Treinando a Mamãe escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 2
Não é nada como a gente quer que seja, Edward


Notas iniciais do capítulo

Chucruteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeesssssss! *passando como se fosse a Beyoncé, tocando na mão de todos vocês, com um sorrisão*
Como estão? Pois eu estou farta de estudos atrás de estudos. ESPERO PASSAR PARA A UERJ AINDA ESSE ANO! -_-
Mas falando de coisas boas, e muito, muito, muito boas... OBRIGADAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! *berro, antes da gargalhada em meios ao choro* Geeeennnnte! Vocês não sabem o quanto eu fiquei feliz em ler esses comentários, e a cada fic postada, eu fico mais empolgada. Quinze comentários, no prólogo! É muita coisa para mim! *olhos brilhando*
Espero que vocês gostem desse capítulo, mas eu sei que não vão gostar por causa da Katniss, mas tudo bem. Vocês vão poder conhecer nosso Ed ♥ E a Jujuba já matou a charada desse nome, por alguma razão *risos* Mas não tem nada referente ao Edward Cullen.
Sejam todos mais uma vez muito bem-vindos, espero mesmo que gostem e aproveitem. Beijos! Beijos, meus pôneis!
AVISO: notas finais importantes para fãs de Peetniss



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Passei despercebida por todas as pessoas, agradecendo mentalmente por isso, limitando-me a suspirar um pouco aliviada, mas agora estava a questão: como Edward estava?

Peeta avisou que ele estava vestido com uma blusa branca, toca e calça jeans. Mas muitas crianças usam esse tipo de roupa em um aeroporto.

Eu não o via pessoalmente fazia quase dois anos, e sua voz era quase como um vento para mim. Não sou o tipo de mãe presente e carinhosa. Faço mais o tipo que manda presentes em todo feriado e dinheiro. Peeta só falta me matar ou bater, literalmente, por eu ser tão "ridícula e absurdamente irresponsável".

Mãe! Mãe! — ouvi uma vozinha que fazia tempo que eu não ouvia de forma tão clara. Virei-me, procurando o dono da voz, quando o vi.

Cabelos como os meus, castanhos, pele parda, uma mochila do Batman e uma mala da metade de seu tamanho, toda azul marinho, com um de seus olhos, por ter heterocromia, e seu olho direito é exatamente com o meu, cinza. Mas tinha um olho como o do pai. Estranho, mas bonitinho.

— E aí? Tem mais alguma mala? — perguntei, pegando sua mochila, depois de colocar um boné nele, por via das dúvidas e ninguém realmente nos reconhecer. Todos diziam que se pareciam comigo, com a exceção do olho esquerdo ser azul marinho. Até nisso eu dei azar: ter um filho a minha cara.

— Tem, mas eu não consigo pegar — disse, com raiva de si mesmo. Suspirei, revirando os olhos. Coloquei a mala que conseguiu trazer no carrinho para isso mesmo, então, o sentei sobre essa mala — na verdade, pedi para ele fazer isso, pois não consigo levantá-lo —, vendo-o sorrir carinhosamente para mim. Admito que sorri também, mas disfarcei. Não quero estreitar nossos laços, pois com a última pessoa que fiz isso, eu precisei atear fogo em tudo, mas eu e essa outra pessoa acabamos queimadas. Não quero que aconteça de novo.

— Mãe, estou com fome — Edward disse assim que entramos no carro.

— Já estamos indo para casa. — falei, ofegante, depois de colocar duas malas no carro que definitivamente não foi feito para carregar esse tipo de coisa.

— E o que vamos comer? — perguntou, tímido. Eu e Peeta somos pessoas totalmente impacientes e cabeça quente, mas por alguma razão, nosso filho é calmo feito uma garoa. Pelo menos é do que me recordo.

— Não sei. Acordei agora.

Riu, balançando a cabeça, mexendo em seu celular.

— Aliás, você me esperou por muito tempo? — perguntei, depois que vi que não havia solução. O mesmo engarrafamento pesado que peguei para ir buscá-lo, era o mesmo para levar-nos para cada. O silêncio entre nós fazia meus ouvidos arderem.

— Bom... — começou, guardando seu celular. — O avião pousou às 10:10. A senhora chegou uma hora depois, quase. Na verdade... Chegou ao meio dia. Quase duas horas depois.

Suspirei.

— Esse pode ser o nosso segredo?

Seus olhos brilharam pela luz do sol que entrou pela janela do carro por acabarmos de sair debaixo de um viaduto.

— Um segredo entre nós?

Aquilo me fez com que eu me sentisse uma monstra.

— Sim. O que quer por seu silêncio? — não foi difícil forçar um sorriso cúmplice.

— Nada, mãe. Está tudo bem. — garantiu, sorrindo.

...

— Marvel! — chamei, jogando as chaves em cima da mesinha ao lado da porta, depois que Tresh, meu segurança particular e amigo, deixou as malas de Edward no quarto de hóspedes.

— Oi, Cat. — Cumprimentou-me com um beijo rápido, por causa do garoto atrás de mim, que não abriu a boca mais que três vezes desde que entramos no carro.

— Olá, você deve ser o Edward — o dito cujo sorriu, atrás de mim.

— Sim, prazer. Quem é você? — olhei para Marvel, que mordeu o lábio inferior, pensando em uma resposta.

— Marvel, uma amigo bem próximo da sua mãe — Edward assentiu, sorrindo torto. — Você gosta de lasanha?

— Que?! — sobressaltou-se, abrindo um sorriso enorme — Eu amo lasanha!

Peeta ama lasanha.

Eu amo lasanha.

Não me surpreendi que esse toco de gente não goste também.

— Primeiro lave as mãos — adverti, vendo que ia direto para a cozinha comer. Fez um muxoxo, decepcionado.

Mas mãe... — Seu rosto era 90% semelhante ao meu, com traços de garoto. Os outros 10% eram características dele, que puxou da minha família. Nem tem como disfarçar.

— Não discuta comigo! — apontei para o banheiro — Só vai almoçar depois que lavar essas mãos e escovar os dentes!

Senti meu coração acelerar, minhas pernas formigaram. Não sei se o tom que eu usei foi agradável, mas não enxerguei solução. Ser gentil não é uma característica minha.

Em silêncio, ele assentiu levemente, indo lavar as mãos.

— Calma, cara — Marvel disse, olhando para mim. — Não desconta a sua raiva nele.

— Eu nunca nem quis ter um filho! — exclamei, com raiva. — Peeta ainda faz uma coisa dessas comigo! Deixando para eu cuidar dele! Nem sei qual a comida favorita dele, ou ao que é alérgico! Eu não me importo! Nem gosto de crianças! E esse ser, que é quase uma praga na minha vida, Marvel! Ele só veio, desde a minha gravidez, para estragar tudo, tudo mesmo!

Sai da cozinha, em passos pesados, sentindo meu rosto queimar, esbarrando em Edward, que tinha os olhos cheios de lágrimas e os lábios trêmulos. Agora parecia-se com Peeta quando ia começar a chorar, e isso me fez gelar por completo. Seu olho esquerdo azul é igual aos do pai.

— Ai meu Deus... — dei dois passos para trás, tocando em seu ombro, mas ele tirou minha mão dando um tapa leve, indicando, é claro, que ouviu toda a conversa. Ele pode ter estragado o começo, mas com certeza eu acabei com todo o meio e fim.

— Eu quero ir ver o papai e a tia Clove. — pediu, se segurando para não chorar, mas algumas lágrimas escorriam por seu rosto. Era inevitável: eu sou tudo o que Peeta me xinga, assim como a maioria das pessoas que me perseguem.

— Não pode, ele está viajando — falei, querendo que ele pare de chorar, mas não de forma agressiva. Eu havia magoado-o, e de algum modo, isso me magoava estranhamente também. Mas que droga é essa, Katniss? Para com isso, você nunca nutriu algum sentimento por esse garoto.

— Ele está trabalhando! — disse alto, começando a chorar. — Para poder pagar coisas melhores para mim enquanto você nunca ligou para saber como eu estava, depois de todos esses anos! Acha que eu queria estar aqui? NÃO! EU NÃO QUERIA ESTAR AQUI! Eu queria estar com o meu pai e a tia Clove! Não gosta de mim como seu filho? Ótimo! Porque eu te odeio como minha mãe! Meu pai me forçou vir pra cá, dizendo coisas boas a seu respeito, mas era tudo mentira! EU ODEIO VOCÊ!

Entrou no quarto que estavam suas malas, batendo a porta com muita força, chorando alto.

— Olha, eu vou ir pra casa — Marvel avisou, decepcionado comigo. — Quando tratar ele melhor, e reconhecer que não tem mais 15 anos, eu volto.

Marvel... — chamei baixinho, querendo chorar. Isso não aconteceria se Peeta estivesse aqui.

— Cara, como pôde fazer isso com o seu filho? Você o fez chorar! E pior! Ele é a sua forma masculina, era sua obrigação amar ele, então vem e chega gritando? Quando amadurecer e deixar de ser tão rude assim, falo com você.

Tentei segurar seu braço, mas ele era mais forte, e quase me jogou no chão.

— Marvel! — chamei alto, mais uma vez, tentando abraçá-lo.

— Para! — gritou, me empurrando, fazendo minhas costas baterem na parede. — Sossega! As pessoas não são seus fantoches, Katniss! Para com isso!

Olhei dentro dos seus olhos castanhos escuros, que me olhavam com raiva. Não era a primeira vez que ele ameaçava me bater. Algumas vezes, chegou a bater. Isso fez com que eu mordesse os lábios com força, sentindo minhas costas arderem.

— Sai daqui então. Sai da minha casa — ordenei, sentindo minhas bochechas arderem de raiva. — SAI!

Riu com escárnio.

— Como se eu quisesse realmente ficar aqui. — E saiu, batendo a porta grande da sala.

Maggs entrou, sorridente, mas seu riso morreu ao me ver chorando no sofá da sala, dez minutos depois que Marvel passou pela porta.

— O que foi, menina? Aconteceu algo com o Edinho? — Ela me disse que havia falado com Edward pelo telefone, que me procurava, mas eu estava ocupada, namorando alguns homens na boate.

— Eu quero ir embora agora! — Ergui os olhos, vendo minha cópia masculina passar pelo corredor dos quartos, com o rosto vermelho, e seus olhos extremamente intensos por causa do choro — Quero ir para onde está o papai! — Sua mochila do Batman estava nas costas, e puxava a mala azul, na cor de seu olho esquerdo. — Peça para os seus namorados levarem para o táxi essas malas pesadas!

— O que aconteceu, crianças? — a senhora perguntou, preocupada.

— Ela disse que não queria filhos, que não se importa comigo, e que não sabe nem ao que sou alérgico, e que não faz a menor diferença!

Lágrimas voltaram a seus olhos, enquanto algumas escorriam pelos meus.

— E você disse que me odeia! — gritei também, com raiva. — Você vai ver o que vou falar com o seu pai, seu impetuoso! Peste idiota! Sua praga!

— Pode falar! Que eu confirmo para todo mundo quem é a minha mãe biológica, e que ela me odeia, assim como todas as crianças! Eu não me importo de você não agir como minha mãe! Não tenho mais sete anos. Sua babaca! Idiota!

Nossos olhares se cruzaram, e ficaram presos um no outro. Eu podia sentir raios nos unindo. Era como quando eu e Peeta brigávamos. Sempre tivemos personalidades iguais, mas vontades totalmente diferentes.

E suas bochechas estavam vermelhas de raiva.

— Tá vendo! — falei para Maggs. — Eu não queria isso! Eu não sei me relacionar bem com as pessoas, principalmente aquelas que me amam! Tenho essa capacidade, de fazer elas me odiarem! Foi o mesmo com o seu pai! Que ódio! Eu odeio essa vida! E odeio você também! Por ser você!

Bati um pé no chão, indo para o meu quarto, enquanto Edward só chorava, com Maggs fazendo carinho em seus cabelos lisos com alguns cacho.

— Se você quer ir embora, vai, vai mesmo! E não precisa voltar! — gritei, com pura raiva, batendo minha porta com tanta rainha, que a maçaneta quase caiu no chão. Abri a porta novamente, pondo o rosto para fora. — CHORÃO!

Bati a porta com força, trancando-a.

Dane-se. Eu não me importo. Não mesmo, principalmente com Edward e Marvel. A única pessoa que me importei não me ama mais, com certeza, então, apenas conformei que iria a uma festa mais tarde, bebendo para ver se me esquecia de meus problemas.

19:56 da noite do mesmo dia

— Onde você tá indo? — Maggs perguntou, depois de terminar de confeitar um bolo de chocolate com recheio de doce de leite e côco.

— Para a festa da Amy — cortei um pedaço do bolo, suspirando. — Isso está ótimo.

— Obrigada. Não vai levar o seu filho?

Fiquei mais séria do que estava. Ajeitei meus cabelos escondidos em uma peruca bem real loira, então a encarei.

— Ninguém nem se lembra das fotos de quando ele tinha seis anos e que sou mãe. Deixarei por isso.

— Não foi isso que eu disse pra ele.

E no minuto seguinte, que não entendi o que ela quis dizer Edward apareceu com calça jeans azul escura e blusa polo, vestido como gente grande, exatamente como Amy pediu para irmos para a festa, digo, os homens, e era como ele estava vestido, mas no tamanho certo para seu corpo pequeno. Era revoltante como as crianças agem, como se nada tivesse acontecido. Mas os olhos dele estavam tristes e um pouco inchados.

— Como você está lindo! — A senhorinha disse indo até ele, e não contive o sorriso no rosto. Edward estava ainda mais bonito do que é.

— Está adequado? — Seu sotaque britânico era meigo demais, como o de Peeta. Eu havia perdido um pouco do meu depois que vim morar em Los Angeles.

— Amy vai apertar suas bochechas até você chorar.

Ele sorriu levemente, trocando um olhar rápido comigo, olhando para Maggs.

— Pede desculpas — Maggs sussurrou ao passar por mim.

Suspirei, sentindo meu coração bater acelerado quando vi o garotinho esfregar os olhos, com uma expressão triste, como se fosse começar a chorar a qualquer momento.

— Olha, Ed... Eu estava nervosa e...

— Não me chame de Ed. Só o papai e a tia Clove podem me chamar assim! E algumas outras pessoas que EU amo! — Com certeza, esse lado abusado ele havia puxado de mim e Peeta com perfeição.

— Ok — senti-me constrangida, mas o olhei nos olhos, segurando suas mãos com força para que não possa escapar. — Me perdoe, por favor. Não sou boa com essas coisas, eu tive você muito cedo, morria de medo que algo de ruim pudesse acontecer. Eu mal sei cuidar de mim, e quando soube que vamos ter que conviver pelas próprias quatro semanas, eu senti muito medo.

Seus olhos de cores diferentes me olhavam com expectativa agora.

— Você nunca se importou comigo. Se se importasse comigo, aceitaria as minhas ligações! — Fez como quem voltaria a chorar desesperadamente. Não quero ouvir choro de criança.

— Eu quero recomeçar — Eu era uma boa atriz, de acordo com os sites. Que isso sirva para alguma coisa agora, não é mesmo? — Quero aprender a amar você, e não jogar sobre seus ombros.

Mas a última parte foi verdade. Sempre que eu o atendo, ajo com ignorância e desinteresse. Preciso mudar, por nós dois. Cometi muitos erros, agora é hora de começar a acertar algumas. O clima está pesado como uma tonelada, em um dia, imagina durante um mês. Vamos nos matar dentro de casa, provavelmente. Eu sei matar um esquilo, e ele, por algumas fotos no facebook, faz arco e flecha. Um mata o outro e vai ficar por isso? Não! Preciso ganhar um Oscar!

— Vamos logo. A senhora está desculpada, mas se disser isso de novo, vou contar para o papai.

Maggs gargalhou, quando olhei para ela boquiaberta. Eu vivia chantageando as pessoas ao meu redor. Não acredito que até nisso esse pirralho me puxou.

— Vocês são idênticos, meu Deus.

O puxei para fora do apê, e quando abrimos a porta, Rogers chegou com meus cachorros, Bandike e Romeu.

— MAS QUE FOFINHOOOOOS! — Edward gritou, quando os cachorrinhos pularam em cima dele, latindo felizes, de banho tomado.

— Ótimo, muito obrigada, Rogers. Pode pegar seu pagamento com Maggs e a gorjeta. — Ele ficou boquiaberto com Edward.

— E-e-e-ele...

— É, ele é o meu filho, agora, silêncio, ou eu vou te processar por invasão de privacidade. — falei de forma rude, e logo suas bochechas ficaram roxas de vergonha. Pegou os cachorrinhos e continuou seu caminho para a minha casa, virando-se algumas vezes para observar o menino que ria, balançando a cabeça em negativa diversas vezes.

— Prim? — liguei para minha assessora, que logo atendeu.

Sim, amarga.

— Edward está indo comigo para a festa da Amy. O que eu faço? — cruzei um braço, olhando tediosamente para os números que lentamente mudavam. Isso que dá morar na cobertura.

Hm... — ficou em silêncio por três segundos. — QUAL O SEU PROBLEMA? E A PARTE QUE EU FALEI PARA VOCÊ NÃO DEIXA-LO SAIR DE CASA, KATNISS!

— Mas ele quer sair! Não vou deixá-lo com Maggs em casa e os cachorros!

Mãe... — ele disse baixinho, dando um toque na minha cintura.

— Espera. — pedi, colocando o telefone no ouvido novamente — Prim, rápido! O que eu faço lá?

Deixe que saibam que ele é o seu filho... — disse, controlando a respiração. — Mas só se alguém perguntar. Não dê detalhes. Apenas diga que é o seu filho, e que está passando uns dias com você.

— Tá. Tchau.

E desliguei, cruzando os braços, batendo um pé no chão, indicando minha impaciência.

— Calma, mãe — ele pediu, envergonhado.

— Calma?! Peeta vai ficar horas discutindo comigo se você for exposto! — lembrei-me de três anos atrás, quando o levei para tomar sorvete, e nossos rostos estamparam diversas revistas.

— Eu não ligo para as câmeras. Aliás, já estou acostumado com elas, mas odeio os flashes.

Suspirei, querendo que todos os flashbacks sumissem. Claro que estava habituado com as câmeras. Peeta é fotógrafo. E ama tirar fotos de tudo.

— Tem umas fotos da senhora lá. Mas ele deixa escondido da tia Clove, por alguma razão que não sei. — olhei para o garoto, que estava no lado oposto a mim, com as mãos no bolso da calça.

Ouvi a gritaria e barulho de pelo menos vinte pessoas quando se aproximou da garagem.

— Vem aqui. — chamei-o para perto, e quando abriu-se as portas, como previsto, diversas pessoas gritavam, pedindo para eu sorrir para as fotos. A única coisa que fiz foi cobrir o rosto, séria, cobrindo Ed com um dos meus braços.

— Katniss!

— Esse é o seu filho?

— Esse é um irmão seu?

— Quem é ele?

— KATNISS!

— É verdade que você e Marvel estão namorando?

— É verdade que você está grávida e não sabe quem é o pai?

— Amy Schumer é sua melhor amiga?

— Você é tão rude!

— Vaca!

— Ignorante!

Entrei no carro, e logo dei a partida, sem colocar o cinto, até porque não tem um.

— Onde está o cinto? — Edward perguntou, confuso. — Isso é um perigo!

— Esse carro tem proteção caso bata ou tenha uma freiada puxada.

— Mas...mas... — franziu o cenho, confuso. — No carro do papai tem cinto.

— O carro do seu pai não é para ir a uma festa em uma boate.

Ele me olhou, analisou minha expressão facial. Senti seus olhos sobre mim.

— Por que a senhora vai a boates? Tem pessoas que você gosta?

— Não, na verdade, Edward, eu simplesmente odeio pessoas juntas. Só quero beber alguma coisa, dizer para mim mesma que está tudo bem, que eu esqueci uma certa pessoa da qual não vou dizer quem é, e ir para a cam... — Ele me olhava com toda a atenção do mundo, piscando duas vezes.

— Ir para onde?

— Ir para a camareira com alguém e pedir ajuda para... — droga, o que eu digo agora? — Trocar os lençóis.

— Por que não os troca sozinha?

Não seja ignorante, Everdeen.

— Porque eu não sei fazer isso direito. É um pouco complicado, entende?

— Ah... Papai me ensinou a trocar a roupa de cama do meu quarto. — disse orgulhoso, como se não tivesse ouvido mais cedo que eu não me importo com nada que o envolva.

— Sou péssima em coisas de casa. — falei, dirigindo rapidamente até a festa, sem me importar se estávamos sem o cinto.

22:48 da mesma noite

— O que acha de irmos para a minha casa? — um moreno de olhos verdes sussurrou no meu ouvido, e eu já tinha tomado shots suficientes para rir de tudo e não me incomodar com quem tocava em meu corpo.

— Claro! — falei, retribuindo mais um beijo do homem que eu nem sabia o nome. Alguma música da Beyoncé tocava no último volume, enquanto Amy gargalhava em meus ombros.

— Você está bem, Katniss? E o seu filho? — Ela gritou em meu ouvido para que eu pudesse escuta-la.

— Eu volto logo! Dê algumas batatas fritas e bacon pra ele!

E saí pelos fundos, da mesma forma que entrei com Edward, e todos sabiam ali que ele era meu filho sem que eu precisasse dizer alguma coisa.

Não sei o nome desse homem, mas em menos de uma hora estávamos em sua casa, e em questão de segundos no quarto, fazendo o que não é certo, só depois do casamento.

Marvel pensa que é insubstituível.

— Que horas são? — perguntei ofegante, sentindo seus beijos em minha barriga.

— Seu filho ainda pode esperar. São 02:39 da manhã ainda.

Assenti, embriagada, mas então abri os olhos. Edward está na balada. Sozinho. Às 02:39 da manhã.

— Que droga! Droga! — urrei, saindo da cama macia, sem me importar com minha nudez, imediatamente procurando minhas roupas.

Vesti minha calcinha e vestido rapidamente, deixando o cabelo do jeito que estava, e saí desesperada da casa desse homem que eu ainda não sabia qual era o nome, e nem fazia questão.

Peguei o carro dele mesmo, que gritou, mas não dei ouvidos.

O sol estava amanhecendo!

Olhei para o visor do meu celular, que estava desligado enquanto eu fazia coisas com um cara desconhecido.

São 06:33 da manhã!

INFERNO! DROGA! Ele ainda mentiu para mim sobre o horário! Idiota! — Urrei, furiosa.

Pisei ainda mais no acelerador, buzinando para todo mundo, quase batendo com o carro diversas vezes.

Praticamente joguei o carro na calçada, e entrei feito uma desesperada, ouvindo flashes sobre mim. Pelo menos eu estava com o cabelo solto, cobrindo manchas vermelhas que ardiam em meu pescoço, e consegui vestir o vestido corretamente, mas meus sapatos ficaram na casa desse desconhecido. Droga. Era um The Diamond Shoe, que me custou 276.000 euros. Isso é uma fortuna, até para mim que sou solteira. "Solteira".

— EDWARD! EDWARD!

Não haviam muitas pessoas além das que limpavam o lugar e Madge, minha inimiga no mundo cinematográfico, que sempre levava as coisas para o lado pessoal. Eu sempre fujo de polêmicas, enquanto ela adorava estar nos tabloides, dizendo coisas sinceras ao meu respeito, que me traziam sérios problemas. Eu gosto de estar em capas de revista, amo flashes, mas que envolvam coisas boas sobre mim, e não como "Katniss Everdeen, a quase queridinha de Hollywood esquece seu filho em uma boate para ir se relacionar intimamente com desconhecido". Ninguém quer.

Só que hoje, talvez, ela tenha colocado essa rincha de lado, porque Edward estava com a cabeça em seu colo, coberto pelo blaser que usava ao entrar. Parecia um anjo dormindo, e eu me senti tremendamente culpada.

— Você deixou o seu filho aqui, sabia? — disse mal-humorada para mim. — Ele chorou quase a madrugada inteira, porque não sabia onde estava. Eu, Amy e Kylie ficamos olhando ele, mas ambas precisaram ir embora por causa do horário. Eu tenho compromissos para resolver em seis horas, mas não pude deixá-lo sozinho aqui.

Edward... — falei baixo, me aproximando devagar, balançando o seu corpinho. — Edward, a mãe chegou.

Ele piscou devagar três vezes, depois apertou os olhos, então, por fim os abriu, e estavam avermelhados por causa do sono e das lágrimas que com certeza derramou.

— Me perdoe.

Ele não disse nada, apenas deixou que algumas lágrimas caíssem de seus olhos, e Madge suspirou, puxando-o para um abraço, onde ele chorou mais.

— Não quero ficar com você. — disse para mim, abraçando Madge mais apertado. — Você me esqueceu aqui. Para ficar com os seus namorados.

— Ed...

— Eu quero o meu pai! — disse soluçando. — E NÃO ME CHAME ASSIM!

— Para de fazer graça! — falei, ficando com raiva. — Anda, vamos logo para casa. Você não foi esquecido por mim! Eu só precisei dar uma saída!

— Durante oito horas? — Madge perguntou, com raiva de mim. — Katniss, já viu quantas ligações perdidas tem no seu celular?!

Ele ficou desligado enquanto eu estava lá, então nesse momento mais de cinquenta ligações apareceram na tela do meu celular.

Suspirei derrotada.

— Edward, anda, vem. Em casa a gente conversa. — Puxei-o pelo braço, descendo-o de onde estavam as cadeiras macias, e apenas agradeci Madge com um olhar.

— Meu pai nunca me esqueceu em algum lugar. Nem a tia Clove. Ela vive ao meu lado. — murmurou quando entramos no carro. — Eu odeio Los Angeles e os Estados Unidos.

Oh, claro. Ele podia dizer isso, afinal, era britânico, assim como eu.

— Você não sabe de nada sobre esse lugar e essas pessoas. — falei, ácida, depois de entrar no meu carro.

— Comparando você com a tia Madge, posso fazer uma boa suposição. Há pessoas legais e que se importam, pessoas um pouco esquecidas e pessoas sem um senso do que é viver e assumir responsabilidades!

Não aguentei. Freiei o carro com força, vendo seu corpo quase ser projetado para o painel, e dei um tapa forte, bem estalado, no rosto dele, que me olhou boquiaberto. Eu sentia todos os nervos do meu corpo à flor da pele.

— Cala a sua boca, seu idiota. Não quero ouvir você dizer um piu enquanto estiver na minha casa, usando as minhas coisas, interrompendo a minha vida! Já basta o fato que em poucas horas as nossas caras estarão em todas as capas de revistas e sites de notícias! Já basta! E se você me disser mais uma coisa dessas, vai apanhar de novo!

Por olhar dentro de seus olhos, vi as lágrimas surgirem, então, pesadamente, escorrerem por sua bochecha.

Virei o rosto para a pista, passando a marcha com força, então pisei no acelerador com força, indo para casa. Ouvi ele murmurar ironicamente um piu, que não passou despercebido por mim. Atrevido.

Nada é como a gente quer que seja, Edward. Nada é como a gente quer que seja.


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Notas finais do capítulo

O que acharam, pessoal? *sorriso torto* Espero que tenham gostado, e peço paciência com a nossa Katniss.
Preparem-se para boas doses de ciúmes e momentos esquisitos entre mãe e filho.
O que eu queria dizer para os fãs de Peetniss é que essa fic tem como foco a relação entre mãe e filho, com romance, sim, é claro, mas o Peeta vai demorar razoavelmente para aparecer fisicamente aqui, vão ser mais citações e ligações, então, flashbacks, para que ele venha abalando nossas estruturas, ok? Mas é como eu disse no capítulo anterior: short-fast-fic, as postagens vão ser às segundas e sextas-feiras, mas caso aconteça, eu posto um capítulo extra messa semana que eu não poder postar, está bem?
É isso o que eu queria dizer, e para quem quer ter uma ideia de quem é o nosso adorável e rebelde Edward Sheeran Mellark, aqui está o link
http://www3.pictures.zimbio.com/gi/Premiere+Walt+Disney+Pictures+John+Carter+-1vAfSkyjvUl.jpg

Ps.: acham que tudo aconteceu muito rápido? Eu acelerei o máximo que pude, e no próximo vai ter passado uma semana já, mas não sei se corri demais com tudo. O que acham? Mais detalhes? Menos detalhes? *sorriso*
Beijoooos, e muito obrigada por acompanharem e pelos comentárioooooooossss! Vocês são incríveis, de boas, e não me acho nada do que dizem que eu sou, que escrevo muito bem... Se quem escreve é o céu, vocês quem leem, são as estrelas!