Partners escrita por Fe Damin


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olá galera, mais um capítulo pra vocês (meio atrasadinho)
Vamos ver como o Ron encarou tudo o que aconteceu com a Mione e como ele decide seguir daqui pra frente.
Será que eles vão finalmente conseguir sair dessa florestas sem mais problemas?
Espero que gostem :)



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Ron Pov

Ela dormiu em meus braços e eu passei o colar em volta do seu pescoço, eu não sabia de onde vinha a vontade de vê-lo ali mais uma vez, no lugar onde tal objeto pertencia, mas eu não precisava entender. Ela pode ter conseguido adormecer rápido, já eu não via a menor possibilidade de pregar os meus olhos pela proximidade dela de mim e pelo fato de os acontecimentos das ultimas horas ficarem reprisando na minha cabeça, como um filme que eu ainda não conseguia realmente acreditar que tinha sido exibido.

Cada palavra que ela me disse e cada expressão do seu rosto foi uma surpresa, eu nunca imaginaria que ela era a menina que eu passei anos tentando achar, sem sucesso. Desde aquele dia em que eu a vi no banheiro, não foram raras as vezes que eu imaginava como ela estaria, e agora mais de dez anos depois, eu tinha a resposta: ela não estava bem. Eu entendi, por mais que ela negasse, que mesmo sendo tão bem sucedida, da maneira que ela sempre quis ser, a Hermione ainda era aquela garotinha sozinha que eu tinha tentado ajudar e isso me colocava num modo protetor que eu não conseguia explicar.

Eu não queria mais ver lágrimas nos olhos dela, os momentos em que ela passou chorando agarrada aos meus braços doeram até em mim. Toda a raiva que eu havia sentido com a mentira dela se dissolveu, eu vi que aquilo tudo não passou de medo da parte dela. Eu tentei o máximo que pude, mas mesmo assim ela se recusava a permitir qualquer tipo de aproximação e o seu pedido para esquecer tudo me decepcionou, eu não queria esquecer nada. Eu só queria beijá-la de novo e de novo e de novo até que entrasse naquela cabeça teimosa dela, que ela queria a mesma coisa, mas se eu tinha aprendido alguma coisa com essa viagem, é que não se força Hermione Granger a fazer nada e quando ameaçada ela fica mais teimosa ainda, então eu ia dar espaço a ela, eu só rezava para que eu estivesse certo e ela me encontrasse na metade do caminho.

O peso dela contra o meu corpo estava incomodando um pouco o meu machucado, mas eu não me mexi para não arriscar acordá-la, ela precisava descansar, eu também tinha que dormir, porém eu sabia ser um caso perdido. Fechei os olhos na tentativa de fazer o sono me levar, só que ela escolheu esse exato momento para se aconchegar mais para perto de mim e murmurar o meu nome com os lábios muito próximos aos meus ouvidos. Por um

segundo eu achei que tivesse dormido e aquilo tivesse sido imaginado em um sonho, acabei me mexendo com a surpresa e o movimento fez a mão dela se agarrar ao meu braço que estava apoiado ao seu lado. Quem em sã consciência dorme depois disso? Fui obrigado a passar o resto da madrugada me controlando para não acordá-la com um beijo.

Quando os primeiros raios de sol passaram pelos tecidos do cabana, eu sabia que precisávamos ir embora, ainda tínhamos uma caminhada pela frente se quiséssemos sair daquela floresta e ter alguma chance de completar essa missão. Eu não era a pessoa mais ajuizada do mundo, então ao invés de levantar e acordá-la para seguirmos o nosso caminho, eu fiquei quieto aproveitando os últimos minutos de proximidade pacifica que eu teria. Alguns minutos depois, passei a mão pelos cabelos dela, e mesmo assim ela não moveu um músculo, e se ela não acordasse logo?

Por mais que eu estivesse muito satisfeito com o local em que me encontrava, eu tinha plena consciência de que ela não podia ficar dormindo por muito mais tempo, eu ia ter que acordá-la. Decidi que era o mais certo a se fazer e um sorriso involuntário apareceu em meu rosto, se eu tinha que acordá-la que fosse da melhor maneira possível, de todo jeito ela brigaria comigo por acordar toda enrolada em mim. Rindo por dentro com o meu atrevimento, eu aproximei os meus lábios do dela e a beijei de leve, a reação dela foi melhor do que eu esperava, eu senti a sua boca se abrindo ligeiramente e aceitando o contado, a Hermione dormindo era claramente mais fácil de lidar. Quando eu vi as sobrancelhas dela se franzindo, me afastei a tempo de ver os olhos dela se abrindo, nossas bocas a apenas alguns centímetros de distância.

—Bom dia – sussurrei para não assustá-la

—O que está acontecendo? – ela perguntou ainda confusa de sono.

Eu percebi o exato momento em que ela lembrou tudo o que tinha acontecido pois os seus olhos dobraram de tamanho e eu senti todos os músculos do corpo dela se contraírem.

—Quer fazer o favor de me soltar? – e lá veio a pergunta irritada, a Hermione normal estava de volta, eu nem tentei impedir o riso.

—Você não pareceu muito incomodada durante a noite enquanto eu te impedia de congelar – eu tinha decidido não forçar nenhum tipo de aproximação, dar uma certa distância a ela, mas era impossível cessar a provocação, simplesmente irresistível demais.

Ela rapidamente desvencilhou os braços e pernas de mim e sentou mantendo distância.

—Não pedi para você fazer nada disso – ela rebateu empinando o nariz.

—Ingratidão é feio, viu? Você seria um picolé agora se não fosse por mim....

Ela revirou os olhos e nem se deu ao trabalho de responder. Eu me levantei para recolocar as minhas roupas que ainda se encontravam úmidas e ela fez o mesmo. Ao passar o suéter pela cabeça, os dedos dela encontraram a corrente que estava de volta ao seu pescoço.

—Quem? – ela pareceu confusa e me olhou relutante levando a mão ao pingente.

—Só devolvi para o lugar certo – falei dando de ombros, eu não faria caso daquilo, se não eu saberia que ela não aceitaria ficar com ele.

—Mas... – ela começou a protestar e eu a impedi antes que ela decidisse retirar o objeto.

—Não! – coloquei a minha mão sobre a dela, parando até a possibilidade de que ela pudesse passar a corrente pela cabeça e se livrar dela - Foi presente, por favor? – olhei no fundo dos seus olhos pedindo com sinceridade.

Ela me observou por um tempo e no final apenas assentiu com a cabeça, até que não foi tão difícil quanto eu havia esperado, será que isso era um progresso? Perguntas e mais perguntas.... Nos arrumamos em silêncio e saímos da tenda para desmontar tudo e retomar nossa trilha. Eu me estiquei para alcançar a lona que estava por cima da estrutura da barraca, me esqueci do meu ferimento e acabei me mexendo como não devia. Uma dor aguda me atingiu em cheio.

—Merda! – levei a mão à barriga e me encolhi tentando diminuir a dor.

—Weasley? – a Hermione escutou o meu xingamento e veio ver se tinha acontecido alguma coisa, ao me encontrar meio encolhido ela se aproximou – eu falei para você tomar cuidado, deixa eu ver como está isso.

Antes que eu pudesse dizer sim ou não, ela já tinha levantado os tecidos que a impediam de avaliar a situação, seu olhar mais atencioso em ação.

—Isso não está com a aparência muito boa, temos que sair logo daqui ou vai acabar infeccionando – ela passou a mão pela testa num gesto preocupado – você está se sentindo bem? – seu olhar ansioso caiu sobre mim.

No momento em que ela perguntou, eu percebi que realmente estava me sentindo meio mole, mas eu achava que era devido a noite mal dormida, quando na verdade eu devia já estar sentindo os primeiros indícios de uma febre.

—Está tudo certo – decidi não alarmá-la, o plano era conseguir sair daquela floresta antes que isso se tornasse um problema e então ela não precisaria ficar nem sabendo.

Ela me encarou mais alguns segundos como se estivesse tentando avaliar a verdade das minhas palavras e acabou se afastando para terminar o serviço com a tenda.

—Fique sentado ai no canto, eu termino aqui, se você arrebentar esses pontos vai nos atrasar de novo – ela falava com um tom clínico mas eu vi em seus olhos que ainda havia preocupação. Quase valia a pena ter caído de um barranco, só para ver ela se importando.

Finalmente tudo estava pronto e recomeçamos a caminhar, nosso passo estava mais devagar, pois mesmo que a luz do sol nos desse uma visão perfeita, nós não tínhamos a mínima ideia de pra onde tínhamos que ir e pra ser sincero, cada passo que eu dava estava se tornado mais difícil. Eu comecei a sentir cada vez mais frio e sabia que a febre estava aumentando, onde estava a porra da saída daquela floresta? Não ia dar para aguentar muito mais tempo. A Hermione seguia na minha frente, o que era a minha sorte, pois assim ela não podia ver a minha cara de desconforto nas vezes em que o terreno me forçava a fazer movimentos que aumentavam a minha dor.

Após um pouco mais de uma hora de caminhada, eu já estava com sérias dificuldades para me manter em pé, acabei cambaleado e só não cai no chão porque me apoiei numa árvore que estava perto. O barulho chamou a atenção da professora que caminhava a alguns passos de distância e ela se virou em minha direção.

—Meu Deus, Weasley! – ela correu para se por ao meu lado e me ajudar a sentar encostado à arvore, a minha cara não devia estar nem um pouco boa, pois o olhar que ela me lançou beirava o desespero – você me disse que estava bem – ela sussurrou como se as palavras tivessem o poder mágico de me curar.

—Acho que eu não estou mais tão bem – tentei sorrir, falhei miseravelmente, minha respiração saia entrecortada pelo esforço.

Eu vi que ela ia responder ao meu comentário, mas desistiu no último segundo, um pensamento um tanto assustador me acometeu, realmente eu devia estar morrendo para ela nem querer brigar comigo.

—Você está ardendo de febre – ela pousou a mão em minha testa e eu fechei os olhos como alívio que os dedos gelados dela me proporcionavam.

—Weasley, eu não tenho nenhum remédio, você vai ter que levantar para podermos sair daqui – senti um leve tremor, as mãos dela que tocavam o meu rosto tentando me despertar.

—Uhum... – foi tudo o que eu respondi, eu estava cansado, tudo o que eu queria era fechar os olhos e dormir, mas eu sentia tanto frio.

—Você não pode ficar aqui, vamos, levanta! – ela se pôs de pé e puxava os meus braços tentando em vão obter alguma resposta. -  Você falou que não ia embora! - a voz dela esganiçada pelo nervosismo me trouxe de volta do lugar em que minha mente estava, abri os olhos para encontrá-la ajoelhada novamente ao meu lado, suas mãos emoldurando o meu rosto de forma a me colocar na linha direta do seu rosto – você falou que não ia embora – ela repetiu mais baixo dessa vez.

—Não vou – ao me ouvir falando, eu vi o alívio percorrer sua expressão – me ajuda a levantar, temos que sair logo dessa merda de lugar.

Eu não fiz nenhum comentário, mas o meu coração estava começando a bater de modo muito estranho, as palavras dela me atingiram principalmente quando ela me olhava como se tivesse medo que eu fosse desaparecer na frente dos olhos dela, me peguei querendo que ela se preocupasse sempre comigo, a febre não estava ajudando em nada os meus pensamentos.

Se antes não estávamos avançando muito rapidamente, naquele momento as coisas estavam realmente críticas. Ela passou o braço dela pela minha cintura e o meu se apoiava em seus ombros, fomos caminhando a passo de lesma e tivemos que parar algumas vezes para recuperar o fôlego.

—Não sei se consigo andar mais, Mione – eu estava tão cansado que nem percebi o uso do seu apelido, até porque ela nem se importou daquela vez.

—Você não tem escolha, tem que ir e pronto – ela bateu o pé no chão, já se aproximando para me levantar novamente.

O resto do caminho foi uma das coisas mais difíceis que eu tive que fazer na minha vida, mas quando já se aproximava do meio dia, avistamos a clareira que marcava o fim da floresta e o começo do parque onde ficava o centro de pesquisas. Senti a Hermione suspirando e seguimos com uma recarga de energia, apostando todas as nossas fichas que ao cruzar a fronteira da floresta teríamos magia de novo. Passamos pela última árvore e ela me deitou no chão, sem perder tempo puxou a varinha de dentro do casaco e testou um feitiço simples. Ao ver a grama perto dos seus pés se partir um sorriso enorme se abriu em seu rosto.

—Vai dar tudo certo – eu não sabia se ela tinha dito aquilo pra mim ou para ela mesma, mas não estava em condições de pensar muito no momento.

Ela se ajoelhou ao meu lado e murmurou os feitiços necessários para me curar. Em pouco instantes eu já me sentia uma pessoa normal de novo.

—Como está agora? – ela se afastou para me dar espaço para sentar

—Ótimo – levantei a minha blusa e indiquei o local onde deveria estar o corte infeccionado e agora tinha apenas uma fina marca mostrando que ali existira algum machucado.

—O feitiço não funcionou direito, ainda ficou uma cicatriz, posso tentar outro – se ofereceu.

—Não, pode deixar assim – por alguma razão muito pouco lógica eu não queria eliminar o único vestígio que eu tinha da nossa aventura naquele lugar.

Ela deu de ombros e me esticou a mão para me ajudar a levantar.

—Agora você já pode encontrar os pilantras que roubaram a nossa caixa velha – falei de propósito de um jeito que eu sabia que a incomodaria só para ver seus olhos se estreitarem com o meu comentário, controlei a vontade de rir.

—Impressionante como você nunca perde a graça... – ela revirou os olhos e se pôs a elaborar o feitiço de localização, segundos depois ela já tinha o local certo.

—Isso foi rápido – elogiei.

—Eu conheço esse endereço, fica num local afastado do centro de Londres, se eu não me engano são depósitos e galpões – ela apoiou a mão no queixo tentando lembrar corretamente.

—O que estamos esperando então? Vamos – eu já estava pronto para aparatar.

—Você nunca pensa antes de agir, não é mesmo? – para minha surpresa esse comentário foi acompanhado de uma risada e não de uma cara feia – nós vamos ter que chegar sem causar alarde e entrar lá sem sermos percebidos, não dá para fazer isso de qualquer jeito, tem que ser com calma.

—Quer dizer que vamos ser tipo espiões? – perguntei animado com a possibilidade, só porque era uma missão não queria dizer que não poderíamos nos divertir – Eu vi um filme desses com o Harry uns tempos atrás, como era mesmo..... 00 algum número.

—Você não conhece o James Bond? – ela me perguntou incrédula ainda de bom humor.

—Isso! Weasley, Ron Weasley – fiz uma imitação lamentável do personagem, mas que me rendeu mais um sorriso dela de presente – o que achou?

—Eu acho que você é um cabeça oca – ela levou a mão a boca para conter a risada.

—Ah é? – resmunguei quase fazendo bico – se eu sou um cabeça oca, então você é um limãozinho porque sempre azeda as minhas graças – sorri desafiante – a sorte é que limões também fazem doces deliciosos – lancei um olhar maldoso em sua direção que ela não falhou em notar.

Ela ficou encabulada com o comentário, mas tentou disfarçar:

—Além de cabeça oca você tem a língua grande demais! – levou as mãos a cintura expondo sua reprovação.

—Não ouvi nenhuma reclamação sua a respeito antes – não aguentei, ela praticamente pediu por uma resposta atrevida.

Vi seus olhos se arregalarem e dessa vez ela não conseguiu disfarçar o rubor em sua face

—Seu.... – ela virou de costas e saiu andando.

Deixei ela se afastar alguns passos de mim antes de segui-la, eu não precisava abusar e estragar o progresso sutil que eu tinha conseguido até então.

—Acho que o mais sensato é comermos alguma coisa antes de seguir em frente, não sabemos o que no espera - eu não pude negar a lógica em suas palavras, além de perceber pela primeira vez que eu estava faminto.

—Boa ideia - nos sentamos na mesa onde fizemos nossa última refeição - eu só tenho o resto do meu sanduíche - falei desanimado ao abrir a minha mochila.

—Nem pegue esse treco, eu ainda tenho comida e tenho certeza que nem um feitiço conseguira te salvar se você ingerir aquela monstruosidade – o tom dela era de extremo desdém para o meu pobre sanduiche.

—Ei! Não estava tão ruim assim – tentei me defender mesmo sabendo que ela estava totalmente certa.

Ela levantou as sobrancelhas com ar de quem não acreditou nem por um segundo na minha afirmação.

—Sim, claro... por isso que você parecia disposto a comer até pedra só para não terminar esse sanduiche – um sorriso insolente apareceu no canto as sua boca e eu não pude deixar de repara o número de vezes que eu a tinha visto sorrir nos últimos minutos.

Tentei disfarçar a minha satisfação direcionando a atenção para a comida que ela tinha colocado na minha frente, não queria que ela percebesse o quanto eu gostava aquela nova dinâmica, porque eu sabia que ela era bem capaz de ficar de cara feia pelo resto da viagem só para me contrariar, o jeito era manter minha felicidade apenas interna.

—Não preciso nem dizer que está uma delícia, né? – puxei assunto entre uma mordida e outra da torta que ela tinha me dado.

—Comparado com a sua comida, não tinha muito como dar errado....

—Quer parar de detonar as minhas habilidades culinárias? Não é um dos meus fortes – resmunguei, não era só ela que não gostava de ser criticada, mas eu tinha que admitir que estava me divertindo com a situação, esse era o diálogo mais normal que já tínhamos participado.

—Ah é? E qual é o seu forte então, nem precisa dizer todos, me contento com um só – ela exibiu um olhar arrogante de desafio, um sorriso atrevido no rosto e eu me vi praticamente forçado a responder a altura.

—Você já devia saber – devolvi um sorriso mais provocante ainda.

—Eu? São muitas opções – ela começou a contar nos dedos – cair de barrancos, perder mapas, ser teimoso...

—Nada disso! – eu me aproximei puxei a cadeira dela, de modo que eu pudesse passar os meus braços pelos lados de forma a mantê-la presa no lugar.

Ela arregalou os olhos com a minha ação repentina e eu a percebi prendendo a respiração quando eu me posicionei a apenas alguns centímetros dela.

—Não chegue mais perto – me advertiu com a voz entrecortada.

—Posso ficar aqui então? Gostei da posição – se eu me inclinasse o mínimo que fosse, eu teria exatamente o que eu queria, mas decidi fazer aquilo diferente, podia muito bem dar errado, mas eu estava torcendo para ser bem sucedido.

—Não! – ela respondeu rapidamente.

—Hum... uma pena, só saio daqui com uma condição – ela prendeu o lábio inferior entre os dentes e naquele momento eu soube que só sairia dali depois de beijá-la.

—Qual? – sua pergunta veio em um tom hesitante, no fundo eu tinha certeza de que ela já sabia onde eu queria chegar.

—Você sabe muito bem – eu sentia a respiração dela se misturando com a minha, meu coração já estava acelerado e eu podia jurar que o dela também.

—Nem em sonhos – ela tentou negar, mesmo não sendo muito incisiva.

—Temos todo o tempo do mundo, a missão nem é importante, né? – joguei o meu último argumento, se apelar para a responsabilidade dela não desse jeito, eu roubaria aquele beijo e pronto, mas a verdade era que eu queria ganhar um, pelo menos uma vez, mesmo que não fosse por meios muito louváveis.

Ela fechou os olhos por alguns segundos e ao abri-los novamente eu vi um lampejo de alguma coisa que eu não consegui identificar. Sem que eu realmente acreditasse no que estava acontecendo, ela eliminou a distância que restava entre nós e colou seus lábios nos meus. O beijo não durou mais do que alguns segundos, mas já foi o suficiente para me deixar querendo mais.

—Pronto... – ela interrompeu a frase quando seus olhos se prenderam aos meus, naquele instante não conseguíamos nos desviar um do outro, levantei minha mão até enlaçar o cabelo dela entre os dedos e quando dei por mim nossas bocas estavam unidas novamente.

Nada da velocidade do beijo anterior foi transmitida nesse, eu estava sentado na ponta da cadeira, me aproximando o máximo possível e fiquei satisfeito ao perceber que ela havia feito a mesma coisa. Senti seus braços enlaçando o meu pescoço e os dedos dela pressionando a minha nuca, parecendo que ela queria me impedir de sair do lugar, como se qualquer tipo de ideia parecida estivesse rondando a minha mente. A sensação da boca dela na minha me deixava sem fôlego, explorei sem hesitação tudo o que estava ao meu alcance e não pude conter a satisfação ao vê-la correspondendo na mesma medida. Desviei minha boca da dela, traçando um caminho de beijos até chegar ao seu pescoço, percebi que ela estremeceu e ouvi um gemido baixinho que escapou dos lábios dela, eu senti um arrepio gostoso com a reação dela.

Eu não queria que aquele momento acabasse, o que eu queria era mais, muito mais! Desvendar tudo o que estava ali na proximidade dos meus dedos, me afundar de uma vez por todos naquela areia movediça da qual eu já não estava muito certo se eu conseguiria sair, mas ela voltou a si muito mais rápido do que eu desejava. Quando eu voltei a encontrar a boca dela com a minha, ela arregalou os olhos e se afastou, posicionado as mão no meu peito para me impedir de avançar. O que eu podia fazer? Me afastei, mas sem desgrudar meus olhos dela nem por um segundo, eu não ia deixá-la fugir dos atos dela.

—Eu falei que nós temos que focar no que é importante, Weasley – ela estreitou os olhos, mas notei que não se afastou mais.

—Eu acho bem importante confirmar que eu tenho um ponto forte – ela abriu a boca para contestar, mas eu a impedi – e além do mais eu não fiz nada, foi você que me beijou.

—O que? – ela estava indignada, e eu não consegui não rir.

Eu sabia que tinha decidido dar espaço a ela, mas até que aquela nova estratégia não estava indo mal, afinal eu consegui o que queria, o problema agora era transformar isso num padrão, só que essa mulher era tão teimosa e orgulhosa que eu sabia que eu teria um longo caminho pela frente.

—Isso mesmo – eu me levantei e fiquei de frente para ela a fim olhá-la de um ponto mais vantajoso – você podia muito bem ter saído daí se quisesse – dei de ombros.

—Eu não acredito no que estou escutando! – ela levantou as mãos incrédulas – você é impossível.

—Esse é outro dos meus pontos fortes – ela suspirou exasperada

—Ronald, cale a boca e coma, quero sair logo daqui essa missão já está longa demais – ela se virou em direção a comida e fez questão de não olhar mais para mim, mesmo assim eu percebi as bochechas vermelhas que ela tentava esconder, ela podia negar o quanto quisesse, mas ela gostou daquele beijo tanto quanto eu.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam?
O Ron bem que tenta dar espaço, mas não consegue se segurar. Esse ruivo já é quase um caso perdido...
E a Mione com o "vamos focar no que é importante?". Mesmo a gente vendo o quanto ela se desesperou quando o Ron estava doente, essa menina é difícil de convencer viu!
No próximo capítulo eles vão finalmente atrás da caixa, se eles conseguem ou não são outros 500 hhauhauah
Deixem comentários com a suas opiniões, me façam feliz!
Até o próximo cap.
Bjus



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