Cristal escrita por Mia


Capítulo 23
Capítulo 22 - Um rosto diferente




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Era um lago, mas longe disso tranquiliza-la, Lana sentiu suas pernas tremerem. Ela tinha medo de lagos e correntezas. Sentiu seu rosto ficar vermelho enquanto encarava Thor confusa.

— Você sabe que não sei nadar, por que me trouxe aqui?

Ele não respondeu, ao invés, tirou os sapatos com uma lentidão exagerada e descabida, em seguida puxou a camisa por cima da cabeça, jogando-a pra algum canto escuro. Não era a primeira vez que ela via seu peito desnudo, mas ainda sim era uma visão, e a intimidade que isso trouxe a desconcertou. Thor desceu com cuidado as pedras e parou um pouco distante, olhando pra ela por cima do ombro.

— Eu sei nadar, não vou deixar você se afogar – disse erguendo a mão, Lana olhou pros seus dedos longos e estendidos e cruzou os braços.

— Eu não vou entrar nessa agua, ela está fria Thor.

— Te deixo quente então.

— Se você não tem nada pra falar então é melhor eu ir embora.

Lana virou de costas e quase ao mesmo tempo sentiu um par de braços atravessando sua cintura, levando-a de encontro a um peito duro e quente, Thor estava com os lábios grudados em sua orelha quando sussurrou.

— Eu preciso que você entre ali comigo, só dez minutos, e te deixo ir embora.

— Por quê? – ela murmurou, sentindo a respiração falhar como sua voz. Ele estava perto demais, e seu corpo reagia a ele de maneira vergonhosa.

— Você vai saber de tudo em seu tempo – ele disse e se afastou.

Lana virou de frente a ele de novo, Thor estava diferente, seus olhos avaliavam os dela de um jeito evasivo, mais do que ela estava acostumada, e todo seu corpo gritava para ela correr. Ela não estava com vontade de obedecê-lo.

Seus dedos tremiam, de frio e nervoso, quando os levou até o zíper lateral do seu vestido e o puxava pra baixo, não queria pensar que era a primeira vez que um cara a via com tão pouca roupa, ou que estavam a metros de distancia de outras pessoas, Lana apenas libertou os braços das mangas compridas e empurrou a peça pra baixo, evitando olhar pro rosto de Thor, ela conseguia sentir seus olhos cinzas nela, acompanhando seus movimentos, em seguida retirou os saltos, colocando-os cuidadosamente perto do vestido descartado.

— As meias... – ele disse de repente, e sua voz outrora grossa e confiante, parecia quebrada – Não vai tirar?

Lana olhou pra baixo, por dentro feliz por está usando lingeries negras e novas, mas seus olhos pousaram nas meias-calças, as tirou com cuidado redobrado. Seria no mínimo estranho voltar pra festa com elas rasgadas ou pior, sem elas.

Thor não disse mais nada, seus olhos iam de cima a baixo, em seguida ele olhou pra cima e respirou fundo, oferecendo sua mão a Lana, dessa vez ela a pegou, apertando-a enquanto andava por cima das pedras frias e escorregadias. Quando chegaram na ponta do lago Thor imediatamente soltou sua mão, andando um pouco a frente e colocando seu pé na água.

— Está um pouco fria – ele murmurou, afastando-se de novo – Mas você se acostuma.

— Não vai tirar sua calça? – Lana perguntou, sentindo o rosto ficar ainda mais corado, mas qualquer timidez que pudesse sentir havia se esvaído quando decidira se despir na frente de Thor.

Ele respirou fundo de novo e olhou pra ela, seu rosto estava sério. – Acho melhor não.

Ela não quis avaliar o que aquela declaração de fato significava, apenas assentiu, aproximando-se dele e colocando a ponta dos dedos na agua. Estava congelando.

— Vem – Thor murmurou, aproximando-se mais do lago, Lana segurou sua mão e o seguiu. Seus pés afundavam na areia mole e molhada, ela detestava a sensação de insegurança que sentia na água, a lembrava dos seus pesadelos, de quando sonhava que estava afundando e não havia nada em que se agarrar. Mas estranhamente, enquanto entrava cada vez mais fundo ali e sentia a agua aos poucos cobrir seu corpo, ela se sentia segura, mesmo que quase congelando, ainda sim a mão de Thor que segurava seu braço com tanta força a fazia se sentir segura – Aqui está bom.

A água estava cobrindo seu peito e um arrepio gelado passou por seus ombros nus, Lana se abraçou e sentiu seu queixo bater enquanto virava de frente pra Thor. Os olhos dele brilhavam enquanto a encarava, mesmo assim, ele parecia fazer questão de manter distancia entre seus corpos. Lana não queria aquela distancia.

— Tem algumas coisas que eu preciso que você saiba – ele murmurou – Sobre Isaac, Sophia e... Sobre mim.

 - Que coisas?

Isso— Thor ergueu seu braço e a luz da lua pareceu destacar sua palidez, evidenciando a tatuagem estranha que Lana tinha visto na outra noite.

— Uma tatuagem. Você deve ter várias dessas por ai.

— Na verdade tenho só essa. – ele apontou pro desenho e sorriu – É estranha, não é?

Ela não queria confirmar isso, não entendia do porque Thor ter decidido desenhar um bracelete com desenhos tão macabros, Lana se aproximou com cuidado e circulou as gravuras com seus próprios dedos. A pele dele parecia tremer sob seu toque, ela tocou na caveira pequena e na rosa rasgada que tinha, o “bracelete” também era circulado pelo que parecia ser um arame farpado, Lana levantou o braço de Thor e notou que a tatuagem cercava seu braço inteiro, ela ergueu seus olhos pra ele, os lábios dele estava entreabertos e úmidos, Thor parecia um pouco febril enquanto a encarava de cima.

Ás vezes seu corpo parecia sofrer um golpe quando notava o quanto ele era lindo.

Lana baixou o braço dele de volta pra agua e o encarou, seus dedos agora estavam espalmados no seu peito pálido e definido.

— Não quer saber por que a fiz? – Thor sussurrou. – Se continuar tão perto assim não vou conseguir me concentrar.

— Pode me contar depois se quiser – Lana sorriu o abraçando pelo pescoço, ficando nas pontas dos pés e sentindo seus seios submergirem da agua, ela conseguia sentir as gotas descendo por seu colo e imediatamente os olhos de Thor acompanharam o caminho.

— Lana... – ele gemeu, abraçando-a pela cintura, trazendo-a pro seu peito – Você vai se arrepender disso.

— Não vejo porque – sussurrou ao mesmo tempo em que sentiu as mãos de Thor nas suas coxas, a apertarem e em seguida a erguerem, Lana enlaçou sua cintura com as pernas, sentindo no quadril toda a extensão de Thor – Wow.

— Agora ver? – ele sussurrou, e tinha um sorriso malicioso brincando no canto dos seus lábios.

Thor respirou fundo e inspirou o cabelo dela, sentindo aquele cheiro doce e suave, em seguida seu pescoço e satisfeito viu a pele de Lana arrepiar, ele o beijou, amava a maciez da sua pele, o cheiro, os efeitos que seus toques provocavam. Lana estava sem folego sob seu corpo, agarrando-se a ele como quem tem medo de cair, Thor mordeu seu pescoço com força do jeito que quisera fazer desde o dia que colocara seus olhos nela.

— Você é gostosa – ele sussurrou no seu ouvido e sorriu quando ouviu o arquejo dela – muito gostosa.

Não era pra isso que ele a tinha trago ali, é claro, mas não é como se conseguisse simplesmente ignorá-la, ou fosse fingir que não tinha ficado estupefato e ansioso quando a viu despir o vestido, ou ignorar os anseios de ambos os seus corpos. Thor espalhou suas mãos e apertou firme o quadril de Lana, pressionando-a com ainda mais força no seu próprio ao mesmo tempo em que a beijava, forçando-se a ser delicado com ela, esforço que durou pouco quando a própria Lana atacou seus lábios com volúpia e força, Thor sorriu com seus lábios ainda nos dela e então a invadiu com a língua.

Lana estava quente. Sentia-se assim. Seus dedos desceram pelo peito de Thor e foi inevitável não se lembrar daquela noite, no quarto dele, de como poderiam ter avançado e ela o interceptou, vontade essa que não sentia agora com os lábios de Thor deslizando pelo seu queixo e parando no seu pescoço, dando mordida que ela sabia que deixariam marcas, não tinha como se importar menos com isso.

Ela sentiu os dedos dele subirem do seu quadril para sua cintura, em seguida pela sua coluna até parar na base do seu sutiã, mas ao invés de abrir como ela esperou que ele faria, sentiu os dedos dele congelarem, esfriando sua pele onde tocavam.

Lana abriu os olhos e o encarou. Thor estava imóvel, respirando entre intervalos, seu hálito batendo quente e forte contra sua clavícula, e seus olhos abertos e fixos nela.

Quando abriu a boca para questioná-lo ouviu um barulho forte ganhar espaço onde antes apenas tinha silencio, Lana olhou por sobre o ombro e estreitou os olhos pra mata fechada que os rodeava, podia jurar que tinha ouvido uma movimentação vir dali, mas estava tudo tão quieto e silencioso quanto parecia ser.

— Desculpe – Thor murmurou quando beijou seu colo, suas mãos afrouxaram e Lana escorregou pra longe dele, de repente aquele velho arrepio estava de volta, emergindo de toda aquela explosão de desejo que ela tinha sentido.

— Tudo bem. Não seria legal fazer algo aqui, na verdade seria bem estranho – sorriu sentindo as borboletas morderem seu estomago. Não queria pensar que aquele era o segundo fora que recebia de Thor e nem no que isso significava. Isso fazia o que dela? Uma oferecida ou alguém sempre disponível? – O que você tinha que me falar?

Thor passou as mãos pelo rosto e em seguida afundou, molhando o cabelo seco, emergindo de novo agora com ele mole sob seus olhos.

— Você me perguntou uma vez porque estava em Lorenzo, lembra? – perguntou, suas mãos ainda embaixo da agua avançaram pra Lana, seus indicadores encaixados na sua calcinha e puxando-a pra mais perto. Ela estava de novo colada em seu corpo.

Lana assentiu.

— Bem, fui enviado aqui pra pegar algo seu e em seguida mata-la.

Aquilo poderia tê-la assustado como a morte, era certamente a coisa mais sombria e perigosa que tinha ouvido, Lana poderia até mesmo ter desmaiado só pela intensidade com que Thor a encarava e o medo que sentia. Poderia. Se logo depois ele não tivesse empurrado suas pernas e forçado sua cabeça pra baixo da água.

ººº

Luce acordou quando sentiu um ultimo sacolejo e em seguida silencio, o carro abaixo dela não balançava mais e a musica brega tinha sido silenciada, mesmo assim permaneceu com os olhos fechados, forçando sua respiração a ficar lenta e uniforme, ouviu quando Isaac abriu a porta da frente e saiu, permitiu-se abri os olhos devagar e olhar pela janela. Eles tinham parado em um posto de gasolina, era o mesmo onde seu pai sempre abastecia quando ia busca-la em Lorenzo. Eles não estavam muito longe então.

Isso reacendeu algo dentro dela e pode permitir uma centelha de esperança brotar no seu peito. Desde que Isaac tinha dito aquilo ela vinha em silencio, tinha quase certeza absoluta que o tal corpo que deveria ser encontrado era o de Lana, imagens de Sophia segurando uma faca pipocaram em sua mente, e não precisava ir muito longe pra saber que Thor estava envolvido, mas não perguntou, ou gritou com ele depois disso. Luce fechou os olhos e tentou dormir, ouvir uma confirmação, ou pior um silencio longo e pesado, parecia demais aquela altura, até mesmo pra ela.

Acompanhou Isaac pelo canto do olho e o viu pegar uma bomba para abastecer o carro, estava tarde e não tinha nenhum funcionário à vista, mas a loja de conveniências estava aberta. Luce levantou a cabeça e bateu com o ombro na porta até que Isaac desistisse de ignorá-la. Ele abriu, e seu rosto era uma mascara de indiferença.

— Preciso ir ao banheiro, e preciso de agua, minha garganta tá seca – não era mentira, pelo menos, Isaac ergueu uma sobrancelha – Você pode ir comigo se quiser, não me importo, mas eu realmente preciso de água.

Pareceu levar uma eternidade até ele lembrar que, apesar dos pesares, Luce ainda era humana e tinha suas necessidades. Isaac apertou seu braço com força e a tirou do carro, fechando a porta com cuidado logo depois.

— Vou com você, mas se fizer alguma gracinha eu juro que... – ele a virou de costas pra si, tirando as algemas e escondendo-as de volta no carro.

— Vai me matar? – Luce soava mais forte e confiante do que se sentia de fato, nem por um misero instante duvidaria da capacidade de Isaac em machuca-la.

— Não. Mas posso fazer bem pior – ele tornou a pegar seu braço, dessa vez mais gentilmente, e andaram juntos em direção à conveniência.

Tinha um homem sentado atrás do balcão com os olhos grudados na TV pendurada no teto, quando a porta abriu ele olhou pro casal com curiosidade, provavelmente o cabelo despenteado e sua expressão mal humorada causaram estranheza. Isaac o ignorou, andando com ela até o fundo da loja e parando em frente a um freezer. Indicou com a cabeça.

— Fique a vontade e pega o que quiser, mas não demore muito – disse, saindo em seguida, indo até o balcão onde o homem estava. Ela conseguia ouvir fragmentos de uma conversa simpática, eles estavam falando sobre o jogo que passava na TV.

Luce abriu o freezer e pegou a garrafa de agua na mão, fechou os olhos, ela odiava fazer isso, invocar esse lado tão estranho e ainda pouco explorado, mas precisava.

Ela era especial, mesmo que não soubesse a extensão disso, ela conseguia fazer coisas que outras pessoas não conseguiam, não chegava a ser excepcional como sua mãe, mas ainda sim, conseguia fazer algumas coisas, invocar coisas, fazer ligações com pessoas e contatá-las, formar elos, e isso era o suficiente para ela. Luce odiava recorrer a isso, mas era uma situação emergencial, quando terminasse poderia rastejar de volta pra sua ignorância alto imposta.

Ela não tinha uma ligação com Lana, mesmo que tivesse tentado certa vez, tinha um bloqueio ali que não conseguia atravessar, mas tinha uma com Ben e Tarcísio, e fora pra esse ultimo que sua mente voou, visualizando seu rosto com clareza e encontrando o laço invisível que os ligava, sentiu suas pernas fraquejaram e o ar em sua volta vacilar, e então, como se atravessasse um portal seu espirito tinha finalmente o encontrado, o outro lado era preto e branco, ás vezes cinza, mas dessa vez parecia mais sombrio.

Luce voou pelo cômodo e finalmente o encontrou, sentado em uma poltrona, os olhos cansados enquanto forçava-se a ler um livro grosso e de capa escura, ajoelhou-se a sua frente e o tocou, ele pareceu levar um choque, como se uma descarga de energia tivesse entrado no seu corpo e o deixado em alerta, não demorara muito para ele encontra-la, ou senti-la.

— Luce? É você? Por que...

Ele sabia o que ela era, ela não lembrava como nem quando, mas Tarcísio sabia. Seu espirito respirou fundo e se ergueu, pondo as duas mãos ao redor da sua cabeça, inclinando-se sobre ele.

Lana está em perigo. E eu também. Isaac me sequestrou e disse que logo todos estarão atrás de um corpo, tenho quase certeza que é o de Lana, também vi Sophia com uma faca, não sei o que eles querem com ela, mas acho que você tem razão Tarcísio, Lana era a garota que você procurava. A última vez que a vi eles estavam em uma fazenda próxima a Lorenzo.

— Luce... Você está bem? Por favor, onde você esta?

Seu interesse nela a surpreendeu, Luce tomou cuidado pra não deixar isso transparecer.

Vou tentar fugir. Não se preocupe comigo, minha mãe ela... Ela deve ter sentido, ela sempre sente.

E a agua acabou.

Quando voltou pro seu corpo segurava a garrafa vazia e amassada, sua cabeça doía como se tivesse sido atropelada por um caminhão, essa era a pior parte das suas viagens – como secretamente chamava – Luce tentou abrir os olhos e tornou a fechá-los quando uma claridade forte pareceu esmaga-la, aos poucos todos seus sentidos retornaram, começou a sentir seu corpo novamente e ter controle sobre ele, percebeu que estava deitada, a cabeça apoiada em alguém e abriu os dedos, a garrafa vazia escorregou pra longe, quando abriu os olhos de novo não havia mais claridade, mas tinha uma camisa escura e braços a segurando apertado, notou, um pouco tarde, que quem a segurava era Isaac.

— Dá isso pra ela, é bom pra desmaios – uma voz desconhecida falou, ele estava alarmado e nervoso, Luce sentiu o cheiro de algo forte, expeliu pra longe, mas logo retornou, dessa vez pressionado com mais força contra seu nariz – Não quer levar ela pra um hospital não?

— Não precisa, minha namorada tem esses desmaios de vez em quando, eu tô com os remédios dela no carro.

Namorada. A palavra parece ter dado vida e força a ela, Luce se ergueu afastando os braços de Isaac, usando o freeze para ficar de pé e ignorando a ajuda dos dois. Eles iniciaram outra conversa, o homem parecia disposto a chamar uma ambulância enquanto Isaac, é claro, tentava a todo custo despistar suas preocupações.

Luce sentiu quando ele tornou a abraça-la e dessa vez não teve forças para afastá-lo, não demorou muito para sentir o vento da brisa do lado de fora e em seguida o couro do banco do carro. Dessa vez Isaac não colocara as algemas, ele a acomodou gentilmente, deitando-a no banco de trás e a prendendo com o cinto de segurança. Luce fechou os olhos, desistindo de manter-se consciente, a energia que tinha usurpado da agua parecera insuficiente e agora todo seu corpo estava mole e exaurido, mas ela ainda sentiu na testa quando Isaac retornou pela segunda vez, afastando o cabelo que caia sobre seu rosto e acariciando ali com a ponta dos seus dedos.

— O que você fez Lu? – ele pareceu sussurrar, mas antes que ela tentasse fazer algo, a porta estava fechada e o carro de novo em movimento.


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