Déjà vu escrita por Paulinha Almeida


Capítulo 47
Capítulo 47


Notas iniciais do capítulo

Antes do capítulo, aviso rápido:
Por não ser uma decoração tradicional a do casamento deles, algumas pessoas me perguntaram se eu tinha fotos do que imaginei. E sim, eu tenho!
Estão todas postadas no meu grupo do Facebook, não deixem de conferir:
https://www.facebook.com/groups/1104653872914067/?ref=bookmarks



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O carro estava do lado de fora nos esperando e o caminho até a igreja foi feito em meio a conversas que passaram o mais longe possível de qualquer assunto sentimental, porque eu precisava chegar inteira ao meu destino. Avistamos ao longe a construção antiga que abrigaria a cerimônia e meu coração acelerou antes mesmo do veículo estacionar em frente ao tapete vermelho que me esperava.

—Quer fugir? - Ron me perguntou, conspiratório.

—Não. - Respondi de imediato.

—Droga! - Lamentou com um soquinho no ar e toda a minha tensão se foi em meio a um gargalhada.

Esperei ele dar a volta no carro para me ajudar a descer, tirando da frente do meu sapato todo o tecido que se espalhava ao redor das minhas pernas. Rose e Meg estavam de mãos dadas para a organizadora da cerimônia, do lado de fora das portas fechadas e quiseram correr até mim quando me viram, mas a moça não deixou.

—Vou avisar que você já chegou. - Me falou em tom profissional e sumiu porta adentro com as meninas.

Menos de dois minutos depois ela voltou e me disse que estava tudo pronto, posicionou as duas crianças na minha frente, radiantes com seus vestidos beges, e nos orientou a andar devagar quando as portas se abrissem.

O som da marcha nupcial fez meu coração bater mais forte outra vez, mas nada comparado à quando as portas se abriram e eu o vi de pé me esperando no fim do corredor. Os rostos ao meu redor foram apenas percebidos, porque eu não conseguia desviar os olhos nem por um segundo sequer do sorriso enorme que me recebeu, a emoção mal disfarçada nos olhos úmidos.

Era romântico demais até para mim, mas o meu mundo era melhor com o sorriso e aqueles olhos verdes lindos do Harry.

Ron o cumprimentou com um abraço antes de entregar minha mão a ele, seguindo certinho o ritual, e eu me atentei a olhar em volta: Lily e James emocionados, Mike e Lisa visivelmente felizes, Mione orgulhosa de tudo o que ela fez, Colin e Luna me olhando radiantes.

Toda a cerimônia foi um misto de palavras bonitas e olhares cúmplices trocados entre nós. Tenho quase certeza de que ele também não conseguiu prestar atenção em tudo o que o padre disse. Nossos “sins” foram ditos com mais emoção do que eu planejava, e mais uma ou duas lágrimas escorreram, fazendo-o rir e também chorar um pouquinho.

Nossas mãos estavam tremendo um pouco quando trocamos as alianças, e o resto do mundo pareceu sumir quando trocamos nosso primeiro beijo de casados.

—Lembra que num dos nossos primeiros encontros eu disse que era casado? - Perguntou com o rosto próximo ao meu, nossas bocas quase encostadas.

—Sim.

—Estava prevendo o futuro.

—Ainda bem. - Nós dois rimos e ele me beijou de novo.

Recebemos alguns cumprimentos do lado de fora da igreja, mas não nos estendemos muito ali porque ainda havia uma festa inteira nos esperando. Depois de prometer à Rose que eu tiraria muitas fotos com ela na festa, conseguimos convencê-la a sair do colo do Harry e ir para o do Ron sem chorar, e entramos no banco de trás do carro que me trouxe para os vinte minutos de percurso até o local da comemoração.

—Você está tão linda. - Harry falou num tom quase de adoração, me olhando encantado. - Que eu estou com medo de desmanchar alguma coisa.

O comentário me fez soltar uma risada descontraída antes de me debruçar sobre ele e tomar seus lábios num beijo de verdade, muito diferente do trocado na igreja.

—Estamos casados, Ursinho, nem acredito.

—Agora você é a minha Sra. Potter, isso soa bem pra caralho, não soa?

—Pra caralho. - Confirmei, o sorriso nunca abandonando nossos rostos.

—Adorei a cor. - Deslizou o dorso da mão pelo tecido no meu peito. - Deixa eu ver o buquê?

O apoiei entre nós e ele deslizou os dedos por alguns detalhes, olhando com atenção.

—Que criativo isso, gostei.

—Eu pensei que você fosse usar gravata borboleta. - Comentei deslizando o dedo pela gravata escura de corte fino que se escondia por dentro do colete cinza chumbo.

—E perder o melhor contexto de todos? - Apoiou a mão no meu rosto e finalizou sua frase com os lábios no meu pescoço.

—Eu não falei a coisa mais importante de todas na igreja.

—O que? - Perguntou em meio aos beijos que agora roçavam minha clavícula.

—A que você não pode esquecer nunca, nunca mesmo. - Ele se deteve e me encarou curioso. - Eu amo você.

—Eu amo tanto você, Gin, tanto. - Me prendeu em um abraço que dizia tudo o que eu também sentia: estávamos em casa.

O carro estacionou em frente ao salão requintado alguns minutos depois, e Harry me ajudou a descer dessa vez, me guiando de mãos dadas até o interior que deixou nós dois de boca aberta. Se havia um modo de descrever tudo o que meus olhos esquadrinharam assim que pisei lá dentro, era perfeito.

Os arranjos unicamente preparados com cristais e pérolas sobre as mesas deixou tudo ao mesmo tempo moderno e elegante, combinando perfeitamente com os arranjos sobre a enorme mesa onde o bolo de quatro andares se equilibrava.

—Valeu muito a pena, não valeu? - Harry ecoou meus pensamentos.

—Cada minuto. - Concordei ainda olhando cada detalhe.

Nossos convidados preencheram os lugares que ainda estavam vazios e animaram a festa noite adentro, aproveitando tudo o que havia ali.

Cumprimentar a todos e agradecer a presença levou um grande tempo, e quando terminamos nós dois estávamos morrendo de fome. Felizmente o buffet não nos decepcionou em nada, todos os pratos que degustamos e escolhemos cuidadosamente estavam perfeitos e deliciosos. E o jantar foi praticamente o único momento em que conseguimos nos sentar.

—Essa tiara ficou linda, Ratinha. - Harry falou no meu ouvido enquanto eu pegava mais um brigadeiro da mesa de doces.

Ofereci um para ele por sobre o ombro e coloquei em sua boca.

—Minha mãe morre de ciúmes dela, sabia? Eu mal podia chegar perto.

—Agora é minha. - Contei presunçosa e ele estreitou os olhos na minha direção. - Foi a parte “algo velho” da tradição.

—E quais eram os outro? - fechou os braços ao meu redor e apoiou a cabeça no meu ombro.

—Os brincos emprestados da Mione, e o Ron me deu o anel azul que era da minha mãe.

Ele levantou minha mão que agora também abrigava a aliança e olhou por algum tempo, sem dizer nada.

—É lindo, e combinou com a nossa aliança.

—E o resto era tudo novo. - Mudei de assunto e apontei para o vestido. - Segura aqui para mim um pouco?

Entreguei o buquê a ele, que se surpreendeu com o peso.

—Meu Deus, Ratinha, do que é feito isso aqui? - Virou o arranjo nas mãos, olhando para ele. - Vou pedir pra alguém do buffet guardar.

—Não! - Falei alarmada. - Não o perca de vista.

Ele olhou para os detalhes por mais alguns segundos, raciocinando aquele monte de pedras e metais de acabamento fino enroscados um no outro.

—Quanto custou isso aqui? - Perguntou desconfiado.

—Melhor eu não te contar, você vai quantificar em ações e ter um infarto. Acredite em mim, não o perca de vista. - Ele pareceu espantado. - Mas é lindo, não é?

Ele riu e negou com a cabeça.

—Sim, é lindo.

Me sentei um pouco com meu irmão, que dividia a mesa com Mione, Nevile, Ced, Colin e Luna, os meus padrinhos, e ouvi todos os elogios pertinentes por alguns minutos, a maioria deles vindos do Ced, que sabia como ninguém elogiar e divertir todo mundo.

Harry estava sentado com os amigos de sempre, em meio a um monte de risadas, e eu me juntei a eles logo depois. Meus olhos detectarem meu buquê sobre a mesa a sua frente assim que me aproximei e ocupei a cadeira vaga ao seu lado.

—Gin, eu estava querendo te perguntar quem fez seu vestido. - Alice perguntou assim que me acomodei.

—Minha cunhada, Ali, ela é estilista.

—É maravilhoso!

—Obrigada.

—Está tudo lindo, parabéns a vocês dois. - Jess comentou e eu retribuí com um sorriso.

—Mas o destaque é esse buquê. - Kate falou e todos os olhares se desviaram para o objeto pousado sobre a mesa. - Posso ver?

Estendi o arranjo a ela, que o olhou admirada por vários segundos.

—Quando você for jogar, mira em mim, ta bom? - Pediu rindo e o Dave, seu namorado já há mais de um ano, fingiu engasgar.

Todo mundo irrompeu em risadas.

—Não vou jogar, esse vai ficar para mim como recordação. - Estendi a mão quando ela me devolveu e o acomodei à minha frente.

Me distraí numa conversa aletória por alguns minutos, mas logo precisei levantar para conversar com o Dr. Lupin e a esposa, que só haviam conseguido chegar nesse horário.

—Ced, preciso de um favor. - Parei rapidamente atrás dele, que se virou para mim interessado. - Você pode ficar com ele para mim? Todo mundo está querendo minha Miss Universo dos buquês.

—Claro, Gigi, deixa comigo que estará em segurança.

—Pego com você quando voltar da lua de mel, pode ser?

—Vá tranquila, minha missão será tratar o seu buquê como ele merece.

E eu realmente acreditava que ninguém cuidaria melhor do que ele, então passei o resto da festa tranquila. Tiramos todas as fotos de praxe em casamentos, cortamos o bolo em meio ao ritual de sempre, dançamos nossa valsa e tiramos um tempinho para aproveitar juntos a nossa noite, sentados só os dois em meio a uma conversa repleta de beijos e carinho.

Os convidados começaram a sair pouco depois que o bolo e as sobremesas foram servidos, ficando ao final apenas os amigos e a família mais próxima. Eu estava cansada e tenho certeza que o Harry também, mas nenhum de nós dois queria que aquele dia acabasse assim tão rápido, então aproveitamos até o último minuto possível e comi todos os brigadeiros que consegui, e estavam maravilhosos.

O carro que nos trouxe estava aguardando para nos levar ao hotel onde passaríamos nossa primeira noite de casados, e nos acomodamos novamente no assento traseiro depois que Hermione nos dispensou dizendo que ela cuidaria da burocracia.

—Agora eu já posso ficar curioso para saber o que tem por baixo? -Harry perguntou no meu ouvido.

—Pode, eu já não vejo a hora de te mostrar. Eu já posso ficar curiosa para como será nossa noite de núpcias?

Como eu cuidei da lua de mel, Harry fez questão de fazer surpresa sobre essa parte.

—Será inesquecível, minha linda.

Trocamos carícias discretas o resto do caminho, nos despedimos e agradecemos o motorista simpático que nos guiou desde o fim da tarde, e subimos os poucos degraus até o saguão do hotel de luxo. Harry informou seu nome, apanhou o cartão de acesso que o recepcionista entregou a ele e me guiou com a mão na cintura até o elevador.

—Nós estamos arrasando nessas surpresas que fazemos um ao outro, não? - Comentei quando paramos para aguardar as portas se abrirem.

—Somos um casal de muito bom gosto, eu sempre soube disso. - Afirmou convencido.

Quando entramos vi que ele apertou no painel o botão que nos levaria ao último andar.

—Cobertura?

—Uma noite à altura da minha esposa.

Harry só não viu meu sorriso convencido porque falou praticamente no meu ouvido. Viramos à direita no corredor quando as portas se abriram e entramos no quarto que ficava mais ao fundo.

O primeiro ambiente que nos recebeu foi uma ante sala decorada em tons neutros e móveis que mesclavam o rústico e o elegante. A cortina aberta em frente à janela de vidro dava uma visão ampla da cidade, agora escura e muito mais silenciosa do que durante o dia. Ao fundo a cama enorme com muitos travesseiros e coberta com lençóis brancos, estava cheia de pedacinhos coloridos de papéis que eu não consegui identificar de onde estava.

—Eu precisei dar um jeito de substituir as pétalas de rosas. - Harry justificou quando olhei com o cenho franzido para aquilo. - Acho que você vai querer olhar de perto.

Caminhei até lá com ele logo atrás de mim e me sentei na beirada do colchão antes de puxar o primeiro. A letra dele estava ali, tão conhecida que não tive nenhum trabalho para identificar, formando a frase: “Prometo te fazer rir toda vez que você estiver irritada”. Ri com a promessa e olhei para os outros, reparando só agora que todos eles tinham algo escrito.

—Cada um deles é uma coisa que eu quero fazer com você para sempre.

Olhei com um sorriso bobo para ele e peguei mais dois ao acaso, no primeiro estava escrito “Prometo não ganhar sempre de você no Poker” e o segundo me fez rir com vontade:

—Prometo te fazer gostar de filmes da Marvel? - Li em voz alta.

—Faz parte do casamento tornar o outro uma pessoa melhor. - Falou simplesmente.

—Não vou ler todos de uma vez, ta? Vou lendo aos poucos.

Ele assentiu e me ajudou a recolher os bilhetes, deixando todos eles sobre um dos criados mudos. Levantei a barra do vestido e me abaixei para desafivelar a sandália, mas Harry segurou meu pulso antes que eu a alcançasse.

—Não, hoje eu quero tirar tudo.

Ele ajoelhou na minha frente e tirou as duas, deixando no chão ao lado, depois ficou em pé de novo e me puxou para a mesma posição, se afastou alguns passos e me olhou daquele jeito que me deixava toda quente.

—Deixa eu olhar para você mais um pouquinho assim.

Ele passou alguns minutos me encarando, num silêncio que tinha tudo de cúmplice e nada de constrangedor, e me virou de costas quando se aproximou de novo. A primeira peça a ser deixada de lado foi o cinto, que Harry soltou com habilidade. Os lábios dele grudaram no meu ombro enquanto os botões eram abertos um a um com muita calma, os toques decididos roçando primeiro minhas costas, depois a lingerie escolhida a dedo para esse momento.

O vestido escorregou pelo meu corpo quando ele abaixou as alças e se acumulou em um amontoado de tecido nos meus pés. Harry se abaixou atrás de mim e roçou o nariz da minha cintura até a coxa enquanto eu levantava um pé e depois o outro para ele tirá-lo dali, a mordida leve na minha bunda me arrepiou inteira.

Quando ficou de pé atrás de mim outra vez as mãos dele se prenderam no meu quadril, me puxando de encontro a ele e se encostando completamente nas minhas costas. Nem toda a roupa social me impedia de sentir como ele tinha gostado do meu figurino que agora aparecia completamente. O deixei se esfregar no meu corpo e me alisar por um tempo, mas antes que as mãos infiltrassem o pouco tecido que eu ainda usava, me afastei e ajoelhei na beirada da cama, de frente para ele que ainda estava de pé no chão.

Estiquei a mão na direção do Harry e o puxei para mais perto pela gravata, fazendo os joelhos dele se encostarem na lateral do colchão. Suas mãos alisaram cada pedaço possível de mim enquanto eu trabalhava em abrir todos os botões necessários para descartar as peças que ainda cobriam aquele corpo gostoso, que se encaixava perfeitamente ao meu. Desfiz o nó da gravata e ameacei jogá-la no chão junto com todo o resto, mas ele me impediu e a jogou do meu lado.

Só de cueca, ele se inclinou sobre mim em meio a um beijo afoito, me empurrando de costas o colchão. Dobrei e afastei os joelhos com os pés apoiados na beirada da cama e fechei os olhos para sentir os beijos molhados que agora subiam do cós da minha calcinha pela barriga, arrancando gemidos e me fazendo arquear as costas na direção da sua boca, querendo mais.

Todos os colchetes do meu corselet foram soltos com paciência enquanto Harry passava aqueles olhos quentes por mim, ajoelhado entre as minhas pernas, e as mãos dele se detiveram em alisar e apertar na medida certa tudo o que até então a peça cobria. Seus lábios fizeram o mesmo percurso logo depois, me deixando ainda mais molhada quando a língua dele roçou a pele sensível do meu seio.

Meu corpo todo queria aquela atenção, então prendi as pernas atrás da cintura dele e me esfreguei em seu quadril, fazendo o Harry gemer para mim também e aumentar a fricção ali embaixo.

Nos virei na cama e sentei em cima dele, ditando o meu ritmo enquanto suas mãos apertavam minhas coxas e minha bunda, me pressionando contra ele. Desci meus beijos por seu peito e puxei com os dentes o elástico da cueca, fazendo ofegar e gemer forte quando lambi a pele sensível agora exposta. Continuei estimulando-o até ser puxada para cima de novo, minha boca imediatamente invadida por sua língua num beijo urgente enquanto a minha calcinha era tirada às pressas.

Harry se sentou no meio do colchão, mas ao contrário do que eu esperava me acomodou entre as pernas dele, encostada em seu peito. Estávamos de frente para a cabeceira da cama, onde um espelho com acabamentos elegantes nos refletia, e foi por ele que vi quando ele esticou a mão e puxou a gravata para a nossa frente.

Sorri com expectativa e ele me encarou pelo reflexo com os olhos faiscando, depois acomodou o dorso da minha mão direita sobre a palma da mão direita dele e enrolou o tecido em torno do nosso pulso, prendendo-os juntos.

—Me ajuda a amarrar?

Fiz o que ele pediu, deixando nossas mãos juntas.

—Somos casados agora, vamos fazer tudo juntos. - Falou no meu ouvido e levou minha mão ao meu seio.

Ele controlava a intensidade do toque, o movimento dos dedos e o caminho que era percorrido entre meus seios, minha barriga e as minhas coxas, mas era a minha mão que tocava tudo.

—Abre os olhos, quero que você veja também. - Pediu quando deitei a cabeça em seu ombro, os os olhos fechados e o lábio inferior preso entre os dentes.

Fiz o que ele falou e encarei sua expressão de desejo que olhava com atenção cada movimento que nossas mãos faziam juntas.

—Dobra os joelhos. - Ordenou no meu ouvido, mordendo minha orelha. - Abre mais as pernas.

Harry guiou nosso toque por entre minhas coxas e deslizou devagar meu dedo por onde toda a umidade se encontrava, gemendo junto comigo. Sentir o toque da minha mão no ritmo dele estava me deixando com vontade de gemer cada vez mais alto, porque era bem próximo de enlouquecedor.

—Não, no meu ritmo. - Segurou meus dedos quando eles teimaram em adotar o ritmo próprio para aquela atividade. - E abre os olhos, minha linda, está perdendo o nosso show.

O encarei de volta pelo espelho, meu peito subindo e descendo rápido, denunciando minha respiração ofegante, mas foi difícil continuar olhando quando os movimentos recomeçaram, me arrancando o resto do fôlego.

Senti meu corpo se contrair naquela sensação gostosa, os espasmos me fazendo arquear o corpo, mas o braço dele ao redor da minha cintura me manteve no lugar e os movimentos não pararam até eu fechar com força as pernas, prendendo nossas mãos entre as minhas coxas e as impedindo de se mover.

—Perdeu a melhor parte. - Sussurrou no meu ouvido.

Antes que minha respiração voltasse ao normal e eu conseguisse sentir minhas pernas de novo, Harry me virou de frente para ele com um movimento rápido, meu pulso amarrado ao dele preso nas minhas costas e sua mão segurando firme minha cintura, me puxando de frente para o seu colo. Meu corpo ainda sentia aquela sensação gostosa de leveza quando ele entrou completamente em mim, prolongando ao máximo o meu clímax.

Gememos juntos quando minha bunda encostou nas coxas dele, denunciando que era impossível ir mais fundo do que aquilo, e ele me deu o tempo necessário pra eu começar a me mexer sobre ele, num ritmo que nenhum de nós dois conseguia manter lento e comedido mais.

A mão dele, ainda amarrada à minha, apertava forte meus dedos quanto mais eu o levava ao limite, e a mão no colchão para nos dar apoio prendia forte os lençóis, demonstrando aquela desespero que eu adorava ver nele, aquela fome que o fazia sair um pouco do controle embaixo de mim. O braço ao redor da minha cintura me prendeu grudada a ele quando o senti relaxar entre minhas pernas, me mantendo ali enquanto eu sentia suas respirações curtas e pesadas no meu pescoço.

Harry distribuiu alguns beijos por ali e alisou com carinho a minha coxa antes de se afastar alguns centímetros e me encarar profundamente. Nenhum de nós dois precisava dizer nada para saber o que se passava na cabeça do outro, tinha sido fantástico. Ele desfez o nó que prendia nossas mãos e abandonou sua gravata sobre a cama antes de tombar o corpo para trás e deitar relaxado.

—Eu adoro esses seus contextos. - Falei me deitando sobre ele, as pernas ainda rodeando seu quadril.

—Mas minha criatividade está acabando, não existem tantas opções assim do que eu posso fazer com uma gravata.

Nossa risada descontraída ecoou no quarto e as mãos dele começaram um carinho gostoso nas minhas costas.

—Qual é a próxima ideia?

—Envolve duas gravatas, seus pés presos bem longe um do outro e liberdade total. Liberdade para mim, claro. - Falou no meu ouvido, o tom propositalmente caloroso para espalhar um arrepio por mim.

—Posso saber quando vou ter a honra de provar?

—Vai ser surpresa, te garanto que você não vai estar esperando. - O tom antes sério e provocante assumiu um ar brincalhão. - É pervertido demais, não dá pra fazer com a minha esposa na noite de núpcias, né?

—A sua esposa adora uma perversão, ninguém nunca te disse? - Afirmei no mesmo tom.

Harry me prendeu num abraço carinhoso enquanto eu beijava seu pescoço, nos mantendo assim por um tempo. Quando o sono começou a se aproximar de nós dois ele se sentou, me levantando também.

—Vem, vamos relaxar um pouquinho.

Quando parei em frente ao espelho do banheiro todo de mármore branco, tive certeza de que o cabeleireiro era mesmo bom no que fazia, porque apenas alguns fiozinhos se desprendiam do meu coque ainda firme no lugar. Com a justificativa de que ele já tinha dito que queria tirar tudo, se aproximou das minhas costas e soltou primeiro a tiara, depois todos os grampos que prendiam meu cabelo,deixando-o cair sobre os ombros numa bagunça total de laquê e fios agora todo enrolados.

—Estava mais bonito antes. - Comentei com uma careta, fazendo-o rir.

Enrolei de qualquer jeito para não molhar e prendi com poucos grampos, num trabalho muito menos elaborado do que o de minutos atrás.

A água quente e perfumada da banheira redonda nos acolheu primeiro numa tranquilidade gostosa, Harry deslizando os dedos pelo meu rosto enquanto eu acariciava suas pernas ao meu redor, a cabeça repousada em seu peito. Mas o clima foi esquentando à medida que a água esfriava e logo a preguiça que nos dominava foi embora, deixando um monte de água espalhada no chão do banheiro.

O que me despertou no dia seguinte foram beijos muito carinhosos no meu rosto e uma mão quente deslizando pela minha perna.

—Bom dia, Ratinha.

Cocei os olhos e me sentei de frente para ele, que estava usando o roupão do hotel. A bandeja com nosso café da manhã apoiada no colchão ao meu lado.

—Bom dia. - Ele se inclinou e me deu um selinho. - Que horas são?

—Quase onze, acordei quase agora também.

Ainda assim, ele parecia bem mais apresentável do que eu. Fui rapidamente até o banheiro e voltei com uma aparência melhor, vestindo uma peça muito semelhante à dele.

—Eu não vejo a hora de chegar amanhã. - Ele comentou deitado do meu lado, mordendo uma maçã.

—Você vai adorar, tenho certeza. - Me deitei também, trazendo meu copo de suco de laranja junto. - Deu uma olhada nos folhetos de atrações?

—Sim, em todos os que você me deu. Vamos fazer tudo aquilo?

—Vamos, mas deixei vários dias livres pra você escolher fazer o que quiser lá. - Me virei para ele com o dedo apontado. - Desde que não seja dançar ula com uma bailarina havaiana.

Ele riu com vontade e continuou tão relaxado quanto antes.

—Tem isso mesmo?

—Tem, e o Ron dançou, mas é melhor não contar pra Mione.

—Jesus, deve ter sido uma cena horrível. - Falou em meio a uma risada alta.

—Eu filmei, mas ele apagou o vídeo do meu celular enquanto eu dormia, aquele sem graça.

—Nós vamos em algum lugar que tenha isso?

—Sim, é um jantar bem divertido e animado, você vai gostar.

—Pode ficar tranquila, vou me manter quietinho no meu lugar sem dançar ula com ninguém

—De costas. - Acrescentei brincando.

—Nem uma olhadinha, amor?

—Nada, ou vai dormir no tapete do hall.

—Eis o lado estranho do casamento que todo mundo me falava. - Resmungou se arrastando para o meu lado e deitando a cabeça no meu ombro. - Vamos tomar um banho comigo?

—Uhum. - Confirmei manhosa enquanto ele dava um beijo no meu rosto.

Me virei para deixar o copo sobre o criado mudo e dei de cara com os meus bilhetinhos.

—Escolhe um. - Pedi para o Harry e ele se inclinou sobre mim, pegando um dos papéis aleatoriamente e me entregando.

Escolhi um também e trouxe os dois para a frente do meu rosto.

—”Prometo fazer brigadeiro para você sempre que quiser”. - Virei para ele com um sorriso enorme.

—E comer em você sempre que você quiser, também, acho justo acrescentar.

Deixei o bilhetinho lido junto com os outros e olhei para o segundo.

—”Prometo nunca enjoar das suas calças brancas”.

—Nunca mesmo, jamais.

Não nos apressamos em nada no chuveiro, e precisei passar shampoo três vezes para tirar todo o laquê que mantinha meu penteado preso ao lugar.

Não me surpreendi ao ver que Harry tinha trazido roupas para mim, provavelmente quando veio deixar os bilhetinhos sobre a cama. E a escolha era completamente dele, Mione nunca escolheria uma calça jeans básica e escura, bota preta de cano alto e sem salto, camiseta de manga longa pink e um casaco preto, embora eu achasse tudo muito confortável e apropriado para passar horas dentro de um avião. Mas a caixa de papelão revestida em papel de seda certamente tinha sido enviada por ela para que eu guardasse o vestido dignamente.

Não me importei em passar nenhuma maquiagem ou secar o cabelo, mas guardei com o maior cuidado possível todos os meus bilhetinhos, conferindo atentamente pra ver se nenhum havia ficado para trás.

A recepção nos informou quando Mike chegou para nos buscar, às duas da tarde. Nos acomodamos no banco traseiro do veículo e Lisa me entregou a minha bolsa com todos os meus documentos e os do Harry, eu já tinha deixado com ela no meio da semana.

—Lindinha, você está com olheiras horríveis. - Foi o cumprimento que recebi do meu amigo.

—Mas minha noite foi ótima, então tudo bem. - Respondi sem me abalar. - Li, posso pegar meu vestido na sua casa quando voltar?

—Claro.

—Vou dar pra Meg brincar de princesa com ele. - Mike falou em meio a uma risada.

—Da, eu ensino a ela que o papai vai adorar se ela fizer um desenho bem lindo na lateral do carro dele com uma chave de fenda. Mas não se preocupe, vou ficar por perto pra ela não se machucar com a ferramenta.

A conversa muito adulta continuou durante todo o percurso e chegamos ao nosso destino muito antes do embarque começar, então os dois aceitaram o convite para almoçar conosco em um dos muitos restaurantes que haviam no aeroporto.

Enquanto comemos Mike tentou me convencer a trazer uma fantasia de ula para a Lisa e ela olhou para ele o tempo todo como se estivesse ficando louco, depois o foco mudou e ele fez o Harry prometer que mergulharia com golfinhos e mandaria fotos bem legais para a Meg, porque ela estava fascinada por animais marinhos ultimamente.

O check-in foi liberado para o nosso voo e nos despedimos deles depois de agradecer a carona. Despachamos as bagagens e entramos na sala de embarque assim que possível. Nos acomodamos num dos bancos próximos ao nosso portão com um pacote de mini kinder ovos entre nós, adquiridos no free shop.

—É nossa primeira viagem assim juntos, amor. - Comentou ele, depois do terceiro chocolate.

—Assim como?

—Tanto tempo só nós dois.

—É bom fugir do mundo real um pouquinho de vez em quando, não é? - O encarei com um sorriso satisfeito.

—É ótimo, com você então é perfeito. - Me estendeu outro chocolate e eu o peguei com os dentes. - Queria te pedir uma coisa, Gin.

—Pode falar.

—Faz quatro anos que estamos juntos, é a primeira vez que você tira mais do que uma semana de férias. Segunda, na verdade, se a gente considerar o acidente ano passado, mas não foi bem vontade própria, então não estou contando. - Ele deu de ombros, eu senti o mesmo frio incômodo na barriga de todas as vezes que ouvia alguém falar sobre aquilo ou até mesmo pensava demais no que aconteceu. - Eu queria muito tirar férias de verdade com você todo ano, conhecer lugares diferentes, fazer coisas legais juntos, sermos uma família.

Abri a boca para dizer que eu também queria, mas tive uma ideia melhor e me detive. Puxei de dentro da bolsa o bloco de anotações que eu sempre levava comigo para todo lado e uma caneta, escrevi “Prometo tirar férias com você todo ano”, destaquei a folha e entreguei a ele, que leu com um sorriso satisfeito no rosto.

Eu estava ansiosa, mas o Harry estava praticamente quicando na cadeira ao meu lado e não demorou um segundo a se levantar quando nosso embarque foi liberado. Apresentamos os bilhetes de embarque, atravessamos o túnel que nos conduziu até o interior da aeronave e nos acomodamos nos assentos reservados, mais ao fundo.

Atamos os cintos, levantei o braço entre nossas poltronas e me encostei nele. Eu tinha tentado segurar a risada o tempo todo, mas não consegui mais e acabei rindo.

—O que foi?

—Você está tão feliz que eu estou me sentindo como se estivesse levando meu filho pra Disney, não meu marido pra Curaçao.

—Boa ideia, Ratinha, pode colocar a Disney no roteiro do ano que vem.

—Já gostei desse destino.

—Sério? - Perguntou espantado, virando meu rosto para ele para conferir se não era uma brincadeira.

—Claro, todo mundo quer ir pra Disney, Harry.

—Pago para ver a cena de você tomando chá da tarde com as princesas.

—Não precisa ser assim, também.

O avião começou a se movimentar pela pista, taxiando para iniciar a decolagem, e eu coloquei o casaco que até então estava no meu colo, prevendo o frio que estaria quando atingíssemos a altura total da viagem. Harry fez o mesmo e voltamos a nos acomodar como antes.

—Boa viagem. - Virei a cabeça para ele e desejei, finalizando com um beijo.

—Para você também.


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Notas finais do capítulo

Olá, pessoal!
Enfim chegou o grande dia deles, e ficou tudo perfeito como eles planejaram.
Não vejo a hora de saber o que acharam, não deixem de me dizer.
Beijos e até semana que vem.