Déjà vu escrita por Paulinha Almeida


Capítulo 35
Capítulo 35




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—Harry, essa é a pior ideia do mundo! - Falei rindo, porque era tão absurdo que não tive outra reação.

—Obrigado. - Ele agradeceu ao garçom que colocou um sanduíche enorme na frente de cada um de nós. - Não é, Gin, eles só precisam conversar, então esse é o jeito perfeito.

—Meu Deus, não acredito que estou concordando com isso. - Afundei o rosto nas mãos, ainda rindo. - Tudo bem, vamos fazer logo.

Puxei o celular de dentro da bolsa e disquei o primeiro número antes de levá-lo ao ouvido, aguardando minha chamada ser atendida.

—Oi, Gin. - A voz familiar soou do outro lado da linha.

—Oi, Mione, tudo bem?

—Tudo e você?

—Também. Estou atrapalhando?

—Não, pode falar. - O som das unhas longas e provavelmente vermelhas dela batendo em teclas me deu uma boa ideia de que ela ainda estava no trabalho, apesar de ser já quase nove da noite de uma quarta-feira.

—É rapidinho, só queria perguntar se você quer jantar comigo e com o Harry no sábado.

—Ai, Gin, não estou muito para esses eventos…

Balancei a cabeça em negativa para ele, que me fez um gesto indicando que era para insistir.

—É que quando nós voltamos ele fez o maior drama do mundo dizendo que eu não fazia questão de inclui-lo na minha vida com meus amigos, essas coisas… - Precisei segurar a risada quando ele me olhou bravo do outro lado da mesa. - Aí como vocês já são amigos, e eu sei que você está meio para baixo, pensei que quisesse se distrair um pouquinho com a gente. Você é a minha melhor amiga, estou aqui para isso também.

Eu sabia que ela não recusaria depois de todo o me discurso, e o suspiro vencido que ouvi do outro lado me confirmou antes mesmo das palavras:

—Tudo bem, Gin, eu vou. Que horas?

—Sete e meia está bom? - Lancei um olhar convencido ao Harry, que estava mordendo um pedaço particularmente grande do próprio sanduíche.

—Está ótimo. Obrigada pela preocupação.

—Não precisa me agradecer por isso. Beijos, Mione, e tente não trabalhar tanto.

Ela soltou uma risadinha de deboche.

—Sério que é você me falando isso? - O tom cínico me fez rir também. -Beijos, Gin.

Encerrei a ligação e pousei o celular do lado, mordendo uma batatinha.

—Então eu fui dramático? - Harry me perguntou com a sobrancelha erguida.

—Era modo de dizer. - Dei de ombros. - Eu tinha que convencê-la e deu certo, não deu?

—E para ele você vai falar o que?

—Ele é mais fácil, só eu fazer a voz certa. - Assegurei, discando o número do meu irmão.

—Ainda bem que eu sou imune a essas suas manipulações. - Comentou com o cenho franzido, nem ele mesmo acreditava muito naquilo.

Ri da afirmação com a minha melhor cara de “é mesmo?”, e encostei o celular no ouvido.

—Oi, Ron, tudo bem?

—Tudo e você?

—Também. Quer jantar comigo e o Harry no sábado?

—Sábado, Gin? - Falou meio contrariado.

—É, Ron. A gente não anda se vendo muito nos finais de semana, e além disso eu queria que você e ele se conhecessem melhor, é importante para mim, você sabe. - Falei séria, apesar do olhar convencido e divertido do Harry à minha frente.

Assim como a minha amiga, o Ron suspirou antes de confirmar.

—Ta bom, que horas?

—Às oito, pode ser?

—Pode, até lá.

Ele desligou antes que eu pudesse me despedir também. Tenho certeza que a iminência de um encontro com um casal não era o que ele mais queria nesse momento, mas era por uma boa causa.

—Por que você marcou horários diferentes? - Harry me perguntou confuso.

—Porque se a Mione chegar e vê-lo lá, vai virar as costas e sair na mesma hora, mas ela é educada demais para fazer isso se já estiver comendo, então é bom que você termine o jantar cedo.

—Eu termine? - Perguntou surpreso.

—Claro, a ideia foi sua. - Dei de ombros. - Além disso, você é melhor na cozinha do que eu, tenho que admitir.

—Tudo bem, mas não me enrole. - Olhei curiosa para o tom de empolgação no final da frase. - Volte e explique aquela parte sobre o Ron saber que é importante pra você eu e ele nos darmos bem, acho que vou gostar de ouvir.

Rolei os olhos, rindo da expressão ansiosa.

—Não adianta eu fazer academia, concordar com os seus planos juvenis, dormir na sua casa três vezes por semana. - Enumerei com os dedos. - Tenho que ficar falando também? Você está querendo confete demais, Ursinho.

—Só estou querendo ouvir, Ratinha, não é nada demais, vai.

—Então fala primeiro. - Propus uma troca.

Ele limpou a garganta antes de dizer:

—Sie sind sehr eigenwillig, aber Ich liebe dich. - Terminou com um sorriso de canto, presunçoso. - Sua vez.

Franzi a sobrancelha para ele, mas fiz minha parte:

—Você me dá contrações ventriculares prematuras, liberação de adrenalina, falta de fluxo sanguíneo abdominal, contração estomacal e liberações reativas de ácido gástrico. - Falei tudo de uma vez e propositalmente rápido.

Sua gargalhada preencheu o ambiente e fez algumas pessoas olharem em nossa direção.

—Espero que isso tudo não queira dizer infarto. - Falou esperançoso, me fazendo rir também. - Sua sem graça, assim não vale.

Dei de ombros, finalizando meu lanche.

—Você pode repetir devagar para eu anotar? - Pediu com o celular em mãos.

—Você pode escrever para eu traduzir? - Estiquei o meu aparelho móvel para ele, propondo uma troca.

Harry me olhou pensativo por um instante antes de rir e negar com a cabeça.

—Então nada feito. - Determinei, encerrando o assunto.

As batatinhas dele terminaram e ele puxo as minhas para o centro da mesa para alcançar também e continuar comendo.

—Não vai ligar para o Colin?

—Vou vê-lo amanhã no hospital e falo com ele, fica mais fácil responder a todas as um milhão de perguntas que vai me fazer.

—O Colin é bem curioso, né?

—Eu só atraio gente curiosa pra minha vida, Harry. - Falei com um olhar sugestivo.

—A Mione é a exceção?

—Mione? - Não contive o riso de deboche. - Ela é elegante, é diferente, aí as perguntas são estrategicamente planejadas para serem feitas de um jeito que parece que não tem nada demais e você ficar com vergonha de não responder.

Ele olhou como se entendesse.

—No dia em que fomos afogar nossas mágoas juntos, mal a gente tinha tomado a quarta dose ela virou e soltou um “ta, me conta o que aconteceu”.

—E o que você fez?

—Contei! - Falou como se fosse óbvio, me fazendo rolar os olhos.

—Uma gosta de ouvir, o outro fala mais que tudo, vocês podem ser melhores amigos para sempre assim.

—Ei, não fala assim! Eu também ouvi muito bem enquanto ela contava tudo que aconteceu, ta?

—Viu? Combina mais ainda. - Interrompi quando ele começou a falar alguma coisa, o dedo em riste. - Pensando bem, melhor não, a Mione é minha melhor amiga, fica só com o Mike mesmo que está bom.

—O que já conversamos sobre dividir, mocinha? - Falou com se fosse uma bronca.

—Irmão e melhor amiga não são negociáveis.

—Deveria ter feito um contrato melhor… - Lamentou, me fazendo rir.

—Vamos embora? - Convidei quando os dois pratos estavam vazios.

Com um aceno de cabeça ele concordou comigo e pediu a conta para um garçom que estava passando.

—Minha vez, né? – Perguntei, já abrindo o zíper da bolsa ao meu lado e puxando o cartão.

—Sim. – Harry confirmou, se ajeitando no assento à minha frente e assumindo uma cara de pensativo. – Eu acho que vou começar a escolher restaurantes mais caros quando for sua vez de pagar.

—Que interesseiro... – Comentei irônica. – Você é gerente, então eu tenho que ter alguma vantagem em namorar com um, os restaurantes caros ficam para quando for a sua vez.

O rapaz foi rápido em trazer a pequena pasta preta e a estendeu na direção do Harry antes que ele me respondesse. Meu namorado apontou na minha direção, dizendo que era para mim que ele deveria entregar, deixando-o um pouco sem graça. Paguei a conta e peguei minha bolsa ao meu lado no banco para sairmos, Harry passou o braço pela minha cintura e continuou o assunto interrompido:

—Mas você é médica, cirurgiã, rainha da parada toda, quase a Beyoncé dos ossos. – Gargalhei com vontade ao fim da minha descrição profissional. – E trabalha quase o dobro de horas do que eu, considerando ainda que é dentro de um hospital cheio de sangue, deve pelo menos ganhar o triplo do meu salário, ou seria escravidão.

—Que grande rodeio para perguntar quanto eu ganho. – Comentei enquanto afivelava o cinto de segurança.

—Não, isso nem é muito relevante, mas tem mesmo uma coisa que eu quero conversar com você. – A empolgação dele por si só já me deixou curiosa.

—E o que seria?

—Investimentos, já pensou em brincar com isso?

—Brincar, Harry? – Perguntei com a sobrancelha erguida em sua direção.

—É divertido, então eu chamo de brincar.

—Não, nunca pensei em brincar com isso.

—Posso te mostrar umas propostas bem interessantes de carteiras, se você quiser.

—Meu Deus, saio pra jantar com meu namorado e volto com um vendedor de ações. – Adotei um tom falsamente inconformado ao dizer.

—Eu saí para consertar meu braço quebrado e voltei com uma namorada, acho justo. – Devolveu rápido, me fazendo rir ao lembrar as respostas petulantes dele no dia em que nos conhecemos.

—Bom argumento, Ursinho, pode me vender o seu serviço, mas no final de semana, ta bom? Tudo o que eu não preciso depois de um dia de trabalho, academia e tudo aquilo de hambúrguer é de uma aula sobre finanças.

—Vou fazer hora extra por você, não tem problema. E o que adianta a gente malhar tanto, sair de lá e comer lanche?

—Estamos felizes, é o que importa. - Dei de ombros, indicando que não via problema nenhum, e deitei a cabeça no ombro dele enquanto dirigia. - Tudo bem no trabalho hoje?

No caminho até o meu prédio ouvi um relato detalhado sobre uma reunião divertida com a maior cliente dele, uma mulher bastante simpática de acordo com os relatos. Nos despedimos com um beijo demorado em frente à portaria e ele me esperou entrar antes de acelerar e ir para casa também.

Estranhei não encontrar o Colin em nenhum momento no dia seguinte, até perguntei a uma das colegas dele para confirmar se ele realmente estava trabalhando naquela manhã. Após sua confirmação de que ele estava no hospital, mas ajudando Luna em uma cirurgia complicada, voltei para o meu consultório disposta a falar com ele depois.

Quando finalmente consegui encontrá-lo, eu estava passando pela recepção já pronta para ir para casa a tempo de almoçar confortavelmente sentada no meu sofá. Sua expressão cansada não diminuiu o tamanho do sorriso na minha direção.

—Oi, gato. - Cumprimentei ao alcance do seu abraço.

—Tudo bem, Gin?

—Sim, e você?

—Também. Só acabado, a Lu me usou a manhã inteira hoje. - Se sentou de novo na cadeira atrás do balcão e eu me encostei na frente dele.

—Te procurei a manhã toda, preciso de um favor.

—Pode falar, só espero que não envolva levantar daqui agora. - Lamentou com exagero.

—Não, pode continuar aí sentadinho.

Expliquei a ele o que precisava, o motivo, respondi a todas as perguntas que ele me fez sobre Ron e Mione e por fim acabei rindo com ele, porque eu também nunca me imaginei fazendo uma coisa dessas antes.

—Qual a graça toda? - Luna perguntou, parando ao nosso lado.

—Gin está fazendo papel de cupido do irmão com a melhor amiga. - Colin explicou por mim e ela me olhou de canto.

—Esse é um momento em que eu me arrependo de não ter me especializado em psiquiatria, você seria um ótimo objeto de estudo para os efeitos de estar apaixonada. - Comentou rolando os olhos e nos fazendo rir.

Reparei que nenhum dos dois estava mais usando jaleco.

—Já estão indo embora? - Ambos concordaram com um aceno. - E quais os planos para a tarde?

—Deitar no meu sofá, de preferência só de cueca, e fazer nada.

—Nada muito diferente do Colin, com exceção da roupa íntima.

As respostas tão características deles me fizeram rir.

—Eu também estou indo, vamos lá para casa? Faz tempo que não temos uma tarde assim juntos. - Sugeri e eles me olharam com aprovação. - Podemos ficar lá jogados no sofá, só mantenham-se vestidos, por favor.

—Ai, que chata. - Colin resmungou sorrindo. - Eu topo.

—Eu também, pelo menos é mais divertido do que fazer nada sozinha.

Os dois me seguiram para fora do hospital e cada um entrou em seu carro para fazer o caminho até o meu apartamento. Estava fora de cogitação interromper minha tarde com eles para fazer comida, então pedimos nosso almoço em um restaurante que havia por perto e nos acomodamos no sofá, depois de devidamente alimentados, para uma tarde repleta de conversas, passando entre nós uma lata de brigadeiro, já que dessa vez eu não era a única fã do doce.

Ao invés de Luna, que antes era a única comprometida, agora Colin, o único solteiro, é que se sentia deslocado quando começávamos a falar sobre os últimos programas de casais a que tínhamos comparecido. Meu amigo ouvia tudo com atenção, mas segundo ele era mesmice demais para que ele ficasse com inveja.

—Assume, Colin, você queria um namorado também. - Luna provocou, fazendo-o rolar os olhos.

—Não estou à procura, só para você saber.

—Eu também não estava, gato, então fica esperto que pode aparecer do nada, igual comigo.

—Gata, eu não estou nem receptivo. - Negou a possibilidade com veemência.

—Colin, ninguém era menos receptivo do que a Gin. - Luna reafirmou a possibilidade.

—Viu? Não é tão impossível assim. - Concordei, puxando para mim a lata já no fim e arrancando dele um gesto de desdém.

—Precisa ser alguém muito espetacular então, com muito poder de convencimento e pelo menos nota doze. - Enumerou as exigências e se virou para mim com o dedo em riste. - Lembre-se que o Harry era nota onze.

—Exigente! - Luna debochou.

—Claro que sou exigente, não aceito ninguém menos espetacular que eu.

Luna e eu rolamos os olhos enquanto ele ria.

—Tem que ser tão humilde quanto você também?

—Humildade é entediante, gata, por isso eu gosto tanto de vocês.

—Ia gostar do Harry também, então, ele é um espetáculo de humildade as vezes.

—Com certeza eu ia, mas você não teve o menor pudor de passar na minha frente. - Ignorei o tom falsamente magoado dele enquanto comia a última colherada da nossa sobremesa.

 -Ele quer conhecer vocês.

—O Harry? - Luna perguntou e eu assenti. - Mas já o conhecemos.

Fui até a cozinha pegar mais uma lata de doce no armário antes de responder a ela.

—Quer conhecer de verdade, como eu conheço os amigos dele. – Me sentei novamente onde estava, com as pernas cruzadas sobre o assento e o Colin entre nós duas. – Sair juntos, passar um tempo, isso que quero dizer.

—Só marcar, gata.

—Por mim também, Gin. – Luna confirmou.

Olhei no relógio e isso me deu uma ideia, ele sairia do trabalho em poucos minutos.

—Vocês estão com pressa? – Perguntei, entregando a lata recém aberta ao Colin.

—Não.

—Também não.

—Acho que vou convidá-lo para vir para cá então, pode ser?

Os dois concordaram e aguardaram que eu mandasse uma mensagem convidando. Harry confirmou pouco menos de um minuto depois que viria assim que saísse.

—Ele vem. – Informei aos dois, deixando o celular novamente sobre a mesa de centro. – Só queria pedir uma coisa: sejam o mais vocês mesmos possível.

Ganhei olhares divertidos para o meu pedido.

—Por que você quer constranger o coitadinho? – Colin perguntou rindo.

—Ele quer conhecer vocês dois, só quero que conheça direito. – Dei de ombros casualmente, arrancando mais risadas.

Não demorou muito para o barulho da porta sendo destrancada chamar nossa atenção, indicando que ele havia chegado. Nós três olhamos para o Harry por cima do encosto do sofá, surpreendendo-o por encontrar três pares de olhos, não apenas o meu.

—Oi, Colin, Luna. – Cumprimentou os dois com um aceno discreto enquanto vinha na minha direção para me dar um beijo. – Oi, minha linda.

—Oi, Ursinho. – Ele olhou surpreso, porque não foi com a minha voz que ouviu o cumprimento, e sim do meu amigo.

Não segurei minha risada enquanto Harry ria sem graça para ele.

—Gin, fala pra ele que esse apelido é só seu, por favor. – Pediu enquanto deixava o celular e a chave sobre a mesa de centro.

—É, gato, o Ursinho é meu, pode parar. – Defendi, solícita.

—Egoísta. – Colin resmungou, nos fazendo rir.

—Harry, se quiser colocar uma roupa mais leve, tem lá no meu quarto.

Pela minha visão periférica vi quando Luna e Colin se esticaram para ver sua roupa social, ele fingiu não perceber.

—Você pode se trocar aqui, se quiser. – Meu amigo falou despretensioso.

—Também não me importo, pode ficar a vontade. – Luna acrescentou, deixando-o vermelho.

Ele me olhou sem saber o que dizer, envergonhado.

—Me importo menos que eles, e já sei que vou gostar. – Acrescentei, fazendo-o rir de novo.

—Acho que vou preservar a privacidade e me trocar lá dentro mesmo, mas obrigado.

Ele saiu em direção ao meu quarto e voltou pouco tempo depois, trajando bermuda leve e camiseta, muito mais apropriado ao dia quente. Me arrastei um pouco para o lado, até meus joelhos estarem encostados na lateral da perna do Colin, e Harry se sentou atrás de mim.

—Quer? – Estiquei a lata de brigadeiro para ele e puxei de volta quando negou. – Harry não gosta de brigadeiro, acreditam?

—Não gosta sem Ginny fazendo papel de colher, você quer dizer, né? – Luna perguntou com a sobrancelha arqueada na minha direção.

—Aí o destaque não é o doce, Lu, parece que não entende. – Colin falou como se entendesse das coisas.

—Ah, entendo sim! Tenho até umas histórias para contar se vocês quiserem ouvir.

—Dispensamos. – Falei antes que ela começasse mais um de seus relatos detalhados.

—Não é que eu não gosto, só acho enjoativo. – Harry se explicou, apenas para participar da conversa.

—Falar em brigadeiro, vocês já usaram meu presente? – Colin perguntou interessado.

—Já, gato.

—E como foi? – Se virou para mim com expectativa.

—Muito legal, obrigada pelo bom gosto.

—Só vai me contar isso? – Perguntou indignado, como eu apenas dei de ombros ele se virou para o Harry. – Achei que você não gostasse de brigadeiro.

—Não fui eu que lambi.

Aquela resposta só me fez pensar uma coisa: “pronto, Colin achou sua fonte”. O olhar que ele e Luna trocaram me indicou que os dois pensaram a mesma coisa.

—Conte mais. – Luna incentivou em tom de brincadeira.

—Conte menos. – Falei da mesma forma.

—Ela é rabugenta com você também? – Colin perguntou com descaso, apontando para mim.

—Era mais, estou educando. – Respondeu dando tapinhas amigáveis na minha perna e fazendo meus amigos gargalharem.

Olhei de canto para ele, mas não consegui segurar a risada também.

—Eu também acho que ela está menos rabugenta, você não Colin?

—Agora eu acho, mas quando vocês brigaram eu não aguentava mais, quase que eu fui lá pedir pra você fazer as pazes com ela. – Colin falou com a mão no braço dele, que estava ao redor da minha cintura. – Não sei qual é a mágica que você faz, mas continue fazendo, porque eu não aguentava mais as delicadezas dinossauricas dela.

A risada foi geral quando ele terminou sua frase dramática.

—Também não sei, mas é mágica mesmo. – Luna afirmou com segurança. – O maior sorriso bobo o dia inteiro, não é Colin?

—É, até irrita.

—A sinceridade de vocês é ótima... – Meu comentário foi ignorado com louvor por todos eles.

—Verdade? – Harry perguntou interessado, olhando para os dois.

—Verdade, mas no começo foi engraçado, porque era novidade, né? E olha que eu estou lá desde que ela entrou, a vi pegar geral naquele hospital.

Desviei os olhos da lata na minha mão e olhei para ele sem acreditar no que ouvi, mas Colin pareceu nem se importar.

—Ah, é? – Harry perguntou sério, me olhando sugestivo.

—É! – Meu amigo respondeu empolgado. – Você tinha que ver quando ela chegou, todo mundo só falava da “ruivinha da orto”, até eu quase me interesso. Quando você chegou ainda era assim, Lu?

—Não, quando cheguei ela estava saindo com aquele residente bonitinho de pediatria, lembra? Uma das primeiras vezes em que estávamos na sala de exames analisando uma radiografia, ele entrou avisando que ia sair mais cedo e ela disse que ia tentar sair também. – Olhei espantada para o seu relato. – Eu só lembro porque fiquei com inveja, não estou te vigiando, juro.

Talvez eu devesse ter dito para eles não serem tão eles mesmos assim.

—Cardiologia, pediatria... Mais alguma especialidade? – Harry me perguntou irônico.

—Neuro e trauma também, não foi? – Colin respondeu por mim, olhando para a Luna em busca de confirmação.

—Gato, era uma pergunta retórica.

—E aquele enfermeiro loiro, lembra? O que fica no centro cirúrgico agora.

Afundei o rosto nas mãos, quase arrependida desse encontro. Eu não tinha problemas em falar sobre isso com Harry, mas no lugar dele já estaria desconfortável há muito tempo. Colin pareceu perceber e mudou logo de assunto, embora meu namorado não demonstrasse nada além de curiosidade.

—Mas ela é diferente com você, viu? Só com você. Tem que ver esses olhinhos azuis brilhando quando você manda mensagem. – O sorriso satisfeito do Harry acompanhou o braço se apertando mais ao redor da minha cintura.

 Pronto, ficou mais constrangedor ainda.

—Aliás, você manda mensagem demais, viu? Ela nem conversa mais tanto comigo.

—Desculpe roubar sua companhia. – Respondeu educado, mas sem se incomodar. – É que eu não resisto. – Ganhei um beijo no rosto.

—Pronto, dois irritantes agora. – Colin resmungou com o cenho franzido. – Pelo menos você não está toda apaixonada sozinha, gata, pode continuar falando dele o dia todo.

—Ah, e o que você decidiu fazer na comemoração do aniversário dele? – Luna perguntou, me fazendo ficar seriamente em dúvida sobre qual dos dois assuntos eu preferia. – Não quis nenhuma das nossas sugestões.

—Claro, um sugere gente demais, a outra sugere bom gosto de menos! – Ela rolou os olhos para mim. – Digamos que a gente brincou de médico um pouquinho.

—Digamos que ela me torturou um pouquinho. – Harry me corrigiu. – Mas a roupa de médica safada estava um arraso.

—Você nem me mandou uma foto! – Colin me deu um tapa na perna como retaliação.

—Você manda foto de lingerie pro Colin? – Harry perguntou com os olhos arregalados.

—Só quando preciso de opinião, e nem foram muitas vezes.

—E por que eu não recebo? – O tom agora era entre indignado e magoado.

—E eu também não? – Luna também cobrou.

—Porque ela gosta mais de mim, gente, que pergunta besta. – Meu amigo falou convencido.

Ignorei o que ele disse e me virei para Luna:

—Porque corre um risco grande de você estar com o Nev, não ando querendo divulgar meus dotes por aí.

—E eu? – Harry reafirmou a pergunta, virando meu rosto para ele.

—Você vai ver depois de qualquer jeito, desnecessário.

—Muito necessário. – Teimou, incisivo.

—Resolvido, vou começar a comprar lingerie sozinha. Sou eu que vou usar mesmo, só minha opinião basta.

—Vocês não estão com fome? Eu almocei cedo hoje e não comi mais nada. – Harry perguntou e eu quase dei um beijo de agradecimento.

—Ótima ideia, eu estou! – Respondi de imediato.

Os dois também estavam, então nos juntamos ao redor da mesa de jantar quando nossa pizza chegou e comemos em meio a risadas, enquanto eles nos divertiam e me constrangiam um pouco mais. Um tempo depois eu não era mais o foco do assunto e Harry precisou responder diversas perguntas que os dois fizeram, porque como eu disse, eu tinha o dom de atrair pessoas curiosas para minha vida.

Nos despedimos horas depois, quando há muito já havia anoitecido, Harry foi comigo até a porta se despedir deles. Não precisei nem perguntar para saber que ele havia adorado os dois nessa versão fora do trabalho, e partiu dele a sugestão de nos encontrarmos mais vezes e chamar o namorado da Luna na próxima.

—É incrível como você se enturma fácil, né? – Comentei depois que ficamos sozinhos.

Passei meus braços ao redor do pescoço dele e acomodei meu rosto ali, sentindo seu cheiro gostoso.

—É incrível como sua vida era agitada, ruivinha da orto. – A ironia estava perceptível.

—Vamos fingir que era só a minha, para eu me sentir melhor, ta bom?

—O que for para te ajudar a dormir a noite. – Concordou rindo. – Mas por motivos óbvios, não quero falar disso, prefiro me focar na parte em que você fala de mim o dia todo.

—Você realmente quer confete. – Comentei pensativa, virando o rosto para ele.

—Estou precisando me sentir especial depois de todo esse relato, doutora, coopere. – Pediu com aquela voz que sempre me convencia de qualquer coisa.

—Estamos ficando tão fofos que daqui a pouco vai ser difícil para as pessoas ficarem por perto.

—Não tem problema, guardamos esses momentos só para nós. – Finalizou com um selinho.

—É um bom plano.

—Então, você fala de mim o dia todo?

—Quer tomar um banho comigo? Preciso te distrair para você parar de fazer perguntas embaraçosas.

—Vamos, lá eu sei exatamente o que fazer para te convencer a dizer tudo o que eu quiser saber.

O puxei para o meu quarto em meio a uma risada, que logo ficou de lado para dar espaço a assuntos mais importantes.

Ele ao meu lado foi a primeira coisa que vi quando acordei na sexta de manhã, e também no sábado a tarde, depois do plantão. Tínhamos um jantar com dois convidados que não sabiam um do outro, então era melhor sair logo da cama e preparar as coisas.

Harry ficou responsável pelo cardápio, então para não haver erro, e também porque eu pedi, fiquei ao lado conversando enquanto ele preparava o espaguete que eu tanto gostava e os convidados também aprovariam, eu sabia que ambos eram fãs de massa.

—Eu ainda não acredito que concordei com isso. – Falei depois de um momento de silêncio.

—Vai dar certo, Ratinha, acredite. – Falou com toda segurança do mundo.

Coloquei a mesa apenas para três pessoas, mantendo nosso teatro, e troquei meu pijama por uma roupa mais elaborada, apenas para que minha amiga não tivesse o trabalho de montar um look inteiro para mim assim que passasse pela porta.

Harry estava terminando de colocar o molho sobre a massa, dentro de uma travessa grande, quando a campainha tocou. Ensaiei minha melhor cara de quem não está tramando nada, e abri a porta, dando de cara com a minha amiga, que exibia um sorriso forçado.

—Oi, Mione! - Talvez meu tom tenha saído empolgado demais.

—Oi, Gin. - Ela nem tentou imitar, mas foi simpática. - Já sabe, né? Qualquer coisa sobre o seu irmão fica da porta pra fora.

Senti meu rosto esquentar na hora, então dispensei o beijo e o abraço e me virei de costas, indicando que ela entrasse.

—Claro. - Falei vagamente. - Harry já está terminando, eu vou ajudá-lo a trazer as coisas. Fica a vontade, ta bom?

Fechei a porta atrás de nós e fui mais que depressa para a cozinha. Não me surpreendi ao encontrar meu namorado rindo da conversa que acabou de escutar.

—Essa semana você está incumbido de pesquisar qual é a tendência de moda para bolsas da próxima estação, e me passar uma relação de lugares onde posso encontrar a mais bem avaliada. - Sussurrei para ele.

—Pra que?

—Porque vou precisar comprar a amizade dela de volta, tenho certeza.

Ele gargalhou com vontade, negando com a cabeça como se minha preocupação fosse infundada, e pegou a travessa sobre a pia. Apanhei a garrafa de vinho e fui atrás, encontrando-o já em meio a um cumprimento tão dissimulado que quase invejei. Enquanto os dois se sentavam, enchi nossas taças de vinho.

—Espero que goste de espaguete, Mione. - Harry falou com um sorriso enquanto a servia com uma porção generosa.

—Eu gosto sim, e a cara está ótima. Obrigada.

—Achei melhor te servir primeiro, ou a Ratinha come tudo. - Provocou enquanto me servia.

—Obrigada, Ursinho. - Falei da mesma forma e ele me olhou feio enquanto ria.

—Ratinha, Ursinho… Isso está ficando cada vez melhor de assistir. - Minha amiga zombou. - Gin já me contou por que Ratinha, agora quero saber o motivo de Ursinho também.

—Eu estava bêbada quando inventei, não lembro.

A risada dela ecoou ao meu lado, Harry também riu na minha frente.

—A Gin é uma bêbada bem criativa e engraçada. - Ele falou em meio a uma risada.

—Que bom, porque você é um bêbado bem chorão, assim fica equilibrado. - Mione debochou.

—Eu daria muitas coisas para ter visto aquela cena.

—Não perdeu nada, foi uma catástrofe. - Harry afirmou enquanto virava um gole de sua taça.

—Perdi sim. - Me virei para a minha amiga antes de continuar. - Naquele dia eu era uma vaca, não era? Queria ter visto como foi esse momento.

Ele rolou os olhos enquanto ela ria.

—Era, mas era uma vaca legal, porque ele queria te ligar e teve até declaração de amor.

—Ah, teve? - Ergui a sobrancelha para ele.

Antes que um de nós falasse alguma coisa, a campainha tocando chamou nossa atenção e eu gelei, porque era agora que eu não saberia o que fazer. Mione olhou curiosa na direção da porta e eu me levantei cautelosa para ir até lá, porque sabia muito bem quem estava do outro lado. Girei a chave quase em câmera lenta, mas não foi devagar o suficiente para adiar ainda mais esse momento.

—Oi, desculpa o atraso, passei para comprar a sobremesa. - Ron falou enquanto me dava um beijo.

Não me atrevi a responder, nem a me virar, sequer a me mexer, mas abri um sorriso amarelo quando o olhar dele se prendeu na pessoa atrás de mim e ele me olhou bravo.

—Oi, Ron. Já que você está aqui, quer jantar com a gente? - Perguntei para quebrar o silêncio que se instaurou.

Se olhares matassem, meu irmão teria acabado de me assassinar apenas pela maneira como me encarou. Optei por não dar a ele tempo de responder, puxei a torta holandesa da mão dele e fechei a porta, não dando oportunidade de sair.

—Vocês não se importam, né? - Perguntei, evitando a qualquer custo encarar minha amiga. - Vou pegar um prato para você, senta, Ron.

—Vou te ajudar, Ratinha. - Harry falou mais que depressa e me seguiu para dentro da cozinha.

Me encostei no balcão e afundei o rosto nas mãos, sentindo minhas bochechas tão quentes como há muito não sentia.

—Onde eu estava com a cabeça quando concordei com isso? - Perguntei em voz baixa, levantando os olhos para ele e arrumando o cabelo para trás. - O único risco que estou vendo aqui é o do Ron quebrar um osso seu e eu outro.

—Mas você conserta depois, né? - Brincou sorridente, como se estivesse tudo dentro do esperado.

—Se eu sobreviver aos tapas que ele vai me dar, sim. E eu que pensava que a fase de apanhar já tinha acabado. - Lamentei com exagero.

—Ele te batia? - Perguntei surpreso.

—E não é isso que irmãos mais velhos fazem?

—Não sei, sou filho único. - Falou ressentido e eu ri da cara bonitinha que ele fez.

—É isso que eles fazem, entre algumas coisas legais também.

—Tipo o que?

—Ele que fazia meus coques para o ballet, penteava meu cabelo e me deixava dormir com ele quando eu estava com medo de madrugada. Mas por que estamos conversando disso agora? - Lancei uma olhada para o pequeno pedaço da sala que conseguíamos ver, e onde tudo continuava extremamente silencioso.

—Porque temos que deixá-los conversar, essa era a ideia. Manda logo a mensagem para o Colin, vou pegar o prato e a taça do Ron. Já deve ter dado tempo dos dois se acostumarem com a presença um do outro.

Tirei o celular do bolso e digitei para o meu amigo: “Gato, em 10 minutos”.

Voltei com o Harry para a sala de jantar e os encontrei sentados um de frente para o outro, o jeito que Hermione me olhou me deu certeza que ninguém ali estava minimamente acostumado com presença nenhuma. Foi tão escrutinador que me convenceu também de que eu deveria aumentar meu presente, provavelmente de uma simples bolsa para um mês em Milão, na esperança de que a capital da moda a amolecesse o suficiente. Se ela ainda achasse pouco, eu poderia me oferecer para ir junto, experimentar todas as peças que ela quisesse, passar dias inteiros num shopping, deixá-la experimentar uns penteados…

—Quer que eu coloque para você, Ron? - Harry perguntou, quebrando o silêncio e interrompendo meus pensamentos.

—Não, obrigado. - Foi sua única resposta antes de se servir e começar a comer sem dizer nada.

—Então, o que estávamos dizendo? - Tentei continuar o assunto.

—Não lembro, Ginny. – A resposta dela foi seca, eu quase me encolhi.

Harry me olhou do outro lado da mesa, a expressão antes tão confiante agora um pouco em dúvida. Minha vontade foi de chutá-lo, mas me segurei. Os minutos que se seguiram foram de total silêncio e mais constrangedores impossível, até que meu celular tocou, me fazendo dar um pulo. Eu já sabia quem era, mas olhei no identificador de chamadas mesmo assim e me desculpei antes de atender:

—Desculpe, é o Colin, pode ser importante. – Levei  aparelho ao ouvido e tentei ser convincente. – Oi, gato.

—Oi, cupidinho, como está o jantar? – Meu amigo zombou do outro lado da linha, segurei a vontade de rir.

—Estou em casa, por que?

—Meu Deus, gata, você é péssima em fingir, nem pelo telefone eu me convenço de que você não esperava essa ligação. – Ele gargalhou, não me ajudando em nada na minha missão.

—Foi grave? Já tem os exames? – Continuei com o teatro.

—Já tem os exames? É você que pede os exames quando chegar, sua tapada.

—Tudo bem, estou indo. Obrigada.

—Sempre que precisar, diga ao Ron e a Mione que desejo que dê certo. – Provocou ao final, me dando vontade de rir de novo.

Encerrei a ligação antes que algo me denunciasse e me virei para meus acompanhantes: um com muita vontade de rir e dois com muita vontade de me agredir.

—Preciso ir, era do hospital, desculpem. – Falei sem nenhuma convicção.

—Claro que era. – Mione comentou acidamente.

—Eu te levo, Gin. – Harry se prontificou.

—Não precisa, pode ficar aqui com eles. – Ofereci, como tínhamos combinado que eu faria.

—Imagina, faço questão. Vocês não se importam, né? – Ele perguntou aos dois, sem dar a eles tempo de responder. – Viu? Vamos, cadê sua bolsa?

Me levantei mortificada, peguei minha bolsa no quarto e voltei até onde Harry me esperava de pé, no meio da sala.

—Aproveitem o jantar, desculpem mesmo ter que sair. Tchau, pessoal.

Me despedi o mais rápido possível, trocando meu costumeiro beijo por um aceno de longe, e saí com Harry em meu encalço. Por hábito, tranquei a porta assim que passamos, e aproveitamos o elevador parado no meu andar.

—É bom isso dar certo. – Falei para ele assim que as portas de aço se fecharam.

—Ratinha, você é um terror com teatro, eu estou com vergonha por você.

—Obrigada pela empatia. – Olhei feio para ele. – Devia ter trazido um pouquinho de macarrão, estava tão gostoso.

—Amanhã você come mais, sobrou um monte. – Falou despreocupado.

Dirigi até o apartamento dele e entrei na frente enquanto Harry trancava a porta atrás de nós. Ele passou reto pelo sofá onde eu estava e foi até a estante, de onde tirou o baralho que eu tinha comprado alguns meses atrás.

—Quer jogar um pouquinho? – Sugeriu, já se sentando do outro lado da mesa de centro, sobre o tapete escuro.

—Está querendo perder hoje, moleque? – Perguntei por provocação, escorregando para o chão e me acomodando de frente para ele.

—Vamos ver, doutora. – Falou convencido, começando a embaralhar.

Enquanto ele dava as cartas, um pensamento me invadiu e meus olhos se arregalaram.

—Ai, caramba, o Ron tocou a campainha.

—E o que que tem?

—A chave dele com certeza ficou no carro, e eu tranquei os dois lá. – Expliquei e ele começou a rir, as duas cartas já na mão.

—Então com certeza a casa vai estar meio bagunçada quando você voltar amanhã, é só esperar para saber se foi porque eles se mataram ou porque aproveitaram melhor o momento.

—Eca, Harry. – Falei com o cenho franzido, e resolvi mudar de assunto. – Aposto a camiseta.

O assunto Ron e Mione ficou rapidamente de lado, já tínhamos feito nossa parte.


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Notas finais do capítulo

Olá, pessoal!
Só eu consigo imaginar certinho a cara de todo mundo nesse jantar do final? E a da Gin nesse encontro com o Colin e a Luna? ahahahha
Ansiosa para saber a opinião de vocês, não deixem de comentar!
Beijos e até semana que vem.

Crossover: Para saber o que aconteceu depois que esses dois ficaram trancados, não perca o próximo capítulo de Backstage, ele chega semana que vem!