Déjà vu escrita por Paulinha Almeida


Capítulo 8
Capítulo 8




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/687490/chapter/8

No meio da tarde recebi uma mensagem de Harry perguntando se eu gostaria de comer alguma coisa mais tarde, quando ele saísse do trabalho. Sem interromper o preparo da minha salada digitei com apenas uma mão:

"Hoje já tenho compromisso, não vai dar."

Desbloqueei o aparelho segundos depois para ler sua resposta:

"Uhn, sem problemas. Divirta-se."

Voltei ao que estava fazendo e aproveitei o tempo em casa para descansar e colocar em dia minha caixa de e-mails pessoais.

Meu celular só voltou a tocar no fim da tarde quando meu irmão informou que passaria para me buscar em meia hora para irmos a uma hamburgueria. Quando o interfone tocou, anunciando sua chegada, eu ainda não tinha terminado de me vestir e pedi para que ele subisse e não ficasse esperando na rua.

Abri a porta segurando minha saia marrom no lugar e logo depois de dar um beijo em seu rosto e deixá-lo entrar me virei e pedi:

—Fecha o zíper aqui para mim, por favor.

Com muita habilidade ele o fez, trancou a porta atrás de si e me seguiu até o quarto, onde eu estava vestindo minha regata preferida de cetim.

—E aí, como estão as coisas? - Perguntou se jogando deitado na minha cama.

—Tudo bem, nenhuma novidade. E você?

—Nada novo também. Te falei que estava terminando um site, não? Entreguei semana passada e já está funcionando super bem.

—Que legal. - Comentei prestando mais atenção em procurar a sandália que gostaria de usar.

—Então, agora você é a sobremesa de alguém? - Perguntou entre irônico e divertido.

—Foi mal pela mensagem, eu estava quase dormindo quando respondi e nem olhei quem era. - Me desculpei de novo enquanto finalmente calçava os sapatos, rindo de sua expressão desconfiada.

Ele fez um sinal de que não tinha problema antes de começar a sondar:

—Quem é?

—Um cara que conheci esses tempos.

—Faz tempo que estão se vendo?

—Saímos umas duas vezes.

—Gente boa?

—Uhum. - Afirmei vagamente enquanto passava batom.

—Está gostando?

—Estou me divertindo.

—É o que importa. - Opinou dando de ombros e eu assenti ainda sem me virar para ele.

—E ele é viciado em Animanix.

—Tem bom gosto, pelo menos. - Afirmou, convencido com a referência a uma de suas criações mais populares.

—Claro que tem, olhe para mim. - Pisquei para sua expressão de nojo e ele riu.

—Qual o nome da vítima?

—É Harry. - Informei fechando o zíper da minha necessaire e me virando. - Comprei uma coisa para você!

—Não precisava se incomodar, Gin. - Falou o que sempre respondia, mas exibindo o sorriso de satisfação de todas as vezes.

Abri a porta do meu armário e puxei a sacola de presentes azul dali de dentro, depois me empoleirei no colchão ao lado dele e entreguei. Seus olhos brilharam quando ele puxou a caixa do smartphone super moderno de última geração que mal tinha sido lançado.

—Uau! - Exclamou virando o aparelho nas mãos. - Acertou em cheio.

—Sempre acerto em cheio, Ron. - Constatei o óbvio e ele riu.

—Obrigado, adorei.

—Não me agradeça, capriche no meu também. - Avisei e ele me olhou de canto.

—Vou te dar um cartão musical e mandar uma daquelas mensagens móveis, imagino sua cara encontrando um fusca dourado com auto falantes e um monte de balão vermelho escrito parabéns ali na portaria. - Prometeu, me fazendo olhar para ele ameaçadora e rindo. - Vamos?

O local não ficava assim tão perto do nosso bairro, mas o serviço e o cardápio faziam os minutos a mais de percurso valerem a pena. Nos divertimos juntos por umas duas horas entre batatas fritas, hambúrgueres artesanais de picanha e milk shakes até decidirmos encerrar a noite e ir para casa.

Quando o garçom parou ao lado da nossa mesa com a máquina de cartões a postos para receber metade do valor da conta de cada um de nós, Ron colocou a mão nos bolsos e fez uma expressão confusa.

—O que foi? - Perguntei sem entender.

—Meu cartão, não acho.

—Não está na carteira?

—Não, tenho certeza de que estava no bolso.

—Deve ter caído quando você deitou na minha cama, então. - Deduzi e me virei para o rapaz esperando com uma paciência ensaiada. - Passe tudo aqui, por favor.

—Te devo essa.

—Deve mesmo - Confirmei, digitando a senha, mas ela pareceu nem ouvir.

Apanhei a minha via de comprovação da transação e saímos em direção ao estacionamento. No caminho ele foi me contando que estava pensando em tirar duas semanas de férias por alguma praia paradisíaca, gastando os dias com água de coco e os mergulhos que ele tanto gostava.

—Você poderia ir comigo, não é? - Convidou, novamente insistindo para que viajasse com ele.

—Vou tentar, mas não prometo.

—Você disse isso nas três últimas vezes que te convidei. - Argumentou revirando os olhos.

—Não estou a fim de viajar, Ron.

—Você nunca está.

—A gente não pode ir para um lugar mais perto? Algo de uns dois dias, sei lá. Não me oponho a isso, você sabe.

—Dois dias não da para nada, Gin.

—Eu descanso muito bem em dois dias. - Dei de ombros e ele balançou a cabeça, mas não disse nada. - E não reclame a toa, a última vez que tirei férias foi com você e ficamos três semanas inteirinhas longe.

—Quatro anos atrás. - Desdenhou virando na rua da minha casa.

—De lá para cá não tenho tido muito tempo, oras. E você deveria estar feliz, minha carreira está indo super bem. - Repeti novamente o que sempre dizia quando ele insistia nisso e ele fez a mesma cara que fazia todas as vezes, de quem não concordava. - Vai subir?

—Sim, vou ver se meu cartão ficou aqui mesmo ou se vou precisar cancelar e pedir outro.

Subimos em silêncio no elevador e ele foi direto ao meu quarto quando abri a porta, de onde voltou alguns segundos depois com o pequeno objeto prata reluzente nas mãos.

—Se queria que eu pagasse era só pedir, não precisava tudo isso.

—Vou levar em consideração na próxima fez. - Prometeu e se inclinou para me dar um abraço e um beijo na bochecha. - Se cuide, menina.

—Você também. - Recomendei de olhos fechados, aproveitando o conforto do seu carinho fraternal.

—E tente tirar férias. - Aconselhou me olhando e eu me segurei para não revirar os olhos e apenas assentir.

—Vou tentar. - O jeito que ele me olhou dizia claramente que ele sabia que eu não estava sendo tão sincera assim.

Abri a porta para ele sair e dei de cara com minha vizinha chegando em casa com algumas sacolas nas mãos.

—Oi, Mione. - Cumprimentei com um sorriso.

—Ei Gin, tudo bem? - Antes que eu respondesse seu olhar foi atraído para a pessoa atrás de mim e seu sorriso até então sincero se tornou subitamente sem graça. - Olá, Ronald.

—Hermione. - Ele respondeu com uma formalidade inusual.

—Ainda está de férias? - Perguntei, ignorando com sucesso o clima ao meu redor.

—Sim, tenho mais duas semanas para ficar em casa. Embarco amanhã para a Austrália, vou passar dez dias com meus pais.

Eu não tive muita certeza se ela estava dizendo isso para mim ou para o meu irmão, porque eu me lembrava brevemente que ela já havia citado isso na última vez em que almoçamos juntas, mas respondi mesmo assim:

—Que legal! Faça uma boa viagem, aproveite bastante aquele sol e mande um beijo meu para eles.

—Mandarei, pode deixar.

—Quer ajuda com as sacolas? - Ofereci, notando que ela continuava parada no mesmo lugar ainda com as mãos cheias.

—Eu ajudo Gin, pode deixar. - Ron se manifestou atrás de mim, me dando um último beijo no rosto e saindo para o hall.

Ela o olhou entre confusa e satisfeita, mas entregou as compras a ele quando estendeu as mãos.

—Bem, como não precisam da minha ajuda eu já vou dormir, se não se importarem. Me preparar para o resto da semana.

—Claro que não, boa noite. - Ela confirmou e me lançou um sorriso.

—Boa noite, Gin. - Meu irmão desejou sem ao menos se virar para mim.

Fechei a porta mais uma vez sem entender qual era a daqueles dois, mas essa questão não ocupou meus pensamentos por muito tempo depois que decidi me acomodar no sofá e ver um filme até adormecer por ali mesmo.

O dia seguinte se arrastou tranquilamente, mas repleto de consultas agendadas que não me deixaram muitos momentos vagos. Consegui almoçar antes de voltar para meu consultório e estranhamente não precisei trocar de jaleco nenhuma vez por estar sujo de sangue ou qualquer outra coisa.

Oito e vinte da noite meu último paciente se despediu e fechou a porta ao sair, me deixando sozinha para colocar tudo no lugar e ir até a emergência ver se precisariam de mim ainda ou se poderia encerrar meu turno mais cedo. Colin estava de folga, então quando cheguei ao balcão normalmente ocupado apenas pela equipe de enfermagem a pessoa que estava ali me olhou com desagrado assim que me sentei em frente ao computador do lado para checar as entradas dessa noite e se havia algum caso ortopédico ainda sem atendimento.

O programa de registro de pacientes já estava aberto, mas antes que eu clicasse no link de visualizações gerais o penúltimo nome a dar entrada chamou minha atenção.

—Por que não fui informada de que o Sr. Potter está aqui? - Perguntei à enfermeira ao meu lado.

—Por que não é seu paciente, é da Dra. Lovegood. Como ela não está, encaminhamos para quem estava livre na emergência. Você conhece o padrão. - Quando ela me  disse isso procurei o nome de quem o estava atendendo e onde: Anne Smith, sala de traumas dois.

"Que ótimo!", pensei com ironia antes de responder.

—Eu passei esse paciente para Luna, e em sua ausência eu devo ser chamada. Esse é o padrão. - Corrigi séria.

Não esperei sua resposta, me levantei imediatamente e fui a passos rápidos até onde ele estava sendo atendido.

Não me preocupei em bater na porta antes de entrar, encontrando-o sentado na mesa de exames com a manga da camisa arregaçada para deixar o gesso à mostra, um sorriso simpático na direção da residente que o encarava bobamente, sem saber se olhava seu braço, sua boca ou seus olhos verdes desconcertantes para a maioria das pessoas.

A cena me deu vontade de rir, porque ou Harry não estava brincando quando disse que seduzia também alguns médicos de vez em quando, ou não tinha nenhuma noção de como aquele sorriso é sexy.

—O que aconteceu? - Perguntei diretamente para ele, que me olhou com visível satisfação, e só então me virei para Anne com uma breve olhadela antes de me dirigir ao carrinho onde estavam as luvas necessárias em contatos com o paciente. - Eu assumo, Smith, pode ir e obrigada.

—Já estou atendendo Dra. Weasley. Eu fui chamada para esse caso, você não precisa se empenhar em ser a médica com mais horas aqui também. - Contestou com deboche, me olhando insatisfeita.

Me virei calmamente para ela antes de continuar a conversa.

—É um caso ortopédico, então a menos que você tenha mudado sua área de especialização eu já disse que assumo e que você pode sair. - Ordenei com a voz firme, olhando diretamente em seus olhos dessa vez.

Ela não se preocupou em disfarçar quando bufou para mim, antes de sorrir docemente para ele, desejar melhoras que ele agradeceu com outro sorriso e finalizar com um "até a próxima". Isso me fez revirar os olhos enquanto a esperava fechar a porta e nos deixar a sós. Enfiei novamente as luvas na caixinha, porque eu duvidava que houvesse algo na pele dele que a minha já não tivesse tocado, e me sentei no banco agora livre à sua frente.

—O que aconteceu? - Perguntei novamente.

—Meu Deus, doutora, como você é sexy sendo autoritária. - Ignorou minha pergunta e falou com os olhos brilhando, me fazendo rir. - É sério, isso foi até excitante.

—Quanto exagero, mas quem sabe eu não uso esse tom com você qualquer dia? - Comentei casualmente e ele assentiu, demonstrando que concordava muito com essa ideia. - E você não deveria sair lançando esse seu sorriso que molha calcinhas assim deliberadamente, vendo o jeito que a coitada da Anne reagiu posso supor que você já causou alguns tombos e acidentes de trânsito por aí.

Ele gargalhou antes de perguntar, convencido e satisfeito:

—Meu sorriso molha a sua calcinha?

—Na verdade não mais, mas outras coisas que você faz sim, bastante. - Respondi mantendo o tom provocante e abrindo seu prontuário na página de informações sobre o paciente antes de repetir a pergunta. - O que aconteceu?

—Não aconteceu nada, a Dra. Lovegood pediu para eu retornar no décimo dia.

—E você não me chamou por que, mesmo? - Questionei lendo as informações que Luna havia adicionado.

—Porque não devo ser seu paciente, oras. - Afirmou como se fosse óbvio.- Qual o problema entre você e a outra médica? - Perguntou interessado.

—Problema? - Questionei confusa, olhando para ele com o cenho franzido.

—Qual é, Ginny? Qualquer pessoa que as visse conversando perceberia que vocês não são exatamente melhores amigas. - Afirmou com segurança e eu o olhei de canto, sem dar muita credibilidade. - Me conte, estou curioso.

—Você sempre está curioso. - Comentei mais para mim do que para ele. - Na verdade não temos problemas porque nem nos falamos, só não simpatizamos muito uma com a outra. Usando as palavras do Colin, não da para ser ético e legal ao mesmo tempo na nossa área, mas eu sou ambos, apenas com um breve desvio de ética que está sentado bem à minha frente, e nós desconfiamos seriamente que ela não seja nenhum.

Sorri propositalmente presunçosa ao final da explicação.

—É por isso que ela não podia me atender?

—Não é que ela não podia te atender, mas não seria o mais indicado. Ela ainda é residente, de último ano, mas é, e está se especializando em trauma, que são os atendimentos de emergência, seu caso não é um desses e já tem um tratamento em andamento. Ela faria um monte de perguntas que você já respondeu para no fim dizer que precisaria te encaminhar para um ortopedista, seria perda de tempo.

—Nesse caso, obrigado por ter vindo.

—Não foi nada, vi seu nome nas entradas de pacientes e estava com tempo livre. - Dei de ombros para enfatizar que ele não precisava me agradecer.

Ele assentiu antes de mudar de assunto para algo que não tinha nenhuma relação com o que estávamos falando até então:

—Se divertiu ontem? - Seu tom era falsamente casual ao dizer.

—Sim.

—Você saiu com o Colin de novo? - Sondou enquanto eu escrevia o próximo procedimento abaixo das palavras de Luna.

—Não, com meu irmão. - Finalizei as informações e fechei a pasta já me levantando. - Vamos tirar esse gesso?

—Por favor, não aguento mais isso.

Ri do tom exagerado e saí para o corredor com ele em meu encalço, ambos em silêncio até chegar ao nosso destino, apenas três portas depois.

—Boa noite, tenho um paciente para remoção de gesso. - Informei para a pessoa responsável atrás da mesa.

O homem de meia idade e aparência carrancuda olhou para Harry, parado logo atrás de mim, e murmurou sem dar muita atenção:

—Sente-se ali.

Chequei meu aparelho interno de comunicação para confirmar que ninguém havia me chamado e me encostei à parede o lado para esperar, mesmo que normalmente isso nunca fosse feito.

—Vai aguardar aqui, doutora? - Perguntou desconfiado quando me viu acomodada ali.

—Se não se importar, sim. - Respondi tranquilamente, meu olhar demonstrando que eu sabia que ele não estava com a menor pressa em atender ninguém.

Vendo que eu não sairia, ele decidiu deixar para depois o preenchimento de alguns formulários e atender o paciente na mesma hora, o que poupou pelo menos dez minutos de espera para nós dois.

—Obrigada. - Agradeci com um sorriso para sua expressão de desagrado e saí dali com Harry alguns passos atrás de mim.

—Eu deveria vir te ver trabalhar mais vezes, sua postura profissional é encantadora. - Comentou irônico, caminhando ao meu lado e mexendo devagar os dedos da mão agora totalmente livre.

—Vamos fazer um raio-X para ver se está tudo certo, ok? - Informei e virei à direita no fim do corredor para em seguida subir as escadas em direção à radiografia.

—Boa noite, Mary. - Cumprimentei com um sorriso a moça simpática que estava naquele turno e entregando a ela o pedido de exame preenchido. - Me ajuda com isso aqui, por favor?

Me sentei do lado de fora e esperei que os dois voltassem da sala ao lado, de onde Harry saiu primeiro e já carregando o envelope com o resultado poucos minutos depois. De volta ao meu consultório posicionei sua radiografia em frente ao quadro de luz e analisei em silêncio por dois segundos antes que ele voltasse a conversar.

—Você sai bastante com seu irmão? - Perguntou parado ao meu lado, próximo o suficiente para nossos braços se encostarem.

—As vezes.

—Ontem fui naquele pub em que te encontrei com um amigo. - Informou espontaneamente.

—Eu adoro a comida daquele lugar. - Falei sem desviar os olhos do exame à minha frente. - Você bebeu alguma coisa com álcool?

—Não, sou um paciente legal que segue recomendações. - Contou orgulhoso.

—Porque já poderia, sua calcificação está perfeita. - Afirmei, voltando para minha mesa. - Você vai precisar de algumas sessões de fisioterapia, mas é só para ajudar na recuperação dos movimentos devido ao tempo imobilizado.

Ele se sentou de frente para mim e aguardou enquanto eu preenchia a guia de encaminhamento.

—Você pode agendar com quem quiser, mas vou te indicar um fisioterapeuta que eu considero muito bom. - Falei escrevendo nome e telefone dele em um papel em branco.

—Obrigado, vou agendar com ele. - Agradeceu quando lhe entreguei todas as vias necessárias. - Agora já posso ir?

—Sim, e a menos que você quebre alguma coisa de novo não vai precisar aparecer por aqui tão cedo.

Harry levantou e deu a volta na minha mesa, apoiou as duas mãos nos braços da minha cadeira e se inclinou sobre mim.

—Meu beijo de até mais?

—Aqui, Harry? - O repreendi cruzando os braços.

—Estamos sozinhos, Ratinha. - Afirmou abrindo um daqueles sorrisos divertidos.

—Ratinha? Sério que você vai me chamar assim?

—É fofo, me lembra você.

—Espero que você não esteja falando da aparência física.

Ele riu antes de explicar:

—Não, tem mais a ver com a sua disposição, se é que me entende, e também a rapidez com que foge.

—Entendi. E nesse caso você é o que?

—O gato, claro. - Arqueei a sobrancelha em um questionamento mudo e então ele continuou. - Porque eu sempre te pego. E nesse caso está um pouco ligado à aparência física também.

Gargalhei com vontade da sua explicação narcisista e o puxei pela nuca em minha direção. Trocamos um beijo lento e profundo, durante o qual eu acariciei seu pescoço suavemente e ele espalmou as mãos nas minhas coxas para se manter inclinado sobre mim, e nos separamos com alguns selinhos.

—Você vai jantar comigo na sexta, ok? - Sua frase soou mais como uma afirmação do que como uma pergunta.

—Vou? - Questionei achando graça do seu tom.

—Sim, e na minha casa dessa vez. - Quando comecei a contestar ele colocou o dedo indicador sobre meus lábios impedindo. - Não aceito não como resposta, vou te mandar o endereço por mensagem. Até lá.

Se inclinou novamente e grudou sua boca na minha em um selinho demorado, depois apanhou os papéis sobre minha mesa e saiu sem dizer mais nada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá, pessoal, como estão?
O que foi esse quase roubo de paciente e aquele assunto, uhn? Quero muito saber a opinião de vocês sobre isso!
E por fim, ele não disse que sim, mas também não disse que não para o convite dele. O que será que vem por aí? E agora ele não está mais com o braço engessado ;)
E o apelido de Ratinha pegou mesmo, o que acharam da explicação dele?
Ansiosa pelos comentários de vocês, não me decepcionem!
Beijos e até semana que vem! o/

Dica: Anne Smith, residente de último ano em Traumatologia. Guardem o nome e a especialização dessa médica para um futuro distante ;)

Crossover: A reação do Ron foi bem light para a Ginny, não? Mas é óbvio que ele não disse aqui tudo o que pensa. Para ver o que acontece quando ele ajuda Mione com as compras e o que comenta sobre esse suposto caso da irmã, veja o capítulo cinco de Backstage, que será postado amanhã: https://fanfiction.com.br/historia/692675/Backstage/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Déjà vu" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.