Partners escrita por Fe Damin


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Hoje eu começo agradecendo a recomendação mais do que maravilhosa da Paulinha! As suas palavras me inspiram a continuar escrevendo, e você sabe que a sua opinião tem um brilho todo especial, ne? Pelas horas e horas de consultoria e comentários sempre divos, muito obrigada! E para ficar mais legal, aqui está o um dos seus capítulos favoritos (aguardo os devidos comentários, viu!)
Agora sobre o capítulo, vamos ver a Mione indo atrás do que ela realmente quer, será que vai ser fácil conseguir?
Espero que gostem



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Hermione Pov

Tudo o que eu tinha estava perfeitamente organizado dentro da minha bolsa sem fundo, não que fosse muita coisa, mas os livros ocupavam um bom espaço. Eu decidi que iria tentar a vida fora de Hogwarts, seja qual fosse a resposta que eu recebesse do Ron. Para isso, me lembrei de levar bem seguro comigo, o envelope que eu tinha recebido do chefe dos aurores quando eu concluí a missão. Passeri o domingo preparando tudo para a minha partida e deixando, da melhor forma possível, os meus afazeres em ordem, eu não estava satisfeita em deixar os alunos antes do final do ano letivo, mas se eu não fosse agora, temia não ter coragem novamente depois.

Terminei de escrever a carta que seria enviada ao Ministério, avisando que eu chegaria na segunda para tratar dos assuntos pertinentes com a sessão dos aurores, e parti para entregar a carta que seria muito mais doída para mim. Foram poucas as vezes que eu estive no escritório do Diretor, nenhuma sobrepujava a memória da primeira vez, porém se tudo desse certo, eu esperava não ver aquele local por tempo indefinido.

Subi as escadas e me preparei para bater, mas é claro que ele já estava me esperando, nada acontecia dentro daquele castelo sem que o professor Dumbledore soubesse.

—Entre, Srta Granger – convidou com seu habitual tom sereno – parece-me que você tem notícias para mim.

—Sim senhor, eu... – minha voz falhou, mesmo tendo decidido partir, deixar aquele lugar não estava sendo fácil.

—Por que você não me dá essa carta que tem na sua mão e continuamos daí? – eu sentei na cadeira a sua frente, sorri com a gentileza dele em tentar facilitar as coisas para mim e entreguei o envelope em suas mãos.

—Ah, sim – ele terminou de ler a carta e se inclinou para frente, empurrando os óculos em formato de meia lua para a ponta do nariz – vejo que a senhorita vai buscar novas aventuras longe da nossa escola.

Eu apenas assenti com a cabeça, não sabendo exatamente o que dizer.

—Hogwarts vai perder uma das melhores professoras que tem, com certeza – senti minhas bochechas queimando com o elogio, mas fiquei muito contente ao saber que até o Diretor tinha apreço pelo meu trabalho. – mas o mundo é muito grande para pensar que tudo que existe está aqui dentro, não é mesmo?

—Professor, eu sei que o ano ainda não terminou, mas eu não tenho como esperar mais, o Ministério... – eu comecei a tagarelar, tentando me justificar de alguma forma, mesmo sem saber a razão.

—Srta Granger – ele levantou a mão me silenciando – eu não estou aborrecido pela sua partida, nós daremos um jeito. Claro que não acharemos outra de você ali na esquina, mas os alunos ficarão bem – ele sorriu me tranquilizando.

—Obrigada, senhor, se desse eu ficaria...

—Pode ir tranquila, eu sei que você se sairá bem em qualquer coisa que decida fazer, sempre foi uma aluna brilhante.

—Eu... obrigada – fiquei sem palavras para continuar, meu embaraço provavelmente estava estampado na minha testa, porém receber tal elogio de um dos maiores bruxos de todos os tempo nunca passaria batido por mim.

—Vejo que a estou deixando constrangida, melhor parar com a minha tagarelice, desculpe, é a idade – ele riu e eu me juntei a ele, quebrando um pouco do gelo.

Eu agradeci pelo tempo em que estive lá, me despedi e levantei para sair, porém quando eu já estava a porta, o diretor falou por último.

—Você não é mais a garotinha que eu tive que acordar no meio da noite tantos anos atrás, seus pais com certeza estão orgulhosos – tive que segurar as lágrimas que ameaçavam cair, e finalmente fui embora.

Não era de se admirar que ele se lembrasse daquela noite, mas as palavras dele, tão inesperadas por mim, me trouxeram uma alegria e a confirmação de que eu estava no caminho certo, meus pais estariam felizes por me verem seguir os meus desejos.

Peguei o primeiro trem para Londres na segunda feira e não foi com pouca ansiedade que cheguei à sede do Ministério da Magia. Eu já conhecia o caminho que levava ao departamento dos aurores então achei sem problemas o local onde deveria me reportar. Entrei no setor com meu estômago dando voltas, a partir daquele momento eu poderia topar com o Ron a qualquer instante e isso me deixava nervosa. Olhando atentamente para todos os lados eu fui até a sala do chefe dos aurores onde eu sabia que ele me aguardava, de acordo com a sua secretária.

—Bom dia, senhor – cumprimentei ao entrar em seu gabinete.

—Ah Srta Granger, não sabe como estou feliz que tenha aceitado a minha oferta! – ele se levantou para apertar a minha mão e me indicou uma das cadeiras para que eu me sentasse.

—Presumo que o posto ainda está disponível então? – indaguei, mesmo já tendo uma boa ideia da resposta.

—Sim, claro. Eu tinha um palpite de que você voltaria atrás, e não achamos mais ninguém disponível nesse meio tempo, todos são capturados pelos outros departamentos primeiro – ele revirou os olhos, claramente indignado com a situação – tudo culpa da politicagem.

—Imagino, senhor.

Ficamos mais alguns minutos discutindo os termos da minha admissão ao departamento, ele me deu algumas opções e eu rebati com algumas contra propostas, até chegarmos ao meio termo que agradou a ambos.

—Seja bem vinda, Granger agora você é um dos nossos. Tire o resto da semana para se alocar e comece na segunda feira. Até lá eu informo todos os envolvidos com a sua contratação.

—Obrigada, senhor. Até a semana que vem, então – me despedi com um sorriso e saí.

 Pronto, a primeira parte estava terminada. Eu sabia que estava apostando com a sorte ao deixar para falar com o Ron por último, aquilo podia dar muito errado, mas eu cruzaria essa ponte quando chegasse nela. Andei pelos corredores do departamento sem encontra-lo até que decidi perguntar a alguém se ele estava em missão, apenas para descobrir que o Ron saiu de férias e tinha mais alguns dias de folga. A notícia me deixou aliviada, eu não precisaria encontra-lo ali, eu preferia, sem dúvidas, que a nossa conversa fosse num lugar mais discreto.

Sem pensar duas vezes eu me dirigi ao endereço onde eu sabia ser o apartamento dele. Subi as escadas o mais rápido que minhas pernas permitiram e encontrei a porta correta. Respirei fundo, tomando a última dose de coragem e apertei a campainha. Segundos se passaram e eu fiquei conjecturando as milhares de possibilidades que poderiam acontecer quando ele me visse ali. Será que ele ficaria bravo? Feliz ao me ver? Será que estaria disposto a me ouvir? Ou pior, será que não se importaria mais? No final das contas não seria aquele o momento em que eu ia descobrir, pois depois de esperar alguns minutos e tentar a campainha mais algumas vezes, um dos vizinhos dele – que chegava em casa – me disse que ele tinha viajado para a casa dos pais durante as férias.

Droga! Pensei. Se eu quisesse falar com ele teria que ir até a casa dos pais dele. Só o pensamento já me deixava aterrorizada, eu não sabia se estava preparada nem para encontrar o Ron, imagina a família toda. Eu poderia esperar até a próxima semana quando ele voltasse da férias.... “Você não chegou até aqui para desistir assim!” minha consciência gritou, e em uma atitude quase inédita, eu resolvi concordar. Não tive muito trabalho para descobrir o endereço exato da casa dos Weasley, que agora eu sabia ser carinhosamente chamada de Toca, só precisei voltar ao ministério e fazer algumas perguntas. Decidi almoçar primeiro antes de ir, e aproveitei para tentar me acalmar mais um pouco, dizer que eu estava apavorada seria um eufemismo dos mais absurdos, o que eu sentia nem tinha nome. Meus dedos se enroscavam sem parar na corrente do meu colar, um tique nervoso adquirido há muitos anos, não que isso me ajudasse a dissipar o nervosismo.

Finalmente eu terminei de comer e a hora de ir tinha chegado. Bloqueando os meus pensamentos que levariam a hesitações, eu fui até um lugar adequado e aparatei. Em poucos segundo eu estava em um terreno bucólico, cercado por bosques, uma casa de vários andares, que com certeza se mantinha em pé com ajuda de magia, me encarava. Eu tinha conseguido, ali estava eu de frente para a Toca. O lugar era adorável, certamente as crianças que haviam crescido ali tinham aproveitado bem o ambiente. Eu não tinha tempo para imaginar ruivinhos correndo por aqueles terrenos! Chacoalhei a cabeça e segurando a respiração, bati na porta.

—Olá – uma ruiva exuberante, que eu reconheci dos tempos da escola, atendeu a porta.

—Oi – foi tudo o que eu consegui dizer sob o escrutínio do olhar curioso dela.

—Quem você procura? – ela perguntou por fim, provavelmente chegando a conclusão de que eu não diria nada.

—Eu vim ver o Ron, quer dizer o Ronald, ele está? – eu acabei me enrolando com as palavras e elas saíram com menos certeza do que deveriam.

—O Ronald? – não passou despercebido o tom de deboche ao repetir o nome dele – ele ainda não voltou, mas você pode esperar aqui dentro, daqui a pouco ele está em casa.

—Obrigada – ela se afastou para que eu pudesse entrar.

A casa era exatamente como eu imaginava, entulhada de objetos que denunciavam a quantidade de pessoas que frequentavam o lugar, tudo dando um toque que tornava o conjunto final muito acolhedor.

—Não sabia que o Ron tinha amigas assim – ela falou com um sorrisinho no canto da boca enquanto me observava de cima a baixo.

—Assim? – indaguei, curiosa para entender o significado daquelas palavras.

—Aham – ela não ofereceu nenhum esclarecimento posterior, o que aumentou a diversão em seu rosto – pode sentar aqui na sala, minha mãe já desce – ela me indicou uma poltrona onde eu sentei - sou a Ginny a propósito, a irmã mais nova.

—Ah sim, Hermione Granger – me apresentei.

—Hum... da onde eu conheço esse nome? – ela se sentou na cadeira ao meu lado, juntando as sobrancelhas para tentar se lembrar até que conseguiu -Ei você é a consultora, não é? – pelo tom de voz desconfiado, percebi que a minha fama não era das melhores, mas eu não tinha o que fazer além de responder.

—Sim – confirmei, quase como um pedido de desculpas.

O sorriso simpático e divertido que ela demonstrava morreu rapidamente, dando lugar a um olhar faiscante e nada convidativo, aquela não era uma pessoa que me via com bons olhos e eu me encolhi um pouco mais para dentro da poltrona. Eu sabia que não seria uma visita fácil, mas não esperava por essa hostilidade tão aberta, certamente subestimei os ânimos dos irmãos Weasley.

—Ouvi falar de você, me desculpe se não estou muito feliz com a sua presença – ela disse friamente, cada palavra carregando um pouco mais de desdém do que a anterior.

—Eu... – o que se diz depois disso? Era claro que ela sabia da história, e eu não a culpava pela recepção menos do que calorosa.

—Ah, mas isso é para o Ron decidir, não é mesmo? – ela continuou, agora com um sorriso de escárnio - Apesar de que ele não me pareceu muito a fim de saber de você da última vez que eu perguntei – ela deu o último golpe certeiro.

Eu ainda tentava absorver a informação que aumentou em várias vezes todas as dúvidas que eu tinha, quando o barulho de passos aumentou em nossa direção. Uma senhora de sorriso gentil e tão ruiva quanto todos os integrantes daquela família que eu conhecia, chegou à sala e ao escutar o comentário da filha, não demorou a repreendê-la.

—Ginny, isso é jeito de falar com as visitas? – ela olhou feio para a garota, os braços apoiados na cintura - Olá querida, eu sou a Molly – ela se virou em minha direção para me cumprimentar como se há poucos segundos antes não estivesse brava.

Levantei-me para poder me apresentar, mas ela foi mais rápida e me envolveu em um abraço, que me desestabilizou um pouco devido a minha falta de costume com esse tipo de interação. Abraços assim eu só havia recebido dos meus pais e isso fora há muito tempo atrás. Ela se afastou e se juntou a nós, sentando perto da filha. Que não aguentou ficar calada por muito tempo.

—Essa é a Hermione, mãe – declarou - devemos agradecer a ela a cara mais feia do que normal do Ron nesses últimos tempos.  – ela me encarou com um sorriso maldoso enquanto falava sobre mim, aquilo me irritou. Tudo bem que ela não fosse com a minha cara, ela era irmã dele e tudo, mas também não precisava jogar toda a culpa em mim, ela nem me conhecia.

—Ah... – foi tudo o que a Sra Weasley falou, evidentemente ela controlava mais a língua do que a filha.

—Eu acho melhor eu ir, outra hora eu falo com ele – eu já tinha passado do ponto de muito nervosa e ficar ali não ajudaria em nada, me levantei com a intenção de ir até a porta.

—Já vai? – a Ginny levantou as sobrancelhas, antes de continuar no mesmo tom ácido - Nisso você é realmente boa...

Eu me virei de frente para ela, meu estômago afundou com o ataque, eu realmente era boa em fugir, ir para longe de tudo o que me atingia, com o sentimento de culpa aumentando, sem perceber agarrei a corrente que, como sempre, estava no meu pescoço, tentando me controlar para não dar uma resposta grossa, como eu costumava fazer para me defender, ou pior ainda desatar a chorar. Comecei a caminhar até a saída, a Sra Weasley permaneceu calada observando tudo atentamente, mas a Ginny se levantou atrás de mim.

—O que é isso ai? – ela apontou para onde a minha mão segurava o medalhão, eu não notei que havia chamado a atenção dela.

—Nada, só um colar – subitamente me senti envergonhada com a situação, querendo esconder de novo o objeto e me repreendendo por novamente ser idiota e deixar aquele item me causar problemas.

—Eu tenho um igualzinho, não é, mãe? – a garota se adiantou e passou a mão pelo meu colar para poder olhar de perto.

A reação dela me pegou de surpresa e eu acabei congelando no lugar, a senhora Weasley se aproximou em virtude do comentário da filha e observou o pingente que a ruiva mais nova ainda segurava nas mãos.

—Exatamente igual – ela confirmou - dei para todos os seus irmãos também, claro que nenhum nunca usou, o Ron fez o favor de perder o dele em pouco temp... – ela interrompeu a frase me olhando com curiosidade.

Eu quase consegui ver as engrenagens do cérebro da Ginny se movimentando enquanto ela juntava as peças, o sorriso sugestivo que ela me lançou apenas confirmou que ela tinha entendido tudo.

—Parece que ele não perdeu, não é mesmo? – a pergunta soou mais como uma afirmação.

Eu apenas chacoalhei com a cabeça, minhas bochechas em chamas com a situação.

—Você tem esse treco desde aquele tempo? – Ginny perguntou largando o pingente. Fiquei nervosa com toda a atenção que eu estava recebendo, ela me encarava, claramente declarando que não sairia dali sem uma resposta, quando dei por mim já estava falando sem parar.

—Eu estava chorando por causa dos meus pais, e ele me encontrou e me deu e... – ela começou a rir e eu interrompi a minha chuva de palavras

—Ai meu Deus, acho que eu apavorei ela!  - ela pousou a mão no meu ombro - Pode respirar, acho que entendi o centro dessa história toda, eu já gosto de você. – eu não pude evitar a cara de surpresa, tão rapidamente ela foi da hostilidade para a gentileza que eu tive dificuldades de saber como prosseguir - só tive que fazer um jogo duro, sabe como é, né? O Ron é um legume insensível mas é o meu legume insensível favorito, então tenho que cuidar dele...

—Venha querida, eu vou fazer um chá - a Sra. Weasley, que tinha permanecido calada durante todo o diálogo, me pegou pela mão e eu me deixei levar até a cozinha, onde me sentei à mesa enquanto ela preparava a bebida.

—Você tem irmãos? – a Ginny indagou, agora muito mais simpática e convidativa.

—Não, sou só eu – a pergunta me fez lembrar dos meus pais e do fato de que realmente eu era a minha única família.

—Nossa! Não consigo nem imaginar, com 6 deles eu nunca tive um momento de paz quando era criança – ela exibiu um sorriso travesso - claro que eu não deixava de perturbar também.

—O Ron me disse a mesma coisa uma vez – me lembrei das palavras dele de tantos anos atrás - Eu gostaria de ter tido irmãos.

A Sra. Weasley colocou uma bandeja na minha frente cheia de quitutes.

—Come uns biscoitinhos também, você está muito magrinha – me encorajou indicando a comida, antes de voltar para perto da água que estava quase fervendo.

—A minha mãe diz isso sempre – a garota revirou os olhos e continuou em tom conspiratório - pra ela o ideal de vida é nos entupir de comida o dia todo.

—Eu ouvi isso, Ginevra! – admoestou a mãe dela, que recebeu em troca uma careta da filha, a interação das duas era uma graça.

—Minha mãe adorava fazer biscoitos também – era um fato quase inexistente eu começar qualquer tipo de conversa sobre os meus pais de livre e espontânea vontade, mas talvez fosse outra coisa que eu devesse mudar na minha, e provavelmente o Ron teria falado algo a respeito, já que a irmã parecia tão inteirada dos acontecimentos - apesar de que sempre tinha longas sessões de escovação de dentes depois de comê-los, ela era dentista – sorri nostálgica, surpreendentemente a sensação não doeu.

—Era? – a Ginny me encarava franzindo o cenho, aparentemente nem de tudo ela sabia.

—Meus pais faleceram há muitos anos, quando eu era pequena – contei por fim, tentando manter o toque de tristeza longe da voz.

—Ah, querida desculpe a falta de educação dessa minha filha – a Sra Weasley veio depressa para o meu lado e me deu outro daqueles abraços, só que dessa vez eu me permiti aproveitá-lo de verdade.

—Não, tudo bem – a chaleira apitou indicando que a água estava pronta para fazer o chá e a Sra Weasley se afastou para preparar tudo.

Um silêncio se instalou entre nós, pela primeira vez eu via o que parecia ser uma sombra de desconforto na atitude da Ginny, ela tinha ficado sem graça com a pergunta.

—Ele está bem? – quebrei a quietude com a pergunta que não saia da minha cabeça.

—Nunca dá para saber direito o que passa na cabeça do Ron – como eu esperava, não precisei dar mais explicações para que ela entendesse do que eu estava falando - mas eu estava mentindo, ele não disse nada sobre não querer te ver – seu olhar transmitia as desculpas que ela não falaria em voz alta.

—Por acaso ele não falou nada sobre querer? – mesmo tentando conter a ansiedade pela resposta, minha voz saiu um pouco tremida, porém antes que ela pudesse responder, a Sra Weasley se aproximou com a travessa do chá, pousando-a na nossa frente.

—Ele está demorando demais, porque você não vai atrás dele, querida? O chá pode ficar para depois – ela claramente não perdeu nenhum momento da nossa conversa - Ele foi buscar alguns ingredientes para mim na horta, mas se eu bem o conheço, deve ter subido a colina e está lá enrolando – seu sorriso animado foi todo o incentivo que eu precisei.

A Ginny me explicou melhor onde eu provavelmente encontraria o Ron e eu deixei a Toca me dirigindo ao pequeno bosque que ficava na colina aos fundos da casa. Minhas pernas estavam bambas quando eu atingi o topo, e nada tinha a ver com o esforço físico de chegar até lá. Meu estomago dava voltas e mais voltas, o senso de preservação que eu ainda tinha, saiu do mudo e começou a gritar para que eu saísse correndo sem olhar para trás, mas eu não faria isso. Já tinha sobrevivido até ao tratamento “especial” da irmã dele, eu não iria embora sem conversarmos primeiro, mesmo que fosse para não terminar bem.

Finamente eu o avistei, sentado na grama com as costas apoiadas em um tronco serrado. Ele ainda estava alheio a minha aproximação, provavelmente absorto em pensamentos, a julgar pela maneira estática em que ele se encontrava. Era chegada a hora, me agarrei a cada fibra de coragem do meu corpo e chamei.


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Notas finais do capítulo

A Mione teve que ir até a Toca! O que vocês acharam da interação dela com a Sra Weasley e a recepção "amorosa" da Ginny?
Maaaas o mais importante é que ela encontrou o Ron! Como será que essa conversa vai ser?
Me contem a opinião de vocês, aguardo ansiosamente.
Até o próximo capítulo.
Bjus