Déjà vu escrita por Paulinha Almeida


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Antes de começar a história eu não poderia deixar de agradecer às melhores consultoras do mundo por todo o apoio, por ouvir tudo com atenção quando isso aqui ainda era uma ideia meio sem forma e por lerem meus capítulos de madrugada só para opinarem. Cella, Giks e Fe, vocês são as catilangas mais lindas do mundo *--*
Agora sim, vamos a mais um trabalho!



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—Boa tarde, Gin. - O sol já estava se pondo quando Colin saudou vindo ao meu encontro com um prontuário em mãos. - Trauma sete.

—Olá, Colin. O que temos? - Perguntei pegando os papeis e caminhando em direção à sala de emergências com ele em meu encalço.

—Um deus grego, da melhor categoria. - Respondeu sua compreensão da minha pergunta, e que não era exatamente o que eu queria saber.

—De zero a dez? - Sorri e entrei em sua brincadeira.

—Onze! - Exclamou empolgado. - Você poderia conseguir o telefone dele para mim, não?

—É um paciente, gato, não podemos. - Lembrei nosso código de ética e ele revirou os olhos.

—Eu não me importo gata, você sabe. - Deu de ombros com um sorriso sarcástico. - Você é a única pessoa aqui que consegue ser ética e legal ao mesmo tempo, não tenho essa destreza e prefiro ser legal.

Gargalhei com sua observação no momento exato em que chegamos à porta da sala sete de traumas.

—Aproveite. - Ele sussurrou para mim antes de seguir seu caminho até o pronto socorro.

Olhei o nome do paciente no prontuário e entrei após uma rápida batida na porta.

—Boa tarde, Sr. Potter. - Cumprimentei formal, como de hábito, fechei a porta atrás de mim e coloquei seu prontuário médico sobre a mesa de instrumentos ao lado da cama de exames. - Sou a Dra. Weasley e vou atendê-lo hoje. O que houve com seu braço?

Só então olhei para ele. Colin disse onze, mas eu daria, no mínimo, nota doze.

—Olá, Dra. Weasley. Muito prazer em conhecê-la. - Ele respondeu sorrindo quando me sentei no banco em frente à maca onde ele próprio estava sentado.

Eu conhecia aquela olhar, carregado de interesse, malícia e expectativa, e não era a primeira vez que um paciente o dirigia a mim. Embora eu não me lembrasse de nenhum dos anteriores vir de um rosto tão bonito.

Puxei seu pulso e examinei a coloração arroxeada da pele e a pequena protuberância indicando que alguma coisa ali estava fora do lugar.

—Estava organizando algumas coisas em casa e caí da escada. Na hora me apoiei no pulso e acho que o quebrei. - Contou e se contraiu um pouco quando apalpei a área lesionada. - Meu ombro também está um pouco dolorido, acho que por causa do impacto.

—Também acho que você o quebrou. - Sentenciei minha suspeita em relação ao pulso e me levantei, ficando agora de sua altura enquanto sentado. - Tire a camisa, por favor, para que eu examine seu ombro.

Uma das inúmeras vantagens de ser médica é não precisar fingir que não está olhando o paciente, porque meu trabalho basicamente é olhar para eles o melhor que puder.

O ajudei a passar a peça de roupa pelo pulso machucado e coloquei ao seu lado na cama para examinar o ombro direito. Constatei apenas uma concussão oriunda do impacto no momento da queda, nada com que se preocupar.

—Seu ombro não aparenta ter nada além de um inchaço causado pelo impacto, mas o pulso provavelmente quebrou e está fora de lugar. Vamos tirar algumas radiografias para ter certeza e então imobilizar seu braço por um tempo, ok? - Informei o diagnóstico total e o procedimento e me virei para anotar em seu prontuário.

—Isso tudo é rápido? - Perguntou e eu notei o esforço em sua voz.

Me virei e o vi lutando contra a peça de roupa e o braço inchado pela lesão, que provavelmente estaria doendo muito mais do que ele demonstrava.

—Me deixe ajudar. - Me adiantei e tirei a camisa xadrez de suas mãos para ajudá-lo a se vestir. - Espero que não tenha muita pressa, porque o senhor não vai conseguir sair daqui tão rápido assim.

—Que bom, assim temos tempo para você me falar um pouco sobre você.

Ele sugeriu isso com um sorriso de canto irresistível e apoiando sua mão saudável sobre a minha, enquanto eu me empenhava em ajudá-lo com o último botão. Por dentro eu quis rir com sua investida e me senti secretamente satisfeita com a demonstração de interesse, mas mantive o ar profissional e me virei novamente para os papeis quando terminei de ajudá-lo.

—Não há nada muito interessante sobre mim que eu queira te contar ou que você queira saber. - Desviei o assunto enquanto escrevia "luxação no ombro direito".

—Tenho certeza de que sim. - Insistiu soando divertido.

—Como, por exemplo? - Não aguentei a curiosidade e me rendi, fazendo exatamente o que eu suspeitava ser a pergunta certa para que sua estratégia desse certo.

—Seu telefone. - Sugeriu casualmente e eu ri.

—Acho que não.

—E-mail, então, que é algo mais formal. - Propôs uma alternativa.

—Também não, Sr. Potter.

—E que tal se começarmos pelo seu primeiro nome? - Pediu agora de pé, encostado no armário que eu usava para apoiar os papeis, o braço machucado cuidadosamente posicionado na frente do corpo e a outra mão no bolso, numa pose despretensiosamente sexy.

Eu ainda estava debruçada escrevendo, então precisei olhar para cima para encontrar seu rosto sorridente e em troca arqueei a sobrancelha para seu ar confortável com o lugar que encontrou para se encostar, o que o fez rir mais.

—Ginny, meu primeiro nome. - Respondi por fim, voltando ao que estava fazendo e assinalando na terceira página os procedimentos que seriam feitos.

—Me chame de Harry, Ginny. - Ele pediu sem dar a impressão de que sairia dali, observando enquanto eu assinava e carimbava todas as vias.

—Me chame de Dra. Weasley, Harry. - Determinei me levantando e entregando a ele um dos papeis. - Primeiro andar à esquerda, na sala de espera de Raio-X. Eu perguntaria se você precisa de ajuda para encontrar, mas me parece muito esperto para isso. Então apenas me aguarde lá, chegarei num minuto.

Me virei e o deixei sozinho na sala. Antes que a porta se fechasse eu ouvi sua risada lá dentro e um sorriso divertido também estampou meu rosto.

—Ei, Colin. - Chamei quando o vi saindo do balcão de enfermeiros e ele se virou para mim ao ouvir seu nome. Corri até lá para não atrasá-lo e me apoiei para dizer. - Temos alguém no Raio-X agora?

—Pediu o telefone dele? - Perguntou ignorando o que eu queria saber.

—Não, e me recuso a fazer isso, você sabe. - Afirmei séria e me inclinei mais para perto antes de dizer com um sorriso. - Mas ele pediu o meu.

—Bandida, eu o vi primeiro. - Disse ofendido e nos fez rir. - Espero que você tenha passado.

—Claro que não passei. - Respondi como se fosse óbvio.

—Ai, ai, Ginny, você é a personificação daquele provérbio que diz que Deus dá dentes a quem não come nozes. - Dramatizou e eu gargalhei com isso.

Colin era cheio de seus provérbios e frases de efeito, o que tornava meus longos turnos de trabalho muito mais divertidos.

—Não tem ninguém lá ainda, gata, você vai ter que se virar. - Voltou ao assunto inicial.

Um dos profissionais de radiologia estava afastado por problemas de saúde, e isso fazia com que nem todos os turnos fossem cobertos. Então nós, médicos, precisávamos fazer as coisas por nossa conta algumas vezes.

—Você poderia me ajudar, então? - Pedi com uma cara que eu esperava que fosse convincente.

—E te tomar a chance de ficar sozinha com aquele homem? Nem pensar. - Negou categórico. - Eu seria um péssimo amigo se fizesse isso.

—Não seja bobo, Colin.

—Não adianta insistir, vá logo e não o deixe esperar muito. - Finalizou o assunto e eu me rendi à sua recusa.

—Pelo menos registre os dados dele para mim, por favor. - Pedi por fim, entregando o prontuário a ele.

—Isso eu posso fazer. - Confirmou prestativo como quase sempre. - Agora vá lá e me conte tudo depois.

Subi pela escada e quando cheguei à sala de espera onde Harry me esperava eu ainda estava rindo.

—Por aqui, por favor. - Convidei abrindo a porta e entrando com ele na sala escura com uma mesa ao centro, onde ele apoiaria o braço.

—Você já estava falando de mim para alguém? - Perguntou interessado. - O que disseram para que você esteja rindo até agora?

—Desculpe ferir seu ego, Sr. Potter, mas ninguém estava falando do senhor. - Neguei e apontei o local onde ele deveria se sentar.

—Linda, inteligente, divertida, ótima médica e péssima mentirosa. - Comentou mais para ele do que para mim enquanto se acomodava no local indicado. - Realmente não se pode ter tudo, não é?

Contive a vontade de rir com sua observação e me concentrei em arrumar seu braço na posição correta.

—Não se mexa, por favor. - Pedi e saí para acionar o aparelho que me mostraria a gravidade de sua situação.

—Como quiser, Dra. Weasley.

Fui até a sala ao lado tempo suficiente para apertar os botões necessários e obter a fotografia dos seus ossos.

—Pronto, pode se levantar. - Informei e o ajudei a descer a manga da camisa para a posição correta.

—Não vai me dizer o que estava falando de mim? - Insistiu no assunto. - Eu adoraria saber.

—Não. - Respondi direta e sem rodeios.

—Então você confirma que estava falando de mim? - Sorriu de canto novamente ao questionar.

—Isso é você quem está dizendo. - Desconversei, mas retribui o sorriso. - O resultado sai em alguns minutos, só me aguarde ali fora, por favor, eu te informarei o que houve.

—Não posso aguardar aqui dentro?

—Se não falasse tanto poderia. - Afirmei e indiquei a porta.

Ri sozinha quando ele saiu e fechou a porta, demonstrando pela primeira vez um leve arrependimento por não conseguir segurar os próprios pensamentos apenas para ele, e aguardei que a impressão ficasse pronta.

Harry Potter tinha exatamente o que eu suspeitava: uma fratura no rádio, osso do antebraço, próxima ao pulso. O ângulo não deixava dúvidas de que havia sido o impacto da queda a fazer o estrago, e embora não fosse necessária a cirurgia reparadora, que não é rara nesses casos, teríamos que colocar o osso no lugar antes de imobilizar.

Esse não é um procedimento indolor, e eu sorri com a expectativa de vê-lo se esforçar para chamar minha atenção enquanto eu o dava a impressão de estar quebrando seu braço novamente. Embora o objetivo de ser médica seja aliviar a dor do paciente, eu me conformava com o fato de que para isso deveria aumentá-la por alguns segundos, e estava ansiosa para ver sua reação.

—Vamos lá? - Chamei ao passar por ele.

Harry se levantou e me seguiu em silêncio por todo o corredor até as escadas, onde não havia ninguém, e então se apressou para caminhar ao meu lado.

—Então, o que eu tenho?

—Uma fratura, vou te mostrar. - Informei e abri a porta da minha sala, dando espaço para que ele entrasse primeiro.

Posicionei sua radiografia impressa sobre o quadro de luz e apontei o local onde ele deveria olhar:

—Aqui, um pouco acima da sua mão, você quebrou o osso que chamamos de rádio, e a torção da queda o fez sair do lugar. - Ele assentiu enquanto eu explicava o ocorrido de maneira popular. - Vamos ter que colocar seu braço no lugar, e quanto antes melhor porque seu corpo já começou o processo de calcificação da fratura.

—Tudo bem. - Ele concordou, com a expressão clara de quem não havia entendido completamente em que implicava tudo o que eu disse, mas se sentou sem questionar na maca que indiquei.

—Esse é um procedimento bastante doloroso, então posso chamar alguém para te segurar enquanto eu faço, se você preferir. - Ofereci já esperando sua recusa.

—Não se preocupe, Dra. Weasley, não é necessário. - Recusou estendendo o pulso em minha direção. - E perder a chance de ficar sozinho com você?

Sua sugestão de ficarmos sozinhos associado ao tom caloroso de sua voz fizeram um arrepio inapropriado subir pelas minhas costas.

—Não é uma ocasião muito agradável para ficar sozinho comigo. - Respondi concentrada em segurar sua mão no ângulo correto. - Segure-se bem e não mexa o braço, por favor.

—Você tem alguma sugestão melhor? - Insistiu galanteador e firmou o corpo como eu pedi.

—Nenhuma que te envolva. - Respondi e puxei.

O grito que se seguiu foi exatamente como tantos que ouvi antes do dele, mas o primeiro que me fez rir.

—Melhor? - Perguntei um momento depois, tempo suficiente para o pico de dor ceder e ele perceber que estava doendo bem menos agora.

—Como você é violenta, mulher. - Resmungou um pouco pálido, me fazendo rir de novo.

—As vezes precisa. - Dei de ombros me explicando. - Vou prescrever um remédio para dor, só um minuto.

Ele se sentou do outro lado da minha mesa, de frente para mim, e esperou paciente e em silêncio. Apanhei um receituário na gaveta ao lado da minha cadeira e indiquei o que ele deveria tomar e a cada quanto tempo, depois entreguei a ele.

—Aqui, é só um analgésico, não temos muito que fazer agora porque seu corpo se encarregará do resto. - Entreguei um segundo papel antes de continuar a falar. - No fim do corredor à esquerda você verá a sala de gesso, entregue isso a alguém lá para que te imobilizem. Em trinta dias retorne aqui e o ortopedista de plantão irá verificar se já podemos tirar o gesso. Recomendo repouso nos próximos dois dias para que seja mais confortável. É só isso.

—Só isso? - Desdenhou rindo. - Você quebrou o meu braço de novo, não me parece pouco.

—Foi uma fratura leve, vai se curar logo. - O tranquilizei.

—Não pense que não reparei em sua cara de satisfação com meu grito, me pareceu bem sádica. - Acusou e eu ri de seu exagero. - Acho que depois disso eu mereço seu telefone.

—Desculpe Harry, mas não. - Finalizei o assunto e esperei que ele entendesse.

—Não sou tão legal assim? - Perguntou divertido.

—Você é legal, divertido, bonito. - Falei sincera e o sorriso dele aumentou a cada elogio. - Mas ainda é um paciente. Não se pode ter tudo, não é Sr. Potter? Boa noite.

—Tudo bem, Dra. Weasley. - Deu de ombros, resignado. – Tentamos novamente no próximo encontro quando eu vier tirar o gesso. Boa noite e obrigado.

—Não por isso. Melhoras. - Desejei e esperei que ele saísse.

Sorri para o nada e apanhei seu prontuário novamente: Harry Potter, vinte e sete anos, solteiro, economista e residente do mesmo bairro que eu. Além disso, tinha barba por fazer, olhos verdes irresistíveis, corpo sexy, carismático, charmoso e aceitavelmente ousado.

Suspirei para espantar a vontade de salvar seu número no meu telefone, guardei sua ficha com as demais e saí para voltar ao pronto socorro, onde a demanda por ortopedia era sempre maior.

Quando o último paciente saiu da minha sala eu já sentia o cansaço dominando meu corpo e tudo o que eu queria era minha cama. Desliguei o computador, tirei o jaleco, troquei o tênis pelo sapato de salto com que saí de casa, soltei o cabelo e apanhei minha bolsa. Encontrei Colin no corredor e ele me informou que infelizmente não poderia me acompanhar porque estava de plantão, então nos despedimos rapidamente e eu fui sozinha até o bar e restaurante que havia ali perto comer algo antes de finalmente aproveitar minha noite de folga colocando o sono em dia. Sem meu amigo para fazer companhia não era tão divertido assim ir até lá, mas ainda era melhor do que passar mais tempo ainda em casa sozinha.

Não me preocupei em pedir uma mesa apenas para mim e me acomodei em um banco livre no bar. Pedi meu prato preferido e um suco para acompanhar enquanto eu me dividia entre assistir o jornal e prestar atenção em uma ou outra conversa dos grupos ao meu redor.

Comi sem pressa, apreciando o gosto da costela de porco assada quase até derreter e o delicioso molho que a cobria. Quando terminei pousei meus talheres sobre o prato e me encostei satisfeita no encosto do banco alto que ocupava. Antes, porém, de conseguir alcançar meu copo alguém se encostou do meu lado, perto o suficiente para que sua blusa tocasse meu braço apoiado no descanso da cadeira, e uma voz conhecida, divertida e satisfeita puxou assunto:

—Não sabia que médicos tinham vida.

—Não temos. - Confirmei sua suspeita e Harry riu como se tivesse sido a melhor piada que já ouviu, me olhando como se eu fosse exatamente quem ele esperava encontrar aqui.

—Que surpresa, Dra. Weasley.

—Não maior do que a minha, principalmente considerando que eu recomendei ao meu paciente que descansasse. - Cruzei os braços sobre meu peito e me virei para olhá-lo de frente.

Ele não vestia mais a mesma roupa e tinha o cabelo molhado, indicando que já havia ido para casa. Exceto pelo braço agora engessado, estava lindo como antes, sem contar o cheiro delicioso de loção pós-barba no rosto agora liso.

—É a despedida de um amigo que está se mudando, não pude falar não. Me desculpe por isso.

Gostei de vê-lo se explicar, mas apenas assenti antes que ele continuasse falando.

—E o que faz aqui sozinha? Seu namorado não te deu um bolo, não é? - Sua tentativa nada sutil de descobrir meu estado civil arrancou de mim um sorriso.

—Não tenho um namorado, se é o que quer saber, Harry. - Respondi usando a liberdade que ele havia concedido ainda no hospital.

—Seria egoísmo da minha parte dizer que fico feliz? - Perguntou e eu notei quando ele se aproximou mais alguns centímetros. - Se quiser, eu posso te fazer companhia.

—Achei que fosse a despedida de um amigo muito querido. - Arqueei a sobrancelha ao dizer isso.

—E é, veja ali todos eles já reunidos. - Apontou para uma mesa cheia de pessoas rindo e conversando. - Mas duvido que se importem caso eu me ausente por umas sete ou oito horas.

Gargalhei de sua proposta implícita, mas neguei com a cabeça. Gostei também do clima de atração entre nós, mas foi ele que me indicou que essa era a hora de sair e continuar vivendo dentro das regras.

—Vá para sua despedida, eu vou para casa dormir. - Afirmei e pedi a conta para um garçom que passou por nós. - E, se me permite uma opinião profissional, não beba nada alcoólico enquanto não estiver totalmente calcificado, vai atrasar o processo e possivelmente doer um pouco.

—Já posso ter seu telefone ou ainda sou um paciente, Dra. Weasley? - Pediu com um sorriso encantador, e eu suspeitei que ele nem tivesse dado atenção ao que sugeri.

—Ainda é um paciente. E dos piores que existem: os que não levam a sério minhas recomendações médicas. - Neguei enquanto digitava a senha do cartão para pagar meu jantar. - Foi bom te ver de novo, Harry. Melhoras, mais uma vez.

—Obrigado.

Ele não saiu da frente quando me estiquei e saltei para fora do banco mais alto que minhas pernas, por isso terminei colada nele. Nossa diferença de altura ainda exigiu que ele olhasse para baixo para falar comigo novamente, apesar do meu salto:

—Você vai ficar brincando de gato e rato comigo, Dra. Weasley? - Perguntou com a mão esquerda agora apoiada na minha cintura.

—Ao contrário, não vou brincar de gato e rato com você, Sr. Potter. E se eu fosse você não insistiria tanto. - Sugeri e ele riu com isso.

—E por que eu não deveria insistir?

—Porque talvez eu seja um rato grande demais para um gatinho com um braço quebrado. - Esclareci divertida e vi quando seu olhar se transformou imediatamente em desafiador. - Boa noite, Harry.

Ele não tentou me segurar quando me virei para ir embora, mas senti seus olhos em minhas costas durante todo o percurso até a calçada.


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Notas finais do capítulo

Olá, pessoal!Déjà vu nasceu da ideia de tentar escrever algo que esteja dentro de um gênero que eu gosto de ler: drama e pessoas complexas!Então, quem está acostumado com o enredo geral das minhas outras histórias, as coisas serão um pouquinho diferentes dessa vez e espero que vocês gostem dessa também.Ansiosa para saber o que acharam desse primeiro capítulo, não deixem de me dizer!O próximo capítulo vem logo, logo.Beijos e até lá.



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