Inevitável escrita por P4ndora


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

OLÁ FAMÍLIA P4NDA!
É com muito orgulho/dor/felicidade/um monte de coisa, que eu anuncio a terceira e última temporada de Incompletos: Inevitável. Resolvi postar logo porque minhas provas acabaram e eu tô feliz, e porque não consigo mais me segurar de tanta euforia. VAMOS NOS ABRAÇAR.
Apesar de querer dizer um monte de coisa vou guardá-las para as notas finais.
Enfim basicamente é isso, espero que vocês gostem tanto quanto eu. Até as notas finais.



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Ele encarava impacientemente seu reflexo no espelho enquanto passava os dedos por seus cabelos negros, ainda molhados. O tempo parecia passar mais devagar desde que chegara naquela casa. Edmundo tentou se distrair por alguns segundos, mas seus devaneios foram desfeitos por rápidas batidas na porta do quarto.

— Tia Polly já irá servir o jantar – avisou Lúcia, adentrando o quarto.

— Tudo bem.

A resposta sem emoção não pareceu agradar sua irmã, pois Lúcia continuou parada na frente da porta enquanto analisava o irmão com um semblante preocupado. Eles nunca precisaram de palavras para saber o que o outro estava sentindo.

— É ela, Lu – sussurrou Edmundo, virando para a irmã, retomando o assunto que ela sempre tentava evitar – Eu consigo sentir isso.

— Edmundo...

— Eu sei! Não precisa me dizer que ela já havia partido quando Eustáquio foi lá pela última vez, tudo bem? Mas algo me diz que o pressentimento ruim do professor tem haver com ela.

Lúcia suspirou. Às vezes Edmundo se perguntava como a irmã conseguia lhe suportar com tanta paciência, pois não importava o que lhe diziam, ele nunca desistiria da ideia de que talvez houvesse esperança.

— Eddie – começou Lúcia, colocando sua mão no ombro do irmão da mesma forma maternal de sempre – Eu sei o quanto isso deve ser difícil, mas já passou da hora de aceitar.

— Mas...

— O professor Digory reuniu todos nós aqui porque acha que Nárnia precisa de nossa ajuda. Mas você tem que aceitar que isso não tem nada haver com a Skye. Ela se foi! E você sabe que talvez já tenha passado milhares de anos lá.

Aquela conversa já havia se repetido diversas vezes, mas as palavras da irmã ainda faziam o coração de Edmundo doer. Ele abaixou sua cabeça, olhando para seus próprios pés, tentando esconder o quanto aquilo ainda fazia sua consciência pesar.

— Vamos jantar – pediu Lúcia, puxando o irmão pela a mão – Os outros estão nos esperando.

❄❄❄

A mesa estava coberta por um banquete, e tudo parecia extremamente delicioso. Todos conversavam animadamente sobre o assunto que importava a cada um naquela mesa: Nárnia. Mas Edmundo ainda preferia ficar calado e só falar quando alguém lhe perguntava algo. Pedro sempre tentava lhe incluir nos assuntos, mas isso nunca durava muito tempo. Edmundo apenas fingia estar interessado, mas na verdade sua mente estava bem longe dali.

Há sete anos, Lúcia e Edmundo receberam uma carta de Eustáquio, onde ele lhes contava que havia voltado à Nárnia. Quase imediatamente, eles convidaram o primo para lhes visitar durante as férias, que não estavam muito longe.

Quando finalmente elas chegaram, Eustáquio veio junto. Ele contou-lhes tudo que havia vivenciado ao lado de sua amiga Jill, que os primos já conheciam.

Apesar de a aventura ser extremamente fascinante e cheia de novas informações sobre o estado de Nárnia, Edmundo só queria saber de uma coisa: como estava Skye?

Mas Eustáquio não sabia, pois ele não havia visto Skye durante o tempo que passou lá, nem ninguém falou sobre a garota. Um mau pressentimento tomou conta de Edmundo, mas para acalmar seu coração, Eustáquio sugeriu que talvez ela tenha saído de Nárnia e ido para outro país.

Porém, isso não fazia sentido nenhum, pois não era uma coisa que Skye faria. E Ethan também não foi citado nenhum momento, nem a criança que Skye deveria ter concebido. Por fim, havia apenas uma hipótese: os três haviam morrido. Era algo extremamente doloroso de se pensar, e Edmundo demorou muito tempo para perceber que talvez aquilo fosse verdade. Só de lembrar, todos os sentimentos ruins voltavam à sua cabeça.

— Você está bem? – sussurrou Lúcia, ao perceber que o irmão estava suando.

— Claro, eu só...

Mas antes que Edmundo pudesse responder, Eustáquio levantou-se com rapidez e Jill deu um gritinho. Tia Polly e Lúcia também se levantaram abruptamente, prendendo a respiração. O copo de vinho que estava na mão do professor Digory caiu no chão, fazendo um estardalhaço.

Só então Edmundo notou o que chamou tanto a atenção de todos. A silhueta de um homem fantasmagórico estava a poucos metros da mesa. Edmundo prendeu sua respiração e trocou um rápido olhar com Pedro, que estava extremamente pálido. Algo naquele “homem” fazia Edmundo se lembrar de Nárnia. Pedro pareceu sentir o mesmo, pois segundos depois ele proferiu:

— Fale, se é que você não é um fantasma ou uma visão. Existe em você algo que lembra Nárnia. E nós somos os sete amigos de Nárnia.

O homem continuou fitando-os, como se fizesse força para dizer algo, mas nenhuma palavra saiu de sua boca. Pedro levantou devagar, e com um tom de voz firme e decidido falou mais uma vez com a silhueta:

— Espectro ou espírito, ou seja, lá o que for! Se você é de Nárnia, ordeno-lhe em nome de Aslam que fale comigo. Eu sou Pedro, o Grande Rei.

Novamente, sem resposta. Mas algo começou a acontecer: o homem começou a ficar cada vez mais difícil de enxergar.

— Ele está desaparecendo! – exclamou Edmundo.

Todos começaram a falar ao mesmo tempo, procurando uma razão para tudo aquilo que estava acontecendo, até que o homem simplesmente evaporou.

❄❄❄

A relação do que havia acontecido com o mau pressentimento do professor foi quase imediata. Estava mais do que claro para todos que Nárnia precisava de ajuda, e era o dever de todos ali ajudá-la.

Mas uma nova questão havia sido criada: como chegariam lá? Três dias depois do acontecido, os sete se reuniram em uma das várias salas da casa do professor, para tentarem decidir o que fazer.

— Seria tão mais fácil se o guarda-roupa ainda existisse – reclamou Edmundo.

— Claro que seria. Mas nem sempre o caminho mais fácil é o melhor caminho – respondeu o professor, com um semblante pensativo.

— Não tem como – disse Pedro por fim.

— A menos que Aslam nos leve de alguma forma – disse Eustáquio.

— Com nós, você quis dizer você e Jill, certo? – perguntou Lúcia tristemente.

Acontece que tirando Jill e Eustáquio, nenhum dos outros podiam retornar à Nárnia. E isso continuava sendo motivo de grande tristeza para todos. O silêncio tomou conta do local. Nenhuma ideia parecia boa o bastante, até que o silêncio foi rompido por Polly.

— Digory, acho que não levamos uma alternativa em conta. Você sabe bem do que estou falando, certo?

— Por Aslam, como pude não me lembrar disso.

Os dois ficaram cochichando coisas, deixando os mais novos cada vez mais confusos.

— Professor, do que vocês estão falando? – perguntou Jill.

Então o professor lhe explicou tudo. Há muito, muito tempo atrás, Polly e Digory presenciaram a criação de Nárnia. Os dois viajaram para lá através de anéis mágicos. Mas também havia um problema. Os anéis haviam sido enterrados no quintal da casa dos tios de Digory, que ficava em Londres, e a casa tinha sido vendida.

O grande problema agora era como consegui-los.  Mas Pedro e Edmundo criaram um plano. No dia seguinte, os dois se vestiram de trabalhadores e partiram para Londres, bem antes do sol nascer. O plano era entrar no quintal da casa pelos fundos, antes que o pessoal da casa acordasse. Se alguém lhes visse, pensaria que estavam ali para fazer reparos no esgoto.

Tudo ocorreu como o planejado, e eles conseguiram encontrar uma caixinha com anéis verdes e amarelos. Então, os dois foram até o correio mais próximo, para que pudessem mandar um telegrama para a casa do professor.

Dois dias depois, o resto do grupo estaria indo para Londres, para que assim Jill e Eustáquio pudessem usar os anéis. O combinado era que Edmundo e Pedro encontrassem o resto do pessoal num determinado lugar próximo a escola de Jill e Eustáquio. Mas Pedro achou melhor esperá-los na estação, pois tudo podia ser feito de forma mais rápida.

Na estação, os dois esperavam de pé, próximos aos trilhos.

— Não seria engraçado se todo o nosso pessoal estivesse no mesmo trem? – perguntou Edmundo.

— Como assim?

— Lembra que mamãe e papai pegariam um trem para Bristol hoje bem cedo? E o resto do pessoal está vindo para cá no primeiro trem do dia, então pode ser que talvez eles estejam no mesmo trem.

— Seria bem legal mesmo, quem sabe poderemos ver o pai e a mãe – disse Pedro animado.

— Veja! O trem está chegando! – exclamou Edmundo.

O trem vinha se aproximando da estação, mas havia algo estranho. Ele estava muito rápido. Antes de chegar à estação o trem teria que dobrar uma curva. Aquilo deixou Edmundo extremamente preocupado.

— Pedro... O trem...

— Está muito rápido...

O trem dobrava a curva em alta velocidade, quando um estrondo pavoroso pode ser ouvido e algo atingiu o corpo de Edmundo violentamente, apesar de não ter doido. Um dos joelhos de Edmundo estava machucado por causa de uma partida de futebol, e de repente, ele sentiu a ferida cicatrizando e sumindo logo depois. Seu corpo parecia muito leve e a animação tomou conta dele. Durante todo esse tempo, Edmundo havia mantido seus olhos fechados. Mas tomou coragem para abri-los. Ele já não estava mais na estação.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente: EU ADOREI ESSA CAPA. Sem sombra de dúvidas é a minha favorita.
Inicialmente, Inevitável seria narrada em 1º pessoa, mas por motivos óbvios como: eu não gosto de escrever em primeira pessoa, então voltamos com a boa e velha escrita em 3º pessoa.
Mas vamos logo ao ponto.
Eu disse em algum lugar, que nesta história eu queria dar um final para cada personagem, não só o Edmundo e a Skye. Mas nunca disse isso oficialmente. E como são vocês que mandam aqui, quero saber se vocês gostam dessa ideia. Não terá nenhum problema se vocês apenas quiserem o desfecho de Sked, pois esse capítulos "extras" não mudaram a história do nosso casal,
Enfim, o que vocês acham?
Assim que eu receber o feedback, o próximo capítulo sairá.
Muuuuuitas bjks da tia P4nda ♥