Sereias apocalípticas escrita por Evil Maknae, RebOS, Laesinha, Ana


Capítulo 8
Bêbados e Desmaiados


Notas iniciais do capítulo

EU SEI QUE DEMOREI, OKAY?
Junho é o pior mês para eu poder fazer qualquer coisa que não seja relacionada a escola ;;-;

MAS AQUI ESTOU EU, TIA PANDA, POSTANDO UM NOVO CAPÍTULO COM A VISÃO DA LAYX **yeeeeee**

Por favor, não me espanquem ;-;
Tentei fazer algo relacionado aos dias dos namorados (era pra eu ter postado dia 12 aoundaoe) acabou que deu um pouco certo, um pouco errado, mas enfim.

Boa leitura :v
Até lá embaixo!



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— MEU DEUS DO CÉU EU TO MUITO FELIZ. – grito, olhando para frente e dando pulinhos no banco do motorista. Isso tudo parece inacreditável. Finalmente alguém ouviu as minhas preces.

Agora não estamos mais tão preocupados com a quantidade de gasolina ou em manter a mochila entupida de mantimentos.

Estamos cantando alegremente no carro, a Rebecca está com a cabeça de fora gritando, assim como o Benjamin. Eles estão gritando feitos loucos, mas também, quem não ficaria louco em saber que a sua salvação está em alguns quilômetros?

— ADIVINHA QUEM VAI SOBREVIVER? – o Benjamin grita, com uma mão no volante.

— ESSA GANGUE AQUI!! UUUHHHUUUU – Rebecca grita de volta, e eu coloco a mão pra fora fazendo um sinal de positivo, não consigo dirigir sem estar com a cabeça dentro do carro. Amanda e Ana estão cantando enquanto acariciam o caderno.

Estamos como se fosse uma balada apocalíptica, tocando som alto, o que eu não acho muito aconselhável, pois vai chamar atenção de zumbis, mas já que estamos em carros em alta velocidade... Não ligo muito.

Essa noite vai ser incrível.

—*-*-*-

Já se passou uns dias e já chegamos a uma cidade pequena em ruínas, onde a única coisa que aparentemente não foi derrubada é um ginásio de esportes. Os garotos estão dando a volta pela cidade procurando por algum abrigo enquanto nós procuramos por uma loja de armas. Sim, a maioria das cidades por aqui tem uma loja de armas. Esperamos que esta tenha, pois a munição está acabando e o Cian perdeu a arma dele de alguma forma.

Achamos finalmente uma loja de armas ao lado de aparentemente uma delegacia com o teto que virou piso.

Entramos na loja por uma abertura na parede. Se esse troço desabar, estaremos ferradas, então a Amanda decidiu ficar do lado de fora caso algo aconteça.

— Eu não entendo muito desse assunto de calibre e tal... Mas acho que é aqui que ficaram os restos das munições. – aponto para uma prateleira que caiu em cima de um balcão. Saquinhos com munição estavam debaixo dela.

— Hm... Acho que essa serve para... – Rebecca estava olhando um pequeno buraco na parede, que aparentemente tinha o que a gente queria. Colocou a mão ali dentro e tirou de lá uma arma. – Achei. Calibre 38. Perfeito.

— Achei mais algumas balas... – enquanto estou deitada tentando pegar mais dois saquinhos de munição embaixo de outra prateleira caída, ouço um rangido vindo do teto.

— Ahn... Pessoal... – Anna está olhando para cima. – É melhor nós sairmos daqui...

— Peguei! – levanto com entusiasmo.

— Layx sai daí! – Rebecca, que está atrás de mim, se joga nas minhas costas, o que faz a gente cair de cara no chão.

O barulho do teto caindo onde eu estava é quase ensurdecedor.

— Te machuquei? – Rebecca me ajuda a levantar.

— Arranhão no joelho e no queixo é melhor que o corpo amassado. Valeu.

Faltaram milímetros para eu ter ficado com as pernas presas debaixo de um teto com mais de uma tonelada.

— Não tem que agradecer. Cuidar uma das outras é o nosso dever. – isso soou tão heroico que até rimou.

— Preciso chamar os outros?! – Amanda aparece com um kit de primeiros socorros no buraco da parede por onde entramos.

— Não, só o teto que ia cair em cima da Layx, fora isso tá todo mundo bem, certo? Certo. Agora vamos sair daqui antes que alguém morra. – Anna está pálida, mas é engraçado como ela reage quando fica preocupada.

Enquanto saímos da loja abandonada, os rapazes já estavam do lado de fora com um olhar de decepção.

— Não encontramos nada que não estivesse caindo aos pedaços que não seja aquele ginásio de esportes. – Benjamin diz com um tom amargurado enquanto fecha a porta do carro. – Pelo menos encontramos um bar chique que tinha vinho. – ele abriu um sorrisinho.

— E não dá para nós ficarmos no bar chique? – pergunto.

— Fica ao lado de um campo de concentração de zumbis que aparentemente a prefeitura fez para tentar acalmar, mas não deu muito certo. Eles pulam aquela cerca com muita facilidade toda hora. – Cian disse com os braços cruzados – Não é seguro.

— E vocês arriscaram a vida por duas garrafas de vinho?! – Rebecca está com um tom de mãe com raiva que tem sempre a razão.

Realmente, Benjamin é um alcoólatra assumido. Pelo menos ele não fica bêbado na nossa frente. Ainda...

— Ah, besteira, foi moleza. Eu entrei no bar, fiscalizei se não tinha nenhum zumbi lá dentro, peguei as duas primeiras que eu vi e saí correndo porque o Cian disse que tava ficando feia a coisa.

— O que houve com teu queixo e o seu joelho, Layx? – Misha parece não se importar com a conversa.

— O teto da loja de armas ia desabar em cima de mim, a Rebecca me empurrou com força e aqui estamos.

Vocês poderiam ter morrido! – Bem está preocupado agora.

— Não ouviram o barulho do teto caindo? – Anna perguntou.

— Quando a gente chegou já estava assim. – Misha está encarando Anna de um jeito estranho.

— Ah, vamos deixar de lado quem poderia morrer ou não? Estamos todos vivos, ainda bem. Agora vamos para o tal ginásio, eu preciso dormir em um lugar que não seja essas poltronas de carro. Um chão vai me fazer bem. – digo.

— Antes de irmos... – Rebecca pega no bolso de trás a arma que tirou do buraco da parede – Toma isso pra você, desastrado. – ela diz isso novamente com o tom de mãe que tem razão.

— E as munições cujo quais arrisquei minha vida para pegar... – tiro dois saquinhos do meu bolso.

— Obrigado...

— Agora vamos. – Rebecca diz.

—*-*-*-

O ginásio é pequeno comparado aos ginásios da minha cidade. É para vôlei, basquete e futsal, tem redes desgastadas separando a quadra da torcida e duas portas. As arquibancadas não têm cadeiras, são como escadas. Parece ser desconfortável assistir um jogo aqui. As janelas que ficam acima da arquibancada estão quebradas, como se alguém tivesse jogado pedras nelas. Tem poeira até no teto.

— Tomara que não tenha ninguém alérgico a poeira aqui... – Cian olha para os lados como se nunca tivesse entrado num ginásio.

— Eu sou um pouquinho, mas dá pra aguentar com um pano úmido – Amanda diz com a mão no nariz.

— Eu vou ver se tem algum pano no meu carro. Já que vamos ter que dormir no chão, não quero que ninguém fique com problema de respiração depois.

— Eu agradeço. Vou dormir nas arquibancadas pra evitar contato com essa poeira... – enquanto Amanda terminava a frase, deu um espirro muito alto.

— Por que ninguém ainda foi buscar um pano úmido?! – Cian fala um pouco alto demais.

— Deixa que eu mesma cuide disso... Vou ir com a Layx procurar por panos.

— Eu vou com vocês. – Cian diz, dando passos rápidos, tentando nos alcançar.

Quando chegamos ao carro, damo-nos cara a cara com um zumbi morto no capô do carro do Ben.

— Mas que porra...? Quem matou esse zumbi? – Amanda está com o rosto vermelho, provavelmente por causa da alergia.

Cookie, que até agora não tinha feito nenhum barulho, começa a latir constantemente.

— Poderia fazer o Cookie parar de latir? Vai atrair zumbis. – Cian está pronto para atirar em qualquer coisa.

— Ele está latindo para o zumbi... E não para outra coisa, como nas outras vezes. – observo.

De repente o zumbi ressuscita e tenta apanhar o Cookie. Com um reflexo rápido, Cian atira na cabeça e sangue de zumbi espirra em tudo.

— Que merda! – abro a porta do carro e pego uma caixa de lenço umedecido que está vencido e dou para Amanda e Cian.

Cada um pega dois paninhos e ficamos olhando ao redor para ver se n vinha mais nenhum enquanto evitávamos mais sujeira do que já tínhamos.

— Bem, eu tenho duas flanelas... Você pode usar uma úmida para você, Amanda.

Pego um pouco de água para umedecer a flanela amarela e dou para ela.

— Obrigada.

— Cian... Você não poderia perguntar para o Ben se ele tem algum bastão para servir de rodo? Ajudaria bastante.

— Vou lá. – ele saiu apressado.

— Você vai pegar o quê para tirar o excesso de poeira do chão? Eu não me lembro de ter visto um pano maior que flanelas nesse carro. – Amanda perguntou enquanto fazia uma dobradura com o pano.

— Se não me engano eu tenho umas meias... – digo enquanto mexo cada lugar do porta-malas.

— Meias?

— Sim, meias. Cada um pega uma e limpa o teu canto.

— Então pra quê um bastão? – ela aparentemente terminou a dobradura

— Para caso eu não ache as meias...

O Cian voltou apressadamente, com as chaves do carro do Benjamin nas mãos.

— Ele disse que não tem um bastão, mas que tem um cano de plástico e um apoiador de capô.

Não achei as meias. Vou ter que usar o cano do Ben...

Fecho o porta-malas e encaro o Cian.

— Ainda não abriu o carro dele? Tá esperando o quê?

— Vai que não era necessário.

Ele abriu o porta-malas com receio (provavelmente de ver uma montanha de garrafas), mas achou um pedaço de cano de plástico que geralmente é usado para o sistema hidráulico de uma casa. O porquê de o Benjamin ter aquilo? Eu realmente não sei. Mas isso é o que pouco interessa.

Abro a porta do meu carro da parte de trás. Levanto o tapete de borracha e pego um pano que mais parece uma toalha velha. Faço como se fosse um leque mal feito e coloco a ponta no cano, para imitar um esfregão. Tudo pronto.

— Eu não quero limpar nada. – aviso.

— Eu também não. – Amanda coloca a flanela no rosto, ficando parecida com uma enfermeira de máscara.

— Acho que o Misha deveria limpar a maioria das coisas... Ele é o novato e não fez quase nada por enquanto.

— Você fala como se isso aqui fosse um acampamento militar. – Amanda diz.

Cian simplesmente ignora o comentário de Amanda e segue em frente, entrando no ginásio apontando para Misha.

— Você foi o escolhido! – Cian fala com um tom de superior.

— Eu? Para o quê? Não me diga que... – Misha aponta para o meu esfregão improvisado.

— Sim! Venha, faça as honras! – Cian faz um movimento com as mãos como se eu estivesse dando uma coroa para o Misha.

Eu simplesmente entro na onda e dou majestosamente o esfregão para o Misha.

— Eu te nomeio o grã mestre do cano com pano. – Amanda faz uma referência colocando a mão no ombro, cabeça, ombro e peito do Misha.

Ouço o Cian sussurrar no ouvido da Amanda:

— Isso ficou parecendo um acampamento militar pra você?

— Não, ficou parecendo uma coroação de um rei estúpido, – ela dá um risinho – mas tudo bem.

Todos caem na gargalhada, e o Benjamin diz:

— Se eu soubesse que o Misha iria limpar eu iria preferir ficar no bar chic!

— Silêncio! Não escutou? Eu sou o grã mestre do cano com pano! Mais respeito, por favor! – Misha coloca o esfregão em posição de cajado. – Vocês, meus servos, irão me ajudar neste desafio...

— Ah não... – Benjamin coloca a mão na testa em tom de reprovação.

— IRÃO ME AJUDAR A LIMPAR AS ARQUIBANCADAS! – Misha bate a ponta do cano no chão fazendo um eco sinistro.

Eu deveria ter guardado as meias em um lugar melhor...

*-*-*-*-*-

Depois de um longo tempo, já é duas tarde e eu ainda não pude dormir. Aliás, ninguém pôde, porque não adianta limpar uma parte se a outra ainda ta com poeira e vai trazer ela de novo pro lugar onde limpamos. A quem mais sofre com tudo isso é a Amanda... Fica espirrando e fica com o rosto mais vermelho do que o carro do Ben, mesmo com o pano no rosto. Ela teve que pegar a outra flanela e deixar só os olhos amostra. Cookie tentou reconfortar, mas como está sujo, não ajudou muito com a alergia.

Agora que finalmente terminamos, pego meu colchão e simplesmente me jogo no meio da quadra e desabo.

— Boa... dia. – e assim eu durmo majestosamente.

—*-*-*-*-*-*

Quando acordo, já é noite. Olho para os colchões ao meu lado e...

Ninguém está mais aqui.

Onde foram todos? Era para alguém ter me acordado, eu tenho sono pesado e não tenho relógio biológico. Todo mundo sabe disso.

Pego minha arma que fica no bolso da minha jaqueta e fico em posição. Tendo prestar atenção no som do ambiente. Ouço um som abafado do lado de fora.

Se eu estou com medo? Eu estou morrendo de medo. Mas é como a vida me ensinou, pra que ter medo se você tem uma vida e pode fazer qualquer coisa?

Eu posso fazer qualquer coisa, eu posso fazer qualquer coisa. Repito isso na minha mente até chegar ao portão do ginásio e abri-lo.

Aponto para a direita. Nada.

Esquerda... Nad... Espera.

Está todo mundo dentro do carro do Ben...?

Pego a lanterna presa ao meu cinto e aponto para o carro. Cian faz uma careta para mim e o Ben mostra a garrafa de vinho aberta.

Eu simplesmente mostro o meu dedo médio para eles.

Coloco a lanterna no lugar e abro a porta traseira do carro. Tá trancada. Bato no vidro com força até ouvir o barulho da porta destravada. O carro está apertado, mas me enfio do mesmo jeito, do lado da Amanda.

Fecho a porta com força e olho com raiva para eles. Está tocando uma música calma.

— Qual é o problema de vocês?! Nem se quer me acordam!! E se um zumbi estivesse lá e me atacasse? E se eu pensasse que todos vocês morreram e eu fiquei sozinha e me matasse por isso? VOCÊS SÃO LOUCOS?

— Calma, monamur. Já tínhamos pensado em tudo. – Misha diz.

— Exatamente, primeiro que não queríamos acordar te acordar porque é você que dirige o carro das garotas e fica a madrugada inteira dirigindo. 4 horas de sono seriam insuficientes. Segundo que olhamos para todas as entradas e saídas, vestiários e tudo mais e não vimos nenhum sinal de zumbi ou chances deles entrarem. Terceiro que você, como acabamos de ver, não desiste na mesma hora sem antes ter provas. Nunca iria se matar assim. E quarto, sim, somos loucos. Somos sobreviventes apocalípticos loucos. – Amanda diz isso tudo com o braço no meu ombro. – Te convenci?

— ...

— Hein?

— Não muito. –digo, finalmente.

— Mas o importante é que você está com a gente, não é? – o bafo de vinho do Benjamin é praticamente sufocante. – Hoje é dia dos namorados, sabiam? Vamos tentar sermos mais românticos...

— Me poupe Benjamin... – Rebecca diz, cruzando os braços. – Estamos no meio de um apocalipse, já pensou nisso? Datas não são muito importantes agora.

— Só queria quebrar o gelo, calma...

— Eu já namorei uma menina na quinta série e ela terminou comigo porque eu não dei um pedaço do meu lanche pra ela. – Ben simplesmente fala.

— Eu acho que ela tava procurando desculpa pra terminar com você, até porque aparentemente você tinha entrado na puberdade cedo demais. – Misha apontou para o queixo fazendo referência à barba do Benjamin.

— Que pena, aposto que ela se arrepende até hoje de ter terminado comigo... – ele alisa a sua barba como nos filmes de investigação antigos.

— Pra que ter uma barba glamorosa se você pode ter um caderno com anotações sobre a cura desse inferno? – Anna diz com entusiasmo.

— Pensei que a cura fosse você. – Misha fala e logo depois se arrepende e fica totalmente vermelho. Mesmo no escuro dava pra sentir a vergonha dele.

— Como seduzir uma garota no apocalipse: seja um Misha. – Rebecca diz.

As gargalhadas foram tantas que chamou atenção de alguns zumbis, alguns chegam a se aproximar, mas Cian atira em todos que aparecem em seu campo de visão só por diversão.

Aparentemente a maioria do pessoal está bêbada.

Estava tão nervosa com o fato de terem me deixado sozinha na quadra quem nem me toquei que o carro está totalmente lotado. Benjamin está no lugar do motorista, como sempre, o Cian ao lado dele. No banco de trás, da direita para a esquerda, está: Misha, Anna, Rebecca, Eu. Amanda está no lugar onde colocam “coisas de bebê”, aparentemente por causa do Cookie que pode sujar o banco do carro do Ben e ele com certeza não quer que isso aconteça.

— Já pararam pra pensar que hoje é o dia dos namorados? – Ben pergunta isso olhando pro horizonte.

— Ninguém liga, Ben, ninguém liga... Pela segunda vez. – Amanda está assistindo dois zumbis lutando por um pedaço de um cachorro morto. – Não olhe isso, Cookie... – ela cobriu os olhos do seu cachorrinho.

— Quem aqui tá sóbrio? – pergunto.

Apenas Amanda e Anna levantaram as mãos.

— Eu to bêbada de sono... Praticamente viramos o dia limpando o ginásio para nada.

— Eu não estou espirrando até agora por isso. Pelo menos isso.

— Vamos dormir aqui hoje? Está tão quentinho... – Misha diz com a cabeça apoiada no ombro de Anna.

Estou shippando.

— Tá louco? Gastar bateria do carro e ainda desperdiçar o trabalho de limpar o piso daquilo? E ainda dormir durante a noite? Isso é suicídio. Nem pensar. – Amanda diz, pulando os bancos.  

— Eu vou indo com a Amanda... – Anna abre a porta do carro.

— E-espera... Eu preciso de... – Misha parece que vai cair no chão a qualquer momento de tanto sono.

Anna pega a única garrafa de água que está no carro, abre a porta e sai do carro em uma forma tão militar que dá medo.

— Sai desse carro, Misha. Agora. – nunca ouvi essa voz de general da Anna.

— Tô saindo... – quando ele finalmente sai e fica encarando Anna, ela abre a garrafa e joga o conteúdo dela no rosto do Misha.

— QUE ÁGUA GELADA! – ele dá um grito muito fino.

— Vê se acorda...

Estamos gargalhando do gritinho do Misha, parecia um bebê alce berrando!

Rebecca e Benjamin estão sussurrando algo e rindo baixinho... Eu não entendo bêbados.

— Ãhn... Vocês vão sair daqui? – pergunto pros dois.

— Mas ficar aqui – Benjamin está se pausando a cada três palavras – foi a nossa... solução para sair... da rotina...!

— É... – Rebecca está encarando o teto do carro como se tivesse algo mágico ali.

O Cian parece desconfortável ali.

— Você não quer vir ao ginásio junto com a gente, Cian? – Anna perguntou, aparentemente eu não sou a única a perceber o desconforto do Cian.

— Não... Vou ficar aqui... Zumbis estão vindo por aí e eles provavelmente não vão conseguir se defender neste estado.

— Mas você está sóbrio? – pergunto.

— Suficientemente sóbrio para mirar e suficientemente bêbado para falar verdades.

— Então tá... – finalmente saio do carro.

Misha ficou com o rosto vermelho de frio por causa da água do rosto, Amanda ainda está rindo da risada dele e eu só estou com fome.

Antes de me afastar muito do carro olho para trás e vejo Rebecca e Benjamin se beijando... E o Cian olhando pra gente com cara de nojo.

Misha fez um sinal dizendo que o clima estava quente ali e o Cian respondeu com uma cara de que ele não merece aquilo.

Antes de entrarmos no ginásio ouvimos barulhos de coisas sendo quebradas. Um frio na barriga e pensamentos nada positivos tomam conta de mim.

— Não me diga que... – Anna está tão preocupada quanto eu.

— Zumbis. Com certeza. – Amanda fecha a jaqueta, com o intuito de proteger Cookie. Saca a arma, assim como nós, e chuta a porta do ginásio com força, abrindo-a.

Caralho, carambolas.

De onde. Vieram. Tantos. Zumbis?!

— São muitos, não sei se daremos conta! – Misha está assustando tanto quanto eu.

— Como eles conseguiram entrar?? – Anna já está atirando.

— Não importa, vamos apenas massacrá-los. – digo tentando dar confiança.

— Vamos. – Amanda responde, olhando todos bem nos olhos. – Mirem na cabeeeeça! – ela grita como se isso fosse num grito de guerra.

Mire.

Atire.

Recarregue.

Mire.

Atire.

Recarregue.

Mire.
Atire.

Recarregue.

Pesando nisso, repito por mais de não sei quantas vezes, tentando a cada três tiros colocar mais balas na arma. Faço isso tão rapidamente que não sei nem como consigo me acompanhar.

Quando percebo, já estamos no meio do ginásio, arrodeados de zumbis.

— AH! – Anna grita em desespero. – MINHAS BALAS ACABARAM!!

— Fica atrás de mim! – Misha está suando frio.

Anna está muito apavorada, chega a ficar pálida.

Eles nunca acabam?? Tem mais de dez aqui ainda vivos! Digo, mortos-vivo! Ah, dane-se! Mire na cabeça!

Ouço um som de outra arma atirando na entrada do ginásio. Não consigo ver quem é. Os zumbis não me deixam ver. Seja lá quem for, está ajudando muito, deve ser o Cian.

— AAAAAAAAAHHH! – Anna dá um berro mais alto do que o do Misha com água gelada na cara. – SAI, SAI, SAI, SAI!!

Olho para o lado rapidamente para não perder de vista as cabeças deformadas.

A ANNA TÁ QUASE SENDO MORDIDA POR UM ZUMBI, NÃO, NÃO, NÃO!!!

Tento atirar nele, mas ela está na frente. Apenas o Misha pode atirar agora, e mesmo assim seria arriscado acertar na perna da Anna.

Misha, em um movimento rápido, cospe no olho do zumbi, fazendo-o virar a cabeça em sua direção e atira a sua última bala bem no meio do crânio.

Saiam pela minha direita, vão, vão, vão! – os mando saírem dali enquanto gasto as minhas últimas balas.

Eles correm como o The Flash enquanto abro o caminho junto com o sujeito que está na atirando pela porta. Aproveito e vou indo atrás deles, segurando as duas últimas balas na mão.

O sujeito fechou a porta com força.

A Anna se joga no chão gritando de dor.

— ELE ME MORDEU, ELE ME MORDEEEEU!! – ela está chorando MUITO.

— CALMA, CALMA, AMANDA, VEM COMIGO! – vou em direção ao meu carro, pegando o kit de sobrevivência.

— EU JÁ SEI O QUE EU VOU FAZER!! – Amanda está gritando mais alto que Anna, arrancando o kit das minhas mãos.

— EU NÃO QUERO MORRER ASSIM, POR FAVOR! – não como definir o quanto Anna está chorando.

— ESTÁ TUDO BEM, AMANDA SABE O QUE VAI FAZER – Misha pega o rosto de Anna com as duas mãos e o fica encarando, encharcado de lágrimas. – CONFIE EM NÓS.

O sujeito está com um casaco preto e ainda não falou se quer uma palavra.

Cian vem correndo com uma garrafa de água cheia na mão, enquanto Amanda já está entupindo o lugar onde o zumbi mordeu com um spray amarelo.

— Isso vai ajudar? – Anna está encarando Amanda com um tom melancólico.

— Não, isso vai curar. Layx, a respiração.

— Sim, sim. Anna, eu sei que é difícil, mas vamos tentar manter a calma. Inspire. – ela está tremendo até respirando – Expire. Inspire. Expire.

— Acabei. – Amanda está colocando um curativo na perna de Anna como se fosse um gesso.

— Misha... Pessoal... – Anna está muito tonta. Parece que ela vai...

E desmaiou.


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Notas finais do capítulo

Oie de novo -u-

Adoro fazer personagens desmaiarem, só avisando -qqq
Algo que possa acontecer no próximo capítulo? Ou que NÃO aconteça? :v

Estamos abertas a sugestões ♥
Até logo ヘ( ̄ω ̄ヘ)



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