Purifier escrita por Gabbie R


Capítulo 5
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

Gente, sinto muitíssimo pela demora desse cap, eu juro que minha intensão nunca foi, e nem será, demorar um mês para atualizar a fic, então me resta apenas pedir desculpas e dizer que eu tive meus motivos mas espero que eles não se repitam ♥
OBS: To postando esse capítulo na manhã, porque o sever do nyah sempre tira de destaque as palavras que eu destaquei, e como to com muito sono enquanto posto nos outros severs (wattpad e ss) que não fazem essa mancada comigo, vou deixar pra editar aqui pela manhã, então desculpas pelo maior atrasado pra vocês leitores daqui :S



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/687206/chapter/5

NATHANAEL

Pytt, como ele havia se apresentado, era pequeno e de pelagem laranja-avermelhado. Lembrava vagamente um filhote raposa.

Um filhote bem pequeno.

Que voava.

E falava.

Nathanael começou a tossir, tão confuso quanto surpreso.

— Escolhido?

A raposa assentiu, aparentando ansiedade.

— Do que é que você está falando?! Pior, como é que você está falando!? Eu ainda não acordei do meu sonho, é isso??

Pytt revirou os olhos, estalando a língua. Ele não disse nada por segundos, apenas olhando para o ruivo, até que deu de ombros e começou uma explicação entediada.

— Sou um kwami, sabe. Você foi escolhido como o novo portador do meu miraculous…

Ele se interrompeu quando viu uma sombra de reconhecimento atravessar o rosto do adolescente.

Me entregue os Miraculous.

A rouca voz do vilão Hawk Moth tomou de conta dos pensamentos do ruivo mais uma vez.

— Miraculous? Como os da… Ladybug e do Chat Noir?

Parecendo ligeiramente desconfiado, Pytt assentiu.

— P-Por que? — perguntou mais uma vez, confuso.

Ladybir e Chat Noir eram os heróis de Paris, eles sempre salvavam o dia, então qual seria a necessidade de um outro herói?

E, ainda por cima, por que ele?

Um garoto tímido e introvertido não parecia uma escolha saudável para um herói.

Um garoto introvertido e que estava sendo perseguido por pesadelos sobre a vez que foi akumatizado por Hawk Moth, então, definitivamente não era alguém que ele esperaria que um dia de tornasse alguém que deveria se igualar a dois heróis extremamente amados.

Ele era o único a zombar da sua própria fraqueza alguns minutos antes!

— Ladybug e Chat Noir estão tendo muito trabalho, está ficando muito cansativos para os kwamis deles — explicou Pytt, ficando pensativo logo em seguida — Tikki e Plagg, não os vejo a séculos. Literalmente.

Ele tentou se desfazer da imagem que sua mente tentou fazer dos outros dois kwamis descobertos enquanto se agachava e pegava a pequena caixinha do chão.

— Ah, sim, a pulseira!

Pytt flutuou para mais perto da caixa, olhando para a bijuteria com um sorriso. Ele observou a feição de Nathanael enquanto este retirava e analisava uma pulseira com um pingente de cauda de raposa da caixa.

— Esse… é o miraculous?

— Que esperto — zombou o kwami, ainda parecendo ansioso.

Nathanael desviou o olhar da pulseira para a raposa, desesperado.

— Isso é um erro — ele começou, soltando a pulseira para dentro da caixinha mais uma vez — E-Eu tenho uma vida m-muito comum e e-eu d-definitivamente não s-sou o tipo de p-pessoa que pode sa-salvar outras. Eu não sou forte, muito menos corajoso e e-eu já fui até mesmo a-akumatizado uma vez!

Pytt esperou Nathanael acabar, suspirando no final da sentença.

— Isso foi uma dos motivos pelo qual você foi escolhido — admitiu.

— Porque eu sou um corvade?

— Não — bufou Pytt — Porque você foi akumatizado.

— Qual o sentindo disso?

A raposa riu, parecendo concordar com a pergunta.

— Ao que parece, você foi um caso… especial.

As cenas de seu pesadelo voltaram a tomar de conta dos pensamentos do ruivo.

Me entregue os miraculous.

Eu posso fazer com que você machuque ela.

Esqueça essa menina e se concentre nesses dois! Pegue os miraculous!

Eu vou salvar você…

Eu vou purificar você.

Nathanael saltou, percebendo que cambaleava para trás. Ele voltou a olhar para a caixinha com os miraculous, horrorizado.

O quão real tinha sido seu sonho?

Eram apenas memórias tristes ou… ou ele ainda estava sendo seguido e manipulado por Hawk Moth?

— Especial?

Pytt aparentava confusão e melancolia enquanto continuava sua explicação.

— Mesmo enquanto estava akumatizado, você continuou… bem, quase você mesmo. Não sucumbiu totalmente e a forma como você foi purificado…

Sentindo como se um choque percorresse seu corpo, Nathanael ficou imediatamente tenso, arregalando os olhos para o kwami.

— Mas foi a Marinette que…!

Olhando-o como se pensasse em outra coisa, Pytt negou.

— Sua namoradinha seria inútil se você estivesse totalmente consumido. Você foi uma excessão intrigante. Digno de um miraculous.

Nathanael sentiu uma ponta de raiva tocar seu coração. Inútil! Que piada!

— Enfim — continuou o kwami — Aceitando o miraculous, você vai se tornar um novo herói. Um herói que está sendo preciso.

Nathanael hesitou. Ele estava completamente certo de que não faria um bom herói, ainda mais se acrescentar os pesadelos irritantes com o vilão. Que tipo de herói ele poderia ser?

Contudo, Pytt estava falando com certeza, e, só por isso, o ruivo esperaria e ouviria o que o kwami tinha a dizer.

— Para se transformar basta dizer “Pytt, me transforme” e estar usando a pulseira, claro. Os seus sentindos…

O ruivo assentiu três vezes durante a explicação do kwami, algumas vezes sem nem mesmo ouvir o que era dito de fato, apenas pensando no momento em que ele explicaria o porque dele definitivamente não poderia ter um miraculous.

— ...como eles. — finalizou a raposa, sem perceber a distração do garoto.

— Pytt, isso…

— Sei que você provavelmente está com medo, Nathanael — cortou Pytt, olhando estranhamente sério de repente — Mas eu posso te acalmar. Só pessoas de corações puros podem receber miraculous. Você foi escolhido.

— Mas eu fui akumatizado! Eu tentei machucar outras pessoas, inclusive Ladybug e Chat Noir!

— É disso que você está com medo? Não se preocupe, pirralho, possuidores de miraculous não podem ser akumatizados. Você estará longe do alcance dos akumas.

Tal informação quase fez o ruivo aceitar a responsabilidade de se tornar o novo herói de Paris imediatamente. A salvo do Hawk Moth! E, ele percebeu tardiamente, finalmente capaz de proteger aquela que o salvara! Mas ele seria capaz de se tornar outra pessoa? Uma pessoa nova. Independente. Corajosa.

Mas ainda ele.

E, ele sabia bem, era impossível para ele se tornar alguém assim.

— Eu realmente não…

— Não temos muito tempo agora — resmungou Pytt soando entediado — Você não tinha aula?

Nathanael saltou, olhando para o relógio na parede e, com um susto, percebeu que se antes não estava realmente atrasado, agora ele estava terrivelmente atrasado.

Ele segurou um palavrão, sentindo seu rosto esquentar enquanto corria para fora do quarto, obedecendo a ordem do kwami, de colocar a pulseira no pulso antes de sair, que agora entrava na sua bolsa resmungando algo em voz baixa.

Ele tentou se desfazer de seus próprios pensamentos conturbados, que iam de Pytt à Hawk Moth e seu pesadelo recente, enquanto corria até a escola. Só percebeu depois que não tinha pegado nem ao menos uma fatia de pão antes de sair de casa, o que causou um suspiro triste do mesmo.

Ótimo, não bastasse essa coisa assustadora de novo herói ele ainda iria passar o dia com fome!

— Maravilha — resmungou enquanto continuava com sua caminhada.

MARINETTE

Acordar cedo, estranhamente, não foi a coisa mais inusitada do dia de Marinette. Ela acordou descansada como nunca e não-atrasada como nunca, também. Conversou com Tikki calmamente, sem a sua rotineira pressa matinal, desceu e encontrou seus pais, que incentivaram a morena a convidar Nathanael para um jantar à qualquer hora antes de entregarem uma caixa de sonhos frescos para que ela levasse com ela, parabenizando-a por não estar atrasada.

O fato de que quando encontrou Alya, que conversava com Nino e Adrien, e embora ela estivesse ligeiramente nervosa com esse último por motivos estúpidos (tais como, “devo ter passado tanta vergonha” e “ele deve pensar que sou uma estranha”), ela ingressou em uma conversa normal e sem gagueira mesmo que Adrien estivesse ao seu lado também não foi o acontecimento mais inusitado do seu dia, mesmo que ele tenha conversado com ela com bastante interesse e um sorriso leve.

Mas que foi bastante inusitado, ele foi.

Tanto que, ao que parecia, Alya se sentiu obrigada a puxar a amiga para a sala de aula ainda vazia para que pudessem falar sobre isso.

— Está tudo bem contigo, garota? — perguntou a morena, um tanto zombeteira e surpresa.

— Claro que sim — respondeu Marinette, um tanto confusa.

Ela tinha sido tão estúpida que uma mudança assustava sua amiga?

Alya levantou as sobrancelhas, transparecendo confusão. Ela olhou para Marinette, analítica, tentando decifrar o que quer que havia mudado nela em tão pouco tempo.

— Tem certeza? — ela perguntou novamente, séria.

Marinette se assustou com a seriedade repentina, corando quando percebeu que ela ainda não tinha contado a amiga o acontecimento que explicaria tudo sobre esses últimos dias. Como ela poderia explicar para ela, agora? Que ela estava namorando Nathanael, quem lhe mostrou que a forma como ele a amava não chegava perto de ser parecido com a forma de como ela pensava amar Adrien? Que ela decidira dar uma chance para o tímido garoto que desenhava quieto na última cadeira da classe e que nunca havia trocado muitas palavras com ela própria?

Ela não podia culpar a futura surpresa da melhor amiga, sendo que ela mesma se surpreendia toda vez que percebia isso.

Sendo que ela se surpreendeu ao falar com Adrien e seu coração bater normalmente, e seu cérebro funcionar como sempre, ela poderia culpar alguém por se surpreender pelos mesmos motivos que ela?

— Tenho — ela respondeu, enfim, sorrindo verdadeira e brilhantemente.

Mas isso serviu apenas para aumentar a confusão da morena, que foi interrompida de continuar a fazer perguntas por causa do sinal da escola. As duas amigas se sentaram em seu lugar, uma delas entusiasmada. Marinette deu uma atenção especial à porta, esperando ansiosamente pela visão de Nathanael.

Os alunos começaram a entrar e ela estava dividida e submersa em pensamentos. O que ela deveria fazer quando ele entrasse? Sorrir? Acenar? Se levantar e caminhar até ele?

Talvez fosse ele quem fizesse isso?

Talvez ele entre na sala e sorria e acene para ela, talvez ele caminhe até ela e pergunte como foi a noite dela. Talvez ele faça uma brincadeira sobre ela não ter se atrasada, mesmo que ela for repleta de gaguejos e da timidez com a qual ele batalhava fortemente desde que voltou a ser o doce e simples Nathanael e deixou o sincero e akumatizado Evillustrador.

Ela abafou um suspiro, resignada.

Não era a melhor coisa para se lembrar.

Que irônico, no entanto, que Evillustrador vá sempre ser lembrado por nós.

Por mim, ela se corrigiu rapidamente. Nathanael não se lembrava das coisas que tinha passado quando foi akumatizado. Ela seria a única a se lembrar que o início do namoro deles se deu graças a um akuma idiota.

Esse fato acabou por causar outro pensamento angustiante à morena.

Ela teria sido capaz de dar uma chance para Nathanael se não percebesse quão puro e intenso era o sentimento dele por ela?

Ele teria sido capaz de pedir uma chance se ele não estivesse como Evillustrador?

Ela tentou se desviar de tais pensamentos, percebendo o último aluno (Alexis) entrar na sala.

Nathanael não tinha entrado na sala, então isso queria dizer que ele estava atrasada.

Ela tentou não se preocupar, dizendo a si mesma que ela não tinha motivos para tal, mas era quase uma missão impossível.

Ela sabia que ele não costumava se atrasar — não mais do que ela, pelo menos, então por que ele se atrasaria logo naquele dia?

Talvez algo tenha acontecido?

Deus, e se Hawk Moth tiver algo a ver com isso?

Nathanael estava em perigo outra vez?

Marinette estava quase correndo para fora da sala de tão ansiosa, mas algo dentro dela a obrigara a ficar sentada naquela cadeira e pelo menos fingir prestar atenção ao que quer que a professora esteja falando por algum tempo.

No fim, sua calma foi recompensada com a entrada desajeitada e envergonhada do ruivo, que pediu licença e desculpas antes de começar a caminhar para seu lugar.

Ela não conseguiu sequer soltar um suspiro de alívio pois no instante em que ela colocou os olhos no rosto dele ela percebeu.

Ele estava tenso e preocupado, assustado até.

Assim, eles só fizeram uma rápida e silenciosa troca de olhar, os dois tensos, antes dele continuar seu caminho até seu lugar.

Ela tentou não virar seu pescoço e o seguir com os olhos, confusa e assustada.

Tinha acontecido alguma coisa e ela mal poderia esperar para conversar com Nathanael sobre isso.

Mas mesmo este acontecimento, tenso e preocupador como foi, não estava nem perto de ser o mais inusitado daquele dia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até a próxima, porque não vou desistir de vocês :D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Purifier" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.