Treinando a Mamãe escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 11
Edward, NÃO faça um jogo comigo


Notas iniciais do capítulo

HOJE É SEXTA-FEIRA, TANANANANANANA! DIA DE ZUEIRA, TANANANANANANANA! *deslizando com meias sociais do meu pai, ainda com frio, toda abraçada ao meu quimono*
Mas...
Eu estou triste demais, demais, porque descobri o final de A Coroa, e eu não suporto a Eadlyn mais ainda (e olha que eu nem comprei o livro A Herdeira), mas agora detesto ainda mais ela.
Eu sou muito contra-mão *balançando a cabeça*
Só gostaria de dizer que estou bem triste com isso, mais uma vez, e estou sem forças para reagir. Mas já estou me recuperando. Ou não.
Acho que vou vomitar, de tão nervosa que eu estou, é muita coisa acontecendo na minha vida pessoal, e agora uma bomba dessas na vida literária, não tem condições.
Quero um Snickers e mergulhar no mundo dos livros para sempre.
Sobre os comentários, quero dizer que mais uma vez eu fiquei extremamente feliz, de verdade, e foi o capítulo mais comentado da fic! *confetes* Só respondi três, mas vou aproveitar para responder agora os outros, e mais uma vez digo que vocês me deixam MUITO feliz! Espero que gostem do capítulo, e sobre os detalhes do Ed e da Katniss, darei nos próximos capítulos. Esse é apenas o começo do desfecho, e com certeza um capítulo bem rápido, menor do que o anterior, mas não com menos de 3.000 palavras, infelizmente, o que peço desculpas. Tirei o máximo de palavras possível.



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— Pense comigo! Sério! — Finnick falou, rindo, e eu ri ainda mais, sentindo minhas bochechas doerem de tantos sorrisos em menos de uma hora que conversávamos em uma cafeteira bem próxima à minha casa.

— Finn! Um chucrute com o rosto da Angelina Jolie? Como assim! — bati palmas, fechando os olhos. Sinto que algumas pessoas desviaram os olhos para nós dois, mas não liguei. Aprendi a não esconder meu rosto em momentos de felicidade. Deixei meus cabelos castanhos bem soltos e livres até metade de minhas costas, com ondas perfeitas. Vesti apenas um vestido jeans e um quimono vinho, já que a temperatura caiu consideravelmente, de 26ºC para 14ºC, mas não é nada demais para mim, que vim de Liverpool.

Finnick está simplesmente incrível com uma calça jeans azul caneta, cabelos um pouco molhados por causa do banho e uma blusa de manga cumprida, mas ele havia dobrado até os cotovelos. Isso é tão atraente.

— Pelo amor! — falou, balançando a cabeça. — Ok, você parece que vai explodir de tanto rir, então... Inspira, expira — aconselhou, com um sorriso risada ainda no rosto, como eu, que tentei imitar, mas falhei lindamente, voltando a rir tremido, segurando em um de seus ombros.

— Finnick, acho melhor você parar de olhar para mim, sem falar um pio.

Riu.

— Acha mesmo que eu conseguiria ficar sem olhar ou dirigir a palavra à você? — perguntou, divertido, comendo biscoitos de chocolate.

Corei, pois suas palavras saíram claramente naturais como os raios do Sol.

— Você não existe... — falei, balançando a cabeça em negativa, mas aprovava suas falas e brincadeiras. Era engraçado sem ser mal com ninguém.

— Claro que sim! Estou bem aqui! — exclamou, piscando, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. — Uma dúvida que sempre tive... Seus cabelos são originalmente castanhos ou loiros? Ny me disse que você é da Inglaterra, e o número com pessoas loiras, brancas e dos olhos azuis é consideravelmente alto.

Ri, assentindo.

— Lá também tem muitas ruivas, como a Anny — contei. — Mas meus cabelos são castanho escuro desde quando nasci. Eu uso perucas algumas vezes, quando realmente não estou muito interessada em perguntas, e a Mística pediu para que eu pintasse os cabelos de loiro, então...

Ele sorriu.

— Então devo ficar feliz por estar com o cabelo castanho e sem nenhum disfarce? — Sorri, abaixando um pouco a cabeça por estar corada.

— Provavelmente.

Eu e Finnick continuamos conversando e conversando, gargalhando com frequência, sempre com um sorriso no rosto, até que olhei o horário.

— Edward vai acabar comigo, e eu o prometi que vamos para Malibu — falei, e ele assentiu.

— Preciso ir buscar a Anny no curso, depois deixá-la com a tia — disse, dando uma olhada no relógio. — Caramba! Conversamos por duas horas! São 10:30 da manhã!

— Você que fica aí emendando assuntos — brinquei, mas em um tom sério. Ele revirou os olhos com um sorriso.

— Não posso fazer nada se só conseguimos ver alguns sorrisos seus nos filmes — disse, passando uma mão nos cabelos. Senti minhas bochechas esquentarem. Ele me elogia sem sentir.

— Talvez eu não tenha tantas razões para sorrir — retruquei, tentando me recompor.

— Hm... podemos mudar isso — e no segundo seguinte, inclinou-se, tocando meu rosto com carinho, e seus lábios estavam sobre os meus, beijando-me. Meu coração acelerou e o ar falhou pela surpresa de seu ato.

Gostei.

Sorri, com meus olhos fechados, levando minhas mãos para seu cabelo. Estávamos em uma espécie de sofá dos anos 60, no canto e fundo da cafeteria, e as pessoas haviam passado a ignorar minha presença. O beijo tinha gosto de carinho, por termos tomado chocolate quente, já que ventava bastante hoje e pão de manteiga.

Ao nos separarmos, uma de suas mãos estavam na base das minhas costas, com movimentos circulares cuidadosos. Seus olhos verdes me olhavam com atenção.

— Você está sorrindo agora — falou, sorrindo. Notei que eu realmente sorria, um pouco ofegante.

— Obrigada — respondi, abraçando-o apertado.

— Mas pelo o que? — perguntou, devolvendo meu abraço.

— Por ter me feito sorrir sem ser mal com ninguém, eu sou muito agradecida por isso.

*

— Ed! Ed! — abri a porta sorrindo, empolgada. — Eeeed!

—Quanta gritaria — o menino apareceu, esfregando o olhos, com o rosto um pouco amassado e um caminhar sonolento. — Que cara é essa? Meu pai sempre fica um pouco preocupado quando a tia Clove chega sorrindo, porque usou o cartão de crédito.

Ri, balançando a cabeça.

— Não, eu saí, e pagaram minha conta — Finnick não deixou que eu pagasse um centavo, o que eu insisti firmemente para acontecer, mas não foi o que houve. Foi um cavalheiro do começo ao fim.

— Então por que essa animação? — bocejou, e eu também, mesmo que estivesse sem sono. Ele riu, notando que eu o imitei de forma inconsciente.

— Ridículo... — falei, caminhando até ele depois de revirar os olhos, mas eu estava feliz. Finnick me deixou na porta de casa, me dando outro beijo.

Na boca.

— Não tínhamos que ir para a praia? — lembrei, subindo um pouco da calça de seu pijama. Ele abriu um sorriso, se jogando um pouco pra cima de mim em um abraço. Seu corpo estava quentinho, por provavelmente ter acabado de sair da cama.

Hmmmm... Podemos passar o final de semana aqui? — pediu, fazendo carinho nas minhas costas, com seu rosto na minha barriga. Vi que seus olhos estavam fechados e ele estava cheio de sono ainda.

— Podemos, claro, e está ventando um pouco mais forte hoje — falei, afastando-me um pouco. — Ontem eu fiz uma janta, mas você já chegou dormindo...

Lembro-me dos olhos verdes perfeitos de Finnick, e que são na mesma intensidade do olho direito de Peeta, que são um pouco mais escuros, apenas, assim como o olho azul, é o azul-turquesa perfeito.

Quando beijei Finnick e olhei em seus olhos, pensei em outro par de olhos, com heterocromia, mas eu não podia pensar assim, não podia.

— Não que isso seja um problema! — exclamou, erguendo as mãos para o alto. — Estou faminto!

— Você é como o seu pai — não quero usar o nome de Peeta, que causa arrepios em meu corpo e faz meu coração disparar de forma que me deixa assustada. — Parecem ter um buraco negro no estômago, e nunca engordam.

Ele riu, e eu abri um sorriso sincero, enquanto caminhávamos para a cozinha.

— Maggs me disse que você gosta de bolo de chocolate. Fiz minha receita favorita... Bom, e é a única coisa que posso te oferecer a esta hora da manhã.

— Eu amo bolo de chocolate! Lá em casa, tia Clove faz pelo menos uma vez no mês para mim e o papai. Ela prefere bolo de Nutella, e a senhora?

— Bom, eu gosto de Nutella. Mas comecei a desgostar depois dessa informação — falei, bufando. Até bom gosto para comida essa mulher tem?! Como isso é possível?

— Ok, não vou falar o nome dela. A tia também não gosta que eu fale o seu nome. Mas foi ela que... Bolo! Bolo! — parou o que estava dizendo quando coloquei o prato com uma generosa fatia do doce. Abriu um sorriso enorme.

— Vamos falar sobre coisas novas, sobre coisas boas, sobre eu e você — sugeri, sentando-me ao seu lado, tirando um pedaço para mim também. — Não quero comentar sobre sua partida. O que faremos até lá?

Comeu um pedaço, suspirando feliz. Sorri torto, comendo um pedaço da minha fatia. A ganache ficou no ponto certo.

— Podemos ir em Palm Springs. Não gosto tanto assim daqui, de Beverly Hills. Podemos ir no Coachella ano que vem? Com certeza meu pai vai deixar, desde que eu embarque depois de ir à escola, e tudo mais, aí passamos um final de semana aproveitando.

Ano que vem, como estaríamos nós?

— Edward, eu não posso confirmar uma coisa assim, ainda mais que essas coisas acontecem em abril, maio, e vai ser nesse mesmo período que as gravações de O Lado Bom da Vida estão escalados.

Ele me olhou, triste.

— Sério? — quis confirmar, e seus olhos me olhavam tão suplicantes, de forma intensa. Lembro das vezes que ele fazia isso, para mamar ou eu niná-lo mais um pouco. Era um bebê extremamente chato.

— Sim... mas vou fazer o possível para mudar isso, prometo — falei, comendo mais um pedaço de bolo. — Prometo. Não acho que vão me tirar da produção por eu sair com você — Ed abriu um largo sorriso.

— Mas para hoje, quero assistir Monstros S.A e High School Musical! — exclamou, pegando outra fatia gorda, pondo no prato.

— Isso vai cair, espere aí — balançou a cabeça em positiva, com um sorriso. Dei a volta e peguei um pote, não muito grande, e parti uma parte do bolo em pequenos pedaços. Sorri orgulhosa, pois a massa não se desmanchou, está bem consistente, macia e molhada.

Hmm! — disse, batendo palmas, empolgado. — Gostei! Me dá, me dááá! — deslizei o pote por cima da mesa, vendo-o sorrir.

Fomos para a sala, e eu fiquei com meu prato e fatia mesmo, comendo ao seu lado, enquanto assistíamos Monstros S.A.

— Qual seu filme favorito, mãe? — perguntou, limpando a lateral da boca de forma nada educada, fazendo-me rir.

— Titanic — respondi, suspirando. Tantas lembranças... — Meu filme favorito é Titanic. E o seu?

— O do papai também é Titanic, mas ele não deixa eu assistir esse filme, e nem a tia Clove, por alguma razão... — falou, dando de ombros. Meu coração acelerou. Peeta não deixa que eles assistam ao nosso filme? O filme que assistimos juntos antes da nossa primeira vez?

De algum modo, isso me deixou feliz. Mas então lembro-me da aliança no anelar esquerdo dele, e que não há condições de voltarmos a acontecer. A menos que Clove morra, no entanto eu não sou baixa a esse nível.

— Meu filme favorito é Viagem ao Centro da Terra — disse, comendo mais um pedaço de bolo. — Quero a receita desse negócio, mãe.

Ri, assentindo.

— Já assistiu ao filme Matilda? — perguntei e ele negou. — Oh! Você precisa assistir! É um dos filmes mais legais desse mundo! Juro! Vou ligar agora para Prim e resolver isso.

Peguei meu celular, apertando o número 3, e logo no segundo toque minha assistente atendeu.

Diga-me o que queres — ela disse, cantarolando.

— Oi, você pode alugar para mim o filme Matilda? Fiz o bolo do filme, e Edward nunca sequer assistiu.

Mas é claro! — exclamou, empolgada. — Mais uma manchete! Katniss Everdeen ultrapassa Madge Undersee, e torna-se a queridinha de Hollywood! A nova mamãe atenciosa do mundo!

Revirei os olhos, bufando.

— Sério que Madge está em primeiro lugar? — ela fez um "uhum". — Mas não ligo. Lembro que ela ficou com o Ed uma vez, sem que eu tenha pedido, e sou agradecida. Desejo o melhor para ela.

— AI MEU DEUS! NÃO ACREDITO QUE ESTOU VIVA PARA ESCUTAR VOCÊ DIZENDO ISSO! VOCÊ DESEJA O MELHOR PARA UMA PESSOA! E ESSA PESSOA É A MADGE! — Achei graça em sua reação. Ed estava atento à TV.

— 'Tá, 'tá, tenho nada haver com isso, e sim, eu desejo algo bom para ela. Mas não quero esse título por causa da minha relação com o Edward. Apenas estamos finalmente agindo como mãe e filho — ele desviou os olhos da televisão por uns instantes e sorriu. Sorri para ele também.

Claro — disse, compreensiva. — Olha, vou ir alugar logo o filme. Guarda um pedaço do bolo pra mim?

— Já está separado.

^*^

Senti meu corpo se aquecer pela proximidade de outro corpo, menor do que o meu, tremendo um pouco.

— Desculpe — Edward sussurrou, com a voz embargada. — Eu tive um pesadelo. Posso dormir aqui?

— Hm — murmurei, sonolenta, virando para o outro lado da cama. O relógio marcava 01:27 da manhã. — Que inferno, Edward. O que foi que aconteceu?

Ele me abraçou por trás, apertando minha barriga e começando a chorar.

Não gosto quando crianças fazendo isso.

— Eu tive um pesadelo. Pensei que a senhora tinha voltado a fazer o que fazia antes, e me deixava preso aqui sozinho. Sem o Romeu e Bandike.

Ao falar nos ditos e cujos, apareceram espirrando no quarto, como se deixassem bem claro que haviam chegado.

— Edward, eu nunca faria isso novamente — falei, com a voz rouca. Bebi um pouco de vinho antes de dormir, e já estou de ressaca. O meu pouco são três taças. A razão é óbvia: Meu relacionamento com a criança que está na minha casa.

— Sei que não, mas me deixa ficar aqui e acreditar nisso, por favor, mãe — pediu, apertando-me mais um pouco.

— Escuta — chamei, sentando-me na cama, mas ele permaneceu deitado. — Eu bebi um pouco, não estou sã das ideias agora. Vou tomar uma aspirina e já volto, tudo bem?

Na escuridão do quarto, vi ele balançar levemente a cabeça em concordância, de olhos bem abertos para mim, me deixando constrangida, um pouco.

Sai um pouco atrapalhada da cama por causa do sono, e tudo mais, tomei logo três pílulas, voltando para o quarto. Ele já dormia, mas mesmo com essa imagem, senti meus olhos sem encherem d'água.

Edward estava abraçado ao meu travesseiro, bem abraçado mesmo, com o rosto sereno, mas tinha alguns rastros de lágrimas em seu rosto angelical, com alguns poucos fios cobrindo-lhe os olhos. Recordo-me da noite em que fui embora, e ele dormia exatamente assim, só cresceu em tamanho.

Não sou frágil, não mesmo. Eu sou bem resistente à comentários, muitas vezes maldosos, mas quando se trata ao meu passado... A coisa muda completamente.

Não sei como não solucei na frente do Peeta ontem, definitivamente. Acredito que tenhamos mudado tanto a um modo que fui capaz de me conter, até o momento em que meus olhos não o viam mais.

Fui para a cama em passos lentos, com medo de acordar Edward, que estava até um pouco mais quente que o normal. Deitei atrás dele, abraçando-o, passando uma perna por cima de sua cintura, beijando o alto de sua cabeça.

Me desculpa — pedi, em um murmúrio. — Por favor, me desculpa por tudo.

Ele não se mexeu, indicando que já dormia.

Apertei-o, como se todos os seus pesadelos, que também eram meus, fossem embora para sempre.

"Aproveite essa chance", Peeta e Maggs sempre me me dizem. Estou dando o meu melhor. Juro.

Sexta-feira

— Olhe quantas fotos, mãe! — Edward exclamou, quando Prim chegou com um pacote com as fotos das nossas saídas juntos. Estou cansada, mas de forma positiva, de tanto sair por aí com ele, em todos os pontos turísticos de Los Angeles.

— Vou ligar para Peeta, deixe tudo aí para eu ver, meu bem — avisei, afastando-me com um sorriso. Nossa relação não é como deveria ser, mas estamos cada dia mais próximos um do outro. Essa relação de mãe e filho consiste em confiança, coisa que não temos totalmente, claro, mas é o que mais buscamos.

Descobri diversas coisas sobre ele, como por exemplo, que sua cor favorita é o azul. Gosto mais do cinza prateado. Ele prefere mais o final do dia do que o começo, por sentir-se aliviado já que mais um dia terminou. Edward prefere bem mais o violão, e já tem três músicas de sua própria autoria totalmente escritas. É um dos cantores principais do coral da Igreja.

— Peeta, me escuta, preciso falar rápido — avisei, assim que ouvi sua voz de sono do outro lado da linha.

Meu Deus, o que houve? Calma — pediu, sonolento. — Pode falar.

— Estou indo no Six Flags com o Edward e com o meu amigo e a filha dele.

Katniss, já disse que não quero o meu filho com esses caras que você se relaciona não — disse, em um tom de raiva. Impressionante como ele havia despertado com o simples comentário que eu iria com um amigo.

Mas se bem que eu e Finnick estamos um pouco íntimos demais para sermos apenas amigos. Segunda-feira, por exemplo, foi quando saímos para tomar um café da manhã juntos, nos falamos por trinta minutos no telefone, e na quarta-feira, um buquê de flores enorme chegou na minha casa. Na quinta-feira o agradeci, e conversamos sobre tudo por mais trinta minutos. Hoje, vamos sair juntos mais uma vez.

Com as crianças.

É compromisso demais uma situação dessas.

— Finnick e eu ficamos. E ele é um amor de pessoa, usa a educação que os pais os deram — joguei ironicamente.

Cada um recebe o que merece, não acha? — Senti minhas bochechas arderem de constrangimento.

— Idiota, babaca, eu só liguei para avisar que o Edward está bem e que iremos sair com um amigo meu. Tchau!

Passa o telefone para ele, por favor — pediu, com certeza estava com o nariz vermelho de raiva. Com esse pensamento, sorri.

— Não sou obrigada — cantarolei, girando sobre meus calcanhares, dando um aceno para Prim, que já saía do meu apartamento, depois de dar um abraço em Ed e Maggs. Em seus olhos eu ainda encontrava a surpresa pela forma da qual eu agia agora.

Ah, você é obrigada sim! — pediu, fazendo meu coração disparar apressadamente. Que droga.

— 'Tá, tá... Você é muito chato — fui até Edward, lançando o celular no ar, que ele pegou com um sorriso. — Seu pai.

Ele riu da minha cara, balançando a cabeça, murmurando algo como "são mais iguais do que eu jurava possível". Bufei, revirando os olhos.

Cinco minutos depois, Ruby anunciou que Finnick estava lá embaixo, então eu e Ed descemos, com ele falando sem parar sobre o quanto quer ir na montanha-russa e tirar muitas e muitas fotos comigo, mas a cada duas frases deixa bem claro sua raiva por eu e Finn estarmos saindo.

— Sei que se falaram durante meu treino de futebol americano. Estou com raiva. Mãe, quero tomar um sorvete antes de começarmos a brincar, por favor. Não acredito que vou voltar para a Inglaterra, que raiva. Parque! Parque! Parque!

E depois disso, não entendi muitas coisas das quais ele disse a seguir. Eu só sorria e acenava para ele, feliz e sinceramente grata por sua presença. Não consigo imaginar como vai ser quando ele for embora.

*

— Finnick, pare com isso! — pedi, rindo, com meus olhos fechados, sentindo seus beijos em meu pescoço assim que entramos em um brinquedo para casais, já que as crianças estavam em um lugar seguro, junto com outras crianças.

— Paro não, só se parar de sorrir desse jeito — com sua mão em minha cintura, fazendo carinho, era quase impossível não sorrir, e honestamente, eu não fazia essas coisas faziam três semanas. Não é como se eu quisesse que ele parasse, sinceramente. Mas seus olhos me lembravam Peeta de forma intensa demais, assim como o jeito que fazia com que eu me sentisse. Exceto que não fazia meu coração e meus pensamentos dispararem como Peeta faz até hoje.

Com minhas mãos em sua nuca, fiz com que olhasse para mim, vendo seus olhos em um tom esverdeado mais escuro, mesmo que a iluminação não estivesse forte. Era uma espécie de barquinho, que passava por alguns lugares dentro de túneis, onde a água era suficiente para fazer  o barco ficar estável e não tombar.

Beijei-o, com carinho, mas nada acontecia com meu coração, alma, espírito, apenas com o meu corpo. Mas era bom. Era como andar pela praia pela tarde.

— A gente parece dois adolescentes fazendo isso — eu disse, divertida. Ele tem 31 anos, mas parece ter a minha idade, 24. É um tanto constrangedor dizer que Edward completou 9 anos no mês passado, então, eu dizer quando anos tenho, mas não é algo que me incomode tanto agora.

— Ah, deixe pensar que somos. Estamos no lucro — sorri, virando-me para frente, assim como ele. Era agradável estarmos juntos.

*

— A gente correu muito, muito, muito! — Edward exclamou, tomando quase todo o copo de suco de laranja. — Mãe, a Anny é muito atleta. Não pude correr muito, ou fazer tanto esforço. Estou com dores aqui — fez um gesto indicando o peito, abrangido os pulmões. — Estão latejando.

— Isso é muito perigoso — Finnick disse, uma expressão preocupada. — Vocês dois — sinalizou as crianças. — fizeram muito esforço hoje. Já são 16:40. Tiramos uma cambada de fotos e vídeos, acho melhor irmos para casa.

— Não, pai! Por favooor, não! — Anny pediu, fazendo um biquinho engraçado.

— A gente passa no McDonalds — ele disse, baixo. Anny abriu um sorrisão.

— Oba! — disse empolgada, batendo palmas. — Tia, qual seu hambúrguer favorito?

Sorri. Ela me fez perguntas o dia inteiro, e aproveitamos algumas coisas sozinhas. Ela é extremamente divertida e não é uma criança chata, mesmo com seus nove anos.

— Acho que o Big Mac. O de peixe também gosto. Oh! Oh! — Bati na mesa, lembrando o nome do meu favorito. Eles riram. — Mac Chicken!

— Isso! — fizemos High Five, com todos os olhos em cima de nós. Desviei os olhos para o meu lanche, que consistia em um bolo de cenoura com calda de chocolate e avelã, o mesmo pedi para Edward, que comia devagar, um pouco inquieto.

Finnick e Anny desenvolveram uma conversa, aos risos, enquanto eu não tirava os olhos do meu prato, tendo a sensação de que algo muito sério estava errado, então eu olhava ao meu redor. Tudo normal.

Quando tudo desandou.

— Eu... Não estou conseguindo respirar — Edward disse, segurando meu pulso com força. — Mãe...

De imediato, revirei os olhos.

— Você fez isso quando eu ia sair com a Amy na semana passada, e acabou que nós duas nem saímos! — falei, com raiva do que ele fez. Ela ficou chateada, então foi embora.

— Katniss, ele está azul! — Finnick chamou minha atenção, e Anny puxou ar, assustada. Olhei, então, para o garoto, que estava azulado e com os lábios inchados, ficando roxo.

Minha ficha caiu, como se eu tivesse levado um banho de água congelada. Avelã. Cianose.

Xinguei em alto e bom som, me levantando na mesma hora, pondo-o em meu colo como um bebêzinho.

— O que é isso?! — Finn perguntou, enquanto eu corria para a saída do restaurante, sentindo a pele ardente de Edward contra a minha, e todos pegarem câmeras para registrar o que estava acontecendo.

— Alergia e uma maldita doença que ele tem desde que nasceu! — falei, sem olhar para ele, apenas para Edward, que chorava, tentando em vão respirar.

Ele não pode fazer muito esforço, não pode, Peeta me lembrou, diversas vezes durante essa semana, em momentos que nem tinha muito haver. Ed passou a semana toda correndo, fazendo um esforço sobrenatural em comparação a vida que leva na Inglaterra.

Finn abriu porta do carro para mim e Anny entrarmos, e a menina estava em silêncio, com uma expressão de pura preocupação. O trânsito começou bom, até que chegamos a um viaduto, e tudo estava parado. Só conseguia ouvir muitas buzinas e o suor no corpo de Edward. Ai meu Deus, ele não pode morrer.

— Finnick, qual a direção do hospital mais próximo? — perguntei, nervosa.

— É a uns cinco quilômetros daqui, em pista reta. Vamos levar uma hora em média para chegarmos lá, e é o mais perto.

Eu via a sua expressão de que queria poder fazer aquilo tudo parar. Sou grata, mas não consigo demonstrar um sentimento desse agora.

— Obrigada — abri a porta do carro, e saí correndo, com Edward em meu colo. Suas perninhas ao redor da minha cintura, e os braços ao redor do meu pescoço, sentindo que as suas tentativas de conseguir respirar eram quase nulas.

— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO, KATNISS?! — Finnick perguntou alto, saindo do carro, esperando na porta, expressando pavor.

— TENTANDO SALVAR O MEU FILHO! — gritei, olhando para ele, então comecei a correr ao máximo que as minhas pernas podiam. Não olhei mais para trás, esbarrava com toda e qualquer pessoa que via no caminho, que murmuravam maldições para mim, no entanto, só ouvi isso durante um tempo, pois com o meu coração disparado em meus ouvidos era complicado prestar atenção no que diziam.

Pensei em ligar para Peeta, mas meu celular queimou depois que fui em um brinquedo com água. Por sorte a câmera com mais novas fotos era a prova d'água.

Minhas roupas estavam grudadas ao corpo de tanto que eu suava, e todo meu corpo queimava, como se eu estivesse tomando banho de enxofre, com Ed pesando cada vez mais. Eu não ia aguentar, mas ele precisava chegar no hospital e ficar bem.

Mãe... Me ajuda... Ar... — Edward gemeu de dor, chorando. — Vou vomitar.

Não tive nem tempo de me esquivar, e nem teria como. Senti meu ombro esquerdo ter, além do suor, um líquido quente e gosmento, no entanto, eu estava suficientemente exausta e cansada. Mudei a forma como o segurava, e o deixei como um bebê novamente, cobrindo-o com sua jaqueta para que ninguém tire fotos dele.

A quanto tempo eu corria com ele em meus braços? Quinze, vinte minutos? Minhas pernas pareciam que iam quebrar. Em algum momento, talvez ainda no início, eu comecei a soluçar de tanto chorar. Dor, medo, pavor. E se Edward morresse?

— Por favor alguém socorre o meu filho! Agora! — gritei, e de algum modo, consegui correr ainda mais quando vi o hospital. Imediatamente vieram correndo na minha direção, tomando-o dos meus braços. Ele estava roxo, com os olhos fechados.

Minhas pernas falharam.

Todos desviaram o olhar para mim, mas eu fiz um gesto que não.

Salvem ele…., pelo amor de... de Deus... — eu não conseguia falar. Era como se meus pulmões estivem sendo mergulhados em brasa fervente, minhas pernas estivessem sendo comidas por formigas de fogo, minhas costas pareciam pesar toneladas, meus olhos queimavam tanto, que nãoconsegui mantê-los abertos, e meus braços agora fossem mero pedaços de papel. Não consegui nem mais chorar ou me mover. Edward está roxo. E de olhos fechados.

Apenas gemi de dor quando alguém me pegou no colo, braços que eu já conhecia, e muito bem, então, tudo apagou.


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Notas finais do capítulo

E aí, Chucrutes? B) O que acharam?
Mais uma vez, muito obrigada a todos que comentaram no capítulo anterior, eu sou muito agradecida mesmo, e faço questão de respondê-los antes de eu ir dormir.
Céus... que ódio eu estou da Eadlyn, da Kiera, e do meu Baby que se recusou.
Não vou dar detalhes
Mas
Eu
Estou
Caída
E
Não
Sei
Se
Vou
Conseguir
Levantar
Preciso que alguém me ajude a superar o final de A Coroa. QUE DROGA DO CARAMBA, EU NEM GOSTO DELA E ESTOU SUPER INCONFORMADA INDIGNADA INJURIADA! *vermelha de raiva, vermelha mesmo!* Desabafei no tt, no snap, mas preciso de mais, precisava desabafar aqui também, mil desculpas.
Aliás, pessoal, eu não faço propaganda das minhas fics nas minhas fics, mas quem estiver interessado em uma long-fic de Jogos Vorazes e é tão fã de A Seleção como eu, aí está o link da minha fic A Seleção da Herdeira, como a história da Kiera, mas com os personagens da Suzanne https://fanfiction.com.br/historia/647960/A_Selecao_da_Herdeira/
Bem, é isso, eu acho, que eu deveria compartilhar e que... alguém pode me sinalizar sobre a America e Maxon? Gente, eu tô quase indo no shopping para comprar meu ingresso de x-men, mas tô indo apenas para ler o final. Não sejam maus como o pessoal do tt, por favor. Eu Floco de Neve vocês! ♥
E quero deixar bem claro mais uma coisinha: Odiei Gertrudes. Odiei. Como tudo. Alice também. E me recuso a ler o livro todo, dane-se, dane-se, já li A Herdeira e não suportei, agora se eu ler A Coroa, com certeza vou explodir. Mil perdões pelo desabafo, mas eu não sei onde arranjar pessoas para conversar sobre isso, já que com as pessoas que eu conversava sobre não estudam mais comigo e não tem graça mandar áudio só falando o quanto a Eadlyn é boba feia e chata (sim, eu falei como uma criancinha do 5° ano, senão mais infantil).
Espero que tenham gostado do capítulo, de todo o meu coração, e é como eu disse: mais detalhes sobre essa última semana vão ser descritos nos próximos quatro capítulos, então a fic se encerra, infelizmente :(
É sempre um prazer enorme escrever para vocês e ler o que acharam, quais as suposições. Espero não decepcioná-los.
Um milhão de beijos, um abraço bem apertado e um sorriso caloroso! Até segunda-feira, se Deus quiser, pessoal, um ótimo final de semana! ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
Agora vou voar para os comentários, então, deixar o meu comentário em umas fics aí.
Sabem como é, né... a internet do poço é muito boa, e é exatamente o que estou presenciando agora depois do dia de ontem (vi que já são uma e pouca da madrugada, misericórdia) e ainda vem a tristeza básica quando vejo minhas notas... minha vida tá triste demais, demais.
Vou ler a Bíblia e A Rainha Vermelha (de novo, mas super recomendo).
Por hoje é só, pessoal. Valeu mesmo por tudo, vocês são incríveis!