Os Cinco Selos escrita por Tio Arcanjo


Capítulo 201
Devorador de Almas


Notas iniciais do capítulo

Yoooooo

Já estamos quase no mês 8 de 2019 e ainda estou postando isso aqui aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa (grito de agonia)
Muita paciência para isso tudo, velho

Boa leitura ^^



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Uriel observou o anjo caído sendo engolido pelo turbilhão de almas e sentia seu poder crescente. Pelo jeito, não conseguirei guardar forças para uma possível batalha futura, ela pensou.

Subitamente, o turbilhão se dissipou em uma forte onda de energia.

O corpo de Azrael estava completamente imbuído em almas azuis, que ondulavam, entrelaçavam-se e gemiam em agonia. Seu rosto, até então oculto, era etéreo, emanando um forte brilho azul; e seus longos cabelos de energia ondulavam levemente. As lâminas de sua foice foram completamente incorporadas por uma luz branca-azulada.

Ele ergueu a foice e arremessou com ímpeto em direção a Uriel, que rolou para o lado, porém fora arremessada pela força gerada do impacto contra a parede. Azrael imediatamente recuperou sua arma e avançou, girando-a e atacando, alternando-a entre suas mãos. A arcanjo, com dificuldades, mantinha sua guarda alta, aparando todos os golpes seguidos, mas sendo cada vez mais pressionada para trás e sem chances de contra-ataque. No entanto, um dos ataques a desestabilizou, e próximo golpe do anjo caído veio com força, atingindo-a no centro do torso, com a lâmina penetrando na armadura até sua carne. Uriel grunhiu e moveu sua espada para contra-atacar, mas Azrael a ergueu e jogou para o outro lado do salão.

A anjo rolou pelo chão e se pôs de pé, observando rapidamente o sangue fluindo do rasgo em sua armadura prateada.

— Falso-vidro — ele dizia —, um minério poderoso para forjar lâminas. Contudo, também não esperava que iria penetrar na armadura de um arcanjo tão facilmente.

— Essa informação seria útil caso eu tivesse perguntado.

— Unf. As palavras desnecessárias dos Selos já culminam em sua mente?

— Talvez.

A névoa gélida tomou conta da espada da Uriel, e ela disparou um corte revestido pelo frio. Azrael concentrou as almas na foice e disparou em direção ao corte, dissipando-a em uma explosão álgida.

Uriel ergueu o olhar e viu o anjo caído caindo em sua direção. Ela se jogou para o lado, e a lâmina se cravou no chão violentamente. Azrael concentrou as almas e rasgou o solo de dentro para fora, lançando um turbilhão de almas e detritos. Uma parede de gelo se ergueu no momento seguinte, estilhaçando-se em fragmentos cintilantes com o impacto. Azrael rompeu em meio aos estilhaços e moveu a foice, porém Uriel se preveniu a tempo revestido a região de impacto com seu gelo, sendo assim apenas arremessada sem sofrer danos.

Não queria chegar a isto, mas..., ela pensava, só irá durar poucos segundos.

A arcanjo Uriel ergueu sua espada até sobre a cabeça e vociferou:

Desabroche, Flor do Inverno!

O broto em forma de guarda-mão da espada desabrochou em uma linda flor, emanando uma poderosa nevasca, assim como o próprio corpo de Uriel. O chão sobre ela começou a se congelar, e poucos segundos depois o salão fora completamente dominado pelo gelo. No entanto, Azrael, envolvidos pelas almas, continuava imaculado.

Como?! — ela indagou.

— Ah, Uriel... — ele riu. — Quer algo mais frio do que o toque da morte?

— Tsc.

Cerrando os dentes de fúria, Uriel abaixou a espada, lançando um corte revestido pelo gelo. Azrael deu uma pirueta — o corte rasgou e congelou o solo a centímetros dele — e jogou sua foice, que girou no ar em direção a anjo. Com o bater do pé dela, um espesso muro de gelo se ergueu, e a lâmina se cravou nele.

Quatro pilares gélidos emergiram ao redor do anjo caído e, subitamente, estacas a partir deles se formaram em sua direção. Azrael concentrou as almas em seu corpo e a dissipou em uma explosão, propagando-as pelo salão, obliterando as estacas e os pilares. Ele voou até a foice e quebrou o muro com força bruta, investido contra a anjo. Uriel desviou o ataque com sua espada, mas fora contra-atacada com uma cotovelada no rosto. Ela de um passo para trás, e a lâmina da foice passou assobiando próximo ao rosto. Com a espada, estocou, mas o anjo caído segurou a lâmina com a mão e, ao mesmo tempo, abaixou a foice. Do chão, dois pilares gélidos emergiram e pararam o movimento da foice. Então, imediatamente, Azrael soltou a lâmina e acertou um pontapé na altura da ferida da Uriel, arremessando-a. Ela está mais lenta, pensou ele.

Uriel parou quando chocou as costas contra a parede. Sua bochecha esquerda começou a ser tomada pelo gelo. Concentre-se, pensava ela enquanto o gelo parava de se impregnar, concentre-se. Não posso ser dominada pelo meu próprio poder.

— Entendo. Então nem você consegue suportar o próprio frio. A névoa que você exalava serve mais para igualar sua temperatura com a nevasca da espada do que para intensificá-la. — O Dedo ergueu a foice e começou a girá-la, concentrando as almas. — Necessita de concentração para isso. Consequentemente, dificulta sua movimentação.

— Não preciso me mover tanto. — Ela sorriu.

Com o punho que segura a espada, Uriel bateu contra a parede, e um pedaço irregular de gelo cresceu na área perto do anjo caído, atingindo-o em cheio. Ela bateu o pé, e outro pedaço irregular surgiu, porém do solo, e acertou novamente o anjo, arremessando-o para cima. Ainda no ar, Azrael recuperou-se com as asas e partiu para o contra-ataque. Estacas pontiagudas e outras espessas começaram a emergir do solo e das paredes, impossibilitando o avanço direto dele e causando alguns cortes e impactos. Este terreno é dela, pensou. Repentinamente, Azrael subiu aos céus.

Tenho que matá-lo antes que o florescer acabe, pensou Uriel, preparando-se para erguer voo. A qualquer custo. Então subiu no encalço do traidor.

Azrael deixava um rastro azul de almas no ar, enquanto Uriel congelava o ar ao seu redor e fazia pequeno fragmentos cintilantes de gelo cair.

A foice desceu e a espada subiu, encontrando-se em um poderoso impacto cintilante, gélido e ressoante, colorido ainda mais o céu negro. Os dois começaram a trocar golpes com as lâminas de maneira lenta, porém muito poderosa. A cada encontro, porém, a velocidade do ataque era continuamente aumentada.

Sentido que o frio estava tomando conta de seu corpo, Uriel desviou do último golpe e subiu, voltando a sua concentração. Azrael, porém, não queria que ela conseguisse isso, logo avançou e continuou a sequências de ataques. Eles se moviam pelo ar, alternando os golpes enquanto subiam, desciam e planavam. Quando se afastavam, Uriel disparava cortes revestidos pelo gelo e o Azrael lançava cortes revestidos pelas almas, e as forças se anulavam em explosões cintilantes.

Ora, em um determinado momento, Uriel perdeu o controle sobre seu voo e começou a cair. Ao olhar para as asas, percebeu que boa parte das penas estavam congeladas. Voltando o olhar o anjo caído e arregalou os olhos ao vê-lo descendo em sua direção absorto em almas, preparando-se para o que poderia ser o golpe final. Ela olhou para a espada e depois para a superfície, calculando o tempo de queda. Fechou os olhos e inspirou fundo.

No momento certo, Uriel girou o corpo atingiu o solo com os pés. Subitamente, uma montanha de gelo irrompeu do salão em direção aos céus, atingindo grandes proporções. Azrael, dada sua velocidade de queda, não conseguiu frear a tempo e chocou-se contra a montanha em um impacto poderoso que gerou tremores. Não obstante, a montanha gélida continuou crescendo, recuperando as partes estilhaçadas e engolido o Dedo por completo.

Uriel estava agachada com um joelho tocando o chão e com as mãos repousadas na espada, que estava encrustada. A flor não mais emanava o frio. Seu braço esquerdo estava completamente congelado, assim como uma parte do torso, a coxa esquerda e com uma fina película subindo pelo pescoço até as bochechas. A cada respiração pesada, fumaça exalava da boca.

Com esforço, ergueu-se. A montanha álgida surgiu a partir de seus pés, deixando-a em uma espécie de cúpula.

— Essa batalha fora intensa — disse em um sussurro.

Sons de estalos.

Em seguida, o gelo se estilhaçou em uma forte explosão de almas, que gritavam em agonia. Estilhaços finos e cintilantes gélido caíam no ar como uma chuva em meio a fumaça fria.

Uriel apertava suas costas contra o muro que sobrou da cúpula, assustada. Com os olhos arregalados, seguiu o rasgo no chão, que estava a mínimos centímetros dela, e observou a foice encrustada na parede.

No início do caminho feito pela foice, encontrava-se Azrael, caído no chão de quatro com o lado esquerdo do seu corpo completamente tomado pelo gelo.

Ao vê-lo, Uriel não pensou duas vezes. Ela se esticou até a sua espada a desincrustou do chão, avançando em direção ao anjo caído para finalizá-lo.

Azrael esticou o braço direito com os dedos da mão abertos.

 As runas se acenderam nas lâminas da foice e ela se desprendeu da parede.

A arcanjo não percebeu a foice voltando em sua direção, assim tendo seu braço esquerdo estilhaçado. Uriel gemeu de dor, largou a espada e caiu de joelhos levando a mão no cotoco, sentindo o sangue quente escorrer por entre os dedos.

A foice voltou para a mão de seu portador, que a utilizou como apoio para conseguir se colocar de pé. Com esforço na voz, Azrael disse:

— Erga-se, Uriel. Ainda não acabamos.

Ela fez uma camada de gelo sobre o ferimento, estancando o sangue. Cerrando os dentes de dor e fúria, pegou de volta a espada e encarou, com frieza, o anjo caído.

Os anjos berraram e investiram com dificuldades na movimentação.

Espada e foice se encontraram. As lâminas deslizaram uma sobre a outra soltando faíscas. A foice desceu e a espada subiu, encontrando-se novamente, em um alto ressoar metálico. Uriel forçou sua lâmina, jogando a do inimigo para o lado. Em seguida, acertou o anjo caído com os ombros, desequilibrando-o, e estocou. Utilizando seu pé congelado como apoio, Azrael conseguiu desviar por pouquíssimo da estocada, e contra-atacou golpeando com a foice. Uriel agachou, desviando, e colocou-se de pé enquanto se afastava de maneira cambaleante.

Azrael, porém, continuou girando e atacando com a foice. Uriel manteve a guarda alta, aparando muito bem cada um dos golpes. Habilmente, ela desviou a lâmina para o solo e pisou na haste para incrustá-la. Ela agarrou o punho da espada com força e golpeou. Contudo, Azrael acertou-a com o seu braço esquerdo congelado, estilhaçando-o, mas impedindo o golpe final. Não esperando por isto, ela se desequilibrou, dado passos débeis para trás.

Com velocidade, Azrael ergueu a foice e acertou a mão da anjo com a parte sem fio, e a espada dela voou livremente para cima. No mesmo movimento, ele abaixou a foice e enterrou-a no ombro direito dela. Uriel gritou de dor, agarrou a haste com força e acertou um poderoso pontapé no anjo caído, projetando-o para longe. Uriel, com ímpeto, retirou a lâmina do ombro, girou-a, deu uma pirueta e arremessou-a de volta para o Dedo, acertando-o no meio do peito.

A espada, que oscilava no ar, caiu de volta para a mão de sua portadora. Imediatamente, Uriel investiu com uma estocada, e o anjo caído não teve escolha a não ser ter a lâmina penetrada na barriga. Depois, ela soltou a espada e regrediu poucos passos.

Azrael tentou em retirar a foice em seu peito e, ao notar que a espada estava congelando o restante de seu corpo, desistiu. Ficou com a postura ereta, aguardando a morte.

Por alguns segundos, tudo o que se podia escutar era a respiração pesada e cansada.

— Sempre irei lembrar de você, irmão. — Uriel olhou para onde deveria estar seu braço esquerdo. — Queira eu, ou não.

O gelo se aproximava dos pés e do pescoço do Dedo.

— O que eu disse sobre o Bahamut é verdade. Pergunte a qualquer um dos Selos — ele disse após um tempo, com dificuldade em falar. — Abra os olhos, irmã, mas nunca trilhe o mesmo caminho sinuoso que o meu.

E com estas palavras morreu Azrael; congelado com as costas eretas e ombros altos, sem nenhuma demonstração de arrependimento.

Uma poderosa explosão aconteceu, rompendo o gelo que selava a grande porta do salão. Uriel rapidamente pegou a espada de volta e se preparou para lutar, mas não foi preciso, pois Dante que adentrou — o corpo dele ainda exalava vapor quente.

Eles se entreolharam.

— Como passou pelos demônios no pátio? — perguntou a ele.

— Não encontrei demônio algum neste lugar.

— Estranho... havia centenas deles lá. Você está bem?

— Relativamente. Isto é apenas a consequência do uso indevido da minha Personificação. — Dante se aproximou a passos lentos. — E você?

— Matei mais um de meus irmãos... então, não. Você está muito quente, Dan. Não se aproxime muito. — Ela mostrou o cotoco revestido pelo gelo. — Isto é o que estanca.

— Não se preocupe.

Cuidadosamente, Dante derreteu o gelo em Uriel e, consequentemente, esfriou-se um pouco.

Uma fenda se rasgou no ar perto deles.

— Devemos ir? — perguntou Uriel.

— Sim. Cheguei até aqui entrando em uma fenda. Irei na frente.

— Não precisa. Consigo lutar ainda, se é o que quis dizer.

— Não. Não foi o que eu quis dizer. — Dante avançou para perto da fenda. — Sei que pode. E iremos lutar novamente, caso nenhum dos outros tenha derrotado Lúcifer.

O Selo adentrou no portal e, alguns segundos depois, a arcanjo fez o mesmo.

Continua ♥ :p


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Notas finais do capítulo

Mais uma lutinha terminada
Falta muito, velhooooooooooooooooooo
Minha esquizofrenia vai atingir o auge até o fim
Obrigado por terem lido!
Fiquem com sei lá quem e não usem drogas! ;)

Fanfic também postada em: http://onlyanimes.net/fanfics/historia/22332/os-cinco-selos
http://fanfics.com.br/fanfic/52986/os-cinco-selos-rpg
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