Cristal escrita por Mia


Capítulo 21
Capítulo 20 - O início de tudo




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Tudo tinha saído exatamente como tinham programado. As bebidas, os petiscos, a musica, estava tudo em ordem, e a melhor parte, ninguém tinha desconfiado de nada, ninguém relevante, pelo menos. Luce andava de um lado ao outro contando quantas pessoas tinham ali, checando mais uma vez se seu grupo estava junto e não disperso, tudo o que menos precisava agora era alguém sumir ou sofrer um acidente.

— Tem pessoas demais aqui – ela resmungou quando alcançou Ben. Ele estava bonito, com uma bermuda e camisa branca destacando a pele azeitonada, seus olhos marrons brilhavam olhando pra pista de dança improvisada, provavelmente atrás da presa daquela noite.

— Você se preocupada demais Lu, relaxa.

— Fácil falar – tomou o copo rosa da mão dele e tomou um gole – O que é isso?

— Margarita de morango – ele piscou e sorriu.

— Wow. Estamos nesse nível?

— Exigências do Asqueroso Isaac.

Luce devolveu o copo com uma careta – Tem certeza que ao invés do morango ele não colocou sangue de virgem ai? O gosto tá meio estranho.

— Sua implicância com esse nobre rapaz está atingindo um nível novo querida, tome cuidado, a um limite fino entre o ódio e a paixão.

Luce revirou os olhos, Ben não sabia que ela já tinha atravessado aquele limite á tempos, e voltado de volta.

— Você devia desfazer essa cara de malvada e ir se divertir, olhe só pra Lana, nossa pequena princesa encontrou seu caminho.

Lana. Luce tinha esquecido se dela, e sentiu a culpa beliscar seu peito, olhou pra direção que Ben apontava e a encontrou, no centro da pista, mexendo seu corpo junto com o de Jefferson. Ela parecia está se divertindo, embora parecesse solta demais e ele, era obvio que estava adorando.

Ela era uma idiota mesmo.

— Lana tem um gosto estranho pra caras.

— Sim. Ela conseguiu pegar dois dos mais gostosos do internato, e o Jefferson não é de se jogar fora. Queria saber o segredo.

— Ter peitos Bernardo, peitos.

Ben empurrou seu ombro com força. – Odeio esse nome.

Luce riu, e o empurrou de volta. Estava tudo indo como havia planejado, ela devia está relaxada, dançando como Lana, ou fazendo piadas como Ben, mas não conseguia, Luce sentia que alguma coisa estava prestes a acontecer. Alguma coisa grande. E estava preocupada, sempre que sentia aquele peso sobre os ombros sabia que alguma coisa estava por vir.

Foi inevitável não lembrar do dia estranho que leu a mão de Lana e do arrepio que sentiu ao fazê-lo, ela era de alguma forma perigosa, e Luce sabia que não devia deixar os olhos grandes e a aparência de Lana confundi-la, mesmo que fosse quase impossível simplesmente ignorá-la. Quando percebeu o interesse repentino de Thor e Isaac nela entendeu, por fim, que o problema não era a garota, e sim eles. Luce sabia como eram perigosos, ela tinha visto Isaac em ação, e viu em Lana a mesma garota ingênua que fora.

Afastou-se de Ben e olhou por todos os cantos do celeiro, em seguida ao redor de onde Lana ainda dançava. Não tinha sinais de Thor. Por um misero segundo quase sentiu alivio, antes de lembrar que isso não significava nada. Luce saiu do celeiro e da influencia da musica alta, andando a esmo pelo lado de fora, ou até onde sua intuição a guiava.

— Ai está você! – Isaac quase gritou no seu ouvido.

Luce afastou-se com um grito preso na garganta. O susto desequilibrou seu sapato e teria a levado ao chão, se Isaac não tivesse apertado seu braço com força e a trago de volta.

— Por que surgiu do nada assim? Está louco?! Quer me matar do coração?!

Ele a soltou, colocando distancia entre eles.

— Estava atrás de você, ia perguntar se sabe quantas pessoas tem lá dentro.

— Tenho certeza que você sabe contar Isaac – Luce resmungou dando a volta e andando de volta pra festa.

— Sim. Mas é mais pratico perguntar pra você.

Isaac continuava em seu encalço e perto, cada vez mais perto. Luce não havia percebido o quanto tinha se afastado e se xingou por isso, aquela sensação ruim ainda estava lá, estava começando a se questionar se não era um pressentimento contra si própria do que com Lana ou qualquer outra pessoa.

— 45. Eu sei. Vinte pessoas a mais do que a gente tinha combinado.

— Essas coisas sempre acontecem. Pelo menos pagaram para estarem aqui, certo.

Ela não disse que nem todos tinham pagado, mas certamente era um detalhe irrelevante. Luce assentiu e tentou apressar seus pés.

.

Luce estacou.

Isaac aproximou-se mais, ela sentiu sua mão fria segurar seu cotovelo e lentamente vira-la de volta pra ele.

— É Luce – murmurou.

— Prefiro Lú – ele estava sorrindo, de um jeito contido e sincero, ela nunca mais tinha visto esse sorriso antes, era difícil odiá-lo quando Isaac estava assim, vulnerável, mas ela precisava e no fundo sabia disso.

Luce livrou seu braço e andou pra trás.

— Como quiser então, mas tenho que ir agora. Com licença.

Ela não avançou muito. Isaac surgiu a sua frente, as mãos estendidas em sua direção e a agarrou, com força dessa vez. A expressão sincera tinha dado lugar a um olhar duro e inflexível.

— Desculpa Lu, você não pode avançar mais que isso.

— Você prometeu que manteria distancia se eu fizesse isso Isaac. O que você está fazendo?

Algumas coisas mudaram, não posso manter aquela promessa.

Luce tentou se soltar, sem sucesso, ela tinha esquecido como ele era forte, e alto, e poderoso, ela podia rodar ao seu lado com caretas e palavrões, mas era obvio para ambos quem era o mais forte ali.

— Por que você está fazendo isso Isaac?! – gritou, torcendo para alguém ouvi-la, mas a casa estava distante e a música alta demais.

Isaac permaneceu sério, mas tinha algo brilhando nos seus olhos, antes que ela pudesse ver o que era uma voz rouca e familiar surgiu entre eles.

— Está tudo bem por aqui? – Sophia saiu de dentro das arvores, tinha alguma coisa brilhando na sua mão, e com pavor, Luce reconheceu uma faca.

— Sim. Tudo sob controle – Isaac respondeu, desviando os olhos pra ela.

Sophia estava vestida de preto da cabeça aos pés, o cabelo preso dentro de uma touca e uma faca brilhando na sua mão, Isaac apertou o braço de Luce e tapou sua boca com a outra mão, trazendo-a pra junto do seu peito.

— Eu cuido dela – ele disse, um pouco mais alto. Sophia assentiu, seus olhos cinzentos escorregaram para Luce apenas uma vez, não havia nada ali, além do seu sorriso cínico e sutil. Ela andou pra direção oposta de onde surgira sumindo do seu campo de visão.

Luce tentou gritar, de novo, quando Isaac a arrastou pra fora, mas ele parecia uma muralha de tão duro e inflexível, parecia pouco afetado pelas suas tentativas frustradas de escapar, e no fundo ela sabia que era em vão, o que quer que ele tenha planejado iria se concretizar. Ela quase chorou.

— Não vou machucar você – ele disse de repente quando alcançou o estacionamento, Isaac a levou até uma SUV preta afastada e abriu a porta de trás, forçando Luce a entrar.

— O que você está fazendo?! – ela gritou quando teve sua boca livre.

Isaac continuava sério, ele inclinou-se pra ela, forçando Luce a entrar mais no carro para escapar dele, e baixou sua mão até abaixo do banco, pegando uma maleta e colocando-a entre eles.

— Isso pode ser fácil ou difícil. Você decide.

— Isaac, o que diabos você está fazendo?

— Se te contar vou colocar você em perigo também.

— Um maior do que estou agora?

Ele abriu a maleta e ela viu alguns panos pretos e frascos dentro dela.

— Você não está em perigo, é com certeza a garota mais segura daqui – Isaac pegou uma tira grossa e preta e a encarou, erguendo-a próxima ao seu rosto – Fácil ou difícil?


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Notas finais do capítulo

Eu realmente, de verdade, queria saber o que vocês acham desse casal, por favor deixem nos comentários rs



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