Treinando a Mamãe escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 8
Intocáveis memórias


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Eu sei, eu sei, estou atrasada, mas é que esse capítulo acabou tirando minha atenção mais do que o esperado. Peeta e Katniss são bem mandões, e me obrigaram a escrever o que sentiam. Nesse capítulo, apenas de flashbacks, temos os momentos mais importantes para o casal, mas infelizmente não tem do primeiro encontro da Clove e Peeta (que eu particularmente adoraria ter posto aqui) ou o deles fazendo planos para o futuro e os ciúmes durante o namoro. Me perdoem por isso, por favor. Dei o meu melhor, mas precisei ser breve.
A demora do capítulo? é que... *corando, mostrando os dentes, em um sorriso sem graça* Eu fui no cinema sábado assistir a um dos PIORES filmes de super-herói da história, que foi Batman vs Superman, fingi que sou uma integrante do carreta furacão e ameacei com minhas amigas o estado islâmico com uma espada que brilha e máscara do homem de ferro e capitão américa ~quem me tem no snap sabe que é verdade, no instagram também~ e... *corando demais* fiquei fingindo ser uma Kardashian com meu batom da Avon na cor de morango... o domingo? Passei na rede, comendo pizza lá no meu avô.
A culpa foi minha. Mas foi muito legal, e é impressionante o quãi carente eu estava de pegar um sol, mesmo que eu seja negra, tava precisando de um arzinho, sabe? Um sol, uma vitamina D3.
E... MEU DEUS QUE QUE FOI ISSO, BEYONCÉ! EU FUI TOMAR UMA ÁGUINHA, E QUANDO VOLTEI, CD NOVO! *Chocada, e digo que Sorry, Daddy Lessons e Freedom vão bombar*
Muito obrigada a todos os comentários do capítulo anterior, que me emocionaram, porque muitos comentaram dizendo que choraram, que ficaram emocionados, e assim, é super gratificante ler essas coisas, embora eu só me alivie depois da mensagem da Sugar, dizendo que era uma coisa positiva ~valeu, Bae!~ *aceno com um sorrisão*
Quero fazer um agradecimento à Mari, que deu uma super ideia para a parte do "eu te amo" desses dois, que eu nem colocaria aqui, mas fiz questão depois da ideia dela. Obrigadaaaa!
Espero que gostem, e que eu não esperava que fosse ficar tão longo porque se for separar, as etapas foram curtas. Ai, caramba... Preciso me ir, são uma hora da manhã e eu levanto às seis! Beijos! Espero que gostemmmm!
Ps.: Super aconselho vocês a escutarem o cover que eu coloquei de Hey Jude no capítulo, que eu achei por acaso, e depois, Love Me Tender, na voz da Norah. Só uma sugestão! *piscada, com um sorrisão, então eu saio*

link do cover de Hey Jude: https://www.youtube.com/watch?v=I61_M-5RWVI
link do cover de Love Me Tender: https://www.youtube.com/watch?v=-gzC29VwE1A



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O primeiro encontro

— Vamos? — Peeta vestia um blazer preto, e uma camisa dos Beatles por baixo, em tons cinzas e brancos, com calças jeans e tênis all-star.

— Você está atrasado — resmunguei, recusando sua mão. Ele riu, sem se abalar.

— Você está maravilhosa com essa calça vinho e blusa do Elvis Presley — abri um sorriso, então me estendeu seu braço para eu entrelaçar o meu. Podia sentir os olhos dos meus pais sobre cada passo que eu dava.

— Você está perdoado, então... — Sorriu. Nossos braços se encaixam certinho. Meu coração disparou.

Andamos lado a lado, claro, sem trocar muitas palavras, apenas o indispensável. Se pegássemos um táxi chegaríamos mais rápido, se ele dirigisse, já estaríamos no restaurante, mas temos apenas 14 anos, ainda. Eu tenho 13, ele fez 14 no início do mês.

Mas era extremamente indescritível andarmos assim pelas ruas iluminadas de Liverpool, com a fumaça saindo de nossos lábios quando falávamos.

— Precisamos conversar se queremos levar isso para a frente — falou, trazendo meu braço para ainda mais perto do seu, atraindo-me como um ímã. Prendi a respiração. Pude sentir seu perfume Azzaro, como o do meu pai. Eu adoraria ficar com esse perfume na pele.

— Gosto de caminhar — comentei. — E Liverpool me transmite uma paz que não sei te explicar.

— Eu também acho isso, mas gostaria de um dia morar em Londres. Ou Oxford.

— Gosto de Santa Bárbara — falei, olhando para o Céu noturno cheio de estrelas. — Nunca sonhou em sair da Inglaterra? — Olhei para ele, que me olhava, fazendo nós dois corarmos, mas sem querer nós ríamos, pedindo desculpas.

— Claro, mas para me formar na faculdade, por exemplo, seria mais interessante continuar aqui — assenti, me dando por vencida. Temos as melhores faculdades do mundo no "quintal". Penso em Boston.

— Você está certo... O que vai cursar? — perguntei, enquanto no aproximávamos de um bistrô, um restaurante pequeno, mas que me deixava confortável e alegre. Não podíamos ir em um restaurante maior por causa de nossa idade, o que é plausível.

— Sempre sonhei com Hotelaria, e você? — Abri um sorriso. Hotelaria era um excelente curso, e com certeza ele se sairia muito bem.

— Cinema — falei, dando de ombros. — Sempre quis viajar o mundo, explorar as coisas, personagens e pessoas.

— Uau... — ele murmurou, impressionado, mas com um sorriso. — Você é tão filosofa às vezes.

Gargalhei, o que o fez rir. Não que minha risada fosse feia ou ridícula, era pelo fato que eu ria alto.

— Muito obrigada... — falei, por fim, quando passamos da porta do bistrô, sentindo um aroma cheio de muitos sabores. Fomos para a última mesa, ao lado da grande janela, e nos sentamos um de frente para o outro. Sorriu para mim, e eu sorri para ele.

— O que vai querer comer, senhorita Everdeen? — perguntou, como se eu fosse alguém super importante. Resolvi entrar na brincadeira.

— Um X-Burger com o dobro de Bacon, por favor, e a maior batata frita da casa — pedi, como se fosse caviar. Eu estava lendo o menu. — Para beber, adoraria uma coca-cola. Light. Já basta as calorias que irão para a minha cintura e celulites do meu bumbum.

Ele gargalhou, entre várias risadas. Não saia som, muito bem, precisando se debater um pouco.

Ri junto, divertida. Quando se conteve, fizemos nossos pedidos, e ele pediu o mesmo que o meu.

Enquanto o lanche não vinha, uma menina subiu no palco, com um ukulele.

— Oi, pessoal — disse, corada. — Acabei de perder uma aposta, e teria que vir aqui em cima tocar minha música favorita caso eu não conseguisse chegar na hora. Cheguei atrasada, como sempre. Mas espero que gostem.

Todos que estavam presentes riram, divertidos. Ela começou a tocar Hey Jude, e eu fiquei boquiaberta, impressionada. Alguns casais foram dançar, e éramos os mais novos ali presentes. Peeta me puxou pela mão, sem me chamar para dançar, e logo lá estávamos dançando, com sua mão em minha cintura, fazendo um pouco de carinho, sua respiração tranquila em meu pescoço. Uma de minhas mãos estavam em seu ombro, e a outra segurando sua mão esquerda. Nos movíamos tranquilamente, com ele cantando baixinho a letra toda, como se fosse para mim. Fechei os olhos, abominando o momento em que teríamos que nos separar.

*

No badalar das 21h, já estávamos saindo do local, rindo. Bêbados de tanto refrigerante, sem dúvidas, mas acima disso, bêbados de alegria. Foi uma noite extremamente agradável, e assim que nossos lanches chegaram, ele se sentou ao meu lado, em um deslizar de sua bandeja.

— Você quer que eu peça para o meu pai te deixar em casa? — perguntei, mordendo os lábios, quando ele me deixou na porta de casa.

— Não, não precisa. Eu moro um pouco longe, mas vou ligar para o meu irmão mais velho. Prometeu que me buscaria daqui a dois quarteirões.

Achei graça.

— Certeza? Meu pai está em casa e pediu para avisar que...

— Está tudo bem — garantiu, beijando minha bochecha. Adoraria que errasse e me beijasse nos lábios, mas não foi dessa vez.

— Muito obrigada pela noite. Foi a melhor em muito tempo.

— Eu quem agradeço pela sua companhia... — disse, dando um passo para trás. — Até amanhã, Katniss.

— Até amanhã, Peeta. Te vejo na escola.

Sorriu, acenou, então se virou, indo embora, enquanto eu subia os três degraus que me faziam chegar em casa.

O primeiro beijo

— Primeiro dia de inverno, e olhe só! — Meu pai exclamou, irritado. — Neve! Muita neve! Como vou trabalhar com isso tudo!

Minha mãe riu.

— Joseph, hoje é feriado. E você trabalha em casa — ri, disfarçadamente, enquanto mexia no computador na sala. Era melhor do que o que tinha no meu quarto, e a internet, de escada, aqui era melhor. É bem mais divertido conversar com Peeta pelo computador, mas ele não está on-line e nem em casa. Três meses depois do nosso encontro, temos vários outros ao decorrer dos dias, mas nenhum pedido oficial ou beijo. Quase brigamos por causa dessa demora toda, mas o que posso fazer? Sou uma garota de 14 anos que quer dar o primeiro beijo com um garoto que faz o coração bater mais forte.

— Mas amor! Querida! Olha essa neve toda e... — Riu. — Parece que hoje a gente vai poder aproveitar bem o nosso quarto... — Segurou minha mãe pela cintura, indicando algo lá fora. — Katniss, é o Peeta.

Ele e minha mãe deram um aceno aos risos para a janela, então eu logo corri para a porta, a tempo de ouvi-lo tocar a campainha.

— Oi — disse, com a o nariz e as bochechas vermelhas por causa do frio. Ele era bem branco. — Vai ter uma festa na casa da Cashmere, e ela pediu para que eu convidasse alguém que eu quisesse. Meu irmão ficou com um pouco de raiva, mas vai levar a gente, e eu já pedi para os seus pais... — Ambos riam, olhando para mim da cozinha. Ridículos. — O que você acha?

— Vou pegar meu cachecol.

*

— Vou pegar um ar, ok? — avisei para Annie, uma conhecida minha, uma quase amiga, melhor amiga de Peeta.

— Claro! — sorriu, jogando seus fios ruivos de nascença por cima dos ombros. — Vou avisá-lo — sussurrou com um sorriso esperto, me fazendo rir. Ela era gentil feito uma garoa, e fazia as pessoas rirem como uma pena solta do travesseiro.

— Obrigada — e saí, mordendo o lábio inferior, abraçada a mim mesma. A festa estava ótima, mas agora estava começando a encher demais, muitas pessoas. O pôr-do-sol no auge de sua beleza, mesmo que nevasse mais intensamente agora.

— Não gostou da festa? — Logo ouvi a porta se fechar, e o som de ‘N Sync ser abafado gentilmente. Peeta logo veio para o meu lado.

— Não é isso, eu gosto de festas — falei com um sorriso, para garanti-lo que estava tudo bem. — Só está muito cheio.

—  Hm… vem aqui, rápido! — Me puxou pela mão sem muita educação, quase me deixando cair. Eu ri, apenas, tentando ser tão rápida quanto ele. A neve atrapalhava, mas só um pouco. Subiu as escadas do lateral da casa, como se estivesse habituado a fazer isso, e mesmo que eu não soubesse o que fazia, eu ia atrás.

Chegamos no telhado, e lá estava ele, com um sorriso largo no rosto, abrindo os braços, sinalizando o pôr-do-sol com uma visão privilegiada.

— Conheci esse lugar porque não dá para ouvir os sons que a Cash e Cato fazem quando se encontram — balancei a cabeça, boba, encantada com a visão. Eu estava cansada? Sim, claro que sim, mas eu queria um pouco de emoção na minha vida. Hoje é um dia feliz.

— A vista daqui é linda demais — falei, maravilhada. Sentia meus olhos brilharem, e tinha certeza de que tinham as cores do pôr-do-sol.

— Ainda mais quando a companhia é ainda mais radiante que o Sol — disse, olhando para mim, com um sorriso torto, sentado em uma parte um pouco mais alta que as outras, dando para eu ficar sentada ali com um bom espaço. Mas eu queria estar o mais próxima dele possível.

— Você deixa minhas bochechas muito mais coradas do que quando vejo meu pai e minha mãe se tocando pelos cantos da casa. E olha, são muitas vezes! — ele gargalhou, jogando a cabeça pra trás, com os olhos fechados. Parecia um anjo.

A neve ainda caía sobre nós, que admirávamos o sol se pôr aos poucos. Senti seus olhos sobre mim, seus olhos héteros. Um azul como o oceano, e outro verde como a campina. Senti vontade de mergulhar em seu olho esquerdo, e depois correr aos risos no olho direito.

Desviei nossos olhares, sentindo minhas bochechas ficarem roxas de vergonha. Olhe para cima, que escurecia gradativamente. Impressionante, Senhor Deus. Tudo perfeito. O Sol se põe, e a Lua logo vem, com esplêndida grandeza, embora seja iluminada pela bola de fogo. Abri um sorriso, sentindo flocos de neve tocarem meu rosto.

Os movimentos seguintes foram rápidos. Peeta me segurou pela cintura, e beijou meus lábios, aproveitando a desvantagem de nossas alturas. Foi um selar mesmo, que automaticamente me fez fechar os olhos, tocando em suas mãos cobertas por luvas, como as minhas. Senti vontade de chorar, tamanho cuidado com o qual ele me tratou.

Entreabriu seus lábios, depois os fechou, só um pouco, e eu apenas acompanhei os momentos seguintes, com energético e guaraná misturados, por ambas partes.

Nos separamos aos poucos, sentindo nossos lábios se descolarem sem machucar, gentilmente. Eu estava sem fôlego algum, mas não me importei. Fora meu primeiro beijo, e muito melhor do que qualquer cena de filme, observando seus olhos em um tom mais intenso, sentindo seu polegar fazer carinho na minha bochecha e o indicador no meu queixo.

— Foi mal, sei que deveria ter avisado e... — o calei com mais um beijo.

— Considere isso como um passe livre para me beijar a qualquer momento.

E ele começou a beijar. Meu pescoço, meus lábios, aprofundávamos o beijo, nos afastávamos rindo, entre muitos beijos rápidos, com suas mãos segurando delicadamente meu beijo. Eu me sentia adorada. Tanto pela forma que me olhava, quanto pela forma que me tocava e agia.

A Primeira Vez

— Eu estou CANSADA de vocês! — berrei, vendo meu pai com uma expressão calma e irônica. Minha mãe bufou.

— Katniss, você não pode ir para a festa da Coralina! Conheço a mãe dessa garota, que já não tem boa fama!

— A mãe da Coralina não é uma boa mãe — Meu pai repreendeu-me. — Na última reunião de pais, ela saiu carregada. Bêbada e se debatendo. Filhos não são necessariamente como os pais, mas se pode fazer algumas especulações. E olha o tamanho dessa sua saia! Mal cobre a sua calcinha!

Arfei, com ódio, subindo as escadas correndo, mesmo de salto alto. Minha mãe perguntou para meu pai "como será que ela consegue?", referindo-se aos meus sapatos, claro.

Ouvi o telefone tocar no meu quarto. Corri para atender, reconhecendo que meus pais não grampearam a minha linha.

Oi, Bae — Peeta disse, tranquilo. — Te busco às 21h?

Comecei a chorar, mesmo que forçado, em alto e bom som, para que os meus pais tenham pena de mim.

— Eles não deixaram! — falei, soluçando. — E agora? Peeta... — fiz um muxoxo.

Vou ligar para eles, mas não chora, por favor — Sua voz estava aflita, preocupada. — E eu também não quero ir na festa da Cora.

— Mas... Mas... — suspirei profundamente. — Comentamos dessa festa faz muito tempo!

Eu sei, Pôr-Do-Sol, mas seus pais disseram que não. É Halloween, nem gosto de Halloween. Olha... Por que não vem para a minha casa? — convidou-me com carinho. — Só não quero ver você chorando, querida.

Eu fiz um beicinho, que era inconsciente, eu sempre fazia quando ia chorar pra valer.

— Coisa, você vai me fazer chorar de novo — ele riu do outro lado da linha. — Vai vir agora?

Uhum. Vou pedir pra minha mãe me levar aí, já que o Cato está na festa, e seria ela que nos levaria, então... — suspirou. — Katniss?

— Hm?

Minha mãe vai sair com o meu pai depois de nos deixar em casa... — ficou em silêncio. Oh, Deus.

— E eu com isso? — perguntei, cruzando um braço na frente do corpo. Estava estressada. Nunca tínhamos ficado sozinhos, e esse tom parecia cheio de significados suspeitos.

Criatura, estou indo aí te buscar. Vamos assistir Titanic? — Abri um sorrisão.

— EU AMO TITANIC, GAROTO! Tchau! Estou te esperando! — Desliguei o telefone sem esperar ele se despedir. — MAAAAAEEEE! PAAAAAAI!

Desci as escadas correndo, quase caindo algumas vezes.

— Cansou de atuar? — Pai perguntou, revirando os olhos, bebericando seu chá, ao lado da minha mãe.

— Não vou mais pra festa. Peeta vai vir aqui agora com a tia Effie, então vamos assistir um filme.

— Uhum... — meu pai fez pouco caso. — Filme, sei...

Minha mãe riu.

— Posso ir? — perguntei, tirando os grandes brincos.

— Sim, mas vem aqui — Minha mãe e meu pai trocaram um olhar que não entendi, então a minha mãe segurou na minha mão, guiando-me para o final do corredor. — Espere aqui.

Bufei, colocando as mãos cintura, impaciente. Sinto a TPM cada dia dar mais sinais, irritando-me com toda e qualquer coisa, sem contar as fortes cólicas.

— Aqui, é só abrir e colocar — abriu minha mão e colocou um pacotinho quadrado, com cor laminada. Dei um grito de nojo, jogando no chão.

— Tá maluca?! — perguntei, assustada.

— Não! KATNISS! — Eu sai em passos apressados para o meu quarto, batendo a porta. Corri para o banheiro, nervosa. Ai meu Deus!

Tirei as botas, tentando recuperar o ar e do que havia acabado de acontecer. Pensei em tirar a peruca chanel loira, mas deixei ela bem ali, assim como o rosa fechado na minha boca e a maquiagem branca em meus olhos.

Eu estava com raiva. Na verdade, eu sempre estou com raiva, se reparar bem, mas hoje é mais raiva.

Sai do banheiro, suspirando, encontrando minha mãe bisbilhotando minhas coisas.

— SAAAAAAI! — gritei, querendo bater nela. — SAAI DAQUI!

— Eu me importo com você, meu bem! — debateu, com os olhos cheios de lágrimas. — Você precisa se informar sobre as coisas!

Senti minhas bochechas aquecerem.

— Você quer que...que... Ah! SAI DAQUI AGORA! PAIÊÊÊÊ! — chamei, fechando os olhos, com meus punhos fechados.

— Gente, mas pra quê tanto escândalo? Kendall, amor, o que você fez? De novo — Não levou nem dez segundos para meu pai estar entrando no meu quarto e se intrometendo também. — O que é isso aí?

— Uma coisa — até minha mãe corou. Era deplorável ver que ela e meu pai usavam isso, com quase quarenta anos. Nossa, que fogo eles tem.

— Pai, tira ela do meu quarto! Tira! Os dois, sumam daqui! Eu volto mais tarde, juro — prometi, e eles saíram, sussurrando coisas a meu respeito entre risadas discretas. Idiotas!

Tranquei a porta, indo até meu guarda-roupa, tirando uma calça jeans vermelha confortável. Peguei minha mochila e joguei o que tinha aqui em cima da cama, de qualquer jeito, enfiando no lugar roupa limpa para voltar amanhã e a minha bolsinha que levo para a rua e iria levar para a festa.

Quando tinha terminado de colocar minha blusa branca de frio e calçar o meu vans, tia Effie buzinou. Abri um largo sorriso, lançando a mochila por cima do meu ombro esquerdo, descendo como o Flash as escadas.

— Tchau, querida! Se cuide! — Meus pais disseram, sorrindo, observando-me da janela. Maldito seja o dia em que resolveram ter apenas um filho. Agem como se eu fosse a única amiga deles!

— ‘Tá, ‘tá! Que seeeeja! — balbuciei, mas com um sorriso discreto, acenando pra eles.

— E aí, meu bem? — Tia Effie logo me cumprimentou. Dei um beijo em sua bochecha, antes de passar o cinto pela minha barriga.

— Ótima! Eu fico muito mais feliz que nós estejamos indo pra casa do que para festa. É chato pra voltar — riu, assentindo.

— Peeta ficou com raiva de mim, pois disse que estava certo dos seus pais deixarem — o loiro bufou, revirando os olhos, com os braços cruzados, irritado.

— Mas estava! Não estava, Katniss? — essa coisa de apelidos fofos não era conosco.

— Sim, mas aí meu pai reclamou da minha roupa.

— Tá vendo?! — Balançou levemente sua mãe. Era claro o amor que um tinha para o outro.

— Nada me convence. Fico mais aliviada que vocês estejam indo ficar em casa... Sabe, querida, o mundo está muito perigoso.

Concordei, assentindo. Eu já tinha passado por experiências desagradáveis, quase, nessas festas. Muitas pessoas, muitos adolescentes, poucos adultos. Nunca dá certo.

Nós duas começamos a conversar sobre diversas coisas, rindo, outrora mais sérias, mas com um ar bom. Minha mão direita estava no banco da frente, no canto, entrelaçada a de Peeta — e ele beijava meus dedos, causando formicação a todo meu corpo. Ultimamente, tem mudado seus beijos para lugares que causavam arrepios, como a ponta dos meus dedos, nuca.

Quando chegamos, tio Haymitch saiu rindo, vindo me abraçar calorosamente.

— Oi, docinho! — Ri, abraçando-o sinceramente de volta.

— E aí, senhor Mellark? Vai aproveitar muito o final de semana?

Trocou um olhar com sua esposa, que piscou, brincalhona, passando para o banco do passageiro, onde Peeta estava.

— Mas é claro! É muito chato ficar com dois adolescentes em casa!

— Deixa Cato saber que o senhor chamou ele de adolescente... — Peeta brincou, parando ao meu lado depois de colocar a mala que o pai segurava no carro.

— Ah! — Haymitch bufou. — Ele tem 18 anos! É um adolescente! Esse é o pior tipo, que se acha adultão, mas não paga nem a conta de luz!

Eu e Peeta começamos a rir no meio da rua.

— Tchau pai! Tchau, mãe! Divirtam-se! — Peeta disse, acenando, como eu fazia, com um sorriso sincero. Eles eram maravilhosos conosco.

— Cuidado, crianças! Amo vocês! — Effie gritou, acenando.

Peeta me puxou pela cintura, de repente, e eu dei um gritinho assustado, não tendo me acostumado ainda com esses puxões do nada. Ele não tem muita educação, e do nada sai me puxando.

Logo que entramos, ele trancou a porta, e me olhou com um sorriso bobo.

— Sozinhos por um dia. Cato só volta amanhã. Sugestões? — ri, tirando meu sobretudo, deixando ao lado da porta, no cabideiro. Era uma casa simples, não o que eu queria para mim, mas eu gostava demais de ficar aqui. Dois andares, três quartos com banheiro e banheira, uma sala média, uma cozinha pequena. Sem contar o vasto quintal nos fundos, com um balanço ótimo.

— Mas é claro que sim! — exclamei, tirando os sapatos. A casa tinha o piso de madeira.

— E quais são, Miss Carter? — sussurrou, ficando atrás de mim, segurando em minha cintura. Prendi o ar. Ultimamente ele tem tentado tocar mais em meu corpo, porque eu tinha começado com essas coisas.

— Pare de me chamar de Miss Carter — pedi, virando-me pra ele. — É o meu nome do meio!

— E daí? Todos te chamam de Everdeen, e eu te chamo de Carter, porque esse sobrenome pertence à mim, apenas.

Tinha um sorrisinho esperto no rosto.

— Babaca.

E o deixei pra trás, indo para seu quarto. Eu conhecia muito bem essa casa, mas com todo esse silêncio era um tanto diferente. Eu estava nervosa, mas não para gritar, e sim um tanto ansiosa.

O sorriso não saia do meu rosto, e Peeta estava do mesmo jeito, puxando-me para seu peito, onde comecei a fazer desenhos abstratos.

— Eu não estou com sono — sussurrei, sentindo-o sorrir.

— Nem eu.

E foi exatamente assim. Nossa primeira vez.

De muitas outras.

E como eu tinha esperado, só voltei para casa na tarde seguinte, de skate, com Peeta me ajudando, como se fôssemos pássaros. Foi engraçado. Eu sentia que nada, nem mesmo a gravidade, tinha poder sobre mim, apenas ele.

O primeiro "eu te amo"

Coisinha — Peeta me chamou, deslizando sua mão pelo meu braço, atrás de mim na banheira de seu banheiro. Não estávamos nus, não, estávamos com roupas de banho, e a porta estava aberta. Love Me Tender tocava em seu quarto, na voz de Norah Jones, música que eu dizia ser nossa, e de mais ninguém.

Eu estava quase dormindo, deixando meu indicador mover o patinho que comprei.

— Diga, meu bem.

— Eu te amo.

Estávamos juntos oficialmente fazem três meses, namorando, que foi quando ele me pediu em namoro, e um mês depois estávamos nos procurando fisicamente para suprir o que nunca precisou se suprir. Até descobrirmos.

— Isso é clichê demais! — falei, como se aquelas três palavras não mudassem as batidas do meu coração. Eu estava prestes a vomitar – literalmente – de tanta ansiedade e alegria. Eu queria dizer aquilo também, mas estava querendo saber se ele, o garoto mais bonito da escola, o mais competido entre as garotas, sempre presente nas maiores e melhores festas, mas ainda sim com notas perfeitas, era meu namorado, havia me transformado adulta, e gostava de tomar banho comigo, estava ali, dizendo que me ama.

Ele riu, fazendo a água se mover um pouco.

— Então, como sugere que eu me expresse? — perguntou, fazendo massagem em meus ombros.

— Coisas que pertencem só a mim. Como por exemplo... — franzi o cenho, pensativa. Muitas ideias, mas nenhuma realmente significativa.

Flocos de neve — sussurrou, beijando meu pescoço. — O que acha de Flocos de Neve?

— Você me Flocos de Neve...? — Deitei-me em seu peito, mais especificamente em seu ombro, observando seu rosto tão bonito, tão de perto. Era o lado de seu olho azul.

— Não, quando eu chamar você, e olhar bem dentro dos seus olhos olhos, dizendo "Floco de Neve", você vai saber que é o meu "Eu te amo".

Senti uma enorme vontade de chorar, mas consegui dizer.

— Peeta, Pôr-do-Sol.

Olhou para mim, confuso, então foi como se a coisa estivesse vindo agora em sua memória, deixando-me ver o brilho intenso em seus olhos tão lindos.

— Você me ama também? — perguntou, e eu assenti, mordendo o lábio inferior, com um sorriso emocionado. As lágrimas começaram a cair livremente pelo meu rosto, e ele ficou levemente emocionado, dando-me um beijo nos lábios, tão calmo, tão gentil, como se eu fosse quebrar.

Suspirei, levando as mãos para seu cabelo loiro tão bonito, como se o Sol houvesse pingado sobre seus fios, escorrendo para seu rosto, que brilhava intensamente diante qualquer luz, com seu sorriso. Ele era caloroso. E eu fria como o inverno.

— OOOOOOOOO! — Ouvimos seu irmão dizer, rindo. Nos afastamos imediatamente, no susto.

— Cato! — Peeta repreendeu, de cara fechada. O primogênito ria, colocando as mãos na barriga, com os olhos fechados. Os Mellark's mereciam ser estudados, tamanha beleza que seus filhos carregam.

Mas para mim, Peeta tem algo ainda mais especial do que Cato, que tem os dois olhos totalmente azuis turquesa, enquanto Peeta só tem esse azul no olho esquerdo. Mas em compensação, o olho direito é verde.

— Ai, ai...vocês são demais. Mamãe pediu para trazer toalhas limpas para a Kat. Aqui, querida — Cato era bem tranquilo, oposto do irmão. — Tô saindo.

— Já vai tarde! — Peeta resmungou, indo fechar a porta do banheiro, molhando tudo.

— Deixe, não estávamos fazendo algo realmente errado — falei, revirando os olhos divertida.

— Mas estávamos sozinhos! — disse, irritadiço.

— Vem aqui — chamei. — Vamos tomar um banho sério!

Olhou-me maliciosamente, mas eu não dei muita ideia, fingindo que não me importava.

— Acho que vou tirar o meu Pôr-do-Sol de você, viu?! — Ralhei, séria, ele ficou realmente preocupado. Estou treinando a mentira, ultimamente.

— Não! Não! — Correu até a banheira, me abraçando. — Não faz isso, por favor.

Seus braços me acolheram tão confortavelmente, que eu não quis me separar. Fechei os olhos, deixando algumas lágrimas – totalmente sinceras – escorregassem de meus olhos e passassem por minhas bochechas.

— Peeta, existem coisas que só pertencem à você.

— E qual seria uma dessas coisas? — perguntou baixinho, como se o irmão estivesse do outro lado da porta.

— Eu e todo o meu amor. Eu nunca vou conseguir amar alguém da mesma forma que eu amo você, e caso um dia a gente se separe, se lembre disso, e que eu estarei pensando em você.

Os olhos dele lacrimejaram, eu vi, e o sorriso que abriu foi ainda melhor, ele nem era o meu pôr-do-sol, ele era o dia e a noite inteira naquele momento, de tão feliz. Senti calor.

— Muito satisfatório saber disso, porque... Eu quero que saiba que eu só pertenço à você. Sou exclusivo seu.

E com essa afirmação, joguei água em seu rosto, para que não me visse chorar, mesmo que seja de felicidade. Começamos uma guerra d'água, nos beijando de vez em quando. Era um dia feliz, um dia muito feliz.

O contar da gravidez

— Annie — pedi, com a voz trêmula demais, assim como minhas mãos. Os pais de Annie – que se tornou também minha melhor amiga –, tinham uma farmácia. Como faziam dois meses que minha menstruação não vinha, apenas cólicas, enjoos e dores de cabeça intensas, pedi um remédio. Ela perguntou sobre o meu período, entregando-me um teste de... Gravidez.

— Po-posi-sitivo, Katniss — ela tremia tanto quanto eu. Perdi todo o ar, levando as mãos para o ventre, tendo desconfiado sim de que algo acontecia, principalmente depois da minha calça legging ficar com uma curvatura na parte que cobria minha barriga. Calças jeans estavam me incomodando, mas estamos no penúltimo ano do Colegial, provas finais. Podia ser o nervosismo.

— E agora? — perguntei, começando a chorar desesperadamente. — Annie! Não posso continuar! Annie! — Sacudi ela, que também estava em estado de choque.

Comecei a soluçar, por ela me olhar com pena, sabendo que eu estava parcialmente perdida.

Gritei, quebrei um copo, pulei, me debati na sua cama, solucei, chorei até meus pulmões protestarem.

Ela não disse nada, apenas me abraçou, beijando o topo da minha cabeça.

— Vai dar tudo certo, vai ficar tudo bem, tudo bem... — sussurrou, como se fosse mudar alguma coisa. Isso me irritou, eu queria bater nela, mas a culpa era minha. Minha. E eu deveria dar um jeito nisso.

Sozinha.

*

— Peeta, eu estou grávida — falei, assim que entrou no meu quarto. Joguei o exame, o palitinho com dois tracinhos em suas mãos.

— O que...? — entreabriu os lábios, murmurando algum palavrão. — Ai meu Deus.

Era diferente dos filmes. Geralmente o pai da situação fecha a cara, depois nos coloca no colo, abraça, beija. Ele ficou em silêncio, e me deixou sozinha no quarto, saindo.

Me sentei na cama, com os cotovelos nas coxas, cobrindo meu rosto com as mãos. Inferno, o que eu fui arrumar?

Os soluços voltaram com uma intensidade ainda maior do que ontem, quando eu descobri junto com Annie. Minha mãe e meu pai entraram no quarto, o que era comum às 14h da tarde, pois é janeiro, dia 02. Estavam de férias. E eu, grávida de aproximadamente três meses.

— O que foi, querida? — Meu pai perguntou, sentando-se ao meu lado abraçando-me. Ele era mais próximo à mim do que minha mãe, mesmo que eu seja amiga dos dois. Ele é bem mais calmo do que eu.

— Pai... — Olhei em seus olhos. Não consegui dizer. Deixei que me colocasse em seu colo, e me debrucei sobre seu ombro, soluçando. — Que raiva, pai, que raiva...

— Filha — ouvi a voz da minha mãe. — Peeta terminou com você? Ele saiu chorando. Parecia desolado, apenas acenou para a gente.

— Não sei, mãe. Não sei. Eu só sei que fiz besteira — garanti, esfregando os olhos. — Vocês me amam?

Eles se entreolharam, e me olharam como se fosse óbvio.

— Claro que sim, meu bem. Por quê?

— Por nada. Quero ficar sozinha — pedi, saindo dos braços do meu pai, deitando-me na minha cama. — Podem me comprar uma pizza?

— Claro — garantiram. Meu pai se inclinou um pouco, beijando minha testa. — Quer conversar? — sussurrou. Eu neguei, agradecendo.

Eles me deixaram, fechando a porta, e mais uma vez eu estava sozinha.

*

Os barulhos de pedra na minha janela são mais intensos, até que um chega quase a quebrar o vidro bem temperado. Maldito seja quem está fazendo isso.

— O QUE Q... — Abri de uma vez só, com todo o ódio que eu sentia por tudo, quando vi Peeta lá em baixo, de toca e jaqueta, com o rosto vermelho. Cato estava no carro, com uma expressão preocupada, mas não parecia que ia se envolver.

— Desce aqui! — sussurrou alto, fazendo sinal para eu ir lá em baixo.

— São... — Olhei as horas no relógio da minha cabeceira. — São 21h da noite, seu desgraçado! — falei no mesmo tom que ele, que ficou com raiva e tacou una pedrinha na minha direção, que acertou o meu nariz.

Entrei com tudo dentro do quarto, e puxei o abajur, lançando na direção dele, que correu para não se atingido, e Cato começou a rir.

— VAI SE FERRAR!

Fechei a janela, pegando um casaco e uma bolsa discreta.

— 'Tô saindo, beijos — falei, serena para meus pais.

Nem ouvi o que disseram. Bati a porta da frente e corri para os braços de Peeta, passando meus braços ao redor de seu pescoço, e ele ao redor da minha cintura.

— Foi mal a demora — falou, com o rosto na curva do meu pescoço. — Tenho que te mostrar um lugar.

*

— Bem-vinda! — Peeta disse, com um sorrisão, depois que subimos três degraus, passando por uma porta azul no fundo do corredor.

— O que... — levei uma mão a boca, sorrindo. Ele havia mudado seu quarto para o sótão, que era cinco vezes – sem exagero – maior que o quarto debaixo. — Arrasou, Peeta.

— Eu sei que sim — disse, suspirando, sem o sorriso em seu rosto, e sim uma expressão séria. — A gente tá ferrado.

Seu tom era tão conformado de que nos ferramos — para não fazer o uso de uma palavra feia —, que me fez rir nervosa, e sem me dar conta, comecei s chorar compulsivamente mais uma vez.

— Meus pais vão me matar, me matar! — falei, sem me incomodar em abrir os olhos, escondida em seu peito, soluçar como nunca. — E os seus pais? Eles vão querer me matar por destruir a sua vida toda!

— Por que eu faria isso? — A voz de Effie ecoou no quarto, com Haymitch logo atrás. — Não queríamos intervir, mas ficamos preocupados. Lá da sala podemos ouvir o seu choro, meu doce.

Seus olhos azuis estavam intensos cheios de preocupação. Ela vai me olhar com desdém, expulsar-me daqui.

Escondi o rosto novamente, continuando a chorar, e acho que Peeta também, por nem estar mais fazendo carinho em minhas costas.

— É o que eu 'tô pensando? — Tio Haymitch perguntou, sério. — Peeta, vem aqui.

Recebi um beijo no alto da cabeça, ouvindo ele sussurrar que estava tudo bem, então precisei olhar para a mãe dele, enquanto Peeta descia as escadas com o pai.

— Você está grávida? — ela perguntou, serena, aproximando-se de mim.

Não consegui dizer, apenas balancei a cabeça em positivo, vendo seus olhos se encherem d'água. Eu vou apanhar, pensei, mas não, seus braços rodearam meu corpo, calorosamente.

— Eu não vou te julgar, garotinha. Sabe bem o que fez e não devia ter feito, não é? — assenti. Sua voz era calma, mas embargada. — Qualquer coisa, qualquer coisinha mesmo, eu vou estar aqui para te ajudar, e já amo o meu neto. Mas antes de amar esse bebêzinho, amo você e o meu filho.

Aquelas palavras significaram bem mais do que um "vai ficar tudo bem", então, parei de chorar, funguei. Só podia pedir perdão e agradecer, por ser tão misericordiosa.

*

Um mês se passou, e logo me surpreendi com a minha barriga. Não sei por quanto tempo conseguiria usar cintas, que escondiam com clemência, mas eu estava diferente.

Não tinha falado nada para os meus pais, e nem sei se eles desconfiam. Melhor assim, pois sei que meu pai não vai me dar um abraço como Haymitch fez, dizendo para eu ter mais cuidado com a saúde agora, assim como Effie, que preparou a melhor sopa do mundo. Cato deu um meio sorriso, com pena de mim e Peeta, com certeza.

Peeta... Ah, nossa relação vai de vento em polpa. Uma vez na semana, ou de quinze em quinze dias. Nossas personalidades ignorantes não nos permite fazer uma boa escolha para nada, seja para contar para os meus pais da minha gestação como para como vou para a escola. Ele prefere ir andando ou de skate, mas eu fico enjoada se for de skate e meus pés estão muito doloridos, assim como os meus seios, prejudicando a caminhada de 30 minutos.

Suspirei, com raiva, já odiando esse bebê que estava no meu ventre, e entrei para tomar banho.

Minha barriga estava redonda, até bonita, devo admitir, com um leve inclinação para baixo. Não senti vontade de acariciar, pois se tem uma coisa que já estou decidida, é colocar essa criança para a adoção, não importa o que vão dizer a meu respeito. Eu... eu vou falhar. Isso é tão certo quando Peeta vai entrar em Oxford, no mínimo Cambridge, e eu ficarei em casa, trocando fraldas, pondo meu sonho hollywoodiano para trás por alguém que é uma verdadeira Bolsa de Valores. Pais investem seu melhor em seus filhos, e na maioria das vezes o que recebem é o descaso, ou acabam como eu: grávida em meados dos 15 anos.

Sai do banheiro com a toalha, apenas, envolvendo meu corpo, então o pavor tomou conta do meu corpo inteiro, vendo minha mãe com as pernas cruzadas, na beira da minha cama, com o teste de gravidez laboratorial, comprovando tudo.

— Não te dei o direito de mexer em minhas coisas — minha voz saiu em um fio.

— E eu não te disse o que um bebê pode acarretar na sua vida, Katniss? — Ela estava em estado de estupor. Os olhos estavam marejados. Se levantou, vindo em minha direção, com passos lentos e cheios de um sentimento que eu ainda não sei qual é. — Tira essa toalha.

Apertei o pano ainda mais firme contra o meu peito, o que fez a toalha destacar a minha barriga.

— NÃO ESCONDE ISSO DE MIM! VOCÊ JÁ NÃO ACHA QUE ME OCULTOU VÁRIAS COISAS?!

— SAI DO MEU QUARTO, MÃE! SAI! — As lágrimas já estavam em minhas bochechas – malditos hormônios –. Ela puxou a minha toalha, e eu nem consegui gritar de espasmo, apenas cobri meus seios, então, seus olhos ficaram em um cinza ainda mais intenso, presos na minha barriga.

Eu senti vergonha.

Minha mãe simplesmente se virou, pegando minha mochila em cima da cama, e colocou ali todos os meus livros da escola, depois, colocou ali algumas roupas minhas.

— Mãe... — chamei, segurando-me para não chorar mais do que já chorava. — O que você 'tá fazendo?

Não me respondeu, continuou dobrando minhas coisas, pegando outra mochila, pondo mais algumas roupas, então, jogou as mochilas em meus pés. Ao menos eu havia vestido uma calça azul e uma blusa verde que já estava separado, junto com minha calcinha e sutiã.

— Sai daqui, sai dessa casa, e só volte quando não estiver mais com essa criança. Some, Katniss. Some. Antes que o seu pai chegue. Eu não quero ver a sua cara, eu não quero ver o seu corpo, não quero ouvir sua voz e nem sentir a sua sombra.

O mais fatal era o seu tom, baixo, decidido, como se houvesse tomado aquela escolha a muitos e muitos anos.

— Você disse que me amava — eu falei, com uma mão no peito, sentindo as lágrimas caírem dos meus olhos sem pudor, e mesmo que minha voz estivesse baixa, estava clara. — Disse nos meus olhos que me amava, mãe.

Ela oscilou, com os olhos cheios de lágrimas.

— Amar, Katniss, o amor, ele não aguenta a humilhação, não aguenta os anos de dedicação jogados no lixo por causa de momentos de prazer. Eu te dei o maldito preservativo, mas não era na intenção de estimular a fazer a coisa errada. Você me decepcionou, Katniss. Você não sabe da vergonha que eu sinto nesse momento por ser a sua mãe.

Não sei de onde tirei forças, mas peguei as duas mochilas, saí do quarto chorando em silêncio. Subi na minha bicicleta e pedalei na direção da casa da única pessoa no mundo que, no final, eu sei que me ajudaria:

— Oi, vó, posso ficar por aqui uns meses?

O parto

— Você vai entrar em no sétimo mês de gestação — a ginecologista falou, calma, e como sempre, carregava um pesado olhar de pena para mim. — Muito cuidado, siga as restrições, e aconselho que comece a estudar em casa.

Balancei a cabeça em concordância.

— Fizemos ela deixar de frequentar a escola e contratamos professores no mês passado — minha avó falou, segurando firmemente na minha mão. — Mais alguma coisa?

— Olha, pelos exames, encontramos alguns problemas no coração da sua neta, senhora Carter — ela disse, suspirando. Rosalinda Carter é minha avó materna, que não tem muito contato com minha mãe, apenas comigo. — Hipertensão Arterial Elevada, com essa idade, é de extremo perigo. Coloca em risco a vida de sua neta e do seu bisneto.

— Então isso faz mudar a forma do parto? — perguntei, aflita, tocando a base da minha barriga que não tinha como esconder. Era um menino.

— Sua escolha foi parto por cesariana, mas durante a gestação, você se tornou intolerante à algumas coisas, então precisamos rever tudo isso. Talvez, a melhor opção seja o parto normal. Sua pressão e batimentos podem sumir demasiado, podendo te deixar em coma. Não é o que queremos.

— E não tem mais nenhuma alternativa? — Minha avó perguntou. Eu estou suficientemente em estado de estupor. Eu tinha até ficado diabética por causa desse bebê idiota, que também me poupou de saídas, festas, aulas de teatro. O que mais me deixou enraivada foi eu precisar sair das aulas de teatro!

— Sim, que seria em uma hidro, onde garante até mesmo mais conforto.

— Qual é a opção mais viável, doutora? — eu perguntei, suspirando. — Não quero que esse bebê sofra nada. Era verdade. Eu poderia sair prejudicada, mas o bebê não. Mesmo com todo meu ódio, não desejo nada de ruim.

— Sejamos sinceras: o bebê vai nascer com problemas cardiorrespiratórios, isso é certo, porque o seu corpo não foi feito para aguentar uma gravidez nessa tão pouca idade, gerando alguns problemas no feto — disso eu já sabia. Mas era amedrontador ouvir isso. — Aconselho a opção do seu parto na "piscina", com a entrada de apenas duas pessoas que você queira. Pode trazer o aparelho de música, fique ouvindo algumas coisas, e acredito que será uma experiência mais agradável.

— E a recuperação? — perguntei. — Sei que com a cesariana eu ficaria mais imobilizada, com mais cuidados. Quero voltar logo a usar calça jeans, correr e or as aulas de teatro!

Minha avó riu, enquanto a médica me olhava com um sorriso.

— Fique calma. É uma recuperação rápida e sem muitas complicações. Fique calma, ok?

Balancei a cabeça, com minha expressão séria que se tornou normal em meu período gestacional.

Mandar alguém ficar calmo é super tranquilo quando não é você quem deve ficar calmo.

*

— Peeta! Para! Ai! Ai! — comecei a gargalhar, tentando me desviar das mãos ágeis de Peeta, que queria me fazer cócegas. — PARAAAAAAAAA!

Ele gargalhou também, me dando um rodadinha, puxando-me para seus braços, com um sorriso amigável. O bebê deu algumas mexidas em meu ventre. Sempre me assustava, mas dessa vez resolvi deixar pra lá. Como em 80% das vezes.

— A gente tem que escolher um nome. Qual você sugere? — perguntou, pegando em minha mão, depois que nos sentamos na cama. Fico feliz por conseguir fazer isso sozinha, por enquanto.

— Já te falei que gosto de Theodore. Ou Gerard.

— Não! — exclamou, balançando a cabeça em negativa, reprovando totalmente a minha decisão. — Sem essa!

— Que sem essa o que! — eu disse, me contentando em sustentar o corpo apenas com as mãos ao lado do corpo. — Eu quem estou grávida, feia, gorda e cheia de problemas! Você não!

Bufou, revirando os olhos. Idiota.

— E daí? Você não fez esse filho sozinha, não mesmo, e eu já te disse! Na verdade, todo mundo te disse: você não está feia e gorda! A única coisa que mudou em você foi a sua barriga!

— E meus peitos e bumbum e coxas e rosto! — Me irritei, bufando também. — Você é um porre. Odeio você.

Suspirou, encostando a cabeça na cabeceira da cama.

— Flocos de Neve para você — sussurrou, então olhei para seus olhos, enxergando um brilho especial. — De repente, Flocos de Neve você cem vezes mais. Acho que quando a outra pessoa não corresponde esse sentimento, a gente tende a amá-las ainda mais.

Fiquei emocionada. Era a segunda vez que ele dizia que me ama, nesse código só nosso.

— Peeta, eu estou irritada. O bebê vai nascer com problemas cardiorrespiratórios, e eu estou com mais um sério problema de saúde por disso tudo — acomodei-me melhor, tocar sua bochecha, sem desviar os meus olhos dos dele. — Eu amo você, amo demais, apenas estou com tudo à flor da pele.

— Eu sei — sussurrou, assentindo de forma quase imperceptível, fechando os olhos. Podia sentir apenas em seu sussurro que estava querendo chorar. Nós havíamos nos distanciado de todas as formas que poderíamos, devido a tantas brigas e ofensas vindas exclusivamente de minha parte. Eu sofria muito com tudo isso, mas ele também. Temos a mesma idade, com a diferença que ele faz 16 anos em maio e eu em junho.

Beijei seus lábios, dando um jeito de ficar sobre minhas pernas, minhas canelas. Ele se endireitou também, com uma mão em minha cintura e outra em minha nuca, aprofundando o nosso beijo. Senti falta de seus beijos que me remetiam ao mel.

Nos separamos pela falta de oxigênio, com os lábios vermelhos, mas com um sorriso.

Não adianta, éramos nossa própria zona de guerra.

Ali, um de frente pro outro, com ele dois dedos mais alto que eu, sabíamos que havia algo além de uma simples paixão adolescente.

— Eu gosto de Edward — disse em meu ouvido, enquanto desabotoava monha camisa, que era discreta, até, debaixo de uma blusa de frio e casaco, mesmo que estivéssemos na primavera.

— Eu também gosto — devolvi, ajudando-o a desabotoar o resto da minha blusa, me deixando apenas com um sutiã lilás sem bojo, fazendo ele morder o lábio inferior só de olhar. Isso me deixou constrangida? Claro que sim.

Puxei sua camisa de frio para cima, vendo seu abdômen sem músculos ou algo do tipo. Magro, mas não demais. Lindo, de forma singela. Não havia conquisto o título de garoto mais desejado por bobeira. Era lógico. Vê-lo sem roupas era ainda mais a prova disso. Não importa quantas vezes acontecia, sempre era como da primeira vez.

*

! — chamei, puxando todo o ar dos meus pulmões. — !

Meu avô havia morrido alguns anos atrás, então, só era eu e ela morando em um dos bairros mais cogitados de Liverpool, mas honestamente, eu estava mais interessada em não ficar na rua.

! — chamei mais alto, apertando com força o edredom que forrava a cama, agira, cheio de um líquido transparente.

— Meu Deus, Katniss! — ela disse, aparecendo na sala. Optamos por deixar o colchão na sala, em um canto que seria fácil de escondermos no caso de visitas, mas que eu ficasse confortável e pudesse me locomover com facilidade. — Que gritaria é essa, minha menina? O que houve? — perguntou, se aproximando com suas roupas de dormir. Nem reparei muito nisso, pois logo, estava gemendo de dor.

— Eu não sei, mas está doendo muito, muito. E eu acho que fiz xixi na cama.

Seus olhos cinzas se arregalaram um pouco. Ela era jovem, tinha 56 anos, mas agora parecia ter 80, com o pavor que passou em seus olhos.

— Você está em trabalho de parto! Ai meu Deus! — Não sabia se comemorava ou chorava. O desespero estava claro, e com certeza em meu rosto também. — Vou chamar a ambulância!

Tudo se passou como um vulto. Paramédicos me levaram para o hospital, minha avó chorando preocupada comigo, eu preocupada em passar por tudo isso sozinha.

Não me lembro de quase nada. Quando cheguei no hospital particular que minha avó paga para mim, minha ginecologista e obstetra veio preocupadíssima – mais um fator diferente dos filmes, onde todos estão felizes, menos a mulher que está parindo –, então, três enfermeiras a seguiram, me fazendo um monte de pergunta enquanto me davam um banho de assento e mudavam minhas roupas. Minha avó segurava minha mão, e aquilo era tudo para mim. Ninguém falou de Peeta.

— Quando sentir dor, faça força, ouviu, Katniss? — Dora, minha médica desde o início, avisou. A água morna ajudou-me a relaxar, mas não muito. O top dava uma sustentação perfeita para os meus seios, mas estar tão exposta me dava náuseas. Eu queria vomitar.

— Eu quero vomitar, ai meu Deus — eu estava nervosa demais, e nem sei se conseguiria me manter de pé.

Uma das enfermeiras imediatamente me trouxe um saco plástico certo para isso, mas nem deu tempo de agradecer, apenas dela segurar meus cabelos para mim enquanto eu botava tudo para fora. Era um desespero muito, muito grande.

O líquido áspero e ácido estava na minha boca, juntamente com lágrimas de medo, pavor, vergonha. Era tudo misturado. Nunca me imaginei aos 15 anos, dando à luz aos sete meses e meio, em uma noite incomum de neve, mesmo no início da primavera, finalzinho do outono.

Lavei a boca, escovando os dentes, então puxei ar com força, sentindo minhas pernas bambearem e as mãos tremerem. Era a tão chegada contração, pois de acordo com Dora, eu já estava com os 10 centímetros de dilatação e Edward na posição certa para sair. Eu quero mais que ele nasça logo, no entanto, a preocupação de algo com ele dar errado surgiu. E surpreendentemente era maior que minha preocupação comigo mesma.

*

— Só mais uma vez... — Dora insistiu, com o semblante extremamente cansado, pela décima vez. Eram quatro da manhã. Oito horas em trabalho de parto. Eu estava certa de que morreria, com certeza. Não tinha forças para sorrir, chorar, me mexer. Meus lábios estão vermelhos por conta do batom de morango para não deixá-los ressecados e também pela pressão que eu fazia um no outro. Com certeza, eu não ia suportar. Mas que Edward ao menos nasça com vida.

— Não vou conseguir — murmurei, tentando melhorar a postura, no entanto, nem isso eu consegui. As enfermeiras me ajudavam, e eu via o quão idiota eu era, um verdadeiro problema. Minha avó parecia que ia desmaiar de tanto cansaço, tanto físico quanto emocional.

— Última vez, e você vai poder ver o rostinho do seu bebê, Katniss. Dê o seu melhor! 

A contração veio logo em seguida, a mais forte de todas. Senti como se me rasgassem ao meio, quando enfim ouvi um chorinho baixo, vindo de um corpo pequeno e ensanguentado, contorcendo-se, incomodado. Meus olhos voltaram a lacrimejar intensamente, e eu comecei a chorando, quando uma cabeleira loira abriu a porta, ofegante.

— Jesus, os seguranças desse hospital são bons... — Peeta falou, suado, vindo até mim correndo. Pegaram Edward e o levaram para uma parte reservada. — Mas ao menos eu vi ele nascendo, mesmo que da janelinha.

Virei o rosto em sua direção, mordendo os lábios. Então, consegui formar o mais simples dos sorrisos, aliviada por ter sua presença ali.

— Me desculpe por ter demorado. Não me deixaram vir porque sou menor de idade e... — Achei forças para esticar meus braços em sus direção. Era o único lugar no mundo que eu me sentia segura.

— Nunca mais me deixe sozinha — sussurrei, sem nem ter forças para corresponder ao seu abraço.

— Nunca mais vou te deixar sozinha — garantiu, sério, fazendo carinho em minhas costas. — E saiba que eu estou cheio de orgulho de você.

Gostaria de lhe direcionar um sorriso, mas meu corpo não aguentou, e eu desmaiei.

*

— Olhe como ele se parece com você — Minha avó disse, sentada ao meu lado, enquanto eu amamentava Edward pela primeira vez. Ela estava ao meu lado, Peeta sentado próximo aos meus pés com uma câmera, e seus pais abraçados, emocionados, perto de mim.

— Mas olha esse olho azul esquerdo como é azul — eu falei, rindo, tirando alguns fios de seu cabelo castanho dos olhos com heterocromia. Um olho cinza e outro azul. É muita sorte.

— Ele é perfeito — tia Effie disse, aproximando-se um pouco mais. Edward nem sabia quem era, mas com certeza já era muito amado por todos.

Mas eu não conseguia me apegar a ele. Eu sentia raiva, só que ainda sim, eu não queria deixar de segurá-lo em meus braços. Seus olhos me olhavam com curiosidade, mas eu via o mesmo que enxergo nos olhos de Peeta: carinho.

Edward pesava 2 quilos e 400 gramas, prematuro, com alguns leves problemas respiratórios, mas Dora garantiu que não era nada grave se tomássemos os devidos cuidados. Isso me fez respirar com tranquilidade.

— É cedo para dizer com quem vai puxar mais — tio Haymitch falou, passando os dedos nos olhos para secar as lágrimas. — Mas ele desde já podemos ver o quão bom vai ser. Tem uma coisa diferente nele.

E era verdade, tinha. Quase podia enxergar uma aureola sobre a cabeça de Edward, e isso me fez querer rir para seu rostinho, beijar sua barriguinha, morder os seus pés gorduchos e minúsculos. Eu disse não para o abordo desde cedo, a ideia que minha mente elaborou só me fez vomitar mais. Quem cometeu o erro fui eu e Peeta, que não usamos um dos milhares de meios para evitar a gravidez, não Edward. Pensei na adoção, mas eu e Peeta discutimos tanto, os nossos gritos eram berros, e quase caímos no tapa mesmo, então, não para a adoção também. Eu teria que arcar com todas as consequências a longo prazo.

Quando vi que estava satisfeito, depois de muito tempo mamando – o que me fez perguntar para onde ia tanto leite, com uma barriga tão pequena –, o fiz arrotar, que foi quase como uma tosse, fazendo nós todos rimos. Peeta tirou uma foto.

Mas a coisa toda mudaria de figura quando ultrapassássemos aquelas portas do hospital e fôssemos para casa.

E eu não podia estar menos do que completamente insegura e desesperada.


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Notas finais do capítulo

E foi isso, pessoal, espero que tenham gostado, e eu sei que ficou cansativo, mas eu realmente espero que não tenha desagradado em grande escala. Fiquei super desconfortável em algumas partes, pois quem me conhece sabe que eu sou daquelas que defendem a Bíblia que diz que fornicação é pecado, não importa o tempo de relacionamento, e eu levo isso para minha vida, só depois do casamento, e tudo mais, e bom, fui instruída para não escrever, falar, comentar, sobre essas coisas aí, de relações, mas aqui eu digo que apenas escrevi, mas não significa que eu concorde ou algo assim. É apenas uma história, que nem eu sabia que ficaria tão desconfortável, mas está aí, juro que dei o meu melhor, e apenas quis mostrar algumas das razões da Katniss ser tão seca com o Ed, do Peeta "xingar" ela e tudo mais, ter tanto rancor entre eles dois.
Prometo que no capítulo de sexta-feira teremos novos elementos na fic, e uma pessoa linda, maravilhosa e que aparentemente todos amam! Sim! Peeta! *sorrisão* Mal vejo a hora de escrever! E melhor! Quinta-feira tem conselho de classe, ou seja... SEM AULA! ♥ Não que eu esteja tendo alguma, tipo, às sextas e segundas-feiras, apenas nos dois últimos tempos, pois os professores estão de greve, mas! Isso significa que vou usar a manhã para assistir Mundo Disney e escrever os próximos capítulos!
Para quem lê A Seleção da Herdeira, ainda hoje tem atualização, pois fui no curso ontem, o que me folga hoje *olhar altamente apaixonado por essa regalia*
MUITO OBRIGADA mais uma vez a todos que comentaram, favoritaram e me mandaram mensagem pelo snap, whatsapp, facebook. Abraços, pessoas, e uma semana maravilhosa! *muita purpurina, então eu sumo*
E, para quem não ouviu alguma música do Lemonade, sugiro abrir o iTunes e escutar as prévias gratuitamente *como eu fiz, porque, né, a Bey tá rica e eu precisei tirar uma barra hersheys do carrinho pra ter dinheiro pro lanche do bobs (com a cartela de promoção)* Não tem como pagar 18 dólares. Mas aí, na moral, muito bom mesmo, gente.