — Ei! Eu parei de me atrasar! — Ele se defendeu.

                — É, eu percebi. Nunca mais te vi de manhã! Fiquei até com saudade. — Vanessa brincou.

                — Então, como conheceu meu irmão? — Gabriel perguntou mais para manter a conversa que por interesse.

                — Ah, normal eu acho. Ele acaba se encrencando por correr nos corredores e matou aula uma vez, quando eu o encontrei andando por aí na hora da aula. Mas acho que o que marcou foi quando ele me deu uma cantada no corredor no meio de todo mundo! — Ela riu e Gabriel arregalou os olhos. Essa era nova. Como o garoto permaneceu em silêncio, ela continuou: — Vai por mim, foi péssimo! Ele passou uns dez minutos me seguindo, me chamando de “gatinha”, “lindinha”, “florzinha” e até se ajoelhou no meio do corredor! Tudo para fazer todo mundo ao redor rir! Seu irmão é um palhaço de primeira. Só parou quando eu ameacei chamar um professor e reclamar! — Riu da lembrança.

                — Imagino. O Lucas é muito sem noção! — Ele brincou.

Os dois continuaram conversando sobre a escola, séries de TV e outras variedades até Gabriel perceber que havia passado das três horas. O tempo realmente passa rápido quando você está entretido...

                — Ei, Van, quer um lanche ou algo assim? — Ele ofereceu.

                — Claro. Mas deixa que eu faço, afinal, eu sou a babá aqui. — Ela provocou de um jeito carinhoso. — Só mostra a cozinha e me diz onde ficam as coisas.

                Gabriel murmurou algo em resposta à provocação, mas obedeceu. Afinal, o garoto não gostava de cozinhar, então por que não unir o útil ao agradável? Além do mais, ele sabia que Vanessa era boa na cozinha.

                Ela preparou dois sanduíches e pegou a jarra de suco da geladeira, que havia sobrado do almoço. Depois de comer, ambos voltaram para a sala e caíram num silêncio desconfortável. Nenhum deles tinha uma ideia para começar outra conversa.

                — Então... O que quer fazer agora? — O garoto quebrou o silêncio. — Ver TV?

                — Não, essa hora não passa nada bom. — Vanessa pensou um pouco e teve uma ideia. — Ei, você tem um videogame, certo? Tá a fim de uma partida? — Sugeriu.

                — Quero. Mas não sabia que você jogava. — Ele comentou e se levantou para ligar o videogame. — Qual jogo você prefere?

                — Tem Super Street Fighter?

                — Claro.

                Gabriel escolheu o Blanka e Vanessa o Fei Long. A garota era boa, mas Gabriel venceu o primeiro round apertando botões aleatórios na sorte. Ela venceu o segundo round com um ataque especial e, no último round, Gabriel fez um combo mesmo sem saber como e venceu.

                — Ganhei! — Ele comemorou.

                — Nah, sorte de iniciante. Você só saiu apertando tudo!

                — Que nada. — Ele mentiu, rindo. — Você que não sabe perder.

                — Ah é? Que tal um revanche?

                — Eu topo.

                Gabriel e Vanessa passaram o resto da tarde jogando videogame e competindo em jogos de luta. Ele estava até feliz por Lucas o deixar com uma “babá”, afinal, essa era a tarde mais divertida que ele tinha em muito tempo.

Os dois foram interrompidos pelo som da porta sendo aberta, e logo depois Lucas entrou com seu típico sorriso no rosto, que se tornou malicioso assim que viu a pouca distância entre Gabriel e Vanessa no sofá:

— Ei, maninho, se divertiu enquanto estive fora? — Ele disse em tom de brincadeira.

— Ei, pode parar de olhar assim! Seu pervertido. — Vanessa retrucou no mesmo tom.

— Calma. Eu vim em missão de paz. — Ele riu e levantou os braços em rendição. — Bom ver que se divertiram.

— É, foi legal. Eu e a Van nos divertimos. — Gabriel confirmou.

— “Van”? Já estão até com apelidinho! — Lucas riu.

— Lucas. Menos. — Vanessa revirou os olhos e pôs as mãos na cintura. Para a surpresa de Gabriel, o outro obedeceu e se calou. — Bem, agora que você chegou acho melhor eu ir, tenho que me arrumar para ir à festinha da cidade hoje.

— Sério? Legal. Também vamos lá. — O mais velho comentou.

— Legal, quem sabe a gente se vê. — A garota sorriu e arrumou o cabelo, olhando para Gabriel.

— É, a gente se vê. — O garoto disse.

Ela se despediu e deixou os irmãos sozinhos. Lucas pediu para Gabriel ir tomar banho e se arrumar, pois iriam sair logo, depois foi fazer o mesmo. Meia hora depois, eles já estavam prontos para sair.

Ou quase.

— Hey, maninho, qual camiseta eu uso? Azul de botão ou listrada simples? — Lucas perguntou enquanto segurava as duas em frente ao espelho.

— Qualquer uma está boa. — Gabriel repetiu pela terceira vez. Seu irmão já havia feito essa pergunta quanto à calça e ao sapato... E agora já havia tirado umas cinco camisetas do armário e não escolhido nenhuma!

Enquanto esperava o irmão, que pelo visto ainda iria demorar, Gabriel pegou o celular para jogar um pouco. Entretanto, se surpreendeu ao ver que tinha uma nova mensagem. Era de Daniel:

“Oiê! Planos para hoje? :)“.

Gabriel viu que a mensagem já tinha quase meia hora, mas decidiu responder:

“Vou pra festa no centro da cidade com meu irmão. Pq?”

Em menos de cinco minutos, recebeu uma resposta:

“Legal, eu vou tbm. Nos vemos lá?”

“Ok”

Gabriel teve uma ideia, mas hesitou um pouco. Parecia um plano estúpido. Mesmo assim, ele digitou:

“Vai com q roupa?”

Pouco depois, veio a resposta:

“Ñ decidi, pq?”

“Vc devia ir com aquela roupa da festa. Que vc mandou foto”.

O garoto imaginava que Daniel estranharia essa conversa. Mas ele precisava tirar essa dúvida. Logo veio a resposta:

“Pq?”

Essas duas letras perturbaram Gabriel. O que ele podia dizer? Depois de um tempo, teve uma ideia. Era ruim, mas foi a única coisa que pensou:

“Fica bem em vc”.

A resposta veio de imediato:

“Tah bem. Te vejo lá! ;p”

O garoto respirou aliviado. Agora resolveria isso de uma vez por todas.

*

Quando chegaram ao centro da cidade, já estava anoitecendo e havia muitas pessoas, praticamente metade da cidade estava na festa. O evento em si não era tão grande quanto Lucas esperava, a praça estava tomada por barraquinhas variadas: de comida, de jogos e até de vidência. Mais afastado da praça estava um palco com uma banda pouco conhecida contratada para a festa, onde várias pessoas estavam dançando. Mesmo não sendo famosa, a banda era muito boa.

— Então, eu vou ver se tem uma barraca do beijo esse ano. Vem comigo? — Lucas ofereceu com um sorriso canalha.

— Não. — Gabriel rolou os olhos, por algum motivo aquela frase não o surpreendia. — Marquei de encontrar um amigo aqui.

— Ah, posso confiar em você sozinho? — Lucas brincou.

— Tenho 16 anos! Sei me cuidar. — O mais novo garantiu. — Pode ir.

— Tá bem, te encontro nesse mesmo lugar daqui a duas horas, ok?

— Ok.

Gabriel observou enquanto Lucas sumia em meio à multidão, depois se escorou numa barraquinha de cachorro-quente para esperar Daniel. Ele com certeza fez papel de bobo com aquela mensagem, mas ao menos poderia tirar essa dúvida. Com certeza ele estava errado e aquela era apenas uma jaqueta muito parecida... Pelo menos era nisso que queria acreditar.

Dez minutos depois, Daniel chegou. Ele usava uma calça jeans, um sapatênis, uma camiseta qualquer e a jaqueta por cima e cumprimentou Gabriel com um sorriso no rosto.

— E aí? Como vai? — Ele disse simpático.

— Ah, bem, e você? — O garoto disse automaticamente enquanto via a jaqueta, mas estava muito escuro para observar os detalhes.

— Ótimo! — Daniel sorriu e percebeu que o outro observava suas roupas. — Então, acho que estou bonito? Você disse que fica bem em mim...

— Uh? Ah, claro. Ficou ótimo. — Gabriel sentiu o sangue fluir para suas bochechas, Daniel realmente tinha que comentar isso? Era tão estranho elogiar alguém assim abertamente! Ainda mais um amigo!

— Obrigado. Então, quer passear por aí? Podíamos ver as barracas de jogos.

— Claro. Vamos. — O outro concordou, já que as barracas deviam ser mais iluminadas. Assim, ele poderia analisar melhor a jaqueta e se livrar daquela dúvida de uma vez por todas.

*

Os dois jogaram na barraquinha de derrubar garrafas. Gabriel errou as três tentativas, o que rendeu algumas risadas de Daniel. Já o último errou as duas primeiras, mas acertou a terceira por pura sorte, ganhando um chaveirinho de pelúcia como prêmio.

— É, nós somos terríveis nesse jogo! — Daniel afirmou.

— Concordo totalmente. — Gabriel riu.

— Pega, pra você. — O outro sorriu e lhe entregou o chaveirinho de ursinho de pelúcia.

— Ah... Obrigado, eu acho. — Ele realmente não esperava isso, mas aceitou o presente.Quando Daniel estendeu o braço para entregá-lo, Gabriel reparou novamente no rasgo da manga. Era exatamente no mesmo lugar que o vidro cortou André.

— Quer comer algo agora? Eu pago. — Daniel sugeriu.

— Claro. Vamos lá.

Ambos encontraram uma mesa numa parte mais quieta do evento e Daniel pediu para o amigo o esperar enquanto ele pegava um lanche, voltando poucos minutos depois com dois cachorros-quentes e dois copos de refrigerante numa bandeja. Os dois comeram enquanto comentavam sobre assuntos banais, ao provar o refrigerante, Gabriel estranhou o sabor, era um pouco forte, mas não ruim.

— Que refrigerante é esse?

— Ah, uma marca desconhecida, parecida com a Fanta eu acho, ou com a Sukita... Por quê? Está ruim?

— Não, está muito bom. Só é diferente, mas é bom. — Ele disse e tomou um grande gole, se sentindo muito bem. Era doce, mas não enjoativo. Logo ele esvaziou o copo. — Tem mais?

— Claro, deixa que eu pego outro copo para você. — Daniel sorriu solícito.

Pouco depois ele voltou com outro copo e eles continuaram a conversa. Surpreendentemente, esta fluiu muito melhor agora, de repente surgiram mais assuntos e Gabriel achou até que eles eram mais divertidos, pois arrancaram alguns sorrisos seus. Daniel também parecia mais animado com a conversa. Logo o garoto se lembrou do assunto que o incomodara tanto:

— Onde arrumou essa jaqueta? — Gabriel riu e apontou para a peça de roupa.

— Ah, era só uma roupa velha que estava lá e casa. — Daniel deu de ombros e se esquivou da pergunta: — Quer ir para um lugar mais vazio? Quero falar com você. Em particular.

— Claro, seria perfeito! Também preciso falar com você. Um assunto bem importante! — O garoto gesticulou exageradamente. Já era hora de dividir sua paranoia, assim Daniel poderia apenas negar qualquer relação com André e os dois ririam disso tudo.

Daniel os conduziu até um muro no canto da praça, onde era praticamente deserto e, por ser oposto ao palco, era bem silencioso. Quando chegaram lá, Gabriel tomou a palavra:

— Então, eu queria saber se...

— Espera. — Daniel o interrompeu gentilmente. — Tudo bem se eu falar primeiro?

— Ah... Tá.

— Bem, é uma coisa que eu queria te dizer faz tempo, mas não sabia como... Eu... Bem... Eu gosto de você.

— Eu também gosto de você, é meu melhor amigo. — Gabriel riu, não entendendo direito o que Daniel quis dizer.

— Não, você não entendeu... Eu gosto mesmo de você. — Ele enfatizou o “mesmo”, mas Gabriel continuou com a expressão confusa, então ele decidiu ser mais claro: — Eu quero namorar você.

 


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Notas finais do capítulo

Primeiro o mais importante: quem NÃO quer me matar levanta a mão!

Por favor, pelo amor do que você ama, faça papel de idiota e levanta a mão para o computador/tablet/celular que você está usando. Tô nem aí se tem gente olhando!

Eu demorei uns 12 dias... E não sei nem como começar a pedir desculpas. Vou tentar assim: desculpa!

Não tenho desculpa, não fiz nada da vida, nada agitou minha vida. Só passei pela época dos "baixos" nos "altos e baixos do meu humor".

Eu realmente não queria ser vocês! Deve ser chato depender do meu humor para ter história.

Enfim, segunda coisa muito importante:

Fanart feita pela Imperfect Girl!
Valeu mesmo, Gabi!
Até assinou meu nickname!
E dessa vez nem precisou gastar metade do lápis preto!
Adorei o detalhe do carrinho na camiseta.

Terceiro: Enquete!
Isso não podia faltar, vocês sabem que eu adoro fazer perguntas aleatórias para vocês!
Espero que não me achem irritante por isso.

Tenho duas perguntas, quem quiser fazer a grande gentileza de me responder:

1: Quais são seus personagens favoritos e os mais detestados? (quero pôr numa escala de popularidade porque... Porque eu quero)

2: Como era o bicho-papão de vocês da infância? (se alguém aí se lembrar)

Enfim, valeu mesmo quem leu até aqui!
E, se alguém responder as perguntas, juro que retribuo!
Não que alguém esteja minimamente interessando em saber o que eu acho, mas deixa eu me iludir!

Até o próximo!

Ah, e antes que eu esqueça, ganhei uma recomendação nova.
Valeu mesmo, pp!
Já viram gente que manda indireta discreta para as pessoas se tocarem? Pois é, ela joga na cara mesmo.
Ela disse que eu "torturo meus leitores com a demora".
Bem, depois de tanto tempo para postar isso, não posso nem discordar!
Obrigado, pp! Adoro gente sincera!
Sem ironia, do fundo do meu coração! Eu posso lidar com uns tapas na cara de realidade.
Tem que cobrar mesmo!
Enfim, beijo!

E vou parar de tagarelar por aqui.

Bye!