Partners escrita por Fe Damin


Capítulo 20
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas lindas do meu coração! O impossível aconteceu: capítulo novo de Partners postado!!!! Me dá uma felicidade enorme conseguir dar continuidade a essa história que eu amo tanto. Ler cada comentário de você me ajuda a perseverar, espero que vocês ainda não tenham desistido de esperar por mim kkkk (mesmo eu merecendo uma boa bronca)

Antes de começar o capítulo, eu tenho que agradecer a recomendação da linda nicolecp! Suas palavras me emocionaram e colocaram um sorriso enorme no meu rosto, sério! Muito obrigada mesmo!
Agora para o capítulo!
Espero que vocês gostem (e ainda lembrem o que estava acontecendo ahuahuah)



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Hermione POV

Assim que o Ron foi embora, eu virei a maçaneta e abri a porta do quarto da Ginny.

—Oi, vamos entrando – ela acenou com a mão para que eu me aproximasse.

O quarto era bem espaçoso e continha todo o tipo de coisas que uma adolescente coleciona durante a vida, desde enfeites até os pôsteres na parede. Sem notar a minha reação, fiquei alguns segundos examinando o entorno.

—Não repara na bagunça e nem na decoração, ainda está do mesmo jeito que eu deixei quando sai de casa – ela explicou, percebendo a minha atenção em tudo.

—É muito aconchegante – falei com sinceridade, claro que para os meus padrões, tinha coisas demais fora do lugar, porém o cômodo passava a impressão de que alguém de verdade morava ali, além de que as várias fotos espalhadas marcavam momentos felizes numa vida que deve ter sido recheada deles.

—Não precisa ser toda educada, vamos morar juntas, lembra? – ela levantou a sobrancelha dando risada – pode falar a verdade.

—Bom, está um pouquinho bagunçado, mas.... – admiti antes que ela me interrompesse.

—Agora está melhor! A cama ai do lado é a sua, não precisa ficar em pé – ela indicou a cama de frente a que ela estava sentada e eu me acomodei na beirada do colchão, ainda não sabendo muito bem como proceder – eu posso pegar um pijama para te emprestar e uma toalha se você quiser tomar banho.

—Não precisa, obrigada, tenho as minhas coisas comigo – indiquei a pequena bolsa que estava presa no meu braço.

—Ah, você veio preparada, então – ela me deu um sorriso sugestivo, claramente me interpretando de maneira errada.

—Não, não é isso! – me apressei a negar – é uma bolsa sem fundo, literalmente todas as minhas coisas estão aqui, estou me mudando então...

—Calma! Respira.- ela balançou as mãos caindo na risada – temos muito trabalho pela frente até você se acostumar com o meu elaborado senso de humor.

Ela tinha feito apenas uma brincadeira, eu quase ri da minha própria falta de interpretação, mas de fato eu não estava acostumada com pessoas assim a minha volta. Pelo pouco de tempo em que passamos juntas, eu já tinha percebido que a Ginny era uma pessoa divertida e altamente decidida. A princípio me parecia loucura, mas um certo instinto me dizia que eu tinha achado uma amiga, eu só não sabia muito bem como ter uma, porém eu tinha certeza de que não seria ficando calada.

—Não se preocupe, eu aprendo logo – sorri de volta.

—Se você quiser usar o banheiro, é no final do corredor à direita.

—Vou tomar um banho rápido então – eu me levantei e já estava quase na porta quando ela me chamou de volta.

—Antes de você ir, posso te perguntar uma coisa? – ela continuava sentada apoiada no encosto da cama, mas colocou de lado o livro que estava lendo antes da minha chegada.

—Você não me pareceu o tipo de pessoa que pede permissão para perguntas – observei num tom divertido.

—Não sou mesmo! – ela disse empinando o nariz, porém eu vi quando a seriedade tingiu os olhos dela num tom mais escuro – mas é que essa é importante.

Mais por curiosidade do que por outra coisa, e concordei.

—Essa mudança toda, emprego, casa.... foi por causa do Ron?

Aquilo foi inesperado, entre todos os assuntos que ela podia abordar, o que ela queria saber era a minha motivação, apesar de que era a preocupação com o irmão que estava evidente ali. Fiquei alguns instantes calada, pensando se eu responderia ou não àquilo, até decidir que se eu estava numa nova fase da minha vida de dar chances ao inesperado, eu podia muito bem incluir a Ginny. Refiz os meus passos e me sentei novamente na cama.

—Sim – respondi por fim encarando-a – foi por causa dele e por minha causa também – expliquei, e vi um ar de aprovação nos olhos dela.

—É que ele me contou como você amava o seu emprego...

—Amava mesmo, me deu tudo o que eu precisei por um tempo, só que agora não é mais o suficiente, entende? – ela assentiu sem dizer nada – e muito disso é culpa do seu irmão – completei em tom de deboche, tentando dar uma leveza àquela conversa que tinha ficado muito séria.

—Bem a cara do Ron – ela revirou os olhos, brincando.

—Não foi intencional – acrescentei defendendo-o.

—Nunca é, mas assim é melhor, não? – o olhar dela me dizia que não estávamos mais falando da “culpa” de ninguém e ela entendia muito bem desse tema, algo que eu tinha certeza ter tudo a ver com o Harry.

—É - admiti, notando só depois que eu estava com um sorriso bobo no rosto.

—Eu ia até fazer mais umas perguntas, mas essa sua cara já me diz tudo o que eu preciso saber.

—Além de um elaborado senso de humor, você tem uma elaborada interpretação então? – brinquei, voltando os meus pensamentos para a ruiva a minha frente ao invés do irmão dela.

—Lógico que sim – ela revirou os olhos no mesmo tom de ironia - e já estou mais tranquila por saber que você tem senso de humor também.

—Nada comparado ao seu, claro – acabei relaxando de vez na presença dela, parecia que a conversa fluía naturalmente, e eu estava gostando da situação, tanto que a minha curiosidade deu as caras – posso fazer uma pergunta também?

—Manda – ela respondeu imediatamente, eu estava de frente a alguém que não se intimidava com nada, aparentemente.

—Você e o Harry estão juntos desde a escola? – não sei exatamente o que me fez perguntar, mas eu notei no comportamento dos dois que existia muito amor e carinho compartilhado, e acabei querendo saber mais sobre isso, um relacionamento dessa forma nunca foi uma coisa que eu esperei para minha vida, mas agora eu esperava um dia alcançar.

—Alguém escutava as fofocas nos corredores! – ela zombou.

—Como se desse para andar em qualquer lugar naquele colégio sem ouvir sobre o famoso Harry Poter... – me defendi e ela me olhou com uma cara engraçada, pelo jeito ela tinha gostado de me escutar revidando os comentários dela.

—Isso é verdade, acho que ele nunca conseguiu fazer nada sem todo mundo sabendo, ele detesta isso.

—Imagino.

—Mas quanto a sua pergunta, sim, estamos juntos desde aquela época, e se depender de mim, vai ser assim até o fim – foi a vez dela de ter um sorriso bobo estampado no rosto.

—Seu rosto também já me diz tudo o que eu queria perguntar – repeti as palavras dela que riu em resposta.

—Realmente você aprende bem rápido, Mione, acho que vai dar certo de verdade você vir morar conosco.

—Estou meio nervosa com isso, eu... – um dia eu estudaria qual era o efeito de pessoas ruivas de olhos azuis porque era impressionante como eu falava mais do que seria o comum para mim na frente deles.

—Nervosa por quê? Eu sou muito legal, não notou ainda? E a Luna é a pessoa mais tranquila do mundo – ela me assegurou.

—Não é isso, não é por vocês, é por mim... não sou acostumada com... – eu não sabia como colocar aquilo em palavras.

—Amigas? – ela sugeriu e eu assenti com um aceno tímido de cabeça – você teve uma vida bem sozinha, né?

A pergunta foi feita de modo tão simples e sem pretensões, sem nada da pena que eu tanto odiava, que mais uma vez eu me vi respondendo a algo que antes me faria simplesmente fechar a cara e sair andando.

—Sim, pode-se dizer que eu não tenho muita experiência em ter tantas pessoas à minha volta.

—O que não vai faltar agora são pessoas, mais uma coisa pra você aprender, tenho certeza que você consegue – ela sorriu e eu respondi da mesma maneira.

—Obrigada.

—Claro que você tem a sorte de eu ser uma ótima amiga, então você já vai começar com uma boa opção – ela acrescentou no tom habitual de brincadeira que eu já associava a ela. A família Weasley pelo jeito era composta por várias pessoas de sendo de humor rápido e constante, ela não era exceção.

Ficamos mais alguns minutos conversando, eu decidi que não iria continuar me impressionando com a facilidade que eu sentia em devolver as perguntas dela com respostas ou ainda perguntas minhas. Depois de mais uma rodada de risadas, eu finalmente me retirei do quarto para tomar um banho antes de dormir. Segui as direções da ruiva e atravessei o corredor, passando por algumas outras portas até achar a do banheiro. Parei por um instante na frente de um dos outros quartos, pensando ter ouvido a voz do Ron e do Harry. Seria feio bisbilhotar a conversa deles, claro, mas a curiosidade quase me venceu.

—Ouvir atrás de portas está abaixo de você, Hermione – eu balancei a cabeça rindo, finalmente indo em direção ao banheiro.

Não demorei muito para tomar um banho. Sequei meus cabelos molhados com um aceno da minha varinha e coloquei a primeira camisola que eu tinha conseguido encontrar no meio do amontoado de coisas que atualmente habitavam a minha bolsa sem fundo.

A Ginny ainda tinha os olhos presos ao livro que lia antes que o Ron me deixasse no quarto. Olhando rapidamente, vi que se tratava de um exemplar sobre quadribol, o que fazia todo o sentido por ser o trabalho dela. Eu sabia pelas notícias que ela era a estrela do time das Harpias de Holyhead. Com a concentração que ela demonstrava, decidi não incomodá-la e me ajeitei o mais silenciosamente possível naquela que seria a minha cama pela próxima semana.

—Já está com sono? – ela perguntou assim que eu ajeitei minha cabeça no travesseiro.

—Não exatamente – respondi, curiosa com a pergunta – por quê?

—Nada em específico, só acho que você não vai conseguir dormir tão rápido – virei na direção dela e enxerguei o sorriso misterioso que enfeitava os seus lábios, o que me deixou ainda mais confusa.

—Não vou?

Antes que ela pudesse responder, três batidinhas fracas soaram na porta do quarto, aumentando o sorriso da ruiva.

—Não, e a razão acabou de chegar – ela deu um pulo da cama, largando o livro de qualquer jeito e foi abrir a porta para o visitante desconhecido para mim – anda, entra logo – ela falou em voz baixa, porém consegui entender as palavras.

Minha confusão se desfez quando vi um Harry muito tranquilo entrando como se fizesse aquilo sempre.

—Penúltima porta à esquerda – Ginny se dirigiu a mim, indicando a porta com a cabeça.

—O que? – aquilo significava o que eu estava pensando? Ela queria que eu saísse?

—E seja o mais silenciosa possível, minha mãe nos mata se ela sequer imaginar nossos hábitos noturnos – a cara dela não denunciava nenhum tipo de culpa por enganar a mãe, estava mais para um brilho rebelde e satisfeito por conseguir sair ilesa.

—Hábitos noturnos?

—Você acha mesmo que o Harry divide o quarto com o meu irmão quando está aqui? Anda logo, ele está te esperando – ela me incentivou acenando a mão em direção a porta, já abraçada ao Harry.

—Amor, parece mais que você está expulsando a Mione – o garoto riu ao observar – bem que o Ron queria vir para cá e te mandar para lá...

—Nem pensar, cada um no seu quarto – ela revirou os olhos com a ideia que aparentemente achou descabida, apesar que para mim, tudo parecia descabido desde que o Harry bateu na porta. Não era a parte dos casais dividindo quartos para “dormir”, mas sim a parte de ir contra as ordens dos pais... afinal não cheguei a ter os meus por perto tempo o suficiente para aprender a fazer isso.

—E a Mione vai se sair bem, não vai? – a ruiva me olhou, como se esperasse uma confirmação.

—Não pode ser mais difícil atravessar um corredor sem levantar suspeitas do que conseguir botar ordem numa turma inteira de primeiroanistas, certo? – brinquei, lembrando de quão boa eu era em manter crianças e adolescentes na linha durante as aulas, algo que alguns de meus colegas tinham imensa dificuldade.

—Não mesmo, ainda mais se forem iguais aos meus irmãos – a Ginny concordou.

—Tudo bem, eu vou então... penúltima porta à esquerda, você disse? – me certifiquei mais uma vez, o que na verdade foi apenas uma desculpa para respirar mais um pouco antes de sair, já que eu tinha certeza de onde ficava o quarto dele, eu não tinha muita experiência com “fazer coisas erradas”.

—Isso mesmo – foi o Harry que confirmou.

Eu estava com a mão na fechadura quando me ocorreu um último pensamento.

—Isso já deu errado alguma vez?

—Eu e todos os meus irmãos estamos vivos, não estamos? – a ruiva levantou a sobrancelha, assumindo um ar presunçoso que me fez rir.

—Não espero ser eu a causar a morte de ninguém... – falei mais para mim do que para eles antes de sair no corredor que agora estava quase completamente escuro.

Ron POV

Por que ela estava demorando tanto? Eu tinha falado para o Harry que aquela ideia terminaria em merda. A Mione não era como nós nesse quesito, eu tinha total certeza que a ficha de detenções dela era tão vazia quando a do Fred e do Jorge era cheia. Era mais do que claro que ela nunca tinha feito nada para desafiar regras antes, e algo me preocupava dizendo no fundo da minha mente, que não seria agora que ela começaria a mudar isso. Eu não ficaria chateado se ela não quisesse vir, só fiquei com medo da reação que a minha irmã pudesse ter com isso, afinal ela estava mais do que acostumada com a companhia do Harry sempre que ele estava aqui. Se ela perturbasse a Mione com isso, eu brigaria com ela no dia seguinte.

Eu já estava fazendo uma lista de reclamações e xingamentos para jogar em cima da Ginny quando escutei uma batida na porta. Meu coração acelerou, se fosse o Harry voltando, ele não se incomodaria em bater, só podia ser uma pessoa do outro lado, e foi com um misto de felicidade e incredulidade que eu girei a maçaneta.

—Você veio! – exclamei ao encontrar a Hermione com os olhos ligeiramente arregalados e as bochechas afogueadas, estava na cara que ela estava nervosa.

Dei espaço para que ela entrasse e tranquei a porta atrás de mim.

—O que foi, Weasley? Achou que eu não tinha coragem? – ela colocou a mão na cintura, tentando fazer cara de brava e transmitir mais coragem do que certamente sentia, achei aquilo adorável.

—Claro que não, você é a mestre em quebrar regras, certo? – zombei e ela riu antes que eu me aproximasse para passar meus braços pela cintura dela, praticamente colando nossos corpos.

—Tenho certificação superior à Excede expectativas em invadir quartos de meninos no meio da noite – foi a vez dela de debochar.

—Vou precisar da lista completa com o nome de cada um desses meninos – falei tentando soar sério.

—E para que, posso saber? – ela estava claramente se divertindo.

—Nada muito sério, só para poder enviar uma maldição para cada.

—Ora, ora - ela aproximou o rosto do meu, me dando um beijo de leve próximo ao canto da minha boca antes de continuar - isso é ciúme, Ron?

—Não sou ciumento – neguei, mesmo sendo uma brincadeira, aquilo soou mentiroso.

—Espero que isso não queira dizer que eu vou ter que conseguir uma lista das suas garotas também, algo me diz que vai me dar muito mais trabalho – pelo olhar afiado que ela me lançou, percebi que aquilo era um desafio e quase ri.

A Hermione que eu conheci todos aqueles meses atrás em Hogwarts era um livro fechado, e agora ela estava nos meus braços, no meio da noite, rebatendo brincadeirinhas que diziam muito mais sobre nós do que muitas conversas sérias.

—Não se preocupe, nenhuma delas teve importância, só tem uma garota que ocupa os meus pensamentos – respondi com convicção e adorei ver o olhar dela se derretendo, cada vez mais eu conseguia desvendar o que ela pensava, o que ela sentia, não tanto por estar ficando melhor nisso, mas porque ela me deixava ver.

—Ótima resposta – ela sorriu antes de se aproximar de novo, mas dessa vez para colar a boca à minha.

Foi um beijo sem pressa, sem receios de que alguém nos esperava ou com a afobação de um reencontro. O meu coração batia no peito da mesma maneira descompassada de todas as outras vezes que os nossos lábios se encontraram. Senti as mãos dela subindo pelas minhas costas, se prendendo entre os meus cabelos e arranhando a minha nuca, de maneira a conseguir me arrancar um suspiro. Com passos lentos, fui guiando o corpo dela em direção à minha cama até que estivéssemos os dois acomodados no colchão, meu corpo cobrindo o dela.

—Eu estou com saudade – sussurrei no ouvido dela.

—Como você pode estar com saudade? Ficamos juntos o dia todo – ela riu, tirando uma mecha do meu cabelo que tinha caído sobre os meus olhos.

—Mas isso foi um dia só, tenho 4 meses de saudade – rebati, e a vi fechar os olhos e balançar a cabeça – o que foi?

—Eu não sei como você consegue falar sempre as coisas certas.

—Certas?

—Sim, certas para me fazer querer te beijar ainda mais – ela explicou.

—Longe de mim querer te impedir então.

Foi uma longa sessão de beijos, abraços toques e carinhos, até que terminamos ofegantes, os corpos cansados, mas felizes. Meu braço direito envolvia os ombros dela, que mantinha a cabeça apoiada sobre o meu peito. Era uma sensação igualmente gostosa e reconfortante tê-la tão próxima de mim, quase me fazia esquecer de todos os meses em que eu achei que não a veria mais. Se continuasse assim, eu não precisaria de muito tempo para apagar de vez aquele período da minha mente, seriam memórias muito melhores para ocupar a cabeça.

—Ron?

—Hum...

—Você acha que vai dar certo isso de eu ficar aqui? – notei um toque de insegurança na voz dela, ela não seria a minha Mione se não estivesse preocupada com aquilo. Eu sabia que era gente demais entrando de uma vez na vida dela, mas ao mesmo tempo, sabia que era algo que ela precisava, muito mais do que se dava conta.

—Acho, como também acho que você vai adorar – respondi com sinceridade, e ela pareceu se convencer.

—E essa história de morar com a Ginny?

—Você já teve tempo para se preocupar com tudo, né? – eu ri – essa sua cabeça funciona realmente rápido.

—O que eu posso fazer? Não dá para não pensar – ela empinou o nariz, se defendendo, o que me fez rir ainda mais.

—A Ginny não é a pessoa mais doce e amável do mundo, ela adora me encher a paciência e não tem problema nenhum em dizer tudo o que pensa, mas uma coisa você pode ter certeza, ela faz o possível e o impossível pelas pessoas que ela gosta.

—Ela falou que já gostava de mim – a Mione respondeu, com um sorriso.

—Viu só! Daqui a pouco ela vai gostar mais de você do que de mim – retruquei com um bico.

—Não seja bobo, ela é sua irmã, e te adora, precisa ver como ela foi toda protecionista com você quando eu cheguei aqui.

—Ah é? – levantei a sobrancelha, interessado em saber mais dos ataques de “irmãzice” da Ginny, já que ela adorava não admitir essas coisas.

—Foi – ela me contou da interação das duas antes do momento em que ela me encontrou no alto da colina e eu terminei tendo que segurar uma gargalhada com medo de acordar alguém.

—Eu queria ter visto isso! A Ginny defendendo o meu coração partido!

—Não vá zombar dela por isso! – ela me deu um tapinha no ombro, me olhando com a melhor cara de professora que tinha.

—Claaaro que não, Srta Granger – ela não acreditou por um segundo.

—Estou falando sério, Ron – o sorriso que se instalou no canto da boca dela contradizia aquelas palavras, mas eu decidi não exaspera-la mais.

—Tudo bem, não quero levar nenhuma detenção por isso, muito menos perder pontos para a minha casa – zombei.

—Ótimo, atitude perfeita – ela adorava quando ganhava uma discussão, isso eu já sabia desde que a conhecera, mas dessa vez, a expressão de satisfação que ela tinha no rosto a deixou ainda mais linda e não irritante como eu achava antes.

—Aliás, falando em morar com a Ginny, a senhorita tem que me explicar direito essa história de ir trabalhar para no departamento dos Aurores!

—Ah...

—Sem “ah”, pode contar desde o princípio.

—Não tem muito o que contar... o chefe da sessão me fez um convite de trabalho logo que a nossa missão terminou.

—Mas você não aceitou – aquilo não tinha sido uma pergunta.

—Não, só que ele foi gentil o bastante em manter a proposta de pé até que eu a aceitasse hoje – ela disse como se aquilo não fosse nada, claramente encabulada com a situação.

—E posso saber por que você mudou de ideia?

—Você sabe o porquê, Ron? – ela falou baixinho, fazendo meu coração se aquecer com a certeza de que eu tinha muito a ver com aquilo.

—Sei, é? Mas eu adoraria escutar você dizendo.... – eu nunca me cansaria de escutar que ela se importava comigo, que gostava de mim ou que queria estar por perto, eu realmente estava perdido e nem me importava.

Ela revirou os olhos, mas não negou o meu pedido.

—Eu amava o meu trabalho, mas ele não estava mais me dando tudo o que eu precisava... – ela levantou a cabeça do meu ombro e colocou os olhos na altura dos meus – eu vi que o mundo era muito maior do que as paredes de Hogwarts e...

—E? – eu a incentivei a continuar.

—E lá não tinha você – ela não desviou os olhos ao dizer aquilo e a certeza que eu tinha de que dessa vez ela não iria embora, apenas aumentou.

—Ótima resposta – repeti as palavras que ela tinha me dito antes e cobri o sorriso que estampava a boca dela com a minha – além do que, me poupou de ter que ir pedir ao Hagrid para virar assistente dele – brinquei, assim que nossos lábios se afastaram e ela voltou a deitar ao meu lado.

—O que? – ela riu daquele absurdo.

—O que mais eu poderia fazer em Hogwarts? Será que me deixariam tomar o lugar do Filch, então? Aposto que os alunos gostariam mais de mim – falei em tom convencido.

—Nisso, até os professores, mas o que você ia querer em Hogwarts?

—Não sei se eu ficaria mais muitos meses longe... – confessei, uma verdade que eu nem mesmo sabia até aquele momento.

—Você teria ido atrás de mim? – ela pareceu surpresa, quase tanto quanto eu ao me dar conta daquilo.

—Graças a Mérlin você foi mais rápida do que eu, nunca saberemos com certeza, mas eu já falei que estou com saudades, não falei? – era quase um alívio poder dizer em voz alta tudo o que eu sentia.

—Disse, eu também senti saudades – ela acariciou o meu rosto, e eu vi a maneira com a qual os olhos dela transmitiam todo o sentimento que não era tão facilmente falado por ela, mas eu não me importava. Eu sabia que era muita coisa nova na vida dela em um tempo muito pequeno. Ela aprenderia a se adaptar a tudo e eu estaria por perto para acompanhar.

—Temos todo o tempo do mundo para matar a saudade agora – eu passei os dedos pelos cabelos revoltos dela, tirando uma mecha teimosa que insistia em cair em seu rosto.

—Gosto disso – ela falou sorrindo, sem precisar especificar a que se referia, eu tinha entendido perfeitamente.

—Eu também.

Dormimos mais uma vez um nos braços do outro, a diferença é que agora eu tinha uma certeza impregnada em meu peito de que eu acordaria no dia seguinte e ela ainda estaria lá.


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Notas finais do capítulo

Então vamos lá, o que vocês acharam???? Ginny sendo Ginny e expulsando a Mione do quarto hauhahua e claro que o Ron e a Mione agora estão cada vez mais confortáveis e menos fechados um com o outro, vamos ver como tudo se desenrola nessa semana que ela vai passar com a família Weasley ♥
Não deixem de me deixar aqueles comentários lindos e maravilhosos que eu tanto amo, mesmo que essa autora não esteja merecendo muito...
Prometo que vou tentar ao máximo não demorar para o próximo capítulo!!
Até lá!
Bjus



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