Treinando a Mamãe escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 9
Telefonemas


Notas iniciais do capítulo

Dedico este capítulo a Shadowhunter, com a segunda recomendação da fic, que me deixou super, SUPER empolgada, porque eu realmente não esperava, não depois de um capítulo como o anterior, e assim, você me deixou muito feliz. Muito obrigada mesmo, bae, e eu dedico este capítulo à você!
A todos os que comentaram, quero dizer que fiquei radiante do outro lado aqui, e me senti aliviada. Juro que achei o capítulo anterior o mais esquisito, mas se vocês me disseram que gostaram, eu acredito. Espero que gostem deste também, com um loiro irresistível em cena. Beijos! *sorrisão, esfregando meus olhos de sono, pois está um frio de congelar aqui no Rio, e frio me remete ao sono que eu não tenho tanto assim*
Ps.: Acabou que o Peeta não apareceu, mas no próximo ele vai estar em 80%. Me desculpem, eu não pensei que já tinham tantas palavras, então joguei para o segunda, mas isso não altera os fatos.



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Katniss? — Esperava ouvir uma voz masculina, e não uma voz feminina. Já comecei o dia com o pé esquerdo. O que ela fazia com o celular do Peeta?

— Sim, é ela. O Peeta está? — perguntei, sem rodeios. Minha voz saiu rude, mas que se dane.

Sim, mas ele está tomando banho agora, é sobre o Edward, correto? — Por que te interessa? É algo entre nós dois esse assunto.

— Sim, é sim, e eu gostaria de falar com ele — bufei, ficando com raiva. — Nem sei qual o seu nome — Clove Barrow Mellark, advogada, 24 anos, nascida em Dublim, mas os pais se mudaram para Liverpool quando tinha 4 anos —, — então, por favor, poderia chamá-lo para mim?

Meu nome é Clove — disse gentil. — Sou a esposa dele. O que ele deve ouvir, eu também devo, Katniss. É algo referente ao Pequeno Príncipe?

Bufei, batendo um pé com força no chão. Ridícula. Até criatividade para apelido ela tinha. Mas o Pequeno Príncipe é louro, até onde eu sei.

— Avisa que eu e Ed vamos na Disneyland e Six Flags depois das aulas de Muay Thay, então não vamos atender o celular pelo dia todo. Antes que ligue para a SWAT e CIA, ou o MI5 e MI6. Não vamos morrer, provavelmente, e muito dificilmente vão nos sequestrar. Vou tomar cuidado.

Ela riu. Que saco, a risada dela era sonora, sem ser escandalosa, ao contrário da minha.

— Tudo bem, obrigada por avisar. Tenha um bom dia e mande lembranças ao Ed.

— Que seja — e desliguei o telefone na cara dele.

— Mãe! Mãe! Estooou pronto! — Edward apareceu com um sorrisão na sala, vestindo bermuda bege e uma camiseta da banda Nirvana. Eu sei, ele tem muito bom gosto.

— Como você está lindo! — Maggs disse, saindo da cozinha, abraçando o pequeno. — Lindo mesmo!

— Eu sei, tia! — ele disse, fingindo superior, tirando alguns fios de seus olhos. Nós duas rimos. — Muito obrigado.

Agradeceu, dando um beijo na bochecha dela, que abriu ainda mais o sorriso.

— Ainda não acredito que essa aí é sua mãe! — A senhora sussurrou alto, para eu ouvir mesmo. Revirei os olhos, com um sorriso, ouvindo Ed rir.

— Ninguém acredita, tia.

Às vezes, nem eu acredito. Ele é bom demais para ser alguém que foi gerado por mim.

*

— Estamos sem peruca e óculos... — observou, enquanto esperávamos no saguão o meu carro. — Só passei protetor solar.

— Hoje vai ser um dia diferente — falei, abrindo um pirulito, colocando na boca. — Se incomoda se tirarem algumas fotos suas? Ninguém vai realmente nos incomodar, mas se formos disfarçados, não ganharemos fura-filas suficientes.

Ele riu, balançando a cabeça.

— Tudo bem... Vai me deixar na aula primeiro, correto?

Assenti, fechando suavemente os olhos.

— Assim que terminar, vamos sair por Los Angeles. Na verdade, o passeio pela cidade vai ser amanhã. Hoje vamos aos parques. O que acha de passarmos o final de semana em Long Beach? Ou Redondo Beach... Veneza Beach não é tão boa assim — eu não tinha boas lembranças dessa última praia, franzindo o cenho.

— Mãe, eu passo o ano inteiro de casacos e jaquetas! Por favor, nem me pergunte! Mas... — olhou em meus olhos. — Depois de amanhã é aniversário do papai.

Meu coração quase saiu pela boca. Sete de maio, claro que eu sabia. Apenas queria abafar isso. Clove passaria ao lado dele, e eu não.

— Hm... o que você planeja fazer?

Antes que ele pudesse me responder, avisaram que o meu carro estava à nossa espera. Saímos lado a lado, mesmo que sem nos encostar, estávamos em paz.

— Cadê, Ruby? — perguntei a moça da portaria, ao ver o um Logan onde deveria estar o meu Audi blindado.

— Esse é o seu carro, senhorita Everdeen — disse, mordendo os lábios para não começar a rir.

— Eu vou perguntar mais uma vez... — avisei, aproximando-me dela, com os meus olhos semicerrados. — ONDE ESTÁ O INFERNO DO MEU CARRO?! SABE QUANTO AQUILO CUSTOU?!

— É esse mesmo, mãe! — Edward disse, dentro do carro, no banco da frente e de cinto. Eu não fiquei com raiva. Eu fiquei furiosa!

— COMO ASSIM, SEU PIRRALHO?! — ele riu, de sua forma esquisita. — O QUE FOI QUE VOCÊ FEZ COM O MEU AUDI? MEU LINDO CARRO! CADÊ?!

— Ele mandou de volta para a concessionária ontem, e pediu esse Logan de volta — Ruby falou, vermelha, de tanto estar se esforçando para segurar sua risada. — Disse que ameaçava a vida alheia.

— Ah, eu sou uma verdadeira ameaça para a vida dele e sua nesse momento! — ela não aguentou e começou a rir, cobrindo a boca com as mãos, curvando-se. Fiquei boquiaberta, com os olhos semicerrados. Abusada.

— Estou ficando atrasado! — Ed exclamou, batendo no lado de fora do carro. — Vamos embora!

— Eu quero meu Audi — rosnei para a porteira.

Sai, com passos cheios de raiva, querendo fulminar o adesivo de dois cachorrinhos, uma mulher e um garotinho na parte traseira do carro. "Orgulho da mamãe", um adesivo dizia.

Bati a porta do carro, colocando a droga do cinto, e meti o pé no acelerador, mas...

— ISSO NÃO TÁ INDO MAIS DO QUE SESSENTA POR HORA! — gritei, batendo no volante. Edward estava sereno como nunca, jogando o jogo da cobrinha no celular, com um sorrisinho. — SUA PRAGA! BABACA!

Meus xingamentos eram tão comuns para ele como o ar, e que as minhas palavras eram mais ditas de formas espontâneas. Dei alguns tapas nele, fazendo-o rir ainda mais.

— Pode xingar. Um dia, agradecerá minha ajuda — garantiu, como se eu estivesse dizendo que o amo. Essa petulância toda vinha de Peeta! Abusado!

— Vou contar pro seu pai, você vai ver só! — falei, bufando, passando a marcha, com o pé no acelerador. O velocímetro ia até duzentos quilômetros por hora, mas havia alguma trava que não deixava passar de sessenta.

— Pode contar — desafiou-me, assobiando. — Ele não vai fazer nada.

— Ele não, mas eu acertar um bom tapa nessa sua cara se não me responder direito, Ed! — briguei, com o cenho franzido.

— Ok! — Virou-se para mim, suspirando. — Acontece que eu quero andar de carro, mas sem ter medo de morrer! A senhora é muito imprudente!

Revirei os olhos.

— Onde foi que aprendeu essa palavra? Você não devia ficar pintando na escola? Você tem nove anos já.

— Não sei... na verdade, nem sei o que a palavra imprudente significa. Apenas ouvi o papai te chamar assim algumas vez. Aprendo muitas palavras novas quando a senhora e ele conversam no celular também.

Mesmo com a situação toda, abri um sorriso, ficando um pouco mais à vontade.

— Vou te ensinar uma nova palavra agora — avisei. Ele me olhava com um sorriso empolgado.

— E qual é?

— CALADO! — gritei, fechando a cara para ele, assim que paramos no sinal. — A palavra é calado! E me obedeça, seu cavalo!

Ficamos em silêncio, embora até confortável, ele do nada começou a gargalhar.

— A senhora é muito engraçada — disse, esfregando os olhos. — As semanas estão bem melhores do que nos meus sonhos.

Segurou meu pulso direito, que fez eu me arrepiar, suspirando. Era algo tão bom quanto beber água com sede, eu me senti tão culpada, mas o carinho com o qual ele me tocou foi muito mais forte.

— Não se preocupe, a senhora está se saindo muito bem. Ainda é uma Megera, e eu, para você, uma Praga, mas não negue que eu sou incrível.

Abri um sorriso sincero.

— Sou boa em mentir, e faço isso muitas vezes por dia — falei, procurando uma vaga para estacionar esse carro ridículo —, mas olha — achei uma vaga, estacionando na rua ao lado do lugar onde ele fazia as aulas de luta.

— Você é incrível sim, Ed — seus olhos se arregalaram um pouco, então diminuíram com o sorriso que abriu. Abri minha boca para dizer que agora estava com o mesmo olhar a um tempo atrás, quando tinha três meses, e eu fiquei sozinha com ele na casa dos pais de Peeta, ele não parava de chorar. Não fazia ideia do que poderia fazer, era véspera do meu aniversário de 16 anos. Comecei a lhe contar histórias sobre quando eu e seu pai saíamos juntos. Ele ficou me encarando sem entender, mas depois, abriu um vasto sorriso sem dentes, como se finalmente estivéssemos dando certo.

Agora, finalmente estávamos dando certo.

Era um sonho californiano, e para melhorar, estávamos em Palm Springs. Ou seja, era realmente um sonho da Califórnia. E eu não queria acordar de forma alguma.

— E a senhora é tão incrível quanto os relatos do papai de madrugada depois que eu não consigo dormir — deu um beijo na minha bochecha. Fechei os olhos nesse momento de três segundos.

— Vamos! Vamos! — Acordou-me de um momento que eu não poderia descrever nunca. Era a mesma sensação de segurá-lo em meus braços, e dar de mamar.

Entramos para sua aula, e eu me sentei junto com algumas mães e pais. Havíamos chegado na hora certa de começar, mas ainda sim ajudei Edward com as luvas para o treino.

Papai — ouvi uma voz de menina dizer em um cochicho. — Aquela é a atriz que eu te falei, que deveria ter ganhado o Oscar ano passado.

Era um sussurro, mas eles estavam a quase dois metros de mim, apenas. Fingi que não escutei, sentindo minhas bochechas ficarem vermelhas. Nunca sei como reagir com essas coisas.

Anny Odair! — Provavelmente o pai ou irmão mais velho ralhou em baixo tom. — Olhe os modos! Ela está logo ali!

Mas papai! — ela suplicou, em um sussurro um tanto alto, já que eu podia escutá-la. — Deixe-me falar com ela! Por favor!

— Melhor não, meu bem — disse em um suspiro, suave. — Vá para sua aula. Acabou de começar, linda.

Olhei discretamente em volta, para ver algum outro lugar para me sentar, no entanto, só tinha mais uma cadeira ao meu lado.

— Bom dia — a mesma voz desejou-me, então eu olhei para sua direção, levando um susto devido a olhos tão verdes, e fios originalmente louros, com uma leve mistura de tons, pertencentes a uma pele bronzeada maravilhosa. As bochechas um pouco coradas, e sorriso com covinhas perfeitas.

— Bom dia — desejei, com um sorriso torto, então, voltei meus olhos para Edward, que prestava atenção em cada instrução do professor.

— Você poderia me dizer que horas essa aula termina? — perguntei para o loiro bonito. — Eu ainda tenho que ir na Disneyland hoje, e no Six Flags. E almoçar.

Ele riu, como ondas que se quebram na areia.

— Faltam... — Olhou no relógio. — 40 minutos. E não vai dar para aproveitar a montanha russa do Six Flags. Precisaria ir amanhã, então fique para jantar no McDonalds.

Era um excelente conselho, no final das contas. A aula terminaria às 13:40.

— Muito obrigada... Sabe algum lugar bom para levar uma criança para almoçar? Nós passamos a semana toda comendo Fast Food, e o pai dele vai me matar se eu fazê-lo ficar com diabetes ou pré-hipertensão, isso se ele não ficar obeso.

Achou graça do meu desespero. O sorriso dele em uma risada era ainda mais encantado, cruzes. Como alguém poderia ser tão bonito e sair por aí?

— Te aconselho o Craft Los Angeles — falou, calmo. — Acabei de vir de lá com a minha filha, e ela adora aquele lugar. Não se preocupe, ele provavelmente não vai ficar diabético, hipertenso ou obeso, está bem? — Abri um sorriso, grata. — Aliás, me chamo Finnick Odair.

Estendeu-me sua mão, que eu apertei.

— E eu sou Katniss Everdeen.

— Ah, disso eu já sabia — ri, balançando a cabeça, então começamos uma conversa sobre a alimentação infantil, depois, falamos sobre como eles são dentro de casa, e descobri que Anny Odair, sua filha de 11 anos, o fez ir para Nova York sexta passada apenas para me ver, no entanto eu faltei.

— Oh, mil perdões... — pedi, suspirando. — Eu realmente precisava ficar com Edward. Digamos que nós nos estranhamos na semana passada, e eu não conseguia mais deixar nós dois brigados.

Finnick riu.

— Não precisa se desculpar. Ela chorou? Sim, e muito, e eu deveria te odiar por isso, mas nós fizemos compras juntos. Você quase me levou à falência, mas consegui passar mais tempo com ela.

— Ainda me sinto culpada. Me desculpe, mas onde está sua esposa? — perguntei, não enxergando nenhuma aliança, mas era mais comum as mães levarem os filhos para tais ocasiões.

Ele abriu um sorriso triste.

— Morreu faz dois anos — disse, balançando a cabeça. — Câncer.

— Ai meu Deus, me perdoe, eu não queria ser indelicada e... — Finnick riu mais uma vez, virando os olhos na direção da filha, com os mesmos olhos e sorriso, mas apenas isso. Os cabelos eram ruivos e a pele clara, com algumas sardas nas bochechas. Com certeza se parecia com a mãe. Deve ser horrível e bom para ele.

— Está tudo bem, nós dois procuramos apoio um no outro — era claro que se referia a filha. — Eu amo ela. Incrível a forma da qual eles fazem tudo melhorar com um só sorriso, não é?

Sorri, olhando para Ed, que fazia tudo corretamente.

— Sim, é incrível. Eles são um farol em uma tempestade — confirmei, com meus cotovelos no joelho, admirando o pequeno eu em versão masculina.

Mudamos de assunto, para os parques que Los Angeles tinha, então, quando vimos, Anny e Edward vieram correndo.

A menina sorriu tímida para mim, correndo para o seu pai, lançando um olhar significativo para mim, sem maldade.

— Claro, pequena. Katniss, Anny adoraria que você dissesse um oi para ela, pois é a sua fã.

Eu nunca sabia muito bem como reagir a essas coisas, então, abri um sorriso sincero, estendo minha mão para ela, que imediatamente apertou, fazendo eu rir.

— Estávamos falando sobre você, Anny — os olhos dela brilharam. — É um enorme prazer te conhecer.

— Mu-muito obrigada — disse baixinho. — O prazer é todo meu.

Sorri mais uma vez, me levantando, como Finnick fez, e peguei as mãos de Edward, que parecia exausto depois dessa aula, mas com certeza não iria deixar o passeio para amanhã.

— Finnick, quando é sua próxima folga? — Ele era advogado de uma grande empresa aqui em Los Angeles, ao que parece, e tinha folga uma vez por semana à tarde, usando-a com a filha, que é a única.

— Na sexta-feira, mas na sexta-feira que vem. — Olhei para Edward, que sorriu.

— É na minha última semana aqui com a senhora, mãe — Ed me lembrou. — Eu vou ficar feliz se fosse assim.

— Ok, o que acha de irmos ao Six Flags juntos? — sugeri, vendo os olhos da menina brilharem, assim como os de Ed. — Eu sou muito inexperiente nessas coisas, mas acho que seria legal se fôssemos juntos — continuei, e Finnick abriu um largo sorriso. Eu via um brilho de sincera gratidão em seus olhos.

Paiiii! — A menina disse, puxando-o pela mão, dando pulinhos. — Vamos? Vamos? Vamos?

— Tem certeza? — ele perguntou, mordendo os lábios. Como ele era bonito.

— Sim, claro. Eu estava mesmo pensando no que faria com ele na semana que vem antes de voltar à Inglaterra, então acho que vai ser isso mesmo. Aí, Ed, hoje ficamos a tarde na Disneyland.

Edward deu um pulo, batendo palminhas, fazendo nós rirmos.

Eu e Finnick pegamos o contato um do outro, prometendo manter contato, e pedi para Anny trazer uma câmera na sexta-feira do passeio para tirarmos fotos juntas. Olhos de todos os lados estavam em cima de mim e das três pessoas ao meu redor, o que me deixou desconfortável, mas Finnick sorriu gentilmente. Nos despedimos.

— Ele parece ter gostado de você, do jeito que a tia Clove gosta do meu pai — Edward disse, enciumado, quando entramos no carro. Achei graça.

— Ele é muito bonito e simpático. E inteligente e divertido.

— Mãe! — brigou, enquanto eu tirava o carro sem muitos problemas da vaga.

— Que foooi?! — fechei a cara, revirando os olhos. — Você já é crescido. Gostei do Finn. E o seu pai é casado, com outra. Eu estou livre, leve e solta. A música Wild, Young and Free? Totalmente minha.

Sua cara foi sem dúvida a melhor. Olhos semicerrados e lábios entreabertos, como se não acreditasse no que eu disse. Segurei a risada.

— A senhora está usando apelidos para se referir a ele! Que coisa horrível!

— Que coisa maravilhosa — eu disse, com um sorriso torto, prestando atenção no trânsito. Finnick parecia ser exatamente do tipo certo para mim agora. Eu poderia aprender muito também, como ser uma mãe melhor.

Estou ansiosa para sairmos juntos. Ele me fez sorrir sem maldades.

— Alô? — Edward disse, atendendo o celular. — Oi, pai!

Ficou um tempo com um sorriso no rosto, que se alargou ainda mais.

— Alexandria?! Mas isso fica no Egito! Ai que demais! — o pequeno exclamou, dando pulinhos no banco. — Nossa... Uau. 'Tá tirando muitas fotos? — riu. — Que pergunta idiota a minha, eu sei

— Tadinha da tia Clove... — disse, um pouco sério. — Tudo bem. Só me traga um souvenir caso dê. Deixe ela descansar.

Ouve um tempo, então, Edward começou a chorar em meio aos risos.

— NÃO ACREDITO! — ele gritou, e eu levei um susto, quase batendo com o carro, e por instinto, ainda pensando no outro carro, coloquei o braço direito para ele não voar para o painel co  força. Dei uma freiada com força quando o sinal fechou, vendo os olhos arregalados de Edward, com o celular nas mãos, que puxei dele.

— SEU IDIOTA! — comecei gritando. — SABE O SUSTO QUE O EDWARD ME DEU AGORA POR SUA CAUSA?! QUASE BATI COM O CARRO!

Você é uma imprudente, sem-noção — ele disse do outro lado da linha. — E não grita comigo! Não estou te dando intimidade, abusada!

— EU GRITO COM QUEM EU QUISER, CHRISTOPHER! — Edward tentou conter uma risada pelo nome que chamei seu pai. Fiquei boquiaberta por ele ter me chamado de

Meu nome é PEETA, não é Christopher! — ele disse, aparentemente com raiva.

— Diga isso para a sua identidade ou certidão de nascimento, seu ridículo! — ele bufou. Sei que o deixei com raiva, o que me fez ganhar ainda mais o dia. — O que foi que aconteceu para o Edward começar a gritar dentro do carro?

Eu vou passar a última semana de férias aí, nos Estados Unidos e... — a ligação caiu, o sinal ficou verde, e eu não sabia mais qual era o meu nome.

— Papai vai vir para a Califórnia com a tia Clove, que está passando um pouco mal por conta do clima e tudo mais, mas tudo bem — Edward completou, guardando seu celular na minha bolsa. Pisei no acelerador, mas devagar. Eu não queria correr, como se aquilo fosse prolongar todo o final de semana. O velocímetro marcava apenas cinquenta quilômetros por hora.

— Uhum. E que dia eles chegam? — Minha voz de repente tinha ficado mais baixa, mais contida.

— No final de semana, amanhã. Então, vamos pode passar o dia com o papai! Isso não é incrivelmente incrível?!

Balancei a cabeça em afirmativa, mas nem sei se ele notou. Britney Spears começou a tocar alto no carro, justamente a música Baby One More Time.

Oh, baby, baby

Como eu poderia saber

Que alguma coisa estava fora do lugar

Oh, baby, baby

Eu não deveria ter deixado você ir

E agora você está longe de mim, yeah

Me mostre como você quer que seja

Me diga, baby, porque eu preciso saber agora

Edward cantou, e eu não sei como cheguei na Disneyland e abri um grande sorriso. Acredito que Edward seja a minha maior distração para o que acontece ao meu redor.

— Vem, mãe! Vem! — Puxou minha mão, quando viu o Peter Pan. — É um dos meus filmes favoritos no muuundo todo!

Peter Pan, anotei mentalmente.

— Sorria! Sorria! — pedi, abrindo um sorriso enorme segurando sua câmera. Ele estava diante do Mad Tea Party. Estávamos um pouco zonzos, e eu estava prestes a vomitar, honestamente, mas seu sorriso era enorme, e a felicidade, o brilho, saltava de suas orbes, tornando-o ainda mais bonito do que é. Fazer o que? É a minha cópia. Claro que é bonito.

Sou um pouco mais, obviamente, mas ele é bonito sim...

— A foto ficou incrível, Ed — balançou a cabeça em concordância. — Vamos tomar alguma coisa? Vou te comprar um boné, está muito sol, você está todo corado.

Passei as mãos em suas bochechas e testa suada, avermelhadas. Ele riu.

— É tão estranho ser tocado pela senhora e não pela tia Clove ou a vovó! Estou gostando disso — e em um ato que eu nunca poderia prever, rodeou minha barriga com seus braços. — Muito obrigado.

Meus braços estavam ao lado do corpo, meus lábios, entreabertos, surpresa. Então, me dei conta que era ali que eu deveria estar, e nunca ter saído de seu lado. Devolvi o abraço, fechando meus olhos, na intenção de eternizar aquele momento. Espero que alguém tenha tirado foto para mim, pois um momento tão bom como esse não merece ficar confiado apenas à memória.

23:47 do mesmo dia

O quarto não ficou pronto por ser maior que o da loja, então, deixei que Edward dormisse ma minha cama, e cá estou eu, Katniss Everdeen, milionária, uma das atrizes mais queridas do mundo dormindo no sofá.

— 40.000 dólares para nada... Malditoso sofá quadrado de mogno — praguejei, socando com ódio o meu travesseiro, para amaciar. — Romeu! Bandike! — Chamei, mas como o previsto, meus cachorros não atenderam, por estarem na minha cama com Edward.

Bufei de raiva, cruzando os braços na frente do braço. Bobos!

Fiquei olhando para o teto, então me lembrei de um par de olhos verdes perfeitos. Meu celular tocou.

— Fala — resmunguei, ouvindo uma risada do outro lado, que eu conhecia muito bem.

Não liguei antes porque a Clo me avisou que passariam o dia na Disneyland... — Peeta falou, sereno. — Já quebrou sua promessa de que retornaria a ligação. Mas ok, você tentou falar comigo e eu estive ocupado. Como Teddy está? Como foi o dia de vocês? Ele sempre me pediu para levá-lo aí ou Orlando.

— Droga, Christopher, eu e você conversamos o maior tempão anteontem e já me pergunta como ele está? Calma, não sou a mística como nos filmes!

Antes de responder, ele bufou de raiva.

— Que inferno, droga, esquece essa porcaria do Christopher! — Não xingou, mas eu sabia que era sua maior vontade no momento.

— 'Blá-blá-blá... — balbuciei, para irritá-lo ainda mais. — Ficamos por sete horas na Disneyland, tiramos fotos juntos e de tudo. Ele está bem, foi dormir, e está saudável. Peeta, ele tem muito de você, especialmente o buraco negro no estômago. A cada UMA HORA ele me cutucava dizendo estar com fome e vazio.

Ele achou graça, então vi que eu falava com um sorriso. Tratei de parar de sorrir. Peeta é casado, e ama sua esposa. Sou uma pessoa totalmente fora dos certos conceitos, mas não a este ponto.

Pode ser. O que eu estava dizendo mais cedo, é que vou ficar uma semana nos Estados Unidos. Desembarco em dois dias, e vou... — suspirou. Provavelmente, fechou os olhos. — Vou querer ver ele. Sei que vocês estão com menos vontade de se atracar, mas Katniss, eu sinto muita falta dele.

— Eu também sentiria se estivesse em seu lugar por todos esses anos — era quase um sussurro. Senti meus olhos pesarem de lágrimas. — Preciso desligar.

Não era para ser assim, você sabe — sua voz também se reduziu a um sussurro. — Poderíamos estar juntostalvez fosse você aqui em Alexandria.

Meu coração quase saiu pela boca, meu sangue petrificou-se em minhas veias, e imediatamente meus olhos transbordaram de lágrimas de dor.

— Me passa o horário que vai chegar. Vai vir com sua esposa, Mellark? — Mudei de assunto, fungando, mas algumas lágrimas caíam pesadas por meus olhos. Esse efeito que ele tem sobre mim é paranormal.

Sim, sim, estou indo com a Clove. Chegamos no LAX às 14:57. Não precisa ir nos buscar, depois eu dou o nome do hotel e você deixa o Teddy lá, então saio com ele por algum tempo, apenas para matar saudade, então a Clo deixa ele de volta aí.

— Não, eu insisto em buscá-los. Alexandria é muito longe — ouvi ele suspirar. Não nos vemos fazem seis anos, e não temos boas lembranças disso. — Entendo. Eu vou mandar Ruby enviar Tresh para buscá-los, e Edward o acompanha, então passam o dia juntos e a gente continua mais seis anos sem se ver.

— Bom, ok, estou vivo sem olhar você pessoalmente, e acho que vai ser ainda melhor desse jeito. Vamos manter a civilização por um bem em comum, que é Edward.

Revirei os olhos, cruzando um braço na frente do peito.

— Você não se deu conta que era para pedir para eu ir até o aeroporto?

Ele ficou em silêncio, então riu.

O que foi? Edward pediu para você se pintar de Batman? — bufei, irritada.

— A gente vai se ver uma hora ou outra. Por que não agora? — Meu tom era bem sério.

Porque agora podemos tomar decisões sérias demais, sem pensar duas vezes — seu tom era severo e nada gentil. Pois era a verdade. Ele tinha uma vida, e eu também.

— Tresh buscará vocês. Tome isso como seu presente de aniversário, ok?

Você não magoar o Edward, apenas fazê-lo sorrir já é um presente. Obrigado.

— Que seja. Ele merece... — suspiramos juntos. — Tchau.

Tchau, Katniss. Boa noite.

Dessa vez, fui diferente.

— Boa noite, Peeta — e desliguei, sendo consumida pelo sono quase imediatamente, por mais desconfortável que fosse o sofá, eu e Peeta não nos xingamos e Edward estava dormindo confortavelmente na minha cama feita sobre medida. O dia fora ótimo, e eu não tinha absolutamente que reclamar de nada.

Não tive sonhos, porque talvez eu finalmente estivesse vivendo um sonho californiano, e não havia diretor ou roteirista que definiria quando ia terminar. Isso depende exclusivamente de mim.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que tem vários erros de ortografia aí, mas quem me tem no Snap, eu fiquei a manhã INTEIRA na escola, sentada sem fazer nada, com um frio do caramba, abraçada ao meu quimono, e acabei adiantando o próximo capítulo, que conta com a participação de Peeta , com certeza, e eu já escrevi tal encontro. Mil perdões por não ter respondido nada, é que estou resolvendo muitas coisas, e agora mesmo estou indo para o centro da cidade para resolver algumas diplomacias. Mas juro juradinho que vou responder a todos, eu não me esqueci! Peço-lhes perdão, de verdade, e quero dizer que sou muito grata a vocês.
Shadow, mais uma vez, super obrigada pela recomendação! ♥ Eu comecei a rir emocionada - é como fico quando recebo essas coisas.
Espero que tenham gostado, e na segunda-feira tem mais!
Bom final de semana, eu ainda sou Team Homem de Ferro e o filme foi incrível, exceto pelas pouquíssimas aparições de um dos melhores super heróis do mundo dos heróis: Homem Aranha ♥ Ele é incrível!
Fiquem com Deus, e muita paz. Até, se meus dedos não congelarem com esses 18°C! *sorriso torto com um aceno*