Treinando a Mamãe escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 3
A megera indomada


Notas iniciais do capítulo

Eu gostaria de agradecer a toooodos que comentaram no capítulo anterior e me deixaram tremendamente feliz e até mesmo mais empolgada para fazer as provas e testes ❤️❤️❤️❤️❤️❤️ amo vocês!
Bem, era isso o que eu queria dizer, porque vocês são show demais
É isso, espero que gostem, e que abram o seu coração para nossa vaca ♥ vulgo Katniss! Beijos! Ela não é tão ruim assim, gente! Só uma pessoa estranha.



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Uma semana.

Era o tempo que Edward estava aqui, sem abrir a boca, a não ser para comer e trocar sussurros com Maggs, como se isso fosse apagar as matérias que nos envolvia.

Sei que Peeta falou com ele, afinal, o nome de nós três estava por todo o lugar, como há dois anos trás, só que de forma mais intensa. Possuem fotos de eu e meu filho saindo casa, depois entrando na boate, eu saindo com um desconhecido muito bonito — é preciso mencionar —, então eu entrando de forma desesperada para ver onde Edward estava. Fiquei com ódio mortal dele por três dias, os três primeiros dias, mas esses outros quatros que se seguem, é uma leve raiva, apenas.

"Ela chegou preocupada com o filho", Madge disse, depois que fontes revelaram que ela ficou até de manhã com o garoto dormindo dm seu colo. "Mas poderia ter sido mais responsável". Caos é o que define a perseguição e assédio dos paparazzis em cima de mim e de Edward.

— Quer fazer aula de futebol americano — disse, sério, vestindo bermudas enquanto eu corria na esteira, na parte da academia do meu prédio.

— E eu com isso?

Revirou os olhos. Peeta faria o mesmo se estivesse aqui.

— Você vai pagar. Não quero saber, já analisei os 5 milhões e 411 mil que você tem na conta. Não vai desperdiçar nem mil dólares.

— '. Onde isso é? — perguntei, aumentando a velocidade da esteira.

— Próximo à Venice Beach.

— Me dá aqui pra eu assinar. — ele já tinha o contrato em mãos, eficiente como eu sou.

Fiz apenas um KE rabiscado, e bati a caneta por cima algumas vezes, para deixar mais chique, então, ele abriu um de seus sorrisos que me faziam derreter por dentro. Algo maior não deixava que eu demonstrasse isso por fora.

Seus dentes são normais, mas não exatamente certinhos. Há um espaço nos dentes da frente, como quando eu tinha aos 11 anos, e era lindo assim mesmo, mas... Ah... Eu vou magoá-lo se me aproximar demais. Uma hora esse mês vai acabar, Peeta vai chegar de viagem, então o levará embora. E eu não irei visitá-lo. Da última vez que fiz isso, comecei uma discussão severa com Peeta mais uma vez, sobre tudo, até política, talvez, mas o foco foi deixar Edward com seus pais e ele vir comigo para os Estados Unidos. Fazem seis anos que isso aconteceu.

— Obrigado. As aulas começam amanhã à tarde.

— Ok, mas quem vai te levar é a Maggs, ok? Eu vou ir para o salão me arrumar por causa da première, mas... — senti um nó na garganta, e meu coração mandava eu sair da esteira e dar um abraço nele. — Você pode ir se quiser. Nunca te levei a uma première antes.

— Quem disse que eu quero ir a uma? Para depois me esquecer por lá e me dar um tapa no rosto? Eu passo, obrigado.

E sério, saiu da academia, a tempo de não me ver caindo, pois me desconcentrei, quase chorando, já que eu estou naqueles dias — e acabo ficando muito emotiva —, mas logo voltou correndo, abaixando-se ao meu lado.

— Você está bem?! — perguntou, com os olhos diferentes um pouco arregalados. Como crianças conseguem ser tão sinceras e puras assim, em um piscar de olhos?

— Sim, estou... — me sentei, esfregando a nuca, então o olhei dentro dos olhos. — Olha, não quero estreitar laços com você — comecei, de forma sincera. — Não quero que ajamos de dentro para fora como mãe e filho, então tenhamos que nos separar, você sendo assediado pelos paparazzis que me tiram o sono... Não quero que tenha a vida que eu tenho. — senti meus olhos marejarem mais uma vez. — Eu não sou feliz assim, não sei mais como eu era ou agia. Só quero te incluir em coisas das quais me sinto bem fazendo. Quer dizer, eu sou, mas apenas profissionalmente. Não quero que se envolva em nada desse mundo, apenas que seja meu acompanhante.

— Não quero te observar beijando outras bocas que não sejam a do papai.

Ele disse, olhando para mim, de forma direta.

— Eu odeio ver vocês separados. Vocês são os meus pais. Devem ficar juntos. Devem me criar juntos. Devem ficar juntos. Os pais dos meus amigos que causam um caos dentro de casa não tem os pais separados, então, porquê logo eu, que faço tudo certo, escuto o meu pai chorar depois de chegar de algum encontro com a tia Clove e assiste algo seu? Porquê logo comigo você me chama de coisas feias, diz que não se importa e me esquece em um lugar com gente estranha? — Seus olhos estavam cheios d'água. — Sei que pediu para eu não falar nada com você, e eu não quero, mas tenho uma pergunta para te fazer: papai já te fez feliz?

— Sim, Edward. Seu pai já me fez muito, muito feliz — falei, suspirando. Peeta foi a única pessoa que me fez feliz. E eu sou tudo o que ele me xinga pelo telefone, enquanto as palavras obscenas que eu o dirijo são grandes mentiras, apenas o que eu sou.

— Então por que não se reconciliam? Acontece nos filmes. Acontece nos seus filmes. Ele não deixa eu pesquisar a seu respeito, mas eu pesquiso às vezes. Posso ver seus olhos foscos enquanto ri ou sai com alguém. Os olhos do pai são a mesma coisa, exceto quando está comigo, e brincamos. Nem com a tia Clove é assim. E ele sorri bastante ao lado dela.

Edward... — com certeza Peeta não contou nossa história. Não será eu quem irei contar.

— Shhh! — cobriu meus lábios com seu indicador. Eram dedinhos curtos, mas não por muito tempo. — Deixe eu terminar. Vocês não dão chances um para o outro, e tentam fazer coisas para se esquecerem! Não percebem que não vão? Quer dizer, você se esqueceu da gente. Sabe o quarto isso acaba com o meu pai? Ele olha para mim às vezes, e vejo a tristeza no olhar porque sou parecido com você. Eu não queria que fosse assim. Queria ser parecido com ele, ou com os dois, às vezes.

Era como se eu estivesse sendo fuzilada, mas mantivesse-me consciente.

— Não quero ir conhecer as pessoas que te fazem se sentir bem. Não me importo. Quero ir aonde EU me sinto bem, fazendo coisas que EU gosto. Nesses 9 anos, tenho feito apenas coisas para agradar a senhora, enquanto nunca recebi algo que eu me importo mesmo.

Deixei minha ignorância de lado por um segundo, me levantando em um suspiro. É difícil ouvir a verdade.

— Onde sugere que nós vamos agora? — Abriu um sorriso, e eu também.

— Para a sorveteria, é claro.

10:30 da manhã.

— Qual seu sorvete favorito? — perguntou. Eu não queria saber muito sobre ele, com medo de me apegar, mas acontece que a Katniss que o esqueceu na boate, que o bateu, não estava disposta a dar a cara.

— Morango com pistache — falei, e ele ficou boquiaberto. Ri. — O que foi?

— É o meu favorito também! — Não contive um sorriso, embora estivesse com raiva de saber de algo que ele gostava. Isso criava vínculos. Eu não gosto de vínculos.

Pedi dois sorvetes de casquinha, então começamos a caminhar lado a lado pelas ruas de Beverly Hills.

— Onde será que seu pai está agora? — ele sorriu. Não, eu não queria saber o que Peeta fazia, pois só em pensar em seu nome, meu coração disparava de forma que não aconteceu com mais ninguém, nem nunca chegou perto.

— Na China. Disse que a comida é péssima, e está vivendo a base de yakisoba de legumes, para vegetarianos, com medo de comer algo com carne de cachorro. Nós dois amamos cachorros, mas a questão é que...

— Ele tem medo. — dissemos juntos, fazendo-o sorrir para seu sorvete.

— Já tentei de tudo para comprarmos um, pelo menos um pequenininho, mas não deu. Ele tem um medo tão grande, que chega a ser engraçado.

— Ah, é verdade... — falei pensativa. — Bom, vamos ao salão.

— Mas isso você já vai amanhã, mãe.

Dei de ombros, tirando o cartão de crédito do bolso do short. Quando ele me chama de mãe, não surte efeito algum em mim, graças a Deus. É como um apelido nada haver.

— Pode-se fazer muitas coisas com isso aqui.

— Tudo bem. Mas eu não gosto de cortar o cabelo. Meu pai passa um sufoco para me fazer ir. Geralmente, vamos até uma loja de doces.

— Hahaha, você é muito engraçado! — brinquei, sabendo que só queria comprar pirulitos e chicletes.

— Por favor! Nunca fomos em uma loja de doces! — suspirei profundamente, terminando de tomar meu sorvete.

— Edward... Eu não posso comer mais doces além desse sorvete!

— Mas eu posso! Anda! Vamos!

E saiu quase voando na minha frente, desesperado, quase, chamando-me para segui-lo, enquanto ria.

— EDWARD! — gritei, começando a correr atrás dele, que ria alto, com seus cabelos balançando para o alto, de forma que precisava mesmo de um corte. — Mas que saco! Idiota! Filho da mãe!

Tirei a peruca, pois com o suor, fazia meu rosto e nuca pinicarem. Joguei-a por cima de meus ombros, revelando meu cabelo até os ombros, castanhos escuros. Eu estava como quando vim da Inglaterra.

— SEU IDIOTA! PARE DE CORRER AGORA, EDWARD! RIDÍCULO!

Então foi quando meu coração parou, e o mundo desacelerou, com exceção de uma moto, que parecia estar a 200 quilômetros por hora.

Um grito de pavor saiu da minha garganta, e o puxar de ar assustado de pessoas que viam a cena. Edward quase foi atropelado pela moto, chegando na calçada a tempo.

Senti o sangue do meu corpo cair no chão, e todo meu corpo ficou sem forças, eu quase caí no chão, com um frio tão congelante que até os pinguins morreriam de frio se tocassem em mim.

Atravessei a rua, com uma mão na barriga e outra na testa, sem tirar meus olhos do moreno de olhos héteros, que estava com o rosto vermelho e suado.

— Seu... Seu... — vi que algumas pessoas me olhavam com o celular nas mãos. — PRA CASA! AGORA!

Eu gritei tão alto, que ele até fechou os olhos, e caminhou lentamente na minha frente. Dei um leve empurrão em seu ombro.

— Anda! Você tá maluco, Edward? — perguntei, puxando-o para um beco. Eu sentia prestes a enforcá-lo.

— Eu só queria brincar um pouco... brincar com a senhora. — disse, choroso.

— Engole esse choro, ou eu vou te dar uma razão ótima para você soluçar! Não falei que nós NÃO iríamos na loja de doces? E EU ODEIO BRINCAR! ODEIO!— ficou em silêncio. — EU NÃO DISSE?

— Disse! — falou chorando, segurando as mãos na frente do corpo, de cabeça baixa.

— Você quase me matou de susto, seu... Seu... Filho da mãe! Te xingaria e muito se não fosse eu a mulher que te pariu! — Dei um tapinha em seu braço. — NUNCA MAIS faça uma coisa dessas, está me ouvindo? NUNCA mais!

— Eu só queria brin...

— Não interessa! Não quero saber! — eu estava furiosa, em meu total limite. — Você não é surdo, você não é burro. É saudável até demais, pelo jeito que saiu correndo como uma corsa em busca de água. Você entendeu a parte da qual eu não quero saber? Saber que está vivo em outro continente é uma coisa! Agora saber que você está morto por um deslize seu! É outra totalmente diferente! Na verdade, seu pirralho do inferno, qualquer coisa que envolva a sua morte, me compromete em tudo! Eu ainda sou a sua mãe, dane-se. Há uma diferença em saber que você está vivo e outra em saber que você está morto! E O SEU PAI IA ME MATAR DE TANTO FALAR!

— Desculpe... — pediu, soluçando, esfregando os olhos. — Não quis te assustar. Na verdade, eu nem sabia que tinja esse poder.

— QUALQUER PESSOA VAI FICAR QUASE MALUCA SE O FILHO CORRER NO MEIO DA RUA IGUAL UM RETARDADO, SEU IDIOTA! PESTE! — acertei um tapa no alto de sua cabeça, fazendo seu cabelo levantar um pouco, mas ele começou a rir.

— Do que você tá rindo?! — perguntei, revoltada. Ódio é quase o que sinto.

— Da senhora. Seu nariz fica vermelho, assim como suas bochechas, quando começa a gritar. Você fica estranha assim. E me chamou de filho.
Aquilo foi demais. Deixei ele sozinho, e comecei a caminhar irada para casa, ouvindo sua gargalhada.

— Calma! Calma! — disse, e eu ouvi seus passos atrás de mim.

— Ok, o que foi? Você ficou maluco de vez? — perguntei nervosa, com o sangue frio ainda em minhas veias, tensa. Não havia me recuperado.

— Não! Me perdoe, por favor! Faço qualquer coisa para a senhora não ficar chateada comigo... mais do que já é.

— Vai parar de sair correndo e me obedecer? — assentiu em concordância, fazendo-me dar um sorriso mínimo. — E ir no salão cortar esse cabelo também, o mesmo com suas unhas, e fazer uma limpeza de pele. Você parece sujo.

Suas bochechas ficaram vermelhas de vergonha.

— Mas são sardas...

— Ah, parece sujeira! Você tinha quando era mais novo, como Peeta, agora só são manchinhas. Lamento te informar, mas isso não é mais sarda. Tornaram-se cravos.

O rosto de destruído que ele fez foi devastador. Não para mim, que simplesmente dei de ombros, ignorando-o.

— Anda, no meu lado, e não saia igual um abestado por aí de novo. — falei, no meu jeito "não tô nem aí" de sempre, puxando-o pelo ombro, dando um empurrãozinho para ficar ao meu lado. A criatura me deu um empurrãozinho também.

— Como ousa... — semicerrei os olhos, olhando-o boquiaberta. Ele me encarava desafiador.

— Vai me empurrar? Eu te empurro de volta.

A praga da criança era realmente minha semelhança quase fiel se não fosse por um de seus olhos azuis e o sotaque pesado de um britânico.

— Praga. — chamei-o, voltando a caminhar, com os braços cruzados, de cara fechada, com meus óculos protegendo meus olhos do sol.

Ele deu de ombros, como se não se importasse.

— Megera — e fomos para o salão sem trocar uma palavra, mas estranhamente confortáveis com o silêncio entre nós.

Dei de ombros também. Era um gesto que significa que o que ouvimos é verdade. Eu sou uma megera, e ele, uma praga. E assim vivemos.


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Notas finais do capítulo

O queeeee acharam? Eu gostei desse, porque é mais curto, objetivo, com momentos entre o Ed e a Katniss, momentos sinceros.
É isso aí, pessoal, espero que tenham gostadoney, e sexta-feira tem mais, se Deus quiser. Estou com um capítulo bônus bem interessante aqui... Querem ler?
Ai, galeram, não vou cobrar comentários, mas se você não gostou, deixe aí sua crítica, desde que não tenha xingamentos, e se você gostou, qual parte gostou? Eu fico feliz quando interajo com vocês, mas se não quiserem, tudo bem. Mas eu estou feliz pra caramba com essa fic, só quero saber o que estão achando.
Beijos, abraços longos, momentos inesquecíveis, e uma pizza de frango com catupiry BEEEEMMMM grande! *sorrindo, com um aceno de despedida*