Déjà vu escrita por Paulinha Almeida


Capítulo 46
Capítulo 46


Notas iniciais do capítulo

Essa semana a linda da Goodzinha me fez uma recomendação inspiradora! Obrigada, não me canso de repetir quão motivador é esse retorno :)



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Não me surpreendeu a ligação da Mione no sábado a noite, nem o Colin invadir meu consultório na segunda assim que chegou ao hospital, puxando minha mão para ele com tanta falta de delicadeza que precisei me inclinar sobre a mesa. Ele passou minutos sem fim discursando sobre como tinha sido estranho receber uma ligação do Harry, duas semanas atrás, pedindo pra ele dar um jeito no meu plantão e não me contar.

Mione quis saber todos os detalhes e contou todo o conceito que ela usou para escolher a minha roupa, e como foi engraçado arrastar o Harry por todas as lojas do shopping que ela mais gosta de ir. É o maior da cidade, sem dúvidas, e ele demorou mais do que o esperado para se convencer por um dos modelos que ela mostrou a ele.

Ron me parabenizou, mas não parecia muito interessado em detalhes. Eu, por outro lado, precisava me encontrar com ele e já estava adiando isso há alguns dias, então aproveitei sua ligação para convidá-lo para jantar comigo no dia seguinte, uma terça-feira em que o Harry não estaria em casa a noite.

—Vou ver se a Mione vai estar disponível e te falo. - Respondeu quando fiz o convite.

—Não, Ron, só você.

—Aconteceu alguma coisa? - Perguntou preocupado.

—Não, mas quero conversar com você sozinho.

—Ta bom.

—Preciso desligar agora, até amanhã.

Quando estava saindo do hospital no dia seguinte, mandei uma mensagem para o meu irmão dizendo que já estava à caminho, ele chegou alguns minutos depois e subiu direto pela portaria, anunciando sua presença apenas quando tocou a campainha.

—Oi, Gin. - Se abaixou e me deu um beijo no rosto.

—Oi. - Tranquei a porta e me virei para ele, ainda em pé me esperando. - Senta aí que eu vou brigar com você.

Ele me olhou sem nenhuma credibilidade, a sobrancelha erguida.

—Senta, Ronald. - Indiquei o sofá e ele foi até lá.

Parei de pé na frente dele e cruzei os braços.

—Por que você não vem mais me visitar?

—Eu venho te visitar, tá doida?

—Vem com a Mione e a Rose, aparece para jantar, vem quando eu chamo, estou perguntando por que você não vem mais me visitar como antes. - Expliquei encarando-o. - Você não aparece mais do nada quando tá passando aqui perto e nunca mais veio ficar a tarde comigo na quinta, fica todo cheio de tato.

—Ah, isso. - Coçou a cabeça e desviou o rosto sem saber o que dizer. - É que fico meio sem jeito, vai que o Harry não gosta muito dessa liberdade toda?

Rolei os olhos para ele, quase brava.

—É minha casa também, Ron, e você vai continuar tendo a mesma liberdade que sempre teve.

Ele deu de ombros sem parecer muito convencido.

—Para de fazer essa pose, você está a cara da mamãe. - Apontou para mim e riu.

Olhei para os meus braços cruzados, a postura ameaçadora, e ri também.

—Vem aqui. - Chamei já de costas, a caminho do corredor.

Ele me seguiu até o quarto e parou na porta quando me deitei de um lado da cama.

—Deita aí, e não faça essa cara, deita logo. Vou te contar tudo que aconteceu no sábado, que foi muito legal.

No começo ele pareceu meio desconfortável, mas não demorou muito para deixar os sapatos do lado e relaxar sobre o meu travesseiro, como sempre fez. Ron riu do que ele chamou de minha cara de besta enquanto eu narrava os acontecimentos, e contou animado as últimas coisas engraçadas que a Rose aprendeu.

Quando o Harry chegou, bem mais tarde e com a expressão cansada depois de um jantar chato de negócios, eu e o meu irmão estávamos com uma vasilha de pipoca entre nós sobre o colchão, discutindo por quê eu não achava uma boa ideia ele levar a filha para esquiar ainda, afinal ela não tinha nem dois anos, e só percebemos a presença dele quando entrou no quarto.

—Oi, Ron. - Cumprimentou o cunhado, que pareceu um pouco sem graça com a entrada repentina, e me deu um beijo. - Oi, Gin.

Harry me empurrou mais para o meio da cama e se acomodou atrás de mim, puxando a pipoca para ele.

—Meu Deus, que homem chato! - Reclamou e pegou um punhado delas.

—E são os que querem ficar conversando para sempre, né? - Ron opinou com solidariedade.

Os dois começaram um assunto entediante sobre reuniões de negócio e, para variar, eu sobrei entre eles, sem ter o que opinar sobre isso. Meu irmão se despediu alguns minutos depois e o acompanhei até a porta enquanto Harry tomava banho. Aparentemente minha bronca surtiu efeito, porque não precisei mais reclamar.

Esperei passar a comemoração do nosso aniversário e a viagem que fizemos em comemoração para uma cidade serrana de clima muito romântico, para levantar uma questão que estava me preocupando.

—Harry, eu estava pensando numa coisa. - Puxei o assunto numa tarde de sábado, assim que saí do banho após acordar.

—O que? - Me deu espaço para me acomodar com ele no sofá.

—Quando, onde e como vamos nos casar?

—Isso são muitas coisas, Ratinha, não uma. - Falou rindo. - Não sei, não pensei nisso ainda. Você tem alguma ideia?

—Sim, o dia que você fez o pedido cai num sábado no ano que vem, podemos aproveitar.

—Faltam dez meses, é tempo suficiente para organizar uma festa inteira, com tudo?

Olhei para ele com a sobrancelha erguida.

—Você quer uma festa inteira? Vestido, igreja, valsa e aquele monte de coisas?

—Claro! - Falou como se fosse óbvio. - Você não?

—Pra falar a verdade, eu tinha pensado em algo mais discreto, sei lá.

—Ah, Gin... - Resmungou manhoso, começando seu processo de me convencer a qualquer coisa.

Nem me dei ao trabalho de tentar resistir.

—Mas tudo bem, se você quer. Eu só não sei por onde começar a organizar tudo.

—A Mione sabe, com certeza. - Me garantiu, embora eu não tivesse dúvidas disso.

—Mas você tem alguma ideia do que quer?

—Quero algo inesquecível e que seja a nossa cara, a gente pode decidir as coisas juntos. Você tem alguma sugestão a princípio?

Pensei por um instante e cheguei a duas questões que talvez fossem um problema.

—Tenho duas, uma delas eu resolvo fácil, a outra já não sei. - Ele me olhou curioso, incentivando a continuar. - Não vou me casar de branco, se é pra ser inesquecível não pode ser com a mesma cor que uso todos os dias.

—Vai ser mais surpreendente ainda quando as portas se abrirem para você, então. - Falou com um brilho de ansiedade nos olhos. - E a outra?

—Nada de flores.

Nos encaramos por um instante sem dizer nada, ponderando como aquilo poderia ser um problema difícil de resolver.

—Bom… - Ele começou meio incerto sobre o que ia dizer. - Acho que a internet já deve ter pensado nisso, com certeza encontraremos um monte de ideias lá.

—Também acho que sim, e a Mione consegue resolver isso também.

Como já tínhamos a data definida, achamos melhor não enrolar para começar a preparar tudo e fomos almoçar com meu irmão e minha cunhada no dia seguinte. Ela recebeu a notícia de que queríamos ajuda com os preparativos com um sorriso orgulhoso, mas seus olhos quase pularam em mim quando eu disse a

—Só faltam dez meses!

—É quase um ano, Mione, dá tempo, o seu você fez em menos tempo ainda. - Tentei tranquilizá-la, mas não pareceu surtir efeito.

—Foi mesmo, mas fica muito mais fácil quando a organizadora já sabe o que quer, desde a cor do tapete até o tipo de lustre, não acho que seja o seu caso, é? - Perguntou desafiadora, achamos melhor nem responder. - Vocês sabem tudo o que tem que ser preparado para um casamento? - Olhou de mim para o Harry, a expressão muito autoritária. - Precisamos definir o local, tipo de cerimônia que vocês querem, o estilo da festa, decoração, lembrancinhas, buffet, as roupas. Meu Deus, as roupas! - Falou alarmada. - Não marque nada para quinta!

—Já? - Perguntei com os olhos arregalados para ela. - Nem começamos ainda.

—Pois é, vamos começar pelo mais importante.

Harry e eu nos entreolhamos com por um segundo, sem precisar dizer nada para entender que nenhum de nós dois conseguiria acompanhar os pensamentos dela enquanto mantinha aquela expressão compenetrada.

—Amor, melhor você falar pra ela logo sobre a decoração… - Harry comentou sem saber se era uma boa hora.

—O que tem a decoração? - Ela nos perguntou em estado de alerta.

—Nada de flores. - Soltei de uma vez.

—O que? Mas como?

—Não sei, Mione, a gente acha um jeito, mas nada de flores.

Minha cunhada coçou a testa como se estivesse diante de um problema gigantesco, depois se virou para mim mais recomposta.

—Na decoração a gente dá um jeito, mas e o buquê?

Eu realmente não tinha pensado nisso.

—Bem… - Comecei sem saber o que dizer. - Vamos fazer assim, eu me preocupo com essa parte sozinha, pode ser?

Ela me olhou em dúvida, mas achou que seria mais racional ceder.

—Tudo bem, mas você me mostra suas ideias?

—Claro, eu te mostro. - “Assim que eu tiver uma”, completei mentalmente.

Saímos da casa deles com uma lista de coisas para pensar e decidir apenas para começarmos os preparativos, e eu com um “horário inadiável” no ateliê que ela tinha desde que a Rose nasceu, e que era o maior sucesso.

—Ratinha, eu só posso te desejar boa sorte. - Harry comentou quando entramos no carro para ir embora.

—Me desejar? O senhor vai surtar junto, nem tente escapar.

—Não estou falando de tudo, estou falando só do vestido. - Esclareceu, se acomodando no banco do meu lado, enquanto eu ligava o carro. - Não acho que minha ajuda seja considerável nessa parte.

—É, não mesmo. - Concordei com o cenho franzido

—Mas estou especialmente curioso, que cor será?

—Não, Harry, nem tente. Não vou te contar nada. - Levantei a mão em sua direção, interrompendo o fluxo de perguntas que viriam.

—Nem um detalhezinho?

—Já disse que não é branco, é um detalhezinho e tanto.

Ele não pareceu satisfeito, mas não insistiu mais.

Quando cheguei à loja elegante numa rua conceituada para vestimentas de festas e noivas e encontrei minha cunhada e seu fiel escudeiro a postos esperando por mim, entendi que eu realmente precisaria de sorte.

—Gigi! - Ced me cumprimentou com um abraço apertado, me prendendo contra seu peito e impregnando minha roupa com seu perfume que certamente era importado.

—Você está cada vez mais criativo, Ced. - Retribuí seu cumprimento caloroso.

Ele puxou minha bolsa para o próprio braço, passou a mão pela minha cintura e me guiou até os fundos, onde Mione estava sentada em meio a uma infinidade de amostras de tecidos.

—Mimizinha, nossa noivinha mais esperada chegou. - Ele anunciou, se sentando numa cadeira ao meu lado.

—Aah, estava te esperando! Já separei umas amostras e pensei numas tendências. - Ela começou sem nem me cumprimentar direito. - Você pensou em alguma tendência?

—Na verdade sim, e minha primeira exigência é que não vai ser branco.

Ela levantou os olhos de imediato para mim, a expressão indecifrável, Ced colocou as mãos no peito como se tivesse tendo um ataque cardíaco.

—Minha nossa senhora das noivas sem juízo!

Mantive minha expressão decidida para eles. Ced virou para mim e pegou minha mão entre as dele, num gesto dramático.

—Incendinho, é o seu casamento! O dia mais importante da sua vida!

—Eu sei, Ced, por isso mesmo não vou usar a mesma cor de todos os outros.

—Você está comparando o vestido fabuloso que a Mi vai fazer pra você com aqueles jalecos horrendos que você e o Colinzinho usam? - Perguntou como se eu tivesse praticado uma heresia.

—Claro que não, mas a cor vai me incomodar. Quantas vezes você já me viu usar branco, Mione? - Me virei para a minha amiga, que ainda mantinha um olhar contemplativo.

—Chefinha, a convença, por favor!

—Não, Ced, estou gostando disso… - Ela ponderou com a mão no queixo.

—Ai meu Deus, sai daqui, Gigi! Você está contaminando a Mi!

Nós duas rimos, ele pareceu ofendido.

—Tem que ser a cara da noiva, Ced, e ela não quer branco. - Mione argumentou. - Não consigo fazer milagre se ela não se sentir reluzente dentro da roupa, então vamos ver o que ela tem em mente e personificar os sonhos dela.

—Obrigada! - Agradeci a ela, mas olhei para o rosto bonito e contrariado ao meu lado. - E falando sobre o que eu gostei, trouxe uma foto…

Comecei a desbloquear meu celular, mas os dois me detiveram.

—Não me mostra isso! - Mione quase gritou.

—Não me diz que isso é uma foto da internet, pelo amor dos céus! - Ced completou a indignação.

Olhei para eles confusa.

—Não é pra mostrar o que eu gosto?

—Claro que não, é pra me falar o que você quer, como você idealiza e eu desenho para você.

—A cor pelo menos? - Tentei novamente, deixando o celular de lado.

—Sim, a cor precisamos saber.

—Pêssego.

—Pêssego? - Ced perguntou para a amiga, ambos pensativos.

Os dois me olharam especulativamente e eu me senti quase numa vitrine.

—Vai ficar muito bem nela. - Minha cunhada concordou e fez uma anotação no bloco em frente a ela.

—Longo, né, por favor? - Confirmou com um olhar ameaçador.

—Claro, longo.

—Levanta. - Ele pediu, me dando espaço para passar por eles e parar no meio da sala. - Tira a blusa e a calça.

—Oi?

—Precisamos ver seu corpo, o que encaixa melhor.

Fiquei só de lingerie por quase uma eternidade enquanto eles me olhavam sem dizer nada, e não consegui deixar de pensar em como vida de modelo deve ser entediante.

—Saia com ou sem volume? - Ela me perguntou um tempo depois.

—Com, mas não precisa ser nada exagerado.

—Decote?

—Sim.

Continuei respondendo a perguntas diversas que eles me faziam, e que levaram praticamente a tarde inteira.

Quando finalmente entrei em casa, Harry já tinha chegado, tomado banho e preparado o jantar, e me lançou um olhar divertido assim que passei pela porta e me joguei no sofá ao lado dele.

—Meu Deus! - Foi meu único comentário, e suficiente para fazê-lo cair na risada enquanto me dava um beijo.

—Como foi?

—Passei a tarde inteira de calcinha e sutiã enquanto Ced e Mione me olhavam, mediam e enchiam de perguntas.

—E o resultado? Gostou?

—Não vi ainda, ela vai criar e me liga quando tiver o desenho pronto.

—Dei uma olhada nas outras coisas que temos que decidir. - Puxou um monte de papéis da mesa de centro e procurou entre eles. - O que você acha desses lugares?

Dei uma olhada nas fotos que ele me mostrou, de pelo menos dez espaços diferentes para festas e todos me pareceram lindos quando decorados como as imagens mostravam.

—São todos bonitos, como é que escolhemos entre eles? - Comentei passando as fotografias novamente. - Vamos ter que ligar, ver os que tem a nossa data disponível e visitar um por um.

—Vamos. - Confirmou. - Minha mãe ligou agora há pouco, queria falar com você.

—Ela disse sobre o que?

—Ela fez uma pesquisa sobre decorações sem flores e quer que você olhe uma que se chama alguma coisa com cristais e não sei mais o que, ela mandou o link para nós por e-mail.

—Você viu?

—Dei uma olhada nas opções.

—Gostou?

—É bonito, mas tem uma com livros, Ratinha! - Comentou empolgado.

Olhei cética para ele, que desmanchou na hora a cara de felicidade.

—Tudo bem, sem livros.

—Você já decidiu se quer igreja ou não? - Perguntei a ele, deixando de lado as fotos de salões.

—Já que para você não faz diferença, eu quero.

—Tudo bem, mais uma coisa para escolher então. - Suspirei e me encostei no ombro dele de olhos fechados, sem querer pensar em como essa lista era extensa.

—Agora eu entendo por que a lua de mel, é pra descansar de todo o cansaço da preparação.

—Ah! Queria falar com você sobre a lua de mel. - Olhei para ele de novo. - Tudo bem eu cuidar dessa parte?

—Surpresa?

—Sim, meu presente. Eu te falo quando estiver tudo certo, mas acho que você vai adorar.

—Por mim sem problemas. - Concedeu, a expressão já curiosa. - Alguma dica?

—Não, sem dicas.

Mione me ligou na semana seguinte para contar com extrema empolgação que já tinha meu modelo perfeito, e para não correr o risco de que o Harry visse ou ouvisse qualquer coisa, fui jantar na casa dela um dia depois do trabalho. Por algum motivo que eu desconhecia, ela também não permitiu que o Ron visse, então nos fechamos no escritório dele assim que cheguei.

O desenho à minha frente era, no mínimo, perfeito. Olhando para o que ela conseguiu fazer com apenas as respostas que eu dei, consegui entender por que minha cunhada era tão procurada.Ela me deixou livre para alterar alguma coisa, caso eu quisesse, mas não vi necessidade de modificar absolutamente nada do que ela me mostrou, porque ilustrava exatamente o que eu queria e superava em muito o que eu tinha visto nas minhas breves pesquisas.

Depois de uma infinidade de visitas, decidimos o local ideal para a festa pouco mais de um mês depois, quando minha cunhada já ligava todos os dias para mim e para o Harry cobrando. O salão amplo era elegante e moderno, com espaço suficiente para acomodar todos os nossos convidados e o acabamento em madeira deixava tudo ainda mais bonito.

Decidido isso, eu achava que as coisas seriam mais tranquilas, mas a verdade é que quando já tinha um lugar para visualizar tudo o que seria feito, Mione se revelou. Um dia, após chegarmos cansados depois de um sábado inteirinho vendo modelos de móveis para acomodar os convidados e o bolo, Harry e eu chegamos à conclusão de que ao convidá-la para nos ajudar criamos um monstro.

As coisas só acalmaram um pouco com a proximidade das festas de fim de ano, porque os fornecedores entraram de férias e ela não tinha como me passar opções de contatos que não poderiam me atender. Lily estava tão empolgada quanto ela, e nem na ceia de Natal deixou de falar sobre como estava feliz e ansiosa para o grande dia.

Quando as agendas de viagem foram abertas, no início de janeiro, me permiti uma semana inteira planejando nada além da parte mais mais legal de tudo isso: a lua de mel. Eu já sabia exatamente o que queria, então programar as datas para as três semanas que teríamos livres a partir da festa foi fácil. Encaixar os passeios e lugares diferentes também não foi um problema, visto que eu já tinha uma boa ideia do que valia a pena visitar.

Quando peguei as reservas dos hotéis, voos e todos os guias disponíveis sobre o nosso destino, cheguei em casa me sentindo quase uma criança de tão animada.

—Amor. - Chamei assim que abri a porta, sem nem me dar ao trabalho de fechá-la antes.

—Oi, chegou cedo. - Se virou na cadeira onde estava sentado em frente ao computador e me deu um beijo. - Que animação é essa?

—Saí alguns minutinhos antes. - Mostrei a ele o envelope na minha mão. - Seu presente.

Os olhos do Harry brilharam de expectativa quando ele puxava o amontoado de papéis de dentro.

—Caribe? - A cara de surpresa e a empolgação que já era notável valeram todo o esforço. - Uau! Quanto tempo?

—Três semanas.

—Uma pena que a gente só vai casar uma vez, porque você é muito boa em luas de mel.

Quanto mais perto chegávamos, mais detalhes pequenos apareciam para serem resolvidos.

Já tínhamos definidos a decoração com cristais e pérolas, como Lily sugeriu e eu me encantei assim que vi, a igreja, as toalhas de mesa, bolo decorativo, mesa de doces, cardápio do buffet e os bem casados.

Faltavam exatos três meses para a data e eu estava na recepção conversando com o Colin quando meu celular tocou. O nome da minha cunhada como remetente da mensagem já me alertou para o fato de que nem tudo estava resolvido:

“Gin, convites marfim, areia ou champagne?”

Franzi o cenho para aquilo, sem entender perfeitamente a diferença entre eles.

—Qual é a pendência dessa vez, gata?

—Preciso saber a diferença entre marfim, areia e champagne, para escolher a cor do meus convites. Você sabe?

Sua expressão tão perdida quanto a minha mostrou que não.

—Como imaginei. - Completei com o celular na mão.

Direcionei a pergunta para o Harry:

“Que cor: marfim, areia ou champagne?”

“Tem diferença?”

“Aparentemente sim. Olha aí no Google, por favor, agora não posso olhar.”

Alguns segundos depois mais uma pergunta:

“Para que?”

“Convites”

“Areia”

“Obrigada ♥”

—Pronto, vai ser areia. - Falei satisfeita, quanto respondia para a Mione.

—É a mais bonita?

—Harry disse que é, então é.

—Você não vai mesmo me mostrar a foto do vestido, gata? - Perguntou mais uma vez.

—Não, gato, você vai ter que esperar. Quero fazer surpresa para todo mundo.

—O Ced também não fala uma palavra, nadinha sequer, aquele traidor. - O drama dele me fez pensar que ele estava convivendo demais com o namorado.

—Você e ele andam bem grudados, né?

—Sim. - O sorriso enorme mostrava como ele estava gostando. - Não se surpreenda se ele se infiltrar entre as convidadas quando você jogar o buquê.

Meu sorriso se fechou na hora, parecia é que algo tinha caído na minha cabeça.

—Que cara é essa?

—Droga, não pensei no buquê. - Falei alarmada, já voltando para o meu consultório. - Me chama se precisar, gato, preciso ir.

Abri o navegador de internet assim que me sentei atrás da mesa, pedindo que a internet tive ideias maravilhosas para buquês sem flores, ou então eu estaria perdida. A minha sorte é que a internet realmente tinha de tudo, e a única dificuldade que tive foi escolher o mais bonito entre todas as opções que pipocaram meu monitor.

Passei a foto do meu preferido para o celular e liguei para o Ced, que era a pessoa que eu conhecia que poderia me ajudar com mais essa mágica.

—Oi, Gigi. - Atendeu com sua voz cheia de classe.

—Ced, mesmo sem te ver tenho certeza absoluta que você está maravilhoso hoje, tudo bem?

—Por mais que eu adore os elogios, por que será que os seus estão me desesperando? - Comentou, fingindo estar pensativo.

—Você e a Mione podem me esperar aí hoje a noite? Preciso discutir um detalhezinho e pedir uma ajudinha.

—Por que será que esses diminutivos estão me desesperando ainda mais? - O tom usado agora era claramente uma bronca.

—Não deveriam, acredite em mim.

—Tudo bem, vou falar com a Mi e a gente te espera. Espero mesmo que não seja nada desesperador. - Concedeu por fim.

—Obrigada, Ced.

—Até a noite.

Depois de atender meu último paciente e ver que a emergência estava livre, avisei ao Harry que não iria direto para casa e fui até a loja da minha cunhada, onde ela e seu assistente me aguardavam com expressões apreensivas.

—Me diz que não é nada desesperador. - Ela pediu, me olhando séria.

—Não é nada desesperador. - Afirmei e me sentei. - Escolhi meu buquê, quero a opinião de vocês.

Os dois respiraram aliviados e olharam concentrados para a tela do meu celular quando a foto apareceu, mostrando o arranjo delicado com broches entrelaçados, criando um visual discreto e ao mesmo tempo para onde era impossível não olhar. O equilíbrio entre as pedras, o metal e as pérolas deixava tudo tão harmonioso sobre o tecido delicado onde eles se prendiam que assim que olhei a imagem não tive dúvidas de que era aquele.

—Ai, Jesus! A Miss Universo dos buquês! - Ced falou com os olhos arregalados, puxando o aparelho da minha mão e aproximando do rosto. - Incendinho, onde você achou essa maravilha?

—Numas pesquisas na internet.

—Chefinha, onde estávamos que não encontramos um assim para você? - Ele parecia pessoalmente ofendido ao passar meu celular para a Mione olhar também.

—Gostou? - Perguntei para a minha cunhada.

—É realmente impressionante. - Aprovou a escolha e me devolveu o aparelho.

—Então eu preciso da sua ajudinha, Ced, porque não faço ideia de onde achar um desses, e a Mione me disse que você é mágico, consegue encontrar de tudo. - Pedi com minha melhor cara convincente.

—Se eu souber o que estou procurando, sou mesmo.

—É um buquê de broches, vou mandar a foto para o seu celular. Gostei muito das cores da foto, o tecido bege bem clarinho embaixo…

—Isso é marfim. - Ele me cortou.

Fiz um esforço enorme para não rolar os olhos.

—Desculpe, o tecido marfim embaixo e predominando o prata em cima, mas aceito sugestões.

Discutimos por alguns minutos as opções que ficariam boas com o meu vestido e decidimos que manter exatamente o padrão da foto era a melhor alternativa. Além disso eu tinha adorado, era o que importava.

—Então quero igualzinho a esse. - Determinei por fim.

—Você sabe que vai custar uma pequena fortuna, né? - Mione comentou, olhando novamente para a foto.

—A conta dela é meio sem fundo, Mi, não tem problema.

—Não é bem assim, não, Ced, mas nesse caso não tem problema mesmo.

Ele fez uma expressão de pura felicidade quando passei a foto para o seu celular e se virou imediatamente para a própria mesa, abrindo o navegador.

—Vamos aproveitar que você está aqui e provar o vestido de novo. - Mione sugeriu sem exatamente me dar a oportunidade de negar.

—Mione, eu provei semana passada.

—Eu sei, mas tem que estar perfeito e faltava um centímetro no busto, lembra?

Achei melhor não discutir e fazer logo o que ela pediu. O lado bom de provar meu vestido é que em todas as vezes eu sentia um friozinho gostoso na barriga, e isso me deixava ainda mais ansiosa.

No último mês já estava tudo definido, os convites entregues, serviços de foto e filmagem contratados, músicas definidas e a roupa do Harry - que como retaliação ele também não me deixou ver - cuidadosamente guardada no armário, dentro de uma embalagem que a protegia dos meus olhos curiosos.

Na semana anterior nós dois já estávamos de férias e nos atentamos às preparações de última hora, como a última prova da minha roupa e pegar meu buquê pronto numa loja que ficava praticamente a três cidades de distância, mas que segundo o Ced era a melhor. Ele fez questão de ir comigo para retirar e os olhos dele brilharam tanto quanto os meus quando abri a caixa e vi que estava tudo perfeito.

—Só espero que você não jogue, Gigi, além de um crime com uma coisa tão linda dessas é capaz de que a infeliz que pegue ganhe um traumatismo craniano ao invés de um casamento futuro.

A observação divertida dele me fez gargalhar, mas o tranquilizei dizendo que eu nunca faria isso com meu buquê. Eu já esperava a curiosidade do Harry quando cheguei em casa com a caixa branca devidamente fechada, sem deixar transparecer nada do que havia dentro, e precisei de uma boa dose de cuidado para manter bem longe dele.

Mike nos buscaria no hotel no dia seguinte à festa e deixaria no aeroporto para o embarque que aconteceria às oito da noite de domingo, então fizemos nossas malas com tudo o que seria necessário para a viagem e deixamos na casa dele no meio da semana para que levasse para nós.

Fiz a última prova do meu vestido, Lily e James chegaram na sexta, Mione me garantiu que estava tudo confirmado com todos os prestadores de serviços, magicamente minhas unhas estavam impecavelmente grandes e não havia nada sequer fora do lugar.

Então chegou o dia 27 de Junho.

—Gin, está na hora, vamos. - A voz autoritária da minha cunhada soou enquanto eu ainda estava de olhos fechados.

Pisquei algumas vezes antes de abrir os olhos e senti Harry se mexer atrás de mim, acordando também. Antes que eu conseguisse encontrá-la no quarto escuro as luzes foram acesas e a claridade quase me cegou, mas meu agora quase marido escondeu o rosto no me cabelo e colocou a mão sobre os meus olhos.

—Hermione, aquela chave que nós te demos definitivamente não era pra isso. - Falou emburrado, sem me soltar do abraço em que estávamos.

—Você pode ficar aí quanto quiser desde que não se atrase, mas ela vem comigo. - Determinou irredutível. - Não era nem para ter dormido aqui.

Decidi não entrar novamente na discussão de que eu deveria ter passado essa noite em qualquer outro lugar que não em casa.

—Você está percebendo como isso é injusto, não está? - Falei para o Harry. - Você pode fazer o que quiser hoje, eu preciso passar o dia inteiro num salão.

—Desperdício, amor, você já é linda. - Respondeu sem se mexer um centímetro de onde estava.

—Ah, que lindo, mas agora vamos. - Mione comentou apressada.

Senti o edredom começar a escorregar e segurei.

—Não puxe, você não vai querer.

Mione parou na hora com uma expressão de nojo e nós dois rimos. Virei para trás e dei um beijo nele antes de me levantar e ajeitar a camisola no lugar diante do seu olhar cético. Tive tempo apenas de usar o banheiro rapidamente e me vestir antes de ser arrastada por ela e Lily para o salão mais elegante que já vi na vida, onde passei o dia inteiro.

Sendo bem sincera, no fim até gostei de todas as atenções voltadas para mim durante todo o dia. E Lily e Mione ali do lado o dia inteiro deixaram tudo muito mais divertido. Mike levou Rose, Meg e Lisa para lá a tarde, e por mais que seja suspeito da minha parte afirmar, minhas sobrinhas estavam lindas com suas roupas de dama de honra. Rose, bem imitação perfeita da mãe, passou minutos inteiros falando sem parar sobre como a roupa a deixava bonita.

Quando elas foram embora, horas depois e com Lisa fazendo malabarismo para manter as duas quietas porque queriam brincar, o cabeleireiro praticamente me arrastou para a cadeira para terminar meu coque clássico, mas trabalhoso o suficiente para ele estar com pressa.

Com o cabelo devidamente preso, a maquiagem impecável e o esmalte já seco nas unhas, Mione pegou meu vestido no cabide assim que a porta se fechou atrás do cabeleireiro, e se virou para Lily:

—Me ajuda aqui? Gin, pode tirar o roupão.

Desatei o laço da peça e o deixei na cadeira atrás de mim enquanto elas tiravam com cuidado o vestido do cabide. Arrumei novamente o corselet, conferindo se todos os colchetes frontais estavam fechados e alisei o decote, deixando-o no lugar certo.

—Achei que você não quisesse nada branco. - Levantei a cabeça assim que a voz da minha cunhada chamou minha atenção, o tom irônico.

Eu abri a boca para responder que o noivo tinha um fetiche legal pelos meus uniformes de médica, mas Lily já estava olhando muito desconcertada para a minha roupa que não escondia nada, então só dei de ombros, quase tão sem graça quanto minha sogra, e não falei nada.

Elas subiram o vestido por mim, encaixei meus braços nas alças bordadas e me virei para que todos os pequenos botões fossem fechados.

—Eu me esforçando tanto pro Harry gostar do vestido, mas acho que ele vai preferir outra parte do vestiário. - Mione falou no meu ouvido enquanto fazia isso.

Acenei discretamente que sim e passei a mão suavemente pela saia de volume moderado que se abria desde a cintura. O decote redondo da peça se encaixou perfeitamente, deixando o meu colo muito bonito e destacando o colar que ganhei no dia do meu pedido de casamento. Hermione a princípio tinha sido contra o coração dourado e delicado, mas essa parte não estava em discussão para mim.

O cinto delicado de pedras que marcava a cintura foi preso à mim assim que tudo estava no lugar, e Mione ajudou a fechar minha sandália nude em torno do meu tornozelo, só depois que tudo estava pronto elas me deixaram olhar no espelho. E eu adorei exatamente tudo o que vi na imagem refletida à minha frente.

A cor pêssego, em contraste com a minha pele clara, deu todo o destaque que o branco certamente não daria, me dando certeza de que eu tinha escolhido a cor certa para esse dia. O vestido se encaixou no meu corpo de um jeito tão perfeito que foi impossível não admirar cada um dos detalhes da peça.

Acredito ter ouvido uma batida na porta, mas nem prestei atenção no que o cabeleireiro queria.

—Chega de se admirar, vamos terminar. - Mione parou na minha frente e abriu a mão com um par de brincos de pedras que combinavam com o resto. - Tudo que você está usando até agora é novo, então aqui está algo emprestado.

Tirei as peças delicada da mão dela e prendi as duas nas orelhas enquanto os três me olhavam.

—Senta aqui, querida, por favor. - Lily apontou a cadeira em frente ao espelho do outro lado.

Me acomodei e esperei enquanto ela tirava um estojo de veludo de dentro da bolsa e o abria na minha frente, revelando uma tiara de pedras brilhantes incrivelmente linda. Não pude deixar de notar que combinava com o meu cinto.

—Eu usei quando me casei e tinha a intenção de guardar como lembrança daquele dia, mas tenho certeza que você vai fazer isso muito bem.

Ela puxou de lá de dentro e se acomodou atrás da minha cadeira. O cabeleireiro fez apenas uma insinuação de que faria aquilo no lugar dela, mas bastou um olhar para ele desistir e recuar. Lily a prendeu com delicadeza ao redor do meu coque, a expressão concentrada enquanto eu a olhava pelo espelho à minha frente sem conseguir falar nada.

Tentei a todo custo não chorar, mas tive que limpar uma lágrima teimosa que escorreu.

—Você está linda, meu bem. - Ela falou com um sorriso emocionado.

—Está mesmo. - Mione confirmou com um sorriso radiante.

Respirei fundo antes de conseguir me manifestar outra vez.

—Já tem algo novo, velho e emprestado, falta o azul.

—Ron disse que esse pode deixar com ele. - Mione me informou enquanto retocava o batom. - Só espero que não seja um botom.

Lily e eu gargalhamos da improbabilidade daquilo acontecer, mas ela pareceu estar falando sério.

Minutos depois a porta se abriu e a moça da recepção se dirigiu a mim:

—Seu irmão chegou.

—Pode deixá-lo entrar, por favor.

Notei que ele passou pela porta sem me olhar e se dirigiu diretamente às duas pessoas atrás de mim.

—James está esperando lá fora para levá-las, se importam? Eu queria uns minutinhos.

Elas se despediram e saíram, só quando ficamos a sós ele virou para mim, e eu nunca na vida o tinha visto tão emotivo. Ron me estendeu a mão num pedido para que eu levantasse e por dois minutos inteiros só me olhou dos pés à cabeça repetidas vezes.

—Moleque de sorte. - Comentou, e nós dois rimos. - Você está linda demais.

Ele fungou e deixou escapar uma lágrima, eu ri de novo só para adiar as minhas.

—Você não vai chorar, né? - Perguntei, já limpando o rosto.

—Eu não consigo nem explicar o que estou sentindo hoje, Gin. Estar aqui me deixa mais satisfeito do que eu consigo dizer, porque te ver feliz assim e com esse sorriso o tempo todo é tudo o que eu sempre quis. Te olhando agora eu sei exatamente o que vou sentir quando for a Rose, porque um lado meu sempre vai se sentir responsável por você.

—Diga pra esse lado que ele fez um excelente trabalho, que eu devo tudo a ele.

Nós dois respiramos fundo e limpamos o rosto mais uma vez. Eu sabia exatamente o que ele queria dizer, porque eu me sentia da mesma forma, ele sempre foi e sempre será a pessoa para quem eu correria em qualquer circunstância, e que me entenderia só de olhar.

—Esse lado também sempre vai ter ciúmes de você, é mais forte que eu. - Afirmou carrancudo e nós dois caímos na risada.

—Quanto a isso, espero que esse lado saiba que eu nem ligo.

Ele me olhou de canto para fazer graça e puxou uma caixinha preta do bolso.

—Falta algo azul, não é? - Concordei com um aceno e ele se aproximou. - Não é um presente, porque sempre foi seu, mas acho que escolhi o momento certo para entregar.

Quando vi o que havia dentro nem me dei ao trabalho de tentar conter as lágrimas, porque seria completamente em vão. A meia aliança de safira que minha mãe usou a vida inteira junto com sua aliança de casamento me encarava como uma lembrança da época em que as coisas eram normais, e os dias cheios dos meus bolos preferidos.

Eu não via aquela jóia há mais de dezesseis anos, mas a reconheceria em qualquer ocasião, tantas foram as vezes que a encarei enquanto estávamos fazendo qualquer coisa juntas quando eu era criança. E depois, durante a adolescência, nas pouquíssimas vezes que eu conseguia fazê-la me emprestar para usar em alguma ocasião especial. “Um dia vai ser seu”, ela me disse uma vez.

—Obrigada, Ron. - Eu não estava falando apenas do anel, estava falando de tudo.

Afundei no abraço dele por quanto tempo nós dois achamos necessário, deixando as lágrimas correrem sem censura e aproveitando o conforto que sempre fomos um para o outro.

—Eu amo você, menina.

—Eu também amo você, muito.

Ele se afastou com duas mãos dos lados do meu rosto e riu.

—Ainda bem que eu vim mais cedo, sua maquiagem já era.

Limpei o rosto e estendi a mão esquerda para que ele escorregasse o anel pelo meu dedo que em breve também teria uma aliança.

—Cadê o maquiador? Se eu vou enfartar o rapaz, que seja logo.

E de fato, a expressão dele quando me viu foi quase a de um ataque cardíaco. Por sorte ele tinha mãos muito experientes e não levou mais de meia hora para deixar tudo perfeito como antes.

—Vamos lá? - Ron me convidou, oferecendo o braço.

—Vamos. - Afirmei sem nenhuma dúvida, aceitando-o.


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Notas finais do capítulo

Aah, chegou o grande dia!
Só eu me emocionei com a cena do Ron entregando o anel? Esses lindos!
Ansiosa para saber o que acharam.
Feliz Natal para todos, que seja uma data iluminada, como deve ser ♥
Beijos e até semana que vem.

Ah! Se alguém estiver curioso, pesquisa "buquê de broches" no google, é lindo!



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