Maybe - One-Shot escrita por Lily


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Bom, depois de um ano se escrever absolutamente nada, tentei arriscar uma One-shot, então... Façam a boa ação do dia, me ajudem e me contem o que acharam.
Espero que gostem!



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Ele... Sempre ele. Arrogante. Irritante. Insuportável. Vive por aí se achando “dono da Grifinória”.  Mas as únicas coisas que ele realmente sabe fazer são: voar atrás de uma bolinha dourada sem graça; pregar peça em outros alunos; e se agarrar com uma garota diferente a cada dia no armário de vassouras... E o pior de tudo, essas “qualidades” são muito estimadas aqui em Hogwarts.

E não bastasse ter que aturar essa coisa todos os dias, agora tenho que suportar cantadas baratas e convites para sair pelo menos duas vezes a cada 24 horas. E ainda insistem em me dizer que “aquilo” gosta de mim de verdade. Fala sério... Sou filha de Trouxas, mas não sou uma “trouxa” pra acreditar em uma barbaridade dessas.

É por causa dele e de alguns amiguinhos que a Torre de Astronomia tem virado refúgio pra meninas chorarem por seus corações partidos. E a “carrasco monitora chefe Lily Evans” tem que lhes aplicar uma detenção por estarem fora da área permitida do colégio e acordadas após o toque de recolher. Eles fazem as besteiras e quem fica mal na história? Exatamente, eu mesma!

 

 

Era uma terça-feira do início da primavera, quando saí para fazer a ronda e escutei o fim de uma conversa virando o corredor à direita. Quando estava prestes a pegar os infratores no flagra, escutei meu nome e me escondi nas sombras atrás de uma armadura pouco enferrujada.

— Fala sério Pontas, se quer tanto assim sair com aquela ruiva, coloque amorentia no suco de abóbora dela e seja feliz! Alguém tem que avisar pra Lily que o único autorizado a te dar “patadas” sou eu. Literal e figurativamente – Escutei o som da Risada do Sirius e do James. Devem estar voltando da cozinha.

Meu impulso era sair do meu esconderijo improvisado e lançar uma azaração naquele Black petulante. Que tipo de pessoa usa amorentia pra conquistar uma menina? No entanto, fiquei para escutar a resposta do Potter. Afinal, curiosidade é uma das minhas “piores qualidades”.

— Eu nunca faria isso com ela. Ela não é qualquer ruiva, meu caro Almofadinhas... Ela é a minha futura ruiva! E outra, eu sou um apreciador da arte da conquista. E continuo insistindo porque sei que vai valer a pena quando eu conseguir conquista-la de vez.

— E o que você pretende com ela? Casar, ter filhos e comprar um cachorro? Não, você não vai comprar um cachorro. Sou ciumento e o único saco de pulgas da sua vida vou ser eu.

Mais risadas... não é que essa conversa estava se tornando interessante? Eu sabia do segredo dos Marotos, e por achar nobre da parte deles ajudar um amigo, nunca os denunciei. Qual é... não sou tão má quanto falam...

 Pena que os passos já estavam se tornando distantes e qualquer movimento me delataria. Não precisava acrescentar “enxerida” e “bisbilhoteira” à interminável lista de xingamentos que usavam às minhas costas.

— Meu caro Black, por aquela ruivinha eu faria tudo. Até mesmo...

Bom, depois disso já não foi possível mais escutar a conversa. E daquele episódio eu só poderia tirar duas conclusões: Ou o Potter realmente gosta de mim, ou ele e o Black viram eu me esconder e tiraram proveito disso com uma conversa totalmente planejada para fazer-me acreditar em suas mentiras.

Conhecendo-os como conheço e se tratando dos Marotos... Com certeza foi a segunda opção. Ou ao menos foi isso que fui me dizendo até chegar ao dormitório e mergulhar por debaixo das cobertas grossas.

Na manhã de segunda feira, o episódio do dia anterior foi a primeira coisa que me veio à mente. Mas balancei a cabeça para me livrar de tais pensamentos e troquei minhas vestes. Apertei a gravata e prendi o cabelo num coque simples e frouxo. Um pouco de brilhos nos lábios e estava pronta.

Mantive minhas atividades normais, ignorei o Potter, cumprimentei alguns conhecidos e desci até o salão comunal para o café da manhã. Mantive a atenção sobre meu suco de abóbora, para não correr risco de sair igual louca apaixonada pela pior espécie de homem existente e segui até a aula de história da magia.

Sentei-me na primeira carteira, disposta a anotar tudo que o professor Binns falar. Pena que essa parte do meu plano não deu certo. O Potter se assentou na carteira atrás da minha e se dispôs a infernizar minha manhã.

Começou brincando com algumas mechinhas de cabelo que se desprenderam do penteado. Aquilo me provocava arrepios. Virei-me para trás séria, como se quisesse passar a mensagem somente através do olhar assassino que lhe lancei. Voltei minha atenção ao professor. Ou melhor, tentei... Poucos segundos depois, uma certa mão estava brincando com a linha da minha capa, que estava desfiada. Não podia reclamar em voz alta, por isso mandei outra mensagem silenciosa para aquele sujeito através do olhar.

Dessa vez cheguei a me concentrar por alguns instantes... Até ele voltar a me incomodar, passando a mão gentilmente sobre meu ombro. Foi o que bastou para eu explodir.

— Potter, você poderia, por gentileza, desaparecer?

Quando vi, já estavam todos olhando pra mim, inclusive o professor que gentilmente pediu que eu e o James nos retirássemos da sala com a finalidade de resolvermos nossos problemas longe de plateia.

Peguei meus pertences, joguei na mochila de qualquer jeito e saí batendo os pés até a porta. A aula continuou como se nada tivesse acontecido, mas algumas cabeças se viraram para ver o que ocorreria lá fora. Por isso fui me distanciando da sala rapidamente. Não demorou muito e aquele ser já estava grudado em mim novamente.

— O que mais você quer? Já fui expulsa da aula, aliás, por sua causa, então me diga, Potter, o que você quer de mim? – Parei de andar e me voltei para ele.

— Pensei que soubesse Lírio... Quero você pra mim.

—Primeiro, não me chame de Lírio. Segundo, eu não gosto de você, Potter. Em nenhum dos sentidos, pra ser bem clara.

— Não era isso que aqueles arrepios me mostraram quando te toquei agora a pouco na sala. – Ele deu aquele sorriso maroto que eu sempre ficava incomodada quando via.

— Existe uma coisinha chamada corrente de ar, que tem esse efeito sobre as pessoas sabe, ainda está frio, é só o início da primavera.

— Bom, se você está com frio, deixe-me esquentá-la.

E dizendo isso, ele me prensou na parede do corredor do primeiro andar, me deixando totalmente imóvel e sem folego (por causa do susto e de sua petulância, é claro! Nada a ver com sentimentos). Levantou uma de suas mãos e soltou meu coque, fazendo aquela cascata ruiva descer sobre meus ombros. Arrepiei-me.

— Bom, acho que aqui está quente o bastante, e ainda assim continua se arrepiando ao meu toque Lily – Ele sorriu.

— Me solte. Agora. – Foi tudo o que consegui gaguejar.

— Gosto mais dos seus cabelos soltos. Gosto da cor deles e da maneira como ela contrasta com seus olhos. – Ele continuou como se eu não houvesse o interrompido.

A pressão de seu corpo sobre o meu foi ficando mais fraca, mas eu não me movi. Eu queria ficar ali encarando o brilho daqueles olhos. Uma de suas mãos desceu gentilmente até minha cintura e a outra acariciou minha bochecha delicadamente, como se tivesse medo de que eu quebrasse, ali mesmo, em sua frente.

— Gosto dessas sardas também – ele voltou a falar – gosto de você por inteira Lily e faria qualquer coisa pra te ter ao meu lado.

— Qualquer coisa?

— Qualquer coisa. – Respondeu firme.

— Até mesmo “Casar, ter filhos e comprar um cachorro?” – Imitei a voz do Sirius e ele deu uma leve risada.

— Você estava lá ontem à noite. Não sei por que, mas não estou surpreso... Senti o cheiro do seu perfume no corredor perto da cozinha. Achei que estava alucinando... E sim, eu me casaria com você, teria uma escadinha de filhos, mas quanto aos cachorros eu acho que o Sirius não ficaria nada feliz... – Mais risadas. – Estou sendo sincero Lily, confie. Corro atrás de você desde o quarto ano. Acha mesmo que suportaria todas as humilhações em público e os tapas se eu não tivesse a melhor das intenções para com a senhorita?

— Bom, Potter... Do jeito que me prendeu na parede alguns instantes atrás eu não diria que o “senhor” estava com boas intenções. – Sorri com ele. Não acredito que estava fazendo isso.

O espaço foi ficando ainda menor entre nós, eu já podia sentir seus lábios contra os meus quando as aulas acabaram e os alunos começaram a sair das salas. Empurrei o Potter pra longe como reflexo. E já estava me afastando corada quando ele me puxou pela mão e cochichou no meu ouvido.

— Hogsmeade sábado, Lírio? – O brilho de esperança ainda estava ali em seu olhar.

— Talvez... – cochichei de volta, provocando-o.

— O que? Como assim, talvez? Minha pergunta só cabe duas respostas. Sim ou não. – Falou alto dessa vez, assustado com a minha resposta.

O Sirius já se aproximava pra se meter na conversa:

— “Talvez” é melhor que o “não” ao qual está acostumado, Pontas...

— Lily, pelas cuecas de Merlin, diga pra mim, sim ou não? – Cheguei a sorrir com seu desespero. Passei a mão pelo cabelo como se estivesse pensando.

— Não se atrase, Potter.


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Notas finais do capítulo

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