Treinando a Mamãe escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 14
Oh, dia feliz!


Notas iniciais do capítulo

Eu gostaria de pedir UM MILHAO de desculpas, pois eu deveria ter postado ontem, e por mais que eu brinque muito no Snap, Twitter, Facebook, foi uma semana bem tensa, meu livro da Carol Dantas chegou, e ontem eu quase não consegui escrever. Terminei de escrever ontem, mas não consegui postar porque por eu expressar a minha opinião, algumas pessoas ficaram me questionando a razão da minha forma de pensar, dizendo coisas ofensivas. Quem me conhece sabe que eu não fico quieta quando mencionam o nome de Deus nas coisas, e enquanto o Espírito Santo deixar, bom, eu vou falar.
Muito obrigada a todos que comentaram no capítulo anterior, que foi o mais comentado, e eu fiquei super feliz ao ler cada um deles, de todo o coração! ♥ ♥ ♥ Espero que gostem desse capítulo, que era para ter mais umas 4 mil palavras a mais, mas aí ia ficar muito longo e pesado, mas tamo aí! ♥



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— Então quer dizer que um dos maiores pavores da sua vida foram quando Ed estava na sua casa, então, ele disse que ia tomar um banho no seu banheiro...? — Finnick ainda ria demais depois de que contei que um dos momentos que mais me assustei foi com a presença de Ed no mês passado, na semana retrasada, na verdade.

Ri, assentindo.

— Ele disse que ia tomar banho, pois o chuveiro dele queimou... — prossegui. — Mas passaram-se quase uma hora, e a comida até estava pronta, quando Bandike e Romeu apareceram derrubando tudo, todos cheios de espuma. Nossa, Finnick, sério, meu coração dificilmente bate acelerado como daquela forma, daquele dia.

Ele riu mais. A risada perfeita, mas eu ainda não deixava de me apegar a cor de seus olhos, pensando na mancha que Peeta tem na mesma tonalidade em um dos olhos. Esqueça, Katniss, esqueça isso! Gritei em meus pensamentos, um tanto desesperada. Estou vestindo um Givenchy, e ele um belo terno, em um restaurante com pessoas de roupas semelhantes as nossas, o que significa que a noite vai ser longa.

Precisa ser.

E essas lembranças precisam me dar uma trégua. Por favor, Memórias... Não apareçam!

— Então corri para o meu quarto, que já estava um pouco alagado, aí eu comecei a gritar desesperada! Abri a porta do banheiro, que estava cheio de espuma, quase até o teto, e nossa... — respirei fundo, fechando os olhos por um instante, depois os abrindo. — Pulei na banheira, que é quase uma piscina. Pensei que fosse ficar cega, mas o desespero era grande demais, demais, para qualquer coisa a mais. Quando Edward apareceu, com as roupas intocadas, fones de ouvido e um MP3 na mão, enquanto comia biscoitos. "Mãe?!", ele teve coragem de exclamar, e imediatamente eu olhei para ele. Nossa, mas eu o fiz correr demais. Juro que naquele momento eu poderia matá-lo. Poderia mesmo.

Contei para Peeta, que me perguntou se Ed tinha me dado algum trabalho extra, ou um susto, então esse foi o que me veio à memória. E assim como Peeta, Finnick riu.

— Ele é fogo mesmo... Anny parece ser bem atacada, mas só parece mesmo, graças a Deus.

Continuamos conversando, e eu admito estar feliz, pois falei com Edward durante duas horas, e vem sido assim durante esta última semana que se seguiu. Madge ficou eufórica com a notícia de  que farei uma surpresa, e que me acompanhará no domingo para a apresentação dele.

Mas nada aplaca a saudade enorme que sinto no peito com essa distância sgora.

— Você quer ir para a minha casa? — ele sussurrou, um pouco ofegante, assim como eu, dentro de seu carro. Sorri, com meus olhos ainda fechados. Se Peeta tinha se casado, porque eu não poderia ter um namorado também e tentar a felicidade?

— Agora mesmo — pedi, abrindo os meus olhos, notando que suas pupilas estavam levemente dilatadas, os lábios um pouco manchados por causa do meu batom roxo, mas um sorriso no rosto e o olhar preso em mim.

Não era muito distante de onde ele morava, aos arredores de Redondo Beach, mas sua casa era simplesmente adorável, em uma vizinhança agradável só de ver. Ao som de Radiohead a viagem foi ainda melhor, suave, no entanto, eu não deixava de ficar nervosa, pois eu gosto de Finnick, e se ele quiser, facilmente entro em um relacionamento sério com ele, ao começar que minha simpatia por ele se iniciou por causa dos nossos filhos.

Antes eu não me importava, mas uma das coisas que aprendi com Edward foi que para agradar uma mãe ou pai, basta agradar aos filhos.

— Anny está com a mãe da Mare, então podemos ficar mais à vontade — disse, abrindo a porta para mim depois de estacionar na garagem. Era tudo muito bonito, embora tivesse claras obras de uma criança, não me incomodou, e sim deixou-me finalmente tranquila acerca da pessoal da qual eu mantinha ao meu lado.

— Tudo bem — respondi, e com um gesto de nervosismo, coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha, piscando duas vezes.

Finnick deu uma risada baixa, e com uma mão, segurou a minha cintura, enquanto com a outra, delicadamente tocou em meu queixo, sugerindo que eu olhasse em seus olhos verdes como a campina.

Peeta, saia agora dos meus pensamentos, agora! Gritei, e dentro da minha cabeça tentei rasgar todas as memórias das quais Peeta me olhava dessa maneira. Sua presença nas últimas semanas me afetou de modo do qual eu não esperava.

Finnick tocou meus lábios com os seus, o que imediatamente me causou o impulso de fechar os olhos, segurando a respiração. Ele era tão fácil de gostar... Mas eu não tenho meu coração acelerado. Droga, droga, sentimentos! Droga!

Minhas pernas bambearam quando aprofundou o beijo, pressionando minhas costas contra o carro, tirando o oxigênio dos meus pulmões quase de imediato. Ele sorriu, e eu também.

— Vem, vamos entrar. Aqui podem tirar fotos nossas — sussurrou, beijando meu pescoço.

Ah, beijos no pescoço...

— Não aja como se eu ligasse, realmente, para isso, Finn — brinquei, mas sincera. Eu não me importava de ser vista com Finnick que levava tudo a sério ao que se refere à família.

— Mas Edward pode não gostar, e nem a Anny... Eles ainda são crianças.

Eu quero fazer amor com o Finnick Odair nesse momento.

Como se a casa fosse minha, com um sorriso largo no rosto, mediante tamanha sinceridade que eu vi em seus olhos, carinho e preocupação, o tomei pela mão, abrindo a porta dos fundos, já que estávamos na garagem, e nem me dei o trabalho de esconder o rosto dos flashes, ouvindo Finnick rir atrás de mim. Ao fechar a porta, suas mãos seguraram minha cintura, batendo nossos corpos na parede, gerando um suspiro entre a dor e a satisfação pelo atrito que fizemos.

Minhas mãos apressadamente foram para o seu paletó, tirando para longe, depois comecei a desabotoar sua camisa social, tirando a gravata tão rápido quanto o vento em um dia quente e todos pedimos urgentemente para sermos atendidos.

— Calma, calma... — Finnick disse, rindo. — Tenho um lugar melhor para te mostrar.

Já que meu corpo estava contra a parede, e o dele contra o meu, com um simples impulso minhas pernas estavam ao redor de sua cintura. Arfei.

Os momentos seguintes foram intensos. Logo eu estava em um quarto grande, em tons cinzas, contrastando todo o resto da casa, com coisas de criança, avisos. Já fui de me importar, hoje é um requisito essencial para pedir o meu telefone.

Finnick não me decepcionou em absolutamente nada. Nossos corpos ardiam, a boca pronunciava o que não era adequado em dias normais. Tudo foi intenso, perfeito, até o momento anterior ao que íamos realizar o ato em si, me sentei na cama, vendo ele ficar de joelhos na cama.

— Não posso fazer isso, Finn — eu disse, quase em um sussurro. Nem cobri meus seios nus, mesmo sabendo que era onde seus olhos estavam presos, escorregando suas orbes e análises para minha barriga, quadril e o "v" que se formava entre minhas pernas. Eu não poderia continuar, não poderia usá-lo para me livrar dos pensamentos do coração e da alma.

— Eu te machuquei? — perguntou, um pouco preocupado. — Fomos rápidos demais, eu sei, mas olha, eu sei que namoramos fazem duas semanas e que você e Ed voltaram a se falar a menos tempo ainda, mas eu realmente sinto que você está me levando a amar de novo e...

Mordi os lábios, começando a piscar freneticamente para não começar a chorar. É por causa disso.

— Finnick, você é incrível demais, mas eu não posso fazer isso. É injusto com você! — exclamei no final, começando a me envergonhar de toda essa situação.

— O que? — Não se atreveu aproximar-se de mim. — Katniss! Eu te trouxe na minha casa!

Não nos conhecemos totalmente, mas ele definitivamente prezava sua casa, no aspecto de família. Céus, por que eu sou tão ruim?

— Preciso ir embora, me desculpe, me desculpe — falei, me segurando para não começar a chorar. Peguei meu vestido, que deslizou para cima em meu corpo com facilidade, enquanto Finnick vestia uma bermuda, tentando acompanhar o meu ritmo, e antes que eu saísse do quarto, ele segurou minha mão.

— Não vai nem ao menos dizer o que sente? — seu tom de voz era tão doloroso que eu não aguentei segurar as lágrimas. Elas escorreram sem permissão, mas só algumas. Outras estavam guardadas nos canais lacrimais para quando eu estivesse sozinha.

— Eu gosto tanto de você que não aceito tratá-lo como todos os outros, Finn — falei baixo, contendo-me para não soluçar. — Me desculpe, por favor. Eu sou tão grata a você que...

Com um diploma em me surpreender, me puxou para si, beijando-me de modo tão amoroso, que eu só conseguia responder, com as mãos ao redor de seu pescoço.

— Casa comigo então — propôs. Meu coração disparou desenfreado. — Casa comigo, Katniss.

Olhou dentro dos meus olhos, de modo intenso demais, que desviei o olhar. Odeio quando não consigo me expressar, o que é comum, afinal, eu sou um poço sem fim de ignorância.

— Não posso aceitar, Finnick — sussurrei. — Não sou nada do que falam a respeito agora.

— Eu sei, e é por isso mesmo que te proponho isso, querida — seu olhar não me julgava, não me acusava de absolutamente nada.

— Eu preciso ir — novamente, sussurrei. Não tinha mais forças em mim para poder me expressar em voz alta. Por sorte, a porta do quarto estava aberta. Eu não conseguia abrir sozinha.

— Você vai me deixar aqui? — perguntou, no mesmo tom que eu lhe respondi. Como aquilo malditamente doía o coração. Por um momento, odiei sua ex-esposa por ter morrido, mesmo que a culpa não fosse dela. Uma pessoa como ele merece um amor que dure toda a vida, que o ame de corpo, alma e espírito, podendo morrer por ele. Eu não podia fazer isso, pois não era ele quem completava algo que ninguém sabe que é incompleto até que doa.

— Finnick, não é um adeus — eu disse, dando um passo para fora do quarto, sem estar olhando para ele, e sim para o corredor que dava na sala devidamente arrumada. — Eu só preciso me organizar. Antes que eu diga um "sim" para você, que é o que eu quero, preciso melhorar quem sou.

Parecia que meus pés congelaram, mas não os meus olhos, que derramaram mais algumas lágrimas. Mas comecei a chorar quando ele me abraçou por trás, envolvendo meu corpo todo em seus braços fortes.

— Você não precisa mudar, Katniss — garantiu-me. — Aprenda com seus erros e viva.

Virei-me para ele, ainda em seus braços, mas permaneci abraçada a mim mesma.

— Eu adoro ser sua namorada. Você me faz me sentir a coisa mais incrível do mundo, mas eu definitivamente não sou isso tudo. Sinto prazer em saber que o mundo sabe que estamos juntos, pois você me deixa feliz, mas... Ah... — suspirei, fechando os olhos, pondo minha cabeça em seu peito, fechando meus olhos. — Só me deixa pensar na possibilidade?

— De usar o meu sobrenome? — brincou, fazendo carinho nas minhas costas. Homens com o Finnick mereciam ser colocados em pedestais quando solteiros. Vale a pena lutar por.

— É muito mais do que isso, Finn, e você sabe — falei, suspirando. — Preciso ir. Amanhã é o meu voo para Cambridge, e eu não arrumei as malas do Romeu e Bandike.

Não conseguiria ficar ali por mais tempo sem sentir-me culpada.

— Eu juro que vou te ligar quando chegar em casa — prometi, tocando a maçaneta da porta de saída dos fundos. — Você não sabe o quão importante é para mim.

Seus olhos estavam me olhando com toda atenção do mundo, causando em mim a sensação de ser adorada. Diga sim, Katniss.

— Katniss... — sua voz era quase uma súplica, dando dois passos na minha direção.

— Minha resposta é sim, Finnick, mas eu não posso oficializar nada, nada pode acontecer entre a gente. Vai ter um dia que você vai me conhecer de verdade, e vai ver o quão egoísta e idiota que eu sou!

Exclamei, sentindo minhas bochechas queimarem.

— Que droga! — continuei, dando um passo na direção dele. — Eu gosto de você! Gosto mesmo! Mas não podemos continuar até que eu entenda melhor as coisas!

— Mas que coisas, Katniss! Que coisas! Se explique melhor!

Senti o choro vir mais uma vez.

— Se você não entende, eu não vou ser quem vai entender, sinto muito.

E saí.

Na noite seguinte

— Já, já peguei tudo, Prim — falei ao telefone, que estava no viva voz enquanto eu passava a chave na porta. — Onde você está? Nós precisamos chegar lá, entendeu?!

E nós vamos! — disse, sorridente. Só ela mesmo para estar tão feliz às 19h da noite de sábado, pronta para enfrentar 4 horas de voo, depois mais duas de Londres até Cambridgeshire!

— Bandike está muito eufórico aqui, Romeu também — avisei, suspirando. Eles andavam de um lado para o outro, como se soubessem que iriam andar de avião. Eles gostam de viagens. Adoraria compartilhar da mesma animação.

Ótimo! — exclamou. Era parecia muito feliz. Talvez tenha bebido ou usado algo que Rob trouxe da faculdade. — Estou te esperando no saguão.

Desliguei, bufando. Minha mala média já estava no carro com Tresh, então desci apenas com roupas de frio e minha clássica peruca loira.

O número de Peeta estava nos mais discados, claro, porque Edward esqueceu de desligar o celular quando entrou no avião. Eu já teria lhe mandado um celular novo, óbvio, no entanto, Peeta me proibiu de fazer isso pois quer que "Teddy faça amigos e tenha uma vida além do celular". Revirei os olhos com essa frase, mas sorri. Preciso aprender melhor essas coisas.

Alguns suspiros foram ouvidos, e sussurros, o que não entendi, franzindo para o celular.

— Alô? Tem alguém aí? — perguntei, confusa.

Clove, desliga esse telefone — Peeta pediu, com a voz um pouco distante. — Daqui a pouco o Edward vai perguntar porque a gente está demorando.

Senti minhas bochechas ficarem vermelhas. Jaguara!

Uhum — ela concordou, suspirando. — Quem é?

— Sua mãe — ironizei, desligando o celular, mas juro que senti que ela deu um sorrisinho vitorioso por saber que eu sabia que nesse momento ela e Peeta consumavam o casamento de forma fervorosa antes que o meu filho chegasse em casa.

Juntei todas essas situações, desde Finnick estar querendo uma coisa ainda mais séria comigo — embora eu insista que não sou nada do que ele mereça —, eu ainda claramente com sentimentos por Peeta, Peeta e Clove, Edward e a impossibilidade de vir morar comigo, Prim e sua euforia a essa hora da noite, Amy contando coisas das quais eu mandei ela não contar na mídia, mais algumas notícias sobre minhas fotos vazadas três anos atrás.

Eu vou matar alguém.

Deus, me ajuda, por favor — sussurrei, fechando meus olhos por cinco segundos. — O que eu fiz para merecer tanto? O que?

Bandike e Romeu latiram, me dando um susto desgraçado, trazendo-me para a realidade mais uma vez. Ah, meninos, como eu queria ter as quatro patinhas de vocês e me preocupar apenas com o horário das minhas refeições...

— Boa noite — Tresh desejou com um sorriso, assim como Prim.

— Só se for pra vocês — respondi, bufando, com muita raiva no coração. Acho que ninguém que me conhece vai se surpreender caso eu um dia morra com câncer, já que eu sou tão rancorosa assim. Dane-se também, dane-se.

Entrei no carro, depois de puxar um pouco mais a touca para baixo, sentindo diversos flashes em meu rosto, gritos desesperados por uma informação. Finnick é chamado por Hollywood de Queridinho, e é claro que agora só falam nele.

— Você está indo ver o Finnick, Katniss?

— Você e ele tem planos para se casarem?

— Vocês se amam?

— Como ele lida com as suas fotos nuas na internet, que rodaram todo o mundo?

— Como foi quando seu filho descobriu sobre isso?

— Katniss! Katniss!

Senti mais uma vez vontade de chorar, mordendo os lábios, mas entrei no carro antes que ele notassem isso ou mesmo que fosse captado pelas câmeras. Peeta discutiu muito sério comigo por telefone quando as fotos foram vazadas, e me xingou de nomes tão sinceros que eu nem tive forças para discutir a respeito, mas no final ele suspirou e perguntou qual era o meu problema. Agi com ignorância e ficamos sem contato – o que inclui o Ed –, por quatro meses, até a poeira abaixar, porém, sempre que fico com alguém por mais de duas semanas, tudo volta à tona em um piscar de olhos. Odeio quando isso acontece.

*

Dormi durante todo o voo, dormi como uma vítima da Medusa, ou seja, como uma pedra. Não fiz questão nem de comer, com exceção de alguns oreos de Prim, que estava tão ansiosa quanto um pintinho no lixo.

— Dá pra parar com essa animação toda, Primrose? — pedi, arfando de pura irritação. Ela riu, guiando Bandike para fora do aeroporto, enquanto Romeu dormia no meu colo. Ele gosta mais de ficar assim do que caminhar.

— Você voltou a ser uma amarga. Tomara que Edward tire isso de você, e aliás... — abriu um sorriso enorme no rosto, estendendo-me um papel.

— O que é isso? — perguntei, esfregando os olhos. Meu pé esquerdo ainda doía por causa da semana passada, embora não estivesse enfaixado, e eu estava empurrando o meu carrinho do aeroporto com minha mala pequena, com roupas para apenas quatro dias. Ficarei até segunda à tarde, mas vai que. É sempre bom estar preparada.

— Isso é um pedido de guarda do Edward. Guarda integral — respondeu com um sorriso torto, animada.

— Como é? — perguntei, sem acreditar, parando o que eu fazia, para ler atentamente aquelas palavras. — Por que você fez isso?

Minha voz era baixa, um tanto impressionada. Edward comigo em tempo integral? Isso é maravilhoso!

Mas... Peeta quem cuidou dele quando eu os abandonei. Não é justo.

— Porque você, queridinha, foi chamada para fazer um teste para um novo filme, que só de dizer o nome os produtores querem investir, e você vai poder ganhar de uma vez por todas o melhor lugar no Ranking.

— Mas... Você está usando o Edward para isso? — perguntei, quase sem voz, ainda parada no meio do aeroporto.

— Ah, Katniss, amanhã eu te explico melhor. São 23h da noite, e amanhã você tem reunião para ir. Quero ter a certeza de que você estará muito bem! Não se preocupe com isso. Olha, é a Madge!

Eu ainda estava tentando me recuperar. Minha respiração até mesmo falhou um pouco.

Coloquei o papel na bolsa, sem conseguir me expressar com coesão, porque eu não estava conseguindo pensar com todo esse sono. Muita coisa me acontecendo.

Cumprimentei Madge, abrindo um sorriso, embora não seja exatamente a expressão que eu queria demonstrar. O caminho para o hotel foi tranquilo, ao começar pelo fato de que o irmão de Prim estuda aqui em Londres, então a levou para sua casa, enquanto Gale levou eu e Madge para o hotel.

— Mas vocês não vão ficar no mesmo quarto? — perguntei, corada. — Não quero atrapalhar, e...

Madge riu, enquanto Gale abriu um sorriso. Ele era bem quieto.

— Katniss, nós resolvemos esperar. Bom, achamos que as coisas são bem mais legais quando esperamos.

— Uau... — falei, impressionada. Os olhos dela brilharam. — Isso é incrível.

E esbocei um sorriso largo e verdadeiro. Vou adorar passar os próximos quatro dias com ela.

~*~

— AI MEU DEUS! KATNISS! — Madge gritou, me empurrando. — O HORÁRIO DO CULTO, GAROTA! SÃO NOVE E VINTE DA MANHÃ!

Abri meus olhos, assustada, mas me arrependi, sentindo o Sol bater na minha vista com uma intensidade assustadora.

— O que?! — exclamei, rolando pra um lado da cama, ofegante. Meu coração acelerou, vendo o horário que marcava o relógio.

09:21

— Jesus de Nazaré! Anda! Você... Você... Ah! — Desisti de querer berrar com Madge, afinal, quem é a mãe de Edward sou eu, e não ela. Peguei meu celular enquanto ia para o banheiro, já que a loira havia acabado de sair de lá, pegando suas roupas na mala. Nem me incomodei com sua nudez, embora seja altamente bizarro acordar e ver os peitos de uma mulher, mas eu estava preocupada demais.

Espero que você esteja chegando — ele disse, em um tom contido.

— O que?! Eu acordei agora, seu idiota! — bramei, irritada, descendo minha calça jeans e calcinha. Cheguei com tanto sono que dormi antes que pudesse trocar de roupa. Romeu e Bandike continuaram a dormir serenamente na cama onde eu estava, como se nada estivesse acontecendo.

COMO É QUE É?! — gritou. — Sua louca! Senhor... — respirou fundo. — Eu não quero ter que te xingar estando a um passo de entrar na Igreja. Prometi a Deus que não faria isso, e daria bom exemplo, estando de bem com todos. Vem você e me diz que ainda vai tomar banho!

— E você acha que eu quero ter pensamentos homicidas e suicídas? Não! Como o Edward está? Ele vai se apresentar que horas?

Pus o celular no viva-voz, sem me importar em fechar a porta do banheiro pois Madge estava concentrada demais vestindo sua saia vinho pregada. Voltei para mim mesma no espelho, tirando meu sutiã, lançando a blusa para algum canto do banheiro.

Muito nervoso, pois é a primeira apresentação solo, e o coral quem vai acompanhá-lo, mas está ótimo. Pergunta de você a todo o instante. Você precisa aparecer hoje na Igreja! E vê-lo se apresentar!

— Amor, vamos, o pastor acabou de entrar — ouvi a voz serena de Clove. Bufei.

— Tudo bem, querida, já estou indo. KATNISS! — Nem me surpreendi com sua mudança repentina. — Ele se apresenta às 10:15.

E desligou na minha cara. Atrevido.

Tomei o banho mais rápido da minha vida, lavando apenas os lugares baixos, axilas e cabelo, passando uma escova grande. Adoraria passar um secador, mas é impossível.

Praticamente voei para a mala, pegando o primeiro vestido, o que escolhi justamente para essa ocasião.

— Quer ajuda? — Madge perguntou, prendendo o cabelo loiro e longo em um perfeito rabo de cavalo.

— Por favor... — choraminguei. Ela riu, correndo até onde eu estava, fechando o zíper da minha roupa. — Obrigada.

Meu cabelo estava de bom humor, e o clima parecia ideal para o dia de hoje. O céu estava bem azul com finas nuvens e pássaros nas árvores, indicando a Primavera, e em poucos dias, o amado Verão.

Calcei um salto alto número oito, deixei o cabelo solto, passando um batom de cor neutra. Não era o meu objetivo chamar a atenção.

— ' pronta! — Madge avisou, no instante que eu beijei a cabeça de Romeu e Bandike.

— Eu também, só vou colocar ração para eles, ok? — assentiu, caminhando até a porta, dando uma última arrumada na roupa.

— Cuidado, hein? — falei para meus cachorrinhos, que apenas respiraram fundo, com sono. Sorri. Tão mais fáceis de lidar do que pessoas.

Eu e Madge fomos em passos apressados para o elevador, quando a decepção: Com Defeito.

— Droga, droga! — exclamei, arfando, descendo as escadas furiosamente, querendo falar palavras tão ofensivas quanto a permanência do presidente Clinton na presidência dos Estados Unidos!

Madge estava com sandálias, então pôde andar mais depressa, falando ao celular com alguém.

Depois de 12 vãos de escadas, nós duas suadas e ofegantes, chegamos ao saguão, quase caindo de susto com tantas câmeras e flashes em nossa direção.

Coloquei óculos escuros e um boné, suspirando, tendo que voltar as escadas e sair pela saída de emergência, mas por sorte, Gale nos esperava no carro, cantando alguma música da banda Hillsong. Ao nos ver, fez uma expressão séria.

— São dez para as dez, sabiam? — Quase chorei ao ouvir as horas.

— Não gasta, Gale! E vamos logo com esse carro! — Não foi preciso dizer duas vezes.

Durante o percurso, eu e Madge compartilhamos maquiagem, em um quase silêncio, mas estávamos em harmonia. Não acredito que passei tanto tempo da minha vida menosprezando ela e a sua amizade.

— Perai, deixa eu passar em você — pedi, notando sua dificuldade com o delineador e o carro em constante movimento. — Tenho experiência com isso.

E com um movimento, fiz um gatinho em seu olho esquerdo, depois no direito. Ela sorriu, agradecida. Não tentei fazer o mesmo em mim, me contendo com a máscara de cílios e uma sombra branca bem leve.

Meu coração bateu mais forte quando Gale estacionou próximo à Igreja, que estava cheia de carros próximo. Um frio na barriga veio, fazendo-me morder o lábio. 10:35.

Um tanto conformada com o fato de que perdi a apresentação, mas me maravilhei, admito, com uma ponta de ciúmes quando Gale e Madge entrelaçaram as mãos e foram na minha frente.

— Fique calma — o moreno de olhos cinzas disse, com um sorriso torto. — Vai ficar tudo bem. Ao menos você chegou aqui.

Respirei profundamente, e... Sorri.

Não sei por qual motivo, mas sorri. Talvez seja a boa vibração que senti desde o momento em que passamos em frente, mas algo me dizia para eu relaxar, simplesmente, mas mesmo assim caminhei com passos um pouco apressados para entrar na Igreja.

Nunca fui religiosa, mas por estar aqui, eu sabia que era desrespeitoso usar óculos escuros e boné. Meu pai frequentava a igreja, e de vez eu quando eu vinha junto, e ele me dizia para nunca comer no culto, missa, seja lá o que for, e não usar coisas que cobrissem o meu rosto. Não que condenem quem entra assim, mas também acho melhor ficarmos sem nada nos "cobrindo".

As portas estavam abertas, e as pessoas de pé. Nós três aproveitamos que mais um grupo de cinco pessoas estava entrando e os acompanhamos.

Senti que eu era errada demais para estar ali. Eu sabia que era uma pessoa que não fazia coisas certas, me relacionava com muitas pessoas sem sequer saber seus nomes, e que isso era condenado por Deus, mas naquele momento eu estava tão interessada em esquecer de quem sou, que quase chorei quando uma senhora me desejou a paz do Senhor quando entrei.

— As crianças já se apresentaram? — perguntei baixinho para ela, que abriu um sorriso ainda maior.

— Oh, irmã, ainda não. O pastor deixou que os jovens se apresentassem primeiro. Vai assistir alguém em especial?

— Meu filho, Edward Mellark — senti orgulho em dizer o nome da criança, mas sem maldade.

— Ah! — suspirou, tocando meu ombro. — Tem um lugar logo ali! — indicou-me uma cadeira ao lado de uma jovem.

— Anjo, ali tem duas cadeiras para nós, logo atrás da Katniss — Madge sinalizou, segurando o braço de Gale, que sorriu, dando uma última arrumada no paletó.

— Muito obrigada — agradeci a senhora, que sorriu carinhosa. Só de olhar para ela eu me senti melhor.

Fui para o lugar do qual ela sinalizou. Não estava na frente, onde Peeta provavelmente estava com Clove e uma câmera, mas eu podia enxergar com clareza o altar, onde eles provavelmente se apresentariam.

— Peço desculpas aos irmãos por ter me prolongado demais na pregação de hoje, mas sempre me animo ao pregar sobre Mateus 19:13. As crianças devem ser nosso principal exemplo de como devemos manter nosso coração. Temos o direito de nos aborrecer, mas não de permanecer no aborrecimento. Bem, então, agora deixemos elas se apresentarem!

Sorri, acompanhando as pessoas que bateram palmas.

Várias crianças, altas e baixas, meninos e meninas, entraram com uma espécie de beca azul, sorrindo. Procurei Ed, mas ah, tinha que vir ele, com uma beca em um tom mais escuro. Suas bochechas estavam bem coradas, e um sorriso tímido tinha no rosto, enquanto caminhava para o centro, parando em frente a um microfone com lugar para colocar as folhas de partitura. O mesmo "pedestal" para cada criança, com exceção de que apenas o dele tinha microfone.

A cena era tão linda, mas tão linda, que nem me dei o trabalho de pegar meu celular para tirar foto, pois nada seria tão belo quanto aquele momento. Edward estava em um lugar mais baixo que os outros, mas era o destacado. No fundo deles, uma parede cautelosamente pintada na cor creme com uma vidraça perfeita de uma cruz vazia. Senti um frio na barriga gostoso ao olhar para aquilo, me esquecendo de quem eu sou em Hollywood, e me coloquei apenas como admiradora das coisas boas e mãe.

A banda que estava no canto — mas só notei agora —, começou a tocar uma batida que ou todos ou 90% das pessoas ao redor do mundo conhecem. Os integrantes não pareciam ter menos de 14, mas não mais de 18 anos.

Quando a vozinha de Edward preencheu meus ouvidos e o de todos que estavam ali.

Oh dia feliz!(oh dia feliz)

Oh dia feliz!(oh dia feliz)

 

Quando jesus lavou(Quando jesus lavou)

Quando jesus lavou(Quando jesus lavou)

Quis aplaudir, tamanho orgulho senti, mas acho que meus olhos molhados de lágrimas e o sorriso largo em meu rosto denunciavam minha alegria.

Jesus lavou(Quando Jesus lavou)

Lavou meus pecados para longe

 

Oh dia feliz!(oh dia feliz)

Oh dia feliz!

Ele e o coral estavam perfeitamente alinhados, arrancando palmas para sincronizar com o ritmo, e com isso pude ver o quão mais relaxado ele ficou, sorrindo mais.

Ele me ensinou como (ele me ensinou como),

Para lavar .. (para lavar ..),

A lutar na Oração ... (a lutar na oração ..)

Lutar na oração..(e ainda a viver em alegria).

 

E regozijo ao vivo, todos os dias, todos os dias!

Oh oh oh yeah cada dia!

E mais uma parte se repetiu, com comentários entusiasmados das pessoas ao meu lado, comentando o quão bom cantor ele é, assim como simpático, com algo especial dentro de si.

Ah... Meu filho! Ele é o meu filho! Quis gritar, sinalizando, mas apenas me deixei chorar de felicidade.

*

— A senhora ouviu, tia Clove?! — Eu deixei que Madge e Gale fossem na minha frente para o hotel, pois eu queria parabenizar Ed pela sua apresentação incrível, mas eles me obrigaram a levá-lo lá, pois queriam congratula-lo e ambos tinham presentes para dar para ele. Abracei Madge bem apertado, agradecendo-a por tudo e que logo eu estaria lá com ele.

Hoje o dia pode ter começado um pouco tenso, mas tudo estava dando certo.

— Ed? — chamei, procurando o pequeno entre as dezenas de pessoas que saíam da Igreja, todas com um sorriso, conversando entre si.

— Mãe? — Virei-me ao som de sua voz, encontrando-o a menos de cinco metros de mim. Ele estava com uma expressão puramente surpresa, vestindo calça e blusa social, com um blazer preto por cima. Abri um sorriso ao vê-lo, correndo em sua direção, pegando-o no colo.

— Meu Deus, que saudade eu senti de você, Ed! — falei, querendo chorar mais uma vez, deixando meus olhos fechados.

— A senhora está mesmo aqui? — sussurrou, abraçando-me ainda mais apertado. Sorri.

— Claro que sim, seu bobo — respondi, querendo ficar o resto do dia assim com ele. — Claro que sim. Eu disse que não faria as mesmas coisas de antes — o coloquei no chão, e abaixei-me um pouco para olhar melhor dentro de seus olhos com heterocromia. — Eu amo você. E o seu pai me chamou para vir te assistir. O que acha que eu fiz?

Ele começou a chorar, rindo, esfregando as mãos pequenas nos olhos.

— A senhora me viu cantando? — assentindo, sorrindo. Não sei se aquele sorriso vai sair do meu rosto pelo resto da semana toda vez que imaginá-lo cantando mais uma vez.

— E amei loucamente cada nota, chorando em toda sua apresentação — passei o polegar por sua bochecha, tirando o vestígio das lágrimas, então, fiquei com uma expressão mais séria. — Me perdoe por não ter vindo a nenhuma apresentação antes, Edward. Se eu pudesse voltar no tempo hoje, eu teria continuado em Liverpool e ajudado Peeta a cuidar de você, indo em todo o lugar que você fosse, pronta para te aplaudir de pé e dizer o quão admirada sou por você ser exatamente quem você.

— Mãe... Como eu amo a senhora! — exclamou, jogando os braços ao redor do meu pescoço mais uma vez. Ajoelhei-me para devolver melhor esse abraço, e não me incomodei por meus joelhos estarem na grama. Às vezes tudo o que a gente tem que fazer é ficar de joelhos e reconhecer o que fazemos de errado.

Ficamos abraçados, e sinceramente, eu não queria me afastar dele, mas cinco segundos depois alguém sinalizou que estava ali.

— Então você veio — ouvi Peeta dizer. Abri meus olhos. Eu e Ed nos separamos, para me pôr de pé, no entanto, não deixei de continuar abraçada ao meu filho, com um braço por cima de seus ombros.

Peeta estava simplesmente impecável. Calça social preta, blusa branca e um blazer azul marinho, destacando o azul em seus olhos, embora a mancha verde em seu olho esquerdo tenha destaque, era o azul que predominava.

— Eu disse que viria — respondi, dando um sorriso torto sincero. Clove estava ao seu lado, com um vestido branco com dourado, calçando salto alto e uma tiara brilhante e discreta na cabeça, eram um casal perfeito, o que me fez ter a respiração acelerada ao pensar que eu poderia estar ali, mas de algum modo, eu não poderia mais sequer cogitar o passado.

— Katniss? Katniss Everdeen? — Aquela voz era inconfundível. Annie.

Pensei que ela fosse me lançar pedras, gritar, mas não, apenas sorriu largamente em animação, vindo me abraçar. Soltei da mão de Edward por um instante, e esse sorriu, como se aprovasse minha atitude. Abracei minha amiga que eu não via a tantos anos, mesmo que sua barriga de sete ou oito meses não contribuísse muito, abri um largo sorriso, realmente feliz por vê-la.

Quando nos separamos, notei as lágrimas em seus olhos tão verdes quanto a grama. Seu rosto só estava mais aprimorado, continuando sua beleza imaculada, mas ainda mais aprimorada. Posso comparar sua beleza ao Sol da manhã.

— Você finalmente veio! — disse, empolgada. — Ao te ver nas telas de cinema, não podia imaginar o quão bonita você realmente está!

Corei, sorrindo envergonhada. Uau, eu não me lembrava que podia demonstrar isso.

— Obrigada... Fico feliz que os produtos de Hollywood dão realmente certo. E você está linda demais, Annie.

Riu, colocando uma mecha de seu longo cabelo ruivo atrás da orelha.

— Valeu, tenho ouvido isso com mais frequência depois dessa barriga aqui — tocou levemente a barriga, carinhosa, mas divertida. Annie com sua mesma simpatia e carinho de sempre.

— Pois merece. Qual o nome? — perguntei, realmente interessada, sem me incomodar com as câmeras que me seguiram até aqui. Estou muito feliz para brigar com alguém.

— Linda — respondeu, sorrindo. — Cato queria outro, mas quem está grávida sou eu, quem precisa de novas roupas também sou eu, então não houve muita discussão acerca do assunto.

Ri, fechando os olhos. De qualquer modo, ela é muito persuativa.

— Ann, minha mãe está chamando para almo... Katniss! — Cato aproximou-se, e ao me ver, apresentou a mesma surpresa da esposa. Gelei, esperando confusão, mas não. Recebi um sorriso e um breve abraço. — Caramba, preciso acreditar no caçulinha mesmo.

— Edward odeia esse apelido — Annie lembrou, revirando os olhos.

— Problema é dele. Ninguém mandou ter meio metro de altura.

Gargalhei.

— Onde está o Ed? — perguntei para o loiro, que tinha os cabelos mais claros que os de Peeta, e assim como o irmão, estava mais inimaginavelmente mais bonito também, usando um terno que lhe caía tão bem quanto uma limonada no verão.

— Está no carro com a Clove, pulando veio um sapinho — ri, agradecendo, indo na direção do carro de Peeta.

Não era um carro "oh meu Deus, ostentando, viu?", mas era um carro ótimo. Um volkswagen voyage branco muito bem cuidado.

— Você está feliz? — escutei Clove perguntar a Edward, que sorriu no banco de trás.

— Mas é claaarooo! — respondeu, batendo palmas. — Mãe!

Sorri para ele, embora meu peito doesse de ciúmes dela.

— Oi! — respondi, cumprimentando a morena que estava no banco da frente com um sorriso. — Vim me despedir. Mas antes de começar o drama, Madge pediu para você ir aonde estamos hospedadas. Ela veio hoje, amou você cantando e de qualquer forma, tem uma surpresa para te dar.

— Surpresa! Surpresa! — comemorou, batendo palmas, pulando em sei assento no carro, animadíssimo.

Sorri genuinamente.

Dei um abraço nele, mesmo que um pouco acrobático por ele estar dentro do carro e eu fora, mas demos um jeitinho.

— Seu pai sabe onde é o hotel, provavelmente. É o Hilton Cambridge Hotel — o pequeno assentiu. — Não esquece de ir lá ou eu vou vir a força!

— Ah, mas nem que eu vá de skate! — disse, sorrindo, quando Peeta chegou.

— Cruzes! Eu estava te procurando! — disse o loiro, ofegante. — Minha mãe quer que você almoce com a gente. Meu pai pediu para te dizer que é uma ordem, assim como Cato e Annie.

Fiquei boquiaberta com a possibilidade.

Ma-ma-mas...

Mãããe! Entre no carro agora! — Edward exigiu, puxando minha mão.

— O que? Mas... — Peeta entrou no lado do banco do motorista, ou seja, do lado direito, enquanto Clove estava no lado esquerdo.

— Katniss, entra — a baixinha pediu, com um sorriso torto, depois de analisar qual era a reação de Peeta sobre o assunto.

— É, mãe! Vamos! — Mesmo que eu sentisse vergonha de toda a família de Peeta, e do próprio Peeta, eu adoraria complementar meu dia almoçando com Edward.

— Me passa o endereço que às quatro eu vou — avisei para Peeta, dando um passo para trás. — Não posso ir. Madge está me esperando, e eu trouxe o Romeu e o Bandike. Mas eu vou aparecer por lá, diga para sua mãe — pedi para Peeta, que olhou para Edward através do retrovisor.

— A senhora veio aqui, em outro continente, só para me ver cantar, então vou acreditar! — Ed disse, cruzando os braços na frente do peito, com uma expressão que não consegui decifrar bem. Parecia bem irritado, mas tranquilo.

— Pode acreditar que vou ir, apenas me passa o endereço — Peeta assentiu, passando-me as coordenadas para a casa de seus pais, que não era a mais de meia hora de onde estamos de carro.

— Só dizer que está procurando a gente — disse, tranquilo. — Certeza que não quer ir?

— Não é que eu não queira ir, e sim que eu não posso ir.

— Tudo bem então... — parecia em uma linha tênue entre decepção e alívio. — Não esquece de ir à tarde. Ao invés de ir para o hotel dormir, podia ficar com o Ed essa noite, por exemplo. O que você acha?

— Ainda mais agora que o quarto do Pequeno Príncipe é maior, vai ser melhor para você, Katniss — Clove completou o que disse o marido. Essa forma da qual eles se completam me deixa estagnada, mas admirada.

— É! Isso, mãe! Dorme lá, por favoooor! — Edward pediu, suplicante, como qualquer outra criança de nove anos.

— Mas tem os cachorros e...

— Tem lugar para eles ficarem, não se preocupe — Clove tranquilizou-me, sorrindo. — Vão pensar que estão em um parque. Os fundos da nossa casa é enorme, não precisa se preocupar.

— Oh, não, não sei se é um incômodo para vocês e...

Peeta riu, balançando a cabeça.

— Desde que não tentem me atacar, está tudo bem.

Sorri, encontrando a serenidade em seu rosto.

— Ok, eu estarei lá mais tarde.

Issooooooo! — Ed comemorou, batendo palmas empolgado. Às vezes parecia que era mais velho, enquanto em outros momentos parecia ter ter sete anos, mas eu amo isso.

Dei um beijo na bochecha corada dele, acenando para o loiro e a morena. Observei o carro partir, suspirando profundamente. Eu poderia estar indo pra casa agora, mas estou indo para o hotel, chorar, e tentar aceitar meus erros passados.

Caminhei na direção oposta ao carro, e admito estar calma, mesmo que sentindo um saco de cimento em meus ombros por causa do arrependimento de ter sido tão cega no passado, eu estava relativamente feliz por tudo. Chamei um táxi. A viagem foi rápida e divertida pelo olhar que a motorista deu para mim, surpresa. Acho que todos estão muitos surpresos hoje.

Ao chegar no hotel, fui bombardeada por câmeras e gritos. Apenas paguei a moça que me trouxe aqui, e ela sorriu para mim. Deixei um papel assinado com o meu nome depois que vi revistas sobre mim no banco detrás. Espero que ela goste.

Sorri para todos, acenando.

— Boatos dizem que você veio para ver o seu filho, isso é verdade? — um jornalista perguntou, apressado, com os óculos de grau unidos por uma fita adesiva.

— Não são boatos, é uma verdade. Vim ver o Edward se apresentar em um coral na Igreja — falei, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — E devo dizer que ele foi maravilhoso.

Respondi mais algumas perguntas, fugindo das quais se referiam ao meu relacionamento.

— E você e Finnick? O que está acontecendo? — um frio na barriga me veio, deixando-me um pouco tensa.

— Se ele disser que estamos juntos, nós estamos, e se disser que não, ainda continuo sentindo o mesmo — a resposta era evasiva demais, mas era a pura verdade. Não consegui lidar para Finnick, e recusei as chamadas que ele me fez. Nesse momento, eu adoraria conversar com ele.

— E seu relacionamento com o pai do seu filho? Ele é casado, o que você tem a dizer?

— Que o desejo toda felicidade do mundo, porque ele e sua esposa merecem. Licença, eu preciso entrar.

E passei pelos diversos repórteres, suspirando aliviada quando entrei no saguão do hotel. Enquanto tirava as pulseiras no meu pulso, a caminho do elevador, pedindo ao Céu em pensamentos para o elevador estar bom, meu celular tocou, e eu prontamente atendi.

Ed me convidou para ir para a casa do Peeta, acredita? — a voz de Prim ecoou em meu ouvido. — Eu e Madge. Parece que a nossa tarde está ótima.

— Uhum — murmurei. Não queria falar com ela, muito menos precisar sair com ela. Ainda não raciocinei muito bem sobre a guarda integral de Edward que ela havia providenciado sem eu sequer pedir.

— Vou te buscar junto com a Mad! Esteja pronta às 15:30!

Desliguei na cara dela, revirando os olhos.

Para o fim desse dia, eu só desejava paz. Pode chover, cair granizo, apenas quero deixar Edward feliz, pois atualmente é a única coisa que me mantém feliz, sem me decepcionar. E mesmo que me decepcionasse, acho que finalmente estou com o sentimento de como ser mãe, e não acho que isso possa sair de dentro de mim por um longo período de tempo.


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Notas finais do capítulo

Olha eu aqui, dançando Oh Happy Day enquanto escovo os dentes pra ir pro curso daqui a pouco!
Foi mal mesmo por um capítulo tão longo, eu realmente quis escrever menos, acrescentando muito mais acontecimentos, pois era para a fic acabar em mais dois capítulos, mas ao meu ver isso não será possível *chorando*
Vou brincar um pouco no snap agora, mas caramba, 'tô muito triste por causa de algumas coisas que amigos me disseram, e também porque o próximo capítulo vai ser muito triste, com um pov Peeta bem tenso, e já é o penultimo capítulo, depois mais um, então um bônus 3 e fim.
Espero que tenham gostado, de qualquer forma, que não tenha ofendido ninguém e queria dizer que a Katniss pode ter se sentido constrangida por fazer tantas coisas erradas, e Deus realmente condena as coisas erradas, mas Ele nos ama, viu? ♥ E não há nada que nos separe desse amor incondicional.
O que mais eu queria dizer... *coçando a cabeça, com um olho fechado* Esqueci.
AH LEMBREI!
Gente, eu só respondi alguns comentários, e peço desculpas a todos que ainda não foram respondidos, mas saibam que todos serão, viu? Essa semana voou demais, demais, não? Nem senti ela passar! *assustada* E EU AINDA NEM PAREI PRA ASSISTIR A ESPERANCA O FINAL NO NETFLIX! *mais assustada ainda*
Amo vocês, agradeço imensamente sobre a ajuda com os nome, e que a Florence e Oliver ganharam ♥ Vão descobrir a razão desses nomes logo, logo, mas hoje não. Mas os outros nome vão ser aproveitados, com certeza!
Agora preciso mesmo, mesmo ir, e peço sugestões para como Peeta e Katniss podem se envolverem, ou a Katniss e o Finnick.
Desde já sou grata a todos vocês, com certeza.
Amo todos, beijos, fiquem com Deus ♥ ♥