Money Power Glory escrita por WeekendWarrior


Capítulo 6
Religion


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a quem leu! S2



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6 meses depois

Eu automaticamente deixava meus lábios se esticarem num pequeno sorriso toda vez que via meu homem, toda vez que meu amor me cruzava o caminho, quando seu olhar encontrava o meu. Mais um sorriso se via em meus lábios e lá estava ele, os braços apoiados no parapeito da sacada.

A imensidão do mar ao alcance de nossos olhos, eu o observava de dentro do quarto. As costas largas relaxadas pela plenitude e calmaria, o seu rosto deveria transparecer a mesma passividade.

Tão lindo…

Eu tinha algo importante e grande para contá-lo, algo que mudaria nossas vidas pra sempre. Senti meu coração bater forte ao pensar nisso, nossa vida já havia mudado e muito. Nada mais era ou seria o mesmo.

Mordi meu lábio inferior e em passos calmos e silenciosamente lentos aproximei-me dele. O abracei as costas.

— Oi – falei quase cantarolando.

Ele virou-se e sorriu-me lindamente. Passou o braço esquerdo ao redor de minha cintura e me abraçou contra si, recebi um leve beijo.

— Tudo certo pra hoje à noite?

Assenti levando meus dedos para seu queixo.

— Tudo perfeito.

Hoje à noite teríamos a ceia de Ação de Graças aqui em casa, seria a primeira festividade que comemoraríamos em nossa casa. Eu mal podia acreditar nisso, nossa casa. Plural, eu e Jake.

As coisas têm corrido tão deliciosamente depressa para nós, como o casamento que ocorreu apenas duas semanas depois de nos reconciliarmos, pois não tínhamos tempo a perder, tempo já havíamos perdido demais!

Naquele verão mesmo nos casamos em Hollywood Hills, ainda posso sentir a felicidade daquela tarde de verão, o melhor dia de minha vida e todos estavam lá, amigos e familiares. Somente Deus sabe o quanto nossa união é abençoada, essa é a felicidade.

Viro meu rosto apoiado em seu peito para admirar a imensidão do mar, logo o sol irá se pôr em Malibu e mais uma típica noite fria de novembro se achega, porém sozinha não estou mais, nunca mais.

Num impulso sorrio ao lembrar-me de que o tenho uma notícia, sinto-me nervosa e confiante. Como isso é possível? Deus, quando olho fundo nesses olhos azuis, quando encaro essa bela face tenho vontade de festejar e regozijar.

— Do que sorri tanto? Está assim nos últimos dias. O que está escondendo, hein? – indagou-me sorrindo, seu olhos perscrutando minha face.

— Tenho uma coisa pra te contar.

Virei-me de modo que ficássemos um de frente pro outro.

— O quê?

Seu cenho estava franzido, porém tinha um pequeno sorriso nos lábios. Tomei ar e coloquei minhas mãos nas suas.

— Pensei em apenas te contar hoje à noite, porém não aguento mais guardar isso.

Num movimento lento levei sua mão direita a meu ventre, vi os olhos de Jake brilharem, ele me sorriu como se numa indagação muda, assenti com um sorriso de orelha a orelha.

— Estou grávida.

— Meu Deus, Lizzy. Isso é incrível, é… caramba! É mais do que eu possa explicar.

Seus braços me envolveram num abraço terno quase tirando-me do chão, a felicidade era palpável.

— Sim, eu sei. Vamos ter um bebê, Jake.

Logo que nos casamos decidimos tentar ter um filho, era o momento perfeito de nossas vidas. Já estávamos vividos e prontos pra isso. Sempre fui antenada quanto aos dias certos de minha menstruação e quando ela não veio no primeiro mês, logo estranhei, porém esperei e nada aconteceu.

Eu só pensava nisso, comprei vários testes de gravidez e todos deram positivo, mas pra mim ainda era pouco, queria a certeza máxima, marquei uma consulta e fiz o exame de sangue, qual deu claramente positivo. Fiz isso tudo na surdina.

Nos últimos dias tenho estado sobre as nuvens e não havia falado nada para Jake, guardei isso como um segredo, segurei até hoje e o falaria apenas à noite junto com nossos amigos, mas meu ímpeto de compartilhar isso com o amor de minha vida foi maior. Isso faz parte de nós dois. Eu não entendia, mas já sentia um amor imensurável por esse ser crescendo em mim.

— Alguém mais já sabe? Está de quanto tempo? Por que não me contou antes? Meu Deus, Elizabeth, eu vou ser pai.

Gargalhei e o trouxe comigo no riso reconfortante.

— Calma, amor – o segurei pela nuca – E não, ninguém sabe, nem mesmo Tahliah ou mamãe. Eu revelaria a todos hoje à noite. Ah, e estou de dois meses.

Seus lábios se curvaram num sorriso, qual iluminou sua bela face. Suas mãos me puxaram para seu corpo.

— Danadinha você, hein. Bem que percebi você diferente, sabia que escondia algo. Você não consegue me esconder nada, Lizzy.

— Não mesmo.

Sua mão tocou meu ventre, ainda “normal”. A barriga começa a aparecer para algumas mulheres a partir do terceiro ou quarto mês.

— Dois meses, sério? Imagine daqui sete meses…

— Você acha que não penso nisso? – umedeci meus lábios e apoiei minha cabeça em seu peito, encarei a praia e o céu que tomava uma tonalidade alaranjada – Estou… sei lá… nervosa, ansiosa, amedrontada. Sinto um milhão de coisas.

— Eu te entendo – senti sua mão afagar meus cabelos – Mas estou aqui, nada pode dar errado, não agora. Mal posso acreditar que estamos mesmo vivendo isso, que está acontecendo.

E foi como se um filme passasse pela minha mente fazendo-me sorrir nos braços de meu homem. Não há porquê temer algo se tenho ele e ele tem a mim. Do que mais poderia ser grata? Se algo melhorar posso estranhar de estar vivendo um sonho e não quero acordar disso.

Ei, mas não pense que é tudo um mar de rosas, não! Às vezes tenho vontade de socar a cara de Jake, ele faz coisas tão irritantes! Acabamos tendo discussões bobas, mas como ondas elas vêm e vão sem deixar rastros, no final fica tudo claro e limpo.

A verdade é que o amo mais que tudo, como uma condenada, estou de joelhos para Jake. Eu necessito do amor dele, ainda mais agora. No começo não nos largávamos, estávamos o tempo todo juntos, cada segundo, mal deixávamos a cama.

Jake é minha religião, ele é o modo que vivo. Meus amigos me dizem para dar um tempo, pegar um pouco de espaço, mas eles não entendem que preciso dele como uma dependente. Se Jake dita algo, eu respondo “Amém” ou “Aleluia”. Ele me tem de todas as maneiras.

Sabemos que é verdadeiro e duradouro, pois só há amor aqui. Nunca foi pela fama, dinheiro ou festas, pra ele só há amor. Eu o adoro como um deus, o amo de todo meu coração, ele sabe disso e um dia fui errada em não deixá-lo saber. E não temo em demonstrar, pois é recíproco.

— Te amo tanto – proferi o abraçando mais forte.

Senti seu braços mais fortes ao meu redor, depois um beijo demorado em minha testa. O vento frio que vinha da praia balançava meus cabelos e fazia com que um leve arrepio me tomasse o corpo.

— Te amo, meu anjo.

Aconcheguei-me mais a ele e deixei que as coisas boas nos rodeassem. Como o pôr do sol a nossa frente, nosso filho que estaria por vir, nosso amor, nossa vida. Tudo está bem agora.

Um dia me vi perdida por ter o perdido, mas tudo, desde o começo, já estava fadado. Seria sempre assim, eu e Jake. Porque na verdade, não há ninguém para ele que não seja eu. Todos sabem que não está na moda me amar e é por isso que nosso amor é tão ímpar e diagonal, é único e incompreendido. É um tipo de amor que não se descreve no vermelho, mas sim no azul-escuro.

Não há dúvidas restantes, não há questões não respondidas.

Eu simplesmente parei de sonhar e comecei a viver. Sim, sonhos podem se tornar realidade e agora vivo o meu. Um dia fui má, um dia pequei, mas Deus sabe que tentei e me arrependi. Porém o perdão vem com a redenção e nele embutido o amor.

Avisto o sol se pôr diante de meus olhos e ao meu lado, ao meu redor, ao meu toque, tão próximo, o meu único e verdadeiro amor. E agora, dentro de mim uma parte de nós dois, uma prova de felicidade.

E com o último resquício do sol, com ele vai junto meu medo. O que um dia arruinei, agora reconstruo, mas nem penso mais sobre isso, apenas deixo as ondas levarem embora toda a dor.

— A vista daqui de cima é bem bonita – divagou.

Ergui meu rosto para encarar a bela face do homem que tanto adoro.

— Tudo parece melhor se olhando de cima, meu Rei – falei sorrindo, apoiei minhas mãos em seus ombros – Principalmente você.

Em resposta recebi um beijo, um simples toque de lábios que se tornou uma grande prova de amor. O que palavras não podiam expressar, lábios diziam num total silêncio.

A excitação tomava nossos corpos e tudo recomeçava, nunca cansaríamos. Só nós saberíamos, somente nós viveríamos isso. Nos amando pela primeira e última vez. Nossa eterna lua de mel.


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Notas finais do capítulo

s2



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